Wounded hearts escrita por Rafa


Capítulo 8
Capítulo 8 - Sabor


Notas iniciais do capítulo

Yo



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— Rukia —

Os dias passavam rapidamente levando com eles minha estação favorita, que logo chegaria ao fim, deixando-me apenas a observar as cores, tão características do outono dar lugar a brancura fria do inverno pesado de Karakura.

Sentia-me inquieta com todas as mudanças que ocorriam ao meu redor, deixando tudo de cabeça para baixo em meu interior.

Até alguns dias atras, pensava que logo compreenderia meus sentimentos por Byakuya, mas encontrava-me cada vez mais confusa, e o motivo tinha nome e caminhava lentamente até mim, encarrando-me.

Ichigo, ele parecia querer me atormentar com suas novas atitudes repentinas. Uma hora me evitava, como o diabo a cruz e na outra parecia receptivo, ate de mais, ansioso por minha atenção. Como parecia estar no momento ao aproximar-se.

— Ei Rukia. O que você esta lendo ai? — Perguntou ele, jogando-se no chão, acomodando-se ao meu lado, encostando na grande cerejeira.

— Ah... — Comecei constrangida, sem nem entender o motivo, afinal sempre agíamos assim um com o outro. — Sonho de uma noite de verão. — Respondi sorrindo. Sabia que esse era o livro favorito dele.

— Shakespeare... — Sussurrou sorrindo para mim. — Sinto-me tão nostálgico. — Confessou deixando aquele lindo sorriso tomar de vez sua face de maneira radiante, encantando-me. — Você poderia ler alguma passagem para mim, Rukia? — Pediu amigavelmente deixando aqueles olhos bonitos brilharem em expectativa.

— Mas é claro que sim! — Exclamei apressada, não conseguiria dizer não a ele naquele momento. — Qual parte que você quer que eu leia? — Questionei interessada em descobrir qual seria seu trecho favorito.

— Você decide. — Respondeu calmamente frustando meus planos sem saber.

— Certo então... — Falei folheando o livro que tinha em mãos. — "Há quem diga que todas as noites são de sonhos." — Comecei optando por ler o meu trecho favorito do livro. —"Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância." — Pausei olhando-o discretamente. Sentia-se algo agitar-se em meu interior ao vê-lo tão feliz e relaxado, somente por ouvir-me lendo para ele. — "O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado." — Finalizei, sentindo-o tocar levemente minha mão, fazendo-me olha-lo surpresa.

Seu rosto encontrava-se a centímetros do meu, fazendo-me sentir sua respiração descompassada bater contra minha face. Tudo estava acontecem rápido de mais sem me dar brecha para reagir.

— O que..? — Questionei em um sussurro, meu coração batia acelerado contra meu peito, deixando-me estranhamente ansiosa por sua resposta.

— Sonho... — Respondeu vagamente, tocando carinhosamente meu rosto com sua mão forte. — Estou prestes a realizar um de meus sonhos... — Completou colando seus lábios ao meus por fim.

Minha mente parecia estar em branco, colorindo-se rapidamente pela explosão de de sentimentos opostos. Certo e errado confrontavam-se, deixando-me paralisada em seus braços.

Algo dentro de mim remoía-se, querendo entregar-se a essa caricia repentina e exitante, mas a imagem de Byakuya aparecia arrastando-me mais uma vez para aquela batalha perdida entre um vendaval de novas sensações e sentimentos.

Algo dentro de mim remoía-se, querendo entregar-se a essa caricia repentina e exitante, mas a imagem de Byakuya aparecia arrastando-me mais uma vez para aquela batalha perdida entre um vendaval de novas sensações e sentimentos.

Não entendia como um simples encostar de lábios poderia ser tão perigoso, mas esse perigo tinha um gosto doce viciante, que num instante, poderia se tornar mais argo que o fel. E assim ao realizar o sonho de Ichigo em uma tarde de outono, instantaneamente, meu pesadelo começaria, acompanhado da tormenta dolorosa, que a duvida causava a quem tem de escolher entre dois amores, que sem perceber, nasciam na mais pura inocência da alma humana.

— Ichigo —

A brisa fresca trazia o delicioso perfume dela até mim, atiçando-me. Sua voz calma entoava com paixão minha parte favorita do livro. Fazendo-me questionar qual seria o meu sonho no momento, mas tudo o que eu conseguia pensar era em saborear aqueles pequenos lábios avermelhados, sentir com minhas próprias mãos a macieis de sua pele.

Sim, esse era meu sonho no momento, meu mais profundo desejo da alma.

"O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado." — Interrompi, tocando pela primeira vez aquela sua mão pequena com a minha.

Ela parecia surpresa com minha aproximação repentina, mas já estava decidido e não me afastaria.

Sabia que a unica maneira de me libertar desse desejo era me entregar a ele, mesmo que o final poderia ser uma faca de dois gumes, que me libertaria ou me arrastaria ao vicio.

— O que..? — Sussurrou fazendo meu coração disparar descontrolado ao sentir seu doce halito contra o meu.

— Sonho... — Respondi simplesmente, tocando seu pálido rosto em uma caricia desajeitada. — Estou prestes a realizar um de meus sonhos... — Completei, finalmente, ao tomar aqueles lábios desejosos para mim.

Meu peito parecia querer explodir de felicidade, tinha descobrir o gosto dos lábios dela e no fim, aquele saber doce havia viciado-me.

— É... Desculpem... — Ecoou de repente, uma voz conhecida pelo jardim, fazendo-me afastar Rukia bruscamente. Meu sonho havia ruido sem aviso, transformando-se em uma pesadelo rapidamente.

— M-Ma-Masaki-san. — Gaguejou Rukia sem olhar-me.

— Rukia-chan, desculpe-me. Eu não queria lhe causar desconforto algum... — Declarou a mulher olhando-nos de maneira angustiada.

— Não se desculpe, Masaki-san. — Respondeu Rukia de maneira firme. — Isso que a senhora presenciou foi um erro. — Completou friamente sem olhar-me.

Sentia meu coração apertar dolorosamente. Rukia deveria me odiar e eu não a culpa por isso, pois sabia que o único culpa era eu por ser tão impulsivo.

— Oh claro. — Concordou olhando-me com pesar.

— Por favor, me de licença por um instante, Masaki-san. — Falou apressadamente Rukia, deixando-me sozinho com a mulher, que não tirava os olhos de mim.

Não sabia o que deveria fazer. Ir embora não era uma opção ate encontrar outro emprego, mas não sabia se realmente queria sair dali, a possibilidade de afastar-me de Rukia causava uma dor lancinante em meu coração, rasgando-o sem piedade.

— Você gosta dela, não é mesmo? — Perguntou Masaki de repente, assustando-me.

— Bem... Eu... — Comecei hesitante, não sabia se contar a uma estranha sobre meus sentimentos seria o certo, ainda mais quando ela me tinha em suas mãos.

— Não precisa responder. Isso esta mais claro que água. — Declarou fazendo-me desviar o olhar, sentia-me envergonhado. — Não precisa ficar assim. Você é jovem, então isso é normal. — Completou ela sorrindo ternamente para mim.

— Eu não acho que seja normal... — Confessei. — Só pode ser doença. — Disparei sentindo meu rosto arder de vergonha, fazendo a rir.

— De certa forma, pode ser encarrado como doença mesmo. — Concordou ela bem-humorada. — É melhor você ir. Eu conversarei com a Rukia-chan por você. — Afirmou deixando-me, estranhamente, mais calmo.

— Obrigado. — Agradeci dando-lhe as costa.

— Não me agradeça. Eu só não quero que isso se repita.... — Sussurrou consigo mesma, deixando-me intrigado com suas ultimas palavras. — Anda. Vai logo. — Mandou sem dar-me tempo para reagir.

O gosto doce dos pequenos lábios de Rukia ainda permaneciam nos meus, o doce viciante, havia tornado-se amargo ao enxergar a minha frente a triste possibilidade da separação, parecia que logo perderia minha preciosa lua, fazendo com que, minha noites de verão permaneçam sempre no mais profundo breu sem a sua bela luz prateada.

— Byakuya —

Estranhamente silenciosa, era assim que poderia definir Rukia naquela noite, nem seu, tão característico sorriso estava presente em sua face como de costume.

Estava claro para mim, que algo de muito serio havia acontecido e isso a estava atormentando. Queria perguntar, mas sentia que não devia, sabia que mais cedo ou mais tarde ela lhe contaria.

Nunca fui um homem de acreditar em persentimentos ou algo do gênero, mas estranhamente sentia, que havia mudaria tudo daqui para frente, só não sabia dizer se essa mudança seria boa ou ruim.

Deseja com fervor acabar com toda aquela angustia que o atormentava. Estava tentado a iniciar algum dialogo, mas Rukia parecia tão fechada que desistir era o certo a se fazer. Parecia que mesmo estando sentados lado-a-lado na varanda a tomar chá, como em todas as noites, ao os separava, algum muro invisível, o qual eu lutava para ultrapassar.

— Byakuya-sama. — Chamou, fazendo-me deixar meus lábios curvassem em uma minimo sorriso aliviado.

— Sim, Rukia. — Incentivei tentando não deixar o assunto morrer.

— Tem algo em seu cabelo. — Avisou olhando-me atentamente. — Posso tirar para você se quiser? — Perguntou em pé a minha frente, encarrando-me com seriedade.

— Por favor. — Pedi olhando-a.

Suas pequenas mãos passavam hesitante por entre meus cabelos negros, em uma caricia inconsciente, fazendo-me fechar os olhos devido ao prazer. Deseja tê-la para mim de uma vez.

Sentia sua respiração descompassada aproximar-se lentamente de meu rosto, não sabia o que viria a seguir, mas queria descobrir, então mantive-me calado.

Um choque delicioso percorreu meu corpo ao sentir seus delicados lábios pressionarem-se levemente aos meus, surpreendendo-me. Nunca pensei que o primeiro passo partiria dela e isso me deixava imensamente feliz.

— Desculpe-me. — Pediu afastando-se rapidamente, fazendo-me desejar ainda mais de seus beijos. — Desculpe-me, Byakuya-sama. — Repetiu deixando-me confuso.

— Tudo bem, Rukia. — Declarei observando-a afastar-se ainda mais em direção a porta. — Rukia, por que isso? — Questionei sentindo a felicidade de segundos atras, abandonar-me gradativamente.

— Eu... Me desculpe... Eu precisava testar... — Gaguejava hesitante a ponto de sucumbir a minha frente.

Sentia-me perdido, não sabia reagir a aquelas palavras.

— Me desculpe mais uma vez. — Implorou dando-me as costas.

— Rukia. — Chamei decidido a acabar de uma vez com aquilo. — Você encontrou a resposta que procurava? — Indaguei frio, sem deixar qualquer expressão tomar meu rosto.

— Sim.... — Respondeu sem olhar-me. — Desculpe-me... — Sussurrou pela ultima vez, deixando-me sozinho para interpretar suas confusas palavras.

Não sabia o que ela queria com tudo aquilo, mas algo dizia-me que toda aquela angustia acabaria finalmente, mas sabia que o sabor daqueles pequenos lábios não me deixariam tão cedo, enlouquecendo-me pela abstinência daquela droga doce, que somente ela tinha para me oferecer.


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Notas finais do capítulo

Comentem, senão vou ficar sem atualizar por um bom tempo hehehe



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