Wounded hearts escrita por Rafa


Capítulo 7
Capitulo 7 - Amar ou não amar


Notas iniciais do capítulo

Oi...
Estou de mau com vcs leitores fantasmas.
Boa leitura



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— Rukia —

A magnifica essência de cerejeiras impregnava todo o ambiente, podia ver através da janela aberta, o majestoso sol da tarde a se pôr, anunciando que logo a lua iluminaria o lugar. Fazia horas que estava ali deitada somente a pensar na vida.

"... então você não o ama?" — Essa simples pergunta havia-me feito perder o sono e não me deixava relaxar. Qualquer resposta para essa indagação parecia tão errada que eu não poderia, sequer, me dar ao direto de fantasiar tal sentimento.

— Eu o amo? — Questionei a mim mesma.

Eu poderia amar Byakuya? Sim, poderia. A imponente imagem que ele passava fazia-me lembrar os perfeitos príncipes de contos de fadas, sua beleza e bondade para comigo me encantavam. Havia incontáveis razões para se ama-lo, mas como poderia dar-me o direito de ama-lo, quando fui eu a causadora de sua dor?

Seus sentimentos por Hisana sempre foram claros para mim. Mesmo que ele fosse um homem de poucas palavras e bem difícil de ler, quando nossos olhos se encontraram pela primeira vez, logo apos a noticia do fuga de minha irmã com Kaien, pude ver claramente que ele desmoronava aos poucos assim como eu.

Nunca fui boa em lidar e compreender sentimentos, só havia me apaixonado uma unica vez e tudo terminou de uma maneira surpreendentemente errada, deixando duas pessoas feridas para trás.

Sentia-me feliz por Hisana, mas meu coração ainda pesava por não poder nem ter me despedido de Kaien, meu inalcançável primeiro amor.

Vivia a dizer que havia me casado pelo bem de minha família, mas sabia que tudo o que eu, na verdade, queria era sair dali. A possibilidade de encontrar Hisana e Kaien vivendo felizes como marido e mulher me assombrava, fazendo-me sentir raiva de toda a confusão de sentimentos que me assolavam.

Na época a saída mais fácil era me entregar ao fracassado casamento arranjado. Casamento sem o amor que eu idealizava desde criança. Sabia que, o inalcançável, Kuchiki Byakuya não se apaixonaria por mim, mas e eu? Eu me apaixonaria por ele? Na época pensava que não, mas hoje já não tenho mais essa certeza.

Tudo nele me fascinava, mas esse fascínio e admiração que sentia poderia ser chamado de amor? Não sabia responder, mas estava disposta a descobrir por mim mesma. Mesmo que o amor de Byakuya nunca fosse direcionado a mim, eu queria entender todos meus sentimentos direcionados a ele.

Sabia que estava sendo precipitada ao tomar essa decisão, mas sentia a necessidade de obter a resposta para a estranha pergunta de Ichigo. Queria livrar-me de qualquer duvida e indecisão, para um dia ser livre de qualquer sentimento que pudesse se tornar minha ruína.

— Rukia-sama. — Chamou Ayame batendo a minha porta.

— Pode entrar, Ayame. — Falei sentando-me na cama.

— Senhora, Byakuya-sama deseja sua presença para o jantar. — Declarou com a cabeça baixa.

— Tudo bem, Ayame. — Respondi sorrindo. — Você poderia me fazer um favor? — Perguntei sem deixar de sorrir.

— Claro, Rukia-sama. Estou aqui para lhe servir. — Declarou depressa com um tom respeitador.

— Poderia, por favor, me chamar de Rukia. — Disparei, vendo-a olhar-me surpresa. — Por favor, Ayame. Temos praticamente a mesma idade. — Completei sorrindo da timidez da moça a minha frente. Sempre tive um carinho especial por ele, que sempre conversava comigo quando me sentia extremamente sozinha.

— Certo, R-Rukia. — Gaguejou corada.

— Okay. Vamos. — Declarei caminhando silenciosamente ao lado dela.

O corredor a minha frente parecia cada vez mais curto, deixando-me ansiosa. Um frio na barriga me deixava inquieta, mas já estava decidida. Não queria mais viver de incertezas. Amar ou não amar poderia não ser uma coisa difícil de se descobrir afinal.

— Ichigo —

A lua cheia brilhava rodeada por varias estrelas, que contemplavam sua esplendorosa luz prateada, assim com eu a contemplava da pequena janela de meu quarto.

Sentia-me estranhamente mais animado, não queria admitir, mas saber que Rukia havia se casado por algum acordo besta fazia-me sentir uma pequena chama de esperança crescer em meu interior.

Estava sendo precipitado, sabia disso, mas sentia meu coração acelerar a simples menção de seu nome, então se isso não era estar apaixonado só podia ser alguma doença cardíaca, que havia me pegado de repente.

Desejava cada vez mais sua presença, mesmo sabendo ser errado, desejava provar daqueles lábios carmim e descobrir o sabor que eles tinham quando colados aos meus.

A minha vida não poderia estar mais bagunçada. Estar apaixonado por uma mulher casada e ainda sendo minha patroa não seria nada fácil. Lidar com todos aqueles desejos reprimidos seria cada vez mais difícil e doloroso.

Como sempre nada era fácil para mim. E descobrir esses sentimento assim, tão de repente não me ajudava em nada. Talvez esquecer fosse a coisa certa a se fazer, mas pensar nessa hipótese me atormentava. Pensar no que poderia ou no viria a acontecer com todos esses sentimentos deixava-me inquieto.

Não sabia como Rukia se sentia, ou sobre o que ela pensava a meu respeito, mas permitir-me ter um pouco de esperança seria errado? Sim, com toda certeza, era errado.

Sabia que nunca poderia confessar-lhe meus sentimentos, então extingui-los seria o mais certo a se fazer. Rukia era uma mulher casada e eu um jovem jardineiro sem nada a lhe oferecer. A minha vida era realmente uma merda. Tudo acontecia tão rápido e com tanta intensidade, que não me dava tempo para respirar.

Agora, realmente entendia os sentimentos de Ulquiorra,. Entendia a frustração de sentir um sentimento impossível e unilateral crescer sem controle em meu interior. Entendia que, sim, o melhor a se fazer era deixar tudo como esta, deixar que o tempo me guiasse na direção certa.

— Ei Kurosaki-san. — Chamou-me Hisagi, motorista da família, tirando-me de meus pensamentos..— A janta já esta pronta. — Completou deixando-me novamente sozinho, não me dava bem com quase nenhum de meus novos colegas de trabalho e o motivo nem mesmo eu sabia dizer, mas tambem não estava preocupado em descobrir.

Sempre fui acostumado a viver sozinho, mesmo quando estava rodeado de pessoas. Ulquiorra e Grimmjow eram os unicos que haviam se aproximado de mim antes de Rukia e isso me deixa pelo menos um pouco feliz com minha atual situação.

Realmente deixar tudo como esta era o certo a se fazer, mas seria pecado continuar a apreciar em segredo a beleza esplendorosa de Rukia? Não, não seria. Afinal o sol não é um pecador por admirar com paixão a beleza da lua, mesmo destinados a ficarem separados. Era assim que deveria ser e eu estava disposto a viver assim, por enquanto até o momento em que eu me libertaria de todos esses sentimentos que poderiam trazer a minha ruína interior.Realmente amar ou não amar, poderia ser uma coisa bem complicada em minha situação afinal.

— Byakuya —

Ouvir a verdade as vezes machuca, mas tambem pode ser libertador. Eram esses um de meus pensamentos no momento. Sentia que se as pessoas fossem mais sinceras umas com as outras, tudo se resolveria da melhor maneira possível e com feridas mas superficiais.

Talvez se eu tivesse conversado com Hisana e procurado a compreender, tudo pudesse ser diferente hoje. Não digo isso por ainda desejar-lhe como minha esposa, mas sim por saber que, talvez, hoje eu enfim pudesse estar liberado desses sentimento de culpa que me tomava ao lembrar que Rukia só havia aceitado se casar para proteger a família de meus atos egoístas.

Sim, a verdade é libertadora. Desejava de todo o meu ser ouvir a resposta a aquela pergunta a qual Rukia negava-se a dizer ao insolente jardineiro. Queria ouvir daqueles perfeitos lábios se minha paixão era correspondida ou não, para me libertar ou me entregar de vez. Bastaria uma palavra e tudo estaria resolvido, mas nada era tão simples, quando ela negasse a responder.

Ansiava entender os sentimentos da pequena em relação a mim, afinal os meus sentimentos eu poderia dizer que entendo, mesmo não tendo plena certeza disso.

Seria o certo confronta-la? Não, ainda era muito cedo para isso. Esperar era o certo a se fazer, mas o que fazer quando a um simples olhar sinto meu mundo tremer em ansiedade? Como reagir ao grande sorriso direcionado a mim? Nada mais parecia fazer sentido ao observa-la sentar-se a minha frente na grande e farta mesa de jantar.

— Boa noite, Byakuya-sama. — Saldou dando-me o prazer de ouvir sua melodiosa voz ecoar pelo comodo.

— Boa noite. — Respondi baixo, para logo iniciarmos o jantar silenciosamente.

Observa-lhe disfarçadamente já havia virado um habito meu todas as noites. Sentia que cada vez estávamos mais próximos e isso deixava-me satisfeito.

Muita coisa ainda precisava ser entendida por mim, mas enquanto Rukia estivesse ao meu lado tudo estaria mais claro. Sabia disso. Precisava apenas ouvir sair de seus lábios que era correspondido para entregar-me a esse sentimento que nascia incontrolável em meu interior, alastrando-se como uma erva-daninha em meio as ervas boas consumindo-me dia e noite, sem deixar-me até mesmo nos sonhos, onde a imagem dela repetia-se diversas vezes.

Sinceramente, amar ou não amar era uma coisa que requiria sentimentos verdadeiros de ambos os lados e isso poderia destruir ou não uma coração, mas também livra-lo do arrependimento de não ter vivido desse amor o quanto pode e desse pecado, eu não seria culpado.


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Notas finais do capítulo

Comentem, please
Bjos



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