Wounded hearts escrita por Rafa


Capítulo 17
Capítulo 17 - Em minhas mãos


Notas iniciais do capítulo

Voltei o/
Ressurgi das cinzas como uma fênix
o/ o/ o/
Desculpem pela demora, aconteceram varias coisas em minha vida e isso me fez atrasar.
Bom, espero que gostem do capítulo
Boa leitura



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— Rukia —

Um vento frio entrava pela janela aberta de meu quarto trazendo consigo o agradável perfume das flores ao anoitecer, mas nenhuma sensação conseguia ser suave ou aconchegante para mim naquele momento.

Meu ser se perdia em um turbilhão de sentimentos incertos e isso só piorara ao ver Ichigo partir, deixando-me apenas com suas promessas e a lembrança de seus lábios contra os meus.

Eu não deveria pensar e nem querer tê-lo ali, afinal eu ainda era uma mulher casada e Byakuya não merecia isso, mas todos aqueles sentimentos dentro de mim pareciam se moldar aos poucos e ficar ali já não era mais o certo.

Ichigo havia despertado em mim algo mais forte do que Byakuya, ou até mesmo Kaien já haviam despertado. Era um sentimento bom e que me fazia querer olhar para o futuro e construí-lo de uma maneira diferente. Suas palavras corajosas me incentivavam e me fizeram querer algo totalmente novo e proibido.

Meu peito clamava por mudanças e era isso o que eu iria procurar ao amanhecer. Iria encarrar Byakuya, mesmo sabendo não ser digna disso, afinal, mesmo que não fosse minha intenção, eu o havia traído e essa culpa sempre estaria comigo.

Acabar com aquele casamento era o certo a se fazer e dessa vez eu não agiria por ninguém alem de mim, é claro que não queria ferir o Kuchiki, mas no final, tudo o que estava fazendo o deixaria livre para conquistar Hisana sem compromisso ou culpa. Todos poderiam ser feliz algum dia.

A expressão escrevendo certo em linhas tortas nunca me fizeram tanto sentido.

Suspirando cansada, caminhei até o cesto onde Chappy dormia tranquilo. Sua respiração era suave me dera a calma que precisava para, em fim, repousar-me sobre a cama macia ao seu lado.

Tentar dormir era minha ultima opção para aquela noite e foi isso o que eu fiz.

~~~~

Revirando-me sobre a cama pela enésima vez finalmente me levantei. Havia apenas cochilado algumas poucos vezes ao decorrer da noite devido a minha ansiedade e ao ver o dia clarear já não conseguia ficar mais ali.

Estava a um passo de resolver minha vida e quanto mais cedo resolvesse isso, mas rápido as feridas se cicatrizariam.

Banhei-me rapidamente, descendo ao salão principal, onde encontrei Byakuya a tomar seu desejum.

Um temor doloroso tomou-me, mas não podia voltar atrás com minha decisão, afinal, era o certo e nada me faria crer o contrario.

— Bom dia, Byakuya-sama — saudei polidamente, sentando-me a sua frente.

— Bom dia — respondeu me encarando com seus belos olhos acinzentados, fazendo um arrepio gélido percorrer meu corpo.

— Acho que precisamos conversar — disparei com toda a coragem que ainda me restava perreante a ele.

— Sobre o que? — questionou friamente,

— Eu definitivamente quero o divorcio — declarei firme, precisava mostrar o quão seria eu estava naquela questão, só assim ele me ouviria.

— Não — respondeu sem hesitar.

— Não?! Desculpe-me, mas não estou pedindo sua opinião, Byakuya-sama, estou apenas lhe notificando sobre o assunto, pois ele envolve a nos dois — falei decidida, eu não seria uma mulher sem voz para escolher meu próprio futuro como havia sido ao aceitar aquele casamento.

— Essa é minha resposta definitiva — disse levantando-se da mesa. — Não lhe darei o divorcio — completo caminhando em minha direção.

— Não o entendo, Byakuya-sama, você ficaria livre para ter Hisana e eu poderia seguir meus sonhos, todos ficaríamos bem! — exclamei sentindo uma frustração crua me tomar.

— Você não entende nada, menina — sibilo passando por mim. — Minha decisão não será mudada. — Suas ultimas palavras foram como um tapa em minha face, onde grossas lagrimas já escorriam, mas ficar chorando não mudaria minha situação, eu precisava agir.

Não sabia se estava sendo precipitado ou não, mas mesmo que o destino não estivesse a meu favor, eu o tomaria em minhas mãos e o moldaria a minha vontade, nada mais me prenderia ali.

— Ichigo —

Caminhava lentamente pela longa avenida do centro de Karakura, estava sem rumo, mas pelo menos agora tinha um bom dinheiro no bolso.

Logo após me declarar a Rukia e vê-la fugir toda atrapalhada, Ayame apareceu para acertar todos os detalhes da demissão e me pagar o ultimo salario, afinal o Kuchiki parecia não estar disposto a isso e eu também não fazia questão de olhar para sua face arrogante mais uma vez.

A rescisão do contrato havia me rendido o bastante para um mês e passar a noite em um hotel qualquer era o mais certo a se fazer, pois andar a noite com dinheiro não era bom nem em uma cidade pacifica como aquela.

Caminhando por mais alguns metros, adentrei um pequeno prédio onde os dizeres "aluga-se quartos" estava escrito em uma placa desbotada. Não era nada muito luxuoso, mas era limpo e aconchegante, só aquilo já me bastava.

Acertando tudo, paguei minha diária adiantado e subi para meu quarto, precisava de um bom banho e pensar em como minha vida se resolveria dali em diante.

Adentrando o pequeno comodo, joguei minha mochila sobre a cama logo após fechar a porta. Meu corpo implorava por um bom banho e despindo-me, caminhei em direção ao banheiro de azulejo branco.

Sentia-me tenso e a água morna logo me fez relaxar, trazendo a imagem de Rukia a minha mente. Meus lábios ainda pareciam conter o sabor doce dos dela e eu queria guardar aquele sensação para sempre em minha memoria.

Não conseguia tirar a lembrança de seus olhos brilhando ao ouvir minha declaração, ela parecia feliz em ouvir-me e isso fazia meu coração bater forte contra minhas costelas.

Havia feito muitas promessas a ela e era pensando em um modo de cumpri-las que desliguei o chuveiro, secando-me lentamente.

Sabia que o único que poderia me ajudar era Ukitake e foi com isso em mente que adormeci, tendo um sono leve e cheio de sonhos estranhos.

~~~~

O sol já brilhava imponente no centro do céu e eu já caminhava apressado pelas ruas movimentadas de Karakura, queria chegar o mais cedo possível no orfanato onde já fora meu lar e onde sabia que Ukitake deveria estar.

Precisava de sua ajuda para conseguir um novo emprego, pois o mesmo sempre tivera bastante contatos e depois tudo o que eu precisaria fazer era me esforçar para entrar em uma Universidade com bolsa integral.

Sabia que nada daquilo seria fácil, mas precisava tentar, havia prometido a Rukia e não desistiria tão facilmente.

Passando apressado pelos pesados portões de ferro do antigo prédio cinza, adentrei o lugar onde morei quase toda a minha vida e logo segui até a recepção, onde pude ver Nanao a digitar com ferrosidade em seu antigo computador de mesa.

— Bom dia, Nanao-san — saudei fazendo a moça pular assustada ao me ver.

— Kurosaki-san! — exclamou ajeitando-se na cadeira mais uma vez. — Que susto, menino.... O que faz por aqui? — indagou seria como de costume.

— Vim ver o Ukitake-san, ele já chegou? — indaguei observando como o lugar estava exatamente igual a poucos meses atrás, período que eu havia deixado meu antigo lar.

— Ele esta no patio junto de Kyouraku — respondeu sem muito interesse. — Pode ir se quiser, já conhece o caminho — completou voltando seus olhos para a tela de seu computador.

— Obrigado — agradeci caminhando pelos corredores tão familiares para mim.

Sons de risadas e conversas paralelas podiam ser ouvidas e aquilo me dava uma certa nostalgia, um sentimento bom de saudade de um tempo onde tudo era mais fácil, mas eu sabia que aquele não era meu lugar, não mais e foi isso que me fazia seguir em frente.

Percorrendo todo o longo corredor que ligava a recepção ao patio, encontrei Ukitake e Kyouraku conversando com um home que me parecia extremamente familiar, mas não conseguia me lembrar de onde o conhecia.

— Bom dia, senhores — declarei em saudação me aproximando.

— Kurosaki-san?! — indagou Kyouraku me olhando surpreso, assim como os outros dois homens. — Que visita inesperada — declarou me parecendo tenso, algo que era raro de se ver.

— Vim falar com Ukitake-san, posso? — perguntei cordialmente encarrando a ambos.

— Ah sim. Claro que pode. Sobre o que se trata? — disparou Ukitake tomando a palavra.

— Sei que posso estar sendo inconveniente, mas queria saber se o senhor não sabe de nenhum outro emprego para mim. Aquele não deu muito certo — falei calmamente, sentindo o homem familiar me encarrar serio.

— Eu...

— Desculpe-me interromper — disse ele se intrometendo na conversa. — Mas eu posso te ajudar com isso, Ichigo — declarou surpreendendo-me por saber meu nome.

— Me desculpe, mas quem é o senhor? — perguntei curioso.

— Shiba Isshin, o medico que atendeu Rukia-chan no incidente da arvore — contou sorrindo descontraído, fazendo-me lembrar do dia em questão.

— Ah sim — concorde recordando-me dele.

— Como havia dito posso lhe ajudar com o emprego — repetiu bem humorado.

— Tem certeza, Shiba-san? — indagou Ukitake nervoso.

O que estava acontecendo ali? Eu já não conseguia entender mais nada.

— Tenho, ele me parece um bom rapaz — falou Isshin.

— Eu aceito — declarei sem pestanejar.

— Mas ele ainda nem disse qual é o trabalho — falou Kyouraku, agitado.

— Não me importo, preciso do trabalho — disse seriamente.

— É assim que se fala! — exclamou o medico animado.

Sorri, finalmente as coisas pareciam estar dando certo. Eu havia tomado o destinho em minhas mãos.

— Byakuya —

"Eu definitivamente quero o divorcio" — Aquelas palavras ainda ecoavam por minha mente enquanto tentava me concentrar no notebook a minha frente.

Tudo parecia tão fora de controle que já não sabia mais o que fazer.

Será que desistir seria o mais certo a se fazer? Não, não seria. Nunca havia desistido de nada em minha vida e abrir mão de Rukia não era uma opção viável.

O que aquele mero jardineiro poderia oferecer a ela? Nada, ele não poderia oferecer nada a não ser uma vida medíocre, então por que Rukia queria me deixar por ele? Por que ela queria trocar tudo o que lhe era dado por um qualquer? Tudo estava tão errado.

— O que devo fazer? — resmunguei.

— Me deixar entrar é o primeiro passo — uma voz conhecida ecoou pelo ambiente calmo de meu escritório.

— Yoruichi?! — sibilei friamente. — O que faz aqui? — completei sem demonstrar muito interesse.

— Vim apenas visitar um grande amigo — declarou a morena se acomodando na cadeira a minha frente.

— Sem rodeios, Yoruichi. O que quer? — perguntei encarrando-a seriamente, Shihouin Yoruichi era aquele tipo de mulher que nunca dava um ponto sem nó.

— Você vai saber me breve — falou misteriosamente deixando-me confuso. O que ela estava querendo afinal? — Então, Byakuya-Boo, como anda o casamento? — disparou brincando com as canetas de minha mesa.

— Isso não lhe diz respeito.

— Que arisco! Aposto que vai de mal a pior, acertei? — indagou fazendo-me ter quase certeza de que ela sabia da maior parte de tudo o que aconteci em casa naquele momento. Yoruichi nunca deixa passar nada.

— Não se meta. Tenho tudo sob controle — falei calmamente. Não deixaria que ela interferisse em minha vida.

— Certo. Certo, Byakuya-Boo, não esta mais aqui quem falou. Mas me diga: O mais manipulável não é aquele que pensa ter maior liberdade? — questionou com seus olhos sérios sobre os meus.

Um silencio tenso se instalou entre nós e eu ainda não tinha entendido o que ela queria de fato, mas suas palavras realmente pareciam fazer sentido.

— Pense sobre isso, Kuchiki-sama — disse ela em seu característico tom debochado. — Já vou indo. Só vim lhe fazer uma pequena visitinha. Kisuke já deve estar impaciente — falou se levantando.

— O que você quer com tudo isso, Yoruichi? — insisti.

— Me agradeça depois — respondeu simplesmente caminhando para fora de minha sala. — Até mais, Byakuya-Boo. — E assim como ela havia aparecido, ela se foi. Yoruichi sempre fora uma mulher inconstante.

" O mais manipulável não é aquele que pensa ter maior liberdade?"

Aquela frase realmente me fazia algum sentido e eu já sabia o que fazer.

Pegando o telefone rapidamente, disquei o numero desejado. Não conseguia mais esperar e como se o destino estivesse a meu favor a ligação logo foi atendida.

"Kuchiki..."

"Kouga, aqui é Byakuya, preciso que redija alguns papeis para mim" — disparei ignorando suas saudações ridículas.

"Sim. Sim. Que tipo de papeis?" — indagou ele polidamente.

"Os papeis para meu divorcio" — declarei decididamente. Se era o divorcio que Rukia queria, era o que ela teria.

As cartas finalmente estavam a ser postas sobre a mesa, um jogo acirrado estava prestes a começar e ainda assim, parecia que o Ás de copas estava em minhas mãos.


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Notas finais do capítulo

Então, gente?
Comentem, pf
Bjus



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