Wounded hearts escrita por Rafa


Capítulo 16
Capítulo 16 - Eu te amo


Notas iniciais do capítulo

Rápida igual ao Flash, sqñ
uahsuhaushuas
Tá aqui mais uma fic mim em comemoração ao niver da Rukia, que foi ontem
Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/533068/chapter/16

— Rukia —

Doía! Meu peito ardia em um dor silenciosa, mas por quê?

Por que era tão doloroso e angustiante ver Ichigo nos braços de outra?

Por que meu coração se feria aos poucos com aquela visão?

Eu não deveria sentir nada, nada por ele, mas ainda assim doía.

Era como ter mil espadas rasgando meu coração, mutilando-o e estraçalhando-o, transformando tudo em retalhos.

Mas por quê?

Por quê eu me sentia assim?

Tudo o que eu podia ver era suas costas tensas. Seus braços parados ao lado do corpo enquanto Hisana se mantinha de olhos fechados.

Eu não entendia o que estava acontecendo ali.

Nada parecia se encaixar.

Meus olhos ardiam quando se encontraram com os pálidos de minha irmã, que me olhava alarmada, emburrando o jardineiro para longe.

— Rukia... — sussurrou ela andando em minha direção com os olhos cheios de algo que parecia ser lagrimas, mas eu já não tinha certeza se eram de lagrimas verdadeiras ou falsas.

Meu peito queimava.

Mesmo eu não querendo admitir, sabia que aquela era a mesma dor que sentirá quando minha queria irmã fugiu com o único homem que amei.

— Rukia — chamou o ruivo parecendo acordar de um profundo sono ilusório. — Não é o que você...

— Já basta, Kurosaki Ichigo — pronunciou-se Byakuya ao meu lado.

Será que ele sentirá a mesma dor que eu?

Ele ainda amava Hisana?

Não sabia, pois seus belos olhos acinzentados não me diziam nada.

Nada.

Eu já não queria sentir mais nada.

— Rukia, ele me agarrou... — declarou Hisana com lagrimas a escorrem por sua bela face. — E me beijou a força. Acredite em mim, irmã — pediu segurando minhas mãos em um movimento rápido.

Nada fazia sentindo.

Eu queria fugir.

— O que?! Isso é mentira! Rukia, não acredite nela! — falou o ruivo em um tom desesperado.

Em quem eu acreditaria?

O que eu devia fazer?

— Ichigo... — balbuciei.

Seus olhos castanhos imploravam sobre os meus.

— Ele me beijou a força, irmã — falou Hisana me interrompendo.

Seus olhos de um tom entre o azul e o violeta encarravam os meus com sentimentos desconhecidos para mim.

Quem era aquela mulher?

Por que não conseguia mais enxergar aquela Hisana meiga e gentil que sempre me recebia com um sorriso?

Não entendia porque aquilo estava tão confuso.

— Ele te agarrou? Te beijou a força?— indaguei com aquela imagem gravada em minha mente. Hisana parecia muito a vontade para alguém que fora agarrada. — Pois não era o que parecia — falei baixo, mas ainda assim audível para as três pessoas a minha volta.

— O que?! — perguntou olhando-me seriamente. — Você está duvidando de mim, Rukia? Está duvidando de sua irmã? — completou ríspida e aquilo me irritou.

— O que você quer que eu faça?! — exclamei exasperada. — Vá embora — mandei friamente vendo a surpresa estampada em sua face.

— Está certa disso? — falou Byakuya, movendo-se ao meu lado enquanto meus olhos encarravam os belos olhos pálidos do ruivo, que parecia aliviado.

Sabia que estava sendo precipitada e que poderia me arrepender depois, mas toda a sinceridade que eu não via em Hisana, podia ver em Ichigo apenas com uma troca de olhares.

Meu corpo ainda transbordava de ciumes, algo o qual eu não devia sentir, mas ainda assim eu sentia.

Mesmo que o beijo não fosse forçado, ele a havia beijado de uma maneira ou de outra e aquilo fazia meu sangue ferver.

— Rukia — ele murmurou quando meus olhos deixaram os seus.

Não queria sentir mais nada.

Um arrepio cresceu passando por todo meu corpo quando de repente uma risada rouca corta o silencio tenso que se instalara.

— Você vai se arrepender disso, irmãzinha — declarou Hisana ainda rindo.

Seus olhos brilhavam de uma maneira que eu nunca havia visto antes.

— Hisana? — Meu corpo estava paralisado e um medo corria por minhas veias como veneno.

— Não tenha medo, Rukia-chan, a Nee-san aqui não vai falar nada sobre seus segredos na frente de seus pretendentes, mas saiba que isso não vai ficar assim — falou passando por mim seguindo para a saída.

Com o vento da tarde a sobrar, eu via minha irmã partindo.

Sentia-me em duvida por causa do alivio que tomava conta de minha alma, mas ainda assim uma dor se instalava meu peito, marcando-o.

"Eu te amo, nee-chan" — um sussurro ecoou por minha mente.

Varias vezes aquela bela frase deixará seus lábios róseos quando me abraçava.

O que havia acontecido com aquele sentimento verdadeiro que sempre compartilhamos?

Eu não sabia, mas tudo o que eu mais desejava naquele momento, era ter alguém que me reconfortasse como ela fazia quando criança.

Queria ter alguém para me dizer aquelas tão magnificas palavras, mas Hisana já não estava mais ali.

— Ichigo —

Meu coração batia dolorosamente.

Por que aquela mulher estava fazendo tudo aquilo?

Por que? O que ela estava querendo?

Seus lábios eram frios nos meus e tudo aquilo durou cerca de segundos até seus lábios se desgrudarem dos meus.

Sentia-me atordoado, mas o que eu deveria fazer?

— Rukia... — sussurrou ela, fazendo meu corpo todo se arrepiar.

Não!

Meus olhos se encontraram com os dela, em uma conexão muda.

Ela havia visto aquele beijo e entenderá tudo errado.

— Rukia — chamei. Precisa esclarecer tudo.

— Já basta, Kurosaki Ichigo — falou Byakuya me encarrando friamente.

Sua expressão impassível não me mostrava nada, mas eu sabia o quanto aquela situação era favorável a ele.

— Rukia, ele me agarrou... — falou a morena em tom choroso. — E me beijou a força. Acredite em mim, irmã! — completou fazendo meu estomago revirar.

— O que?! Isso é mentira! Rukia, não acredite nela! — disse eu desesperado.

Que merda estava acontecendo ali?!

Queria gritar e desmenti-la, mas os olhos violáceos de Rukia contra os meus pareciam incrédulos.

Em que ela pensava?

— Ichigo — seus lábios se moveram em um sussurro doloroso.

O que ela sentia?

— Ele me beijou a força, irmã — mentiu ela encarrando a baixinha.

Tudo ali estava muito confuso, mas antes que eu disse qualquer coisa, Rukia falou:

— Ele te agarrou? Te beijou a força? Pois não me parecia —declarou em tom baixo.

Meu coração batia acelerado pela surpresa. Ainda havia esperança correndo em minhas veias.

— O que?! — questionou Hisana indignada. —Você está duvidando de mim, Rukia? Está duvidando de sua imã? —completou ríspida.

Sua mascara parecia cair em fim.

— O que quer que eu faça? — rebateu a baixinha que parecia raivosa. — Vá embora — mandou friamente.

— Está certa disso? — disse Byakuya, ele, mesmo que minimamente, também parecia surpreso com a atitude de Rukia, que nada respondeu.

Aquilo estava sendo difícil para ela e isso me doía.

— Rukia — murmurei quando seus olhos deixavam os meus.

Sentia-me aliviado, mas ainda assim, um mal pressentimento tomava-me e isso só aumentou ao ouvir o riso de Hisana.

— Você vai se arrepender disso, irmãzinha — declarou ela ainda rindo.

Seus olhos brilhavam ameaçadoramente em direção a irmã.

— Hisana? — indagou ela amedrontada.

— Não tenha medo, Rukia-chan, a Nee-san aqui não vai falar nada sobre seus segredos na frente de seus pretendentes, mas saiba que isso não vai ficar assim — falou andando para a saída.

Em passo lentos ela nos deixava com suas confusas palavras.

De que segredos ela falava?

O que ela queria com aquelas ameaças?

Incerto, dei um passo em direção a pequena logo tendo seus olhos frios sobre mim.

Nada estava bem entre nós e seu olhar cortante me deixa claro isso.

— Rukia, eu...

— Não quero ouvir nada de você também, Ichigo — declarou, interrompendo-me, para logo deixar o ambiente rapidamente.

Um silencio tenso se instalou no belo jardim a luz do entardecer e eu me encontrava cara a cara com meu rival.

No momento, ele ganhava o jogo e parecia querer ditar as cartas.

— O que vai ser, Byakuya? Vai me demitir? Essa é sua oportunidade, não? — indaguei ríspido.

— Kurosaki Ichigo — começou ele com seu tom arrogante de quem sempre mandara em tudo e todos a sua volta, mas eu não abaixaria a cabeça, não mais. — Se sabe o que farei, por que ainda esta aqui a desafiar-me? — questionou dando-me as costas.

— Só estou aqui para dizer que não vou desistir — declarei firme.

— Não sei do que esta falando — rebateu olhando-me de soslaio.

— De Rukia. Eu não desistirei dela. — Meus punhos se mantinham apertados, ferindo a pele de minhas mãos.

Seu olhar feroz queimava sobre mim em um ódio controlado e sem responder nada ele saiu.

Minha mente parecia amortecida. Novamente me encontrava sem rumo. Para onde eu iria? Não tinha empregou ou nem mesmo um lugar para passar a noite.

Desanimado, caminhei para o quarto, onde eu não mais residiria.

Precisava arrumar minhas coisas, não sabia quando seria mandado embora dali, mas tudo o que precisava era falar com Rukia.

Queria dizer a ela tudo o que sentia.

Embora ainda fosse uma mulher casada, ela já não seria mais minha patroa e eu precisava deixar claro todos os meus sentimentos. Aquilo poderia me libertar ou abrir caminho para aquele sentimento em meu peito.

Arrumei tudo apresadamente e os minutos passavam enquanto a noite caia.

Uma batida oca fez-me levantar alarmado, abrindo a porta.

— Ichigo — falou Rukia ainda usando o tom frio de mais cedo.

— Rukia — rebatia ansioso. O destino parecia correr a meu favor. — Eu queria mesmo falar com você antes de ir — declarei abrindo espaço para a baixinha, que entrou hesitante.

— É sobre isso que vim lhe falar. Byakuya foi muito duro com você — começou e eu já sabia onde aquilo poderia dar.

— Não — falei. Eu precisava sair dali. Precisava resolver minha vida fora daqueles muros para tê-la para mim um dia.

— Não?! Como assim "não"? Você nem me deixou terminar de falar, idiota — falou ela de forma irritada.

Sorri, era essa Rukia que eu amava.

— Eu sei aonde você quer chegar e não, eu não quero mais trabalhar aqui. Sabe por quê? — declarei aproximando-me dela sem hesitar. — Porque aqui existem muitos obstáculos entre nós. Preciso ser alguém na vida para lutar por você e se continuar do jeito que as coisas vão, Byakuya é quem lhe ganhará — completei vendo-a me olhar assustada.

— O que está dizendo, tolo? Não diga coisas esquisitas — pediu corada pela proximidade. — Não existe disputa por mim e o que você pode fazer sem casa ou emprego por ai a noite? — questionou tentando se afastar para longe de mim.

— Não me importo — disse eu enlaçando-a pela cintura.

— Ichigo?! — Sua respiração se encontrava cada vez mais pesada contra meu rosto. — O que..?!

— Irie embora e vou me esforçar para me tornar um bom medico, só assim irei lhe tirar daqui. Então, me espere até lá, por favor — podia sentir seu cheiro doce impregnar o mundo a minha volta.

Ela era tudo o que eu precisava.

— Não diga bobagens, Ichigo. Fique pelo menos essa noite — resmungou, podia sentir sua pele quente junto a minha.

— Não fira meus sentimentos, nanica. Sei o que estou fazendo e dizendo — murmurei segurando seu rosto. Seus lábios vermelhos me chamavam em uma doce sedução. — Eu te amo!— Seus olhos pareciam brilhar e tudo o que podia fazer era acabar com a distancia entre nós.

Nunca me arrependeria pelas palavras que havia dito. Nada podia ser mais verdadeiro que aquilo e sentir seus lábios macios correspondendo a meu beijo cheio de sentimentos, já era um belo premio a minha grande audácia.

— Byakuya —

Sentia meu sangue correndo forte por minhas veias.

Dizer que eu estava irritado era apenas um mero eufemismo para a ira que sentia.

Aquele pirralho me desafiara mais uma vez, mesmo que a situação estivesse a meu favor, ele não se rendera.

Quem ele pensava que era?

Estava claro para mim o ciumes que Rukia sentira e isso era o pior.

Um gosto tão amargo quanto fel tomava minha garganta.

Eu a estava perdendo para um mero jardineiro desempregado e essa não seria a primeira vez que perdia para um mero serviçal.

Meu orgulho estava ferido novamente.

Queria gritar, mas meu autocontrole não permitia.

Caminhei apressado pelos escuros corredores de minha casa, parando abruptamente na porta aberta da varanda.

Rukia estava lá a observar o jardim a luz do anoitecer.

Ela estava tão bela como sempre fora e tudo o que eu mais queria era contempla-la eternamente.

— Byakuya-sama — falou ela voltando seus lindos olhos violáceos para mim. — Me desculpe por mais cedo — continuou desviando o olhar ao ver-me sentar a seu lado, como muitas vezes fizemos naquele mesmo lugar. — Sei que fui desrespeitosa em sua presença, por isso, me desculpe — finalizou.

Um silencio duro e pesado prevaleceu.

O que eu poderia falar perante suas desculpas? Sentia-me frustrado, mas deveria dizer a ela o motivo? Devia contar-lhe sobre meu ciume?

— Você ainda gosta de Hisana, não é mesmo? — disparou ela de repente me pegando de surpresa.

Que absurdo era esse que ela dizia?

— Não devia tê-la expulsado de sua casa e ela é minha irmã — continuou sem me olhar. — Me desculpe mesmo — repetiu em tom de culpa.

— Rukia — chamei fazendo-a me olhar de canto. — Não á pelo que se desculpar — falei normalmente.

Todas as suas palavras não faziam sentido para mim. Queria apenas passar meus sentimentos a ela, mas meu medo de afasta-la era maior.

— Há sim, Byakuya-sama. Eu agi sem pensar ao ver Ichigo e Hisana...

— Eu o demiti — disparei a interrompendo.

— Você o que? — perguntou assustada.

— Eu demiti Kurosaki Ichigo — repeti pausadamente para que não houvesse confusão.

— Não... Não... Isso não é necessário — começou ela agitada.

O ciumes fervia novamente em meu peito.

— Está sendo muito severo, Byakuya-sama. Não o demita...

— Não voltarei atrás com minha palavra — cortei secamente levantando-me. — Boa noite — finalizei despedindo-me.

A ira voltara para dentro de mim, corroendo-me.

Sentia-me sufocado pelas palavras não ditas. Precisava coloca-las para fora, mas não via saída.

"Eu te amo!"

Será que dizer aquelas pequenas três palavras aliviaria toda dor e culpa que existia dentro de meu coração?

Eu poderia testar e estava decidido a isso, mas ao retornar, a varanda já se encontrava vazia, apenas com a luz da lua a iluminar o ambiente.

Algo em minha mente sussurrava palavras venenosas sobre onde ela estaria e eu me perguntava se depois daquilo ela ainda estaria ao meu alcance.

Talvez minha hora de dizer aquelas singelas palavras tivesse passado e eu me arrependia de ter perdido aquela chance única.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aeeeeeeee o/
Logo volto com mais, comentem, pf
Bjus



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Wounded hearts" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.