Wounded hearts escrita por Rafa


Capítulo 10
Capítulo 10 - Erros


Notas iniciais do capítulo

Hey
Boa leitura :3



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— Rukia —

Uma bela e agradável noite de inverno iniciava-se, mas mesmo assim o clima não parecia tão frio, pelo menos era assim que me sentia momentos antes.

Sentimentos contraditórios embaralhavam-se cada vez mais dentro de mim. Não sabia como devia reagir aquela aparição tão surpreendentemente repentina.

— Hisana?! — Seu nome saia por entre meus lábios de maneira indignada. Vê-la ali novamente parecia tão surreal que arrepiava-me com toda aquela sensação agridoce do momento. Não sabia se sentia-me feliz ou triste com aquilo.

— Rukia-chan. — Retrucou sorridente. — O que houve com o Hisana-Nee? — Questionou ela bem-humorada.

— Oh! — Exclamei notando minha falha. — Desculpe-me, Nee-san. É que estou muito surpresa... — Confessei deixando, por fim, meus lábios curvarem-se em um pequeno sorriso. Não havia porque ter qualquer tipo de receio, afinal era apenas minha preciosa irmã que voltará para casa. Mas e quanto a Kaien? Será que havia regressado também? Todas essas questões ainda pairavam sobre mim.

— Entendo. — Declarou olhando-me calorosamente. — Vejo que muitas coisas mudaram por aqui, certo Kuchiki-sama? — Indagou Hisana encarando Byakuya seriamente.

Meu coração apertava-se ao imaginar o quanto aquele encontro era difícil para ele.

— Vejo que encontrou uma boa substituta para mim.... — Começou ela surpreendendo-me com aquelas palavras, que mesmo sem querer, feriam-me profundamente.

— Hisana. — Interrompeu minha mãe ao adentrar o ambiente, silenciando-a apenas com um olhar. Ela sempre fora assim, com sua poso elegante e olhar enigmatístico colocando todos em seu devido lugar. Minha mãe era uma mulher forte e eu desejava ser como ela. — Já chega. — Completou com seus grandes olhos violáceos sobre mim.

— Desculpe-me. — Começou Byakuya encarrando-me. — Mas Rukia não é apenas uma mera substituta para mim. — Declarou Byakuya surpreendendo a todos, e principalmente, a mim com suas palavras.

Algo me meu peito remexia-se estranhamente.

— Certo. — Respondeu Hisana sorrindo abertamente. Ela parecia radiante com aquilo, algo que eu não conseguia compreender. Afinal, o que ela queria com tudo aquilo?

— Vamos? — Indagou meu pai, que mantinha-se em silencio todo aquele tempo. — A mesa já deve estar servida. — Completou caminhando lentamente ao lado de minha mãe.

Sentia-me apreensiva com toda aquela situação, a afirmação de Byakuya contribuía para isso. Não entendia o que ele queria dizer com aquilo, mas de uma coisa eu ainda tinha certeza. A volta de Hisana mudaria muita coisa dali em diante.

— Rukia-chan. — Chamou-me Hisana. — Venha. Todos já estão a nossa espera. — Falou puxando-me pela mão e foi só ai que notei que Byakuya já acompanhava meus pais em direção a sala de jantar.

Um calor reconfortante apoderava-se de meu coração, havia sentido tanta falta de Hisana em todos esses meses, que ao tê-la ali novamente tudo parecia nascer com uma grande intensidade que já não conseguia acompanhar.

— Sim, Hisana-nee. — Respondi sorrindo apertando levemente minha mão junto a dela.

Um clima agradável pairava sobre nos após o jantar. Byakuya e meus pais falavam sobre os negócios enquanto eu me juntava a Hisana, que observava a noite da varanda.

— Você deve me odiar, não é mesmo? — Disparou ela surpreendendo-me.

— Não... — Respondi hesitando, pois eu não conseguia entender o porque deveria odiá-la. — Por que eu a odiaria, nee-san?! Você é minha irmã. — Declarei rapidamente.

— Não seja hipócrita. — Rebateu ríspida assustando-me. — Por minha culpa você se casou com aquele homem egoísta. Era para eu ser a senhora Kuchiki não você. — Completou sem olhar-me de maneira histérica.

Estava sem palavras, algo em seu tom de voz perturbava-me por não conseguir compreende-la totalmente. O que ela queria? Eu havia feito tudo aquilo por ela, pela felicidade dela.

— Me diga uma coisa. Você é feliz ao lado dele? — Indagou de repente.

— Não posso dizer que sim e muito menos dizer que não... — Respondi por fim, toda aquela situação deixava-me perturbada.

— Então acabe com essa farsa. Acabe com esse casamento de mentira. Eu a ajudei como você me ajudou, farei o que for preciso. — Declarou encarrando-me seriamente.

Aquelas palavras pegaram-me de surpresa. Nunca havia pensado na possibilidade de acabar com aquele casamento, já me encontrava tão acomodada com aquela situação, que a mera menção de for um fim a aquilo me causava estranhamento.

— Então, o que vai fazer? — Perguntou Hisana ansiosa.

O que eu faria? Nem mesmo eu sabia. Será que aquele casamento realmente estava na hora de acabar? Tudo chegaria ao fim daquela maneira? Tudo a minha frente ainda parecia tão nebuloso que não sabia o que responder.

— Ichigo —

Os dias passavam lentamente e Rukia ainda não havia dado as caras no jardim novamente. Perguntava-me se aquela situação permaneceria assim, sem um ponto final da parte dela.

Já sentia que tudo em meu interior arrumava-se lentamente. A dolorosa angustia extinguia-se aos poucos de meu coração, a unica coisa que mantinha-se intacto, era meu desejo de tê-la por perto, nem que fosse para ser visto como um simples amigo. Já havia aceitado minha situação e queria apenas uma chance para mostrar a ela que tudo voltaria a ser como antes, mas parecia que não conseguiria essa chance tão cedo.

Observei a bela paisagem esbranquiçada a minha frente, o inverno passava rigorosamente, cobrindo tudo com sua manta gelada de blocos de neve. Ansiava pela primavera, sentia que tudo melhoraria com sua chegada, onde finalmente o jardim criaria vida novamente e com isso, talvez Rukia sentisse vontade de ler sob a sombra confortável da bela cerejeira, dando-me a chance que precisava para concertar de uma vez toda aquela situação que eu mesmo havia criado.

Se não poderia a ter como mulher a teria como companheira amando-a em segredo e já sentiria-me imensamente feliz com isso.

— Olha no fui me transformar?! — Indaguei a mim mesmo olhando sorridente para a grande janela com cortinas lilases, onde sabia ser o quarto dela. — Olha em que você me transformou, Rukia? — Sussurrei deixando meu sorriso alargar-se ainda mais ao encontrar aqueles belos olhos violáceos, que observam-me curiosamente, deixando um pequeno sorriso tomar-lhe a face logo em seguida.

Meus coração martelava feito um louco em meu peito, talvez minha segunda chance não estivesse tão longe assim de acontecer. Eu só precisava ser um pouco mais paciente, pois tudo aconteceria a seu tempo. Afinal o tempo era o melhor remédio para tudo, ele curava qualquer dor e tristeza apenas com paciência e perseverança. E eu esperaria ansiosamente por isso, aguardando o momento onde poderia vê-la sorrir abertamente para mim, como fazia dias antes.

Estava tão estasiado com a figura miúda de Rukia a janela, que ignorava meu celular vibrando em meu bolso, não queria acabar com aquele momento, mas a pessoa que me ligava era insistente.

"Alô." — Atendi a contra-gosto.

" Ichigo." — Respondeu a inconfundível voz fria de Ulquiorra.

"Ulquiorra?!" — Indaguei surpreso. — "O que quer?" — Questionei curioso.

" Ichigo... Eu acho que fiz uma besteira... " — Confessou hesitante, mostrando-me que algo realmente serio havia acontecido, pois não era qualquer coisa que abalava o frio Ulquiorra Schiffer.

" Vamos, diga-me o que você fez?" — Indaguei ansioso para acabar com minhas duvidas, apenas recebendo silencio como resposta, ele nunca mudaria. Será que ele havia cometido o mesmo erro que eu...?

— Byakuya —

O barulho de telefones misturado ao de vozes altas me deixavam ainda mais irritado do que já estava. Tudo ocorria como normalmente, a empresa nunca parava, mas eu não conseguia me concentrar em nada que não fosse em Rukia.

Nossa relação apenas decrescia e isso me irritava, pois todo meu esforço para conseguir aquela pequena aproximação entre nos tornara-se em vão com o regresso de Hisana.

Sabia que não devia culpar Rukia, e muito menos sua irmã, por causa disso. Tinha plena consciência de minha culpa. Já devia ter deixado claro meus sentimentos em relação a ela a muito tempo, mas sempre sentia que não era a hora.

Tinha apostado todas minhas fixas naquele jantar, iria por tudo em pratos limpos aquela noite, mas fracassei mais uma vez e agora tudo desmoronava ao meu redor. Rukia ficava cada vez mais distante.

— Byakuya-sama? — Indagou, pela quarta vez, Aizen. Estávamos a mais de uma hora lendo os relatórios, mas nada parecia andar para frente naquele momento.

— Sim. — Respondi seco.

— Acho melhor pararmos por aqui... — Começou ele. — Já esta bem tarde e podemos dar a resposta ao Yamamoto-san amanhã. — Completou.

— Certo. — Respondi simplesmente. O dia não estava sendo nada proveitoso mesmo e chegar em casa era o que eu mais queria.

Dirigi calmamente pensando em alguma saída para aquela situação, mas nada me vinha a cabeça. Conversar com ela parecia ser a coisa mais racional a se fazer.

Estacionei o carro ignorando tudo e a todos que encontrei pelo caminho, encontrando-a a ler concentrada em minha biblioteca.

— Rukia. — Chamei vendo-a assustar-se com minha chegada repentina.

— B-Byakuya-sama? O que deseja? — Indagou deixando o livro de lado.

— Precisamos conversar. — Declarei vendo-a vacilar a minha frente.

— S-Sim.... — Começou desviando seus belos olhos dos meus. — Também tenho uma coisa a lhe dizer, na verdade venho pensando nisso a algum tempo já... — Disparou deixando-me curioso para saber o que ela tinha a me dizer.

— Certo. Pode falar. — Disse observando-a ansioso.

— Bom... Eu não sei se você ira concordar, mas... — Falou hesitante fazendo com que meu coração pesasse pelo sentimento ruim que passa sobre mim no momento. — Mas quero o divorcio... — Completou ela, ainda sem encarar-me.

Ouvir aquelas palavras era como ter mil espadas ultrapassando meu corpo, era doloroso e fazia-me quer voltar no tempo, para assim ter me confessado primeiro, quem sabe tudo não fosse diferente.

— Byakuya-sama? O que me diz? — Questionou voltando seus olhos para mim.

— Não. — Respondi seco.

Eu não abriria mão dela tão facilmente.

— Não? — Questionou indignada.

— Não. — Rebati encarando-a seriamente.

— Por quê não? — Indagou com seriedade.

Não sabia qual seria a resposta certa a se dar naquele momento, mas decidi esquecer a razão e simplesmente seguir meu ferido coração.

Toda distancia que antes existia entre nos foi corta por mim quando, em fim, colei meus lábios aos dela, beijando-a sedentemente, saciando aquele desejo que consumia-me desde que havia provado-os pela primeira vez.

Tê-la daquela forma parecia tão certo que nada mais parecia ter importância. Somente ela e eu entre todos aqueles livros.

— Espero que tenha obtido sua resposta. — Sussurrei entre seus lábios ao embrenhar minha mão entre aqueles macios cabelos negros. — Eu não lhe darei o maldito divorcio... — Completei beijando-a lentamente dessa vez. Queria transmitir-lhe todos meus sentimentos com aquele gesto.

Não permitiria que ela se afastasse de mim, pelo menos não até que compreende-se tudo que eu sentia por ela e assim, quando tudo se esclarecesse, esperaria pela resposta que libertaria a ambos.


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Notas finais do capítulo

Então??? O que acharam...
Bjos
P.S. Comentem.... heheheh :P



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