Mon Amour Inconnu Meu Amor Desconhecido escrita por minsantana


Capítulo 1
Capítulo 1 – Conhecendo o desconhecido


Notas iniciais do capítulo

Eu escrevi essa fic em 3 dias. Acho uma das mais lindas que já fiz e espero que gostem e deixem reviews!!!



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Capítulo 1 – Conhecendo o desconhecido

Bordeaux - França

Era uma tarde como as outras, agitada ao extremo. O tempo estava começando a ficar escuro, sinal que a noite estava chegando. Do lado de fora da janela eu via as pessoas correndo, todas apressadas em chegar a tempo na estação.
- quanto é? – eu perguntei ao motorista.
- 21 dólares. – ele me respondeu.
Tirei o dinheiro do bolso e entreguei a ele. Ele me agradeceu e eu desci do táxi com minha mala em uma das mãos. Não estava muito pesada, afinal eu estava só de passeio naquela cidade.
Me juntei àquelas pessoas apressadas e consegui entrar na estação de trem.
Com meu ticket nas mãos, consegui meu lugar num vagão não tão cheio.
Pura imaginação minha, pois em 5 minutos ele já estava lotado.

Me sentei ao lado da janela. Era tão bela aquela vista à noite. Meus olhos brilhavam de fascinação.
Logo avistei um casal sentado próximo a mim. Eles discutiam pra valer e pareciam serem casados. Tentei evitar, mas acabei ouvindo parte da discussão.
ESPOSA: O que você está lendo?
MARIDO: Não é algo que você vá achar interessante, mas tem algo escrito sobre você sim, no jornal: 70.000 mulheres são alcoólatras. Você é uma delas.
ESPOSA: Não se olha no espelho não? Se alguém aqui é alcoólatra, esse alguém é você.
MARIDO: Mas eu bebo porque tenho um motivo: casei contigo.
ESPOSA: Você não pode deixar esse jornal de lado?
MARIDO: Estou fazendo isso, há 15 anos. Você poderia me fazer um favor e me deixar em paz?
ESPOSA: É claro que te deixo em paz. E sugiro que você faça o mesmo. Aliás, tenho uma ótima sugestão: porque você não pega todos os seus livros, e vai morar com a sua mãe?
MARIDO: Ótima sugestão! Devia ter me dado há dois meses.


Então, nessa hora ela pegou o jornal da mão do marido, amassou e jogou na cara dele.

MARIDO: Isso era realmente necessário?
ESPOSA: Vai pra sua mãe!
MARIDO: “Vai pra sua mãe”... Não agüento mais isso!
MARIDO: Sempre a mesma coisa. Não agüento mais.
ESPOSA: Isso é tão cansativo.
MARIDO: É, você é muito cansativa!


A mulher se levanta e sai do vagão na estação seguinte. Ele a segue gritando.

MARIDO: Espere um instante.
ESPOSA: Eu não quero você atrás de mim.
MARIDO: Espere um pouco. Me perdoe.


Eu não agüentava mais isso. Odiava ver casais brigando, acho que nunca me acostumei com as brigas dos meus pais... Mas isso é outra história que não quero lembrar.
Peguei minha mala e me levantei. Mesmo com o vagão cheio consegui achar um lugar vazio e foi nele que me sentei. Próximo a mim, agora havia um rapaz igualmente solitário, e bem bonito por sinal. Ele me olhava assustado, acho que não entendia bem toda aquela situação.
- olá. – ele me disse, tentando puxar assunto.
- olá, boa noite. – eu quis ser educada, afinal fui criada assim.
- desculpe perguntar, mas do que eles estavam falando?
- quem?
- aquele casal. – ele apontou pra onde o casal estava, minutos atrás.
- ah, aqueles loucos. Eles discutiam sobre o casamento deles que está mal.
- como você sabe? Eles não falavam inglês. – ele parecia confuso.
- eles eram franceses. Eu falo francês.
- nossa, que legal! Nunca conheci nenhuma francesa antes!
- mas eu não sou francesa, sou americana. – eu sorri. Não sei por que, mas me deu vontade de sorrir com o jeito alegre dele.
- ah, me desculpe. – ele ficou sem graça e suas bochechas coraram.
- eu nasci nos Estados Unidos mas fui criada na França, mais precisamente em Paris. Minha mãe era francesa e meu pai americano.
- é, você tem cara de francesa. – ele sorriu. O sorriso mais belo que já vi. – você está indo visitá-los em Paris?
Meu rosto entristeceu e ele acabou percebendo que falara demais.
- eles estão mortos. Morreram há 3 anos, juntos em um acidente de carro.
- me desculpe. Novamente. – ele abaixou a cabeça e tirou sua boina – acho que é melhor eu me manter calado para não falar novas besteiras.
- não precisa se desculpar. Eu já estou superando bem isso, me acostumei a não tê-los mais por perto. – estava enganada e abaixei a cabeça ameaçando chorar.
- não chore. A dor só faz o coração bater mais devagar quando o que ele mais precisa é bater na velocidade da luz. – ele levantou meu rosto com o dedo – a propósito, qual o nome dessa linda jovem com quem eu falo? – ele deixou escapar um sorriso e eu senti minha bochecha esquentar.
- Celine Dechamps. E qual o seu nome, nobre cavalheiro? – eu decidi entrar na brincadeira.
- Gerard, Gerard Way.
Ficamos amigos. Era como se já nos conhecesse-mos por muito tempo. Ao lado dele eu sentia uma paz infinita, ele sabia transmitir alegria até mesmo com o mais trágico assunto da face da terra, a morte.
- então você acha que morrer é algo bom? – eu perguntei incrédula.
- acho. Na verdade, acredito que estamos aqui só de passagem e a morte é o caminho para um lugar bem melhor.
- nossa, que profundo. – eu confesso que me assustei. Ele era um tanto estranho.
- eu não tenho medo do futuro, só penso que devemos aproveitar cada momento de nossa vida como se fosse o último, sem nada a perder.
- você tem razão. – eu me rendi. – a vida é muito curta pra desperdiçarmos com dúvidas e preocupações.
- é assim que se fala! – ele sorriu de alegria e seus olhos brilharam em encontro aos meus.

Conversamos mais um pouco até eu sentir meus olhos pesarem. Já era bastante tarde e com a força do sono, eu adormeci em meu banco e quando abri os olhos, Gerard estava sentado ao meu lado e eu apoiava minha cabeça sobre seu ombro. Ele estava acordado, olhava a paisagem pela janela com um olhar triste, solitário.
Me ajeitei no banco e ele me olhou sorrindo.
- bom dia, flor do dia! – aquele sorriso de deus grego.
- bom dia, raio de sol! – respondi à altura. Nós dois sorrimos.
- Gerard...
- sim? – aqueles olhos verdes me encararam de frente.
- você faz o quê aqui na França? Está só a passeio?
- eu estava fazendo um curso de pintura e desenho em Bordeaux. Passei dois anos morando lá e só agora estou voltando pro meu país.
- e você está indo para Paris...?
- amanhã é meu vôo para New York. Eu tenho que voltar pra minha terra. – os olhos dele, que estavam sempre alegres, ficaram tristes.
- você vai embora... pra sempre?
- sim. E talvez eu nunca mais volte pra cá.
Não sei definir o que senti naquele momento. Eu tinha um nó na garganta que não conseguia engolir de jeito nenhum. Era estranho sentir isso por um cara que mal conhecia. Era realmente estranho.
Eu não quis prolongar o assunto. Não queria parecer nenhuma fofoqueira querendo saber o que de tão importante o prendia em New York para que ele voltasse definitivamente pra lá. Mas confesso que fiquei com uma irritante pulga atrás da orelha.

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Personagens (depois eu posto os outros):

\"IPB

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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram??



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