Uma leve brisa soprava balançando as folhagens das arvores e meus escuros cabelos. Ouvi passos aproximando-se pela grama e virei-me em direção a eles.

Maggy, com seus lindos olhos azuis, cabelos negros ondulantes, pele clara e rosto fofo e infantil. Senti as lagrimas formarem-se.

– Ma-Maggy – Gaguejei, sentia tanta falta dela, de papai... Mamãe... As lagrimas desceram.

– Não chore – Pediu Maggy docemente, chegando mais perto. Ela estava agora tão próxima de mim, sua mão subiu até meu rosto secando as minhas lagrimass – One-san, não chore.

– Co-como não... – Solucei, levando a minha mão para a de Maggy e segurando-a ali, física em meu rosto – Maggy...

– Eu sei o que estas pensando one-san – Disse Maggy suavemente tocando-me suavemente – Mas não é real. Isso é apenas um sonho, one-san – Ela fechou os olhos, e eu soube.

– É real sim, eu te sinto – Retruquei teimosamente. Não queria acreditar que era apenas um sonho. Maggy sorrio.

– Ok, talvez seja um pouco real, mas eu estou morta e você viva – Ela respondeu tristemente, mas com um sorriso dos lábios aos olhos, verdadeiro. – One-san, preciso ir, mas antes a razão de eu ter vindo, quero que você me prometa uma coisa.

– E o que seria? – Perguntei tristemente, não queria perde-la de vista novamente. Mesmo que seja um sonho.

– Viva, em todos os sentidos da palavra – Maggy disse, encontrando seus olhos aos meus – Nunca desista. Prometa para mim, para mamãe, para papai e para Jonathan. Prometa para as pessoas que te amam.

– Nunca desistirei, viverei – Jurei. Maggy sorrio, um sorriso fofo, um que tinha certeza, não veria de novo. – Maggy...

– Sim, one-san? – Perguntou ela alegremente naquela vozinha infantil, doce e fofa que só Maggy tinha.

– Eu te amo – Simplesmente disse, aquelas palavras me enchiam de amor, onde só houvera vazio e ódio nos últimos tempos.

– Eu também te amo – Ela respondeu virando-se – One...?

– Sim? – Respondi, estava triste, sentia saudades dela.

– Não chore – Ela simplesmente disse, sua voz diminuindo – Você é mais bonita sorrindo.

Acordei assustada, eu havia dormido de roupa mesmo quando terminei de guardar as coisas no armário, a calça e a blusa estavam grudadas em meu corpo suado. Não havia nem tirado o allstar.

Obriguei-me a me levantar e tomar um banho quente. Foi relaxante, a agua caindo sobre meus ombros acalmaram-me, foi um sonho estranho, mas ao mesmo tempo ele tirou um grande peso de cima de mim, eu prometi viver e não desistir e sei que não foi apenas um sonho, agora mais do que nunca eu irei lutar, por que de fato, as pessoas que eu amo sempre estarão aqui comigo. Levei a mão ao meu peito, pressionando o meu coração e sentindo-o pulsar.