Uma nerd muito diferente escrita por Sophia M R


Capítulo 4
Quem é Juca?


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoas lindas do meu coração? Voltei!! Não demorei tanto quanto a última vez, então acho que estou melhorando. O capítulo ficou um tanto quanto sem sal, mas eu gostei. é por que tem muitas coisas em aberto, muitas coisas a serem explicadas. então o capítulo acabou ficando meio monótono. mas eu espero que suas opiniões sejam diferente da minha, e que vocês gostem do capítulo!! É isso. Aproveitem!!



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Edward

– Edward! Me espera, por favor! – me virei e lá estava Victória.

Ela estava me seguindo desde que eu me despedi de Bella e saí da sala de aula. Tentei fingir que eu não estava escutando ela, mas eu sou educado de mais para isso e aqui estamos nós.

– Oi. Desculpa, eu não tinha te escutado. – menti e ela serrou os olhos na minha direção. Até mesmo uma criança perceberia que eu estava mentindo.

– Não, tudo bem. – disse sorrindo.

– O que você quer? – perguntei temendo a resposta.

– Hum … é, eu gostaria de conversar com você. Será que dá para nos sentarmos juntos no intervalo, querido? – perguntou fazendo manha. Tipico dela.

– Ah, não. Não vai dar. – “Eu disse não para Victória!” pensei. Isso já era um avanço. – Olha, Vic, eu tenho que ir, vou chegar bem atrasado na sala de aula. Provavelmente você também. – disse me virando.

– É aquela nerd, né? – perguntou alto de mais, a sorte é que o corredor estava vazio.

– O que? – perguntei não entendendo.

– Você está com aquela nerdsinha! – exclamou irritada – Edward, você pode conseguir coisa melhor! Qualquer garota daria tudo para ficar com você. Eu daria tudo para te ter de volta.

A essa altura eu já estava um pouco perplexo com as palavras de Victória.

– Você me traiu. – acusei – Com um cara que se dizia meu amigo.

– Foi um deslize, meu amor! Eu me arrependi. Prometo que se você voltar para mim eu nunca mais faço isso. Por favor, volta para mim! – suplicou com lágrimas falsas. Eu a conhecia suficientemente bem para saber das artimanhas dela para conseguir o quer.

– Não. Eu não volto. – disse me virando novamente para ir para algum lugar, já que provavelmente na aula eu não entraria. Estava um pouco distante dela quando me lembrei de Bella. Tomado por uma coragem, que eu não sabia de onde surgiu, me virei novamente – Ah! E o que você fez não foi um “deslize”, até por que eu acho que isso não existe. O que você fez comigo foi putaria, por pura putaria. E o que me deixou perplexo, é que você nem foi uma puta decente e procurou um motel. Foi para o lugar mais próximo que achou. – soltei um riso anasalado – Eu esperava qualquer coisa de você, menos isso. Mas obrigado. Você me fez ver o qual fútil e interesseira você é. – disse e fui embora, deixando uma Victória perplexa, e eu mais ainda.

Eu chamei uma mulher de puta! Eu xinguei!” pensei comigo mesmo. Eu nunca tinha se quer levantado a voz com uma mulher e agora eu acabei de xingar uma. Isso foi por causa do que a Bella me disse: “... alguém como Victória que traiu, e trai, por putaria mesmo, eu já teria quebrado a cara do ser.” Eu não poderia bater em uma mulher, meus pais me ensinaram princípios, mas eu poderia xingá-la. Eu nunca tinha xingado de propósito, mas até que foi um tato quanto aliviante.

Me dirigi para o pátio. Uma hora sem nada para fazer até o intervalo. Não queria ficar sozinho; sorri tendo uma ideia e peguei o celular. Mandei uma mensagem para Emmett:

Tá fazendo algo importante na sala?

Tô tendo prova, Pq? o.O – respondeu.

Tô sozinho no pátio. Queria alguma companhia. ¬ ¬

Edward Cullen fora da sala em horário de aula? Quem diria!! Mas então … chama o Jasper.

Ele também tá fazendo prova. Agora vai fazer a sua.

Fiquei sentado no banco mexendo no celular por um tempo, quando tive outra ideia. Fui falar com Emmett novamente.

Me passa o número da Bella.

Pra q?

Como pra q?! Quero falar com ela.

Hum... não façam nda q eu não faria, portanto aproveitem kkkkkkkkkkk. Tá aí o número. Agra eu vou nessa q o prof tá desconfiado.

Vlw!!

Peguei o número e mandei uma mensagem.

Oi, Bella.

Quem é?

O carinha. – mandei rindo, me lembrando de como ela me chama as vezes.

Edward! Emmett te deu meu número ou vc é um serial killer que tá me perseguindo?

A segunda opção.

Devo ter medo? rsrs

Com certeza. Kkkk. Mas falando sério, vc tá fazendo algo de importante na aula?

Não e vc?

Tô no pátio. Perdi o horário.

O que cê tava fazendo? o.O

Vem pra ká q eu te conto. Não quero ficar sozinho, sem nada para fazer.

Já é! Chego aí em três minutos. Vou passar mal. rsrs

Dumal!! O.O

Muahahaha!!

Não demorou muito e lá veio Bella tropeçando nos próprios pés. Nesses poucos dias de convívio, aprendi que Bella é bem desastrada.

– Vai, desembucha! – disse se sentando ao meu lado.

– Eu acabei encontrando com a Victória no corredor e “discuti” com ela.

– E aí? Disse poucas e boas? Esculachou ela? – perguntou animada.

– Bom, eu chamei ela de puta. – disse um pouco baixo e envergonhado. Bella me olhou e sorriu.

– Por que eu tenho a impressão de que você nunca xingou na sua vida?

– Por que eu nunca tinha xingado, pelo menos não de propósito. Muito menos alguém! Será que eu fiz mal?

– Lógico que não! Aquela vaca de peruca vermelha te traiu, na maior safadeza, e você vem me perguntar se fez mal! Você fez foi é muito bem. Como eu queria ter assistido de camarote. E não, eu não sou fofoqueira. – acabei rindo quando ela terminou de falar.

– É a segunda vez que e diz isso. – comentei.

– Ah, sei lá! Acabou que virou mania. A maioria das vezes que eu falo que eu queria ter presenciado uma cena, eu falo que não sou fofoqueira no final.

– Mas você é?

– Não. Se você me disser que algo não é assunto meu, eu só te ameaço a contar com uma faca. – disse olhando as unhas. Meus olhos se arregalaram involuntariamente. – Brincadeirinha! Se você me disser que algo não é assunto meu, eu só vou ficar com cara de paisagem e tentar não prestar atenção na conversa para não ficar curiosa.

Bella era uma garota bem diferente das que eu conhecia. Quer dizer, as irmãs Swans eram garotas bem diferentes das que eu conhecia. Mas Bella era a mais diferente, ela parecia ir contra as regras e padrões que são impostos na sociedade. Onde já se viu uma nerd que não sabe matemática.

– Bella?! – chamei e ela me olhou – Por que você recusou minha ajuda com os cálculos? – perguntei realmente curioso.

– Ahn … – olhou para o chão – É que é mais difícil para mim, aprender cálculos.

– Eu entendo. Cada um tem seu tempo para aprender. Mas eu posso te ensinar, se quiser, é claro. Eu sou paciente.

– Ah não! – negou rapidamente – Eu não sei se você conseguiria, realmente.

– Por que?

– É que … eu tenho discalculia. – disse corando. Estava com vergonha.

– O que é discalculia? – perguntei curioso. Nunca tinha ouvido falar.

– Você não sabe? – perguntou.

– Não.

– E dislexia?

– Conheço. – afirmei.

– Discalculia é como se fosse a dislexia, só que invés de eu ter problemas com as letras eu tenho com os números. – disse baixo, como se fosse um segredo. Talvez fosse. Talvez ela não gostasse que os outros soubessem.

– Me desculpa por perguntar.

– Tudo bem. Você não sabia.

Eu estaria mentindo se dissesse que não estava curioso. Pelo visto ela percebeu já que disse que eu podia perguntar o que quisesse.

– Como é?

– Difícil. Eu tenho dificuldade em várias coisas. Até mesmo na música. Talvez seja por isso que eu sei tanto sobre.

“Minha discalculia foi identificada quando eu tinha cinco anos e comecei com as aulas de piano. Eu realmente toquei algo quando eu tinha três anos, mas foi só porque eu escutei. As coisas começaram a ficar difíceis quando o professor começou com os intervalos de tempo entre um acorde e outro. Eu não conseguia quando ele falava “dois segundos” mas conseguia de ouvi-lo tocar. Ele percebeu e conversou com os maus pais, aconselhando-os a me levar em um especialista, e aí eu fui diagnosticada. A psicóloga disse para meus pais não se preocuparem, pois minha discalculia era leve, os preparou para possíveis acessos de raiva meus. Depois me encaminhou para um psicopedagogo que me encaminhou para um neurologista. Ele serve para confirmar, através de exames apropriados, a dificuldade específica e encaminhar para tratamento. Também fui a um neuropsicologista para detectar as áreas do cérebro afetadas.

“Eu tinha consciência de que seria diferente para mim, mas não entendia o por quê. Até que comecei a fazer contas de verdade na escola. Minha professora já tinha sido avisada, mas, mesmo assim, ela era professora, e não deixava de me corrigir por isso. Meus cadernos de matemática eram, e ainda são, uma bagunça, eu não conseguia identificar os sinais muitas vezes os trocava. Resultado: chegava em casa frustrada por não ter conseguido fazer uma continha, pegava meu caderno e ficava tentando fazer sozinha. Sem sucesso. Meus pais perceberam, ai eu comecei a ter acompanhamento e tals, mais ainda é difícil, tem coisas que não tem jeito mesmo.”

– Como o que por exemplo? – perguntei para que ela não percebesse o quanto aquilo me afetou.

– Ahn … troca de sinais, esquerdo ou direito, confundo os números. Tenho dificuldade para me localizar, tipo, norte, sul … também tenho dificuldade para me localizar no tempo. Estou sempre perguntando que mês e dia é aquele. Entre outras.

Ficamos um tempo em silêncio. Eu estava absorvendo a notícia.

– Caramba! Sem querer ser mal-educado, mas como você consegue fazer todas essas coisas? – perguntei realmente impressionado. Tinha gente que era perfeita e não fazia as coisas que lhes eram postas a frente por preguiça ou desânimo, mas Bella, mesmo com todo o problema da tal discalculia, conseguia tocar e dançar.

– Todas as frustrações me ajudaram em algo. Eu ficava irada quando chegava em casa sem ter feito toda a porcaria do dever. Minha mãe percebendo que isso estava me prejudicando sugeriu que eu fizesse algo para extravasar, e foi apoiada pela psicóloga. Então resolvi fazer dança, e foi aí que eu descobri outro problema da discalculia: minha falta de orientação. Estava sempre confundindo a direita com a esquerda e vice-versa. Eu fiquei com tanta raiva dessa “limitações” que prometi para mim mesma que as superaria.

– Swan, você é cheia de história de vida! – disse para descontrair e tentar mudar de assunto pois vi que não agradava ficar falando disso.

– Com certeza. Um dos meus lemas é: viva um dia de cada vez, mas viva intensamente.

– Interessante. – comentei – Me diga outro.

– A vida é uma vadia. Ela vive te dando porrada, e você ainda morre no final. – ri da cara que ela fez quando disse. Ela parecia realmente chateada com isso.

– Você não acha que esse último, meio que, contradiz com o primeiro? – perguntei – Quer dizer, primeiro você diz que a vida é para ser vivida e depois diz que ela é … uma vadia.

– Exatamente – concordou.

– Então … – pedi que ela me explicasse em uma pergunta oculta, mas ela somente deu de ombros, como se nem ela entendesse.

Uma coisa que eu percebi nesse pouco tempo em que convivemos juntos, é que ou vai demorar, ou eu nunca entenderei Isabella Swan.

***

– Eu quero cupcake de chocolate. Não pega, Edward. Se for pegar não pegue o de chocolate. – disse Bella atrás de mim na fila da cantina, com os olhos pidões.

– Você quer entrar na minha frente? Perguntei pela enésima vez.

– Não, obrigada. – respondeu ela pela enésima vez, olhando para o garoto que estava na minha frente.

– Pode ficar tranquilha, Isabella. Eu sei o quanto você gosta desses bolinhos, ainda mais o de chocolate, que só tem um. Eu não vou pegar. – não foi eu quem disse isso. Foi o garoto da minha frente, Mike Newton. Me perguntei mentalmente de onde eles se conheciam já que, praticamente toda a escola não “via” Bella.

– Obrigada, Mike. – agradeceu a ele, que era o próximo da fila.

– De nada. Até mais! – disse a olhando e sorrindo. Ele estava a fim dela.

– Ele está a fim de você. – falei expondo meus pensamentos, assim que ele saiu, pegando uma pizza.

– Não. Ele ainda é a fim de mim. – enfatizou bem a palavra “ainda”.

– Como? – disse confuso.

– Nós namoramos um tempinho atrás, mas terminamos.

– O que? Você? Namorou o Mike Newton? – disse pegando uma maçã para ela.

– Obrigada. – agradeceu e eu dei um aceno – É, isso mesmo. Eu namorei Mike Newton e me arrependo. O cara é um grude.

– Espera. Foi ele de quem suas irmãs estavam falando? Que fica indo atrás de você e pedindo para voltar? – perguntei e ela concordou com um aceno, mordendo a maçã – Mas ele não está com a Jéssica? – fomos em direção a mesa que nossos irmãos já estavam sentados.

– Está, mas ele me disse que largaria dela se eu quisesse.

Bella realmente não era o que todo mundo pensava. Ela vivia sempre quieta nos cantos, nunca vi nenhum garoto mexendo com ela na escola. Aí quando vejo, ela é extremamente de bem com a vida, sem papas na língua, e alista de garotos atrás dela vai aumentando. Quer dizer … Jacob não conta muito.

Chegamos na mesa e nossos irmãos nos cumprimentaram. Emmett não pôde deixar de soltar uma de suas pérolas.

– E aí? Se divertiram muito? – disse com um olhar malicioso, me fazendo ficar com as bochechas levemente quente, e Bella, que se sentou ao meu lado, ficou que nem um “Tomatinho”, como disse Emmett uma vez.

– Olha!! Até parece que vocês combinaram! – exclamou Alice quicando na cadeira – Que fofinho!

– “Casal Tomate”! – exclamou Emmett erguendo só braços como se estivesse descrevendo o logotipo de um alt-door – Já estou até vendo, essa vai para o convite de casamento.

– Senhor e senhora Tomato. – disse Rosalie com um meio sorriso. Pelo visto o humor dela estava melhor.

– Família Tomato: Edward Tomato, Isabella Tomato, filha Tomato e Tomatinho Júnior! – até Jasper entrou na zoação. Eu iria retrucar, só que alguém se sentou do meu lado, o oposto em que Bella estava.quando me virei vi meu pesadelo, ou melhor, Victória.

– Edward, nós não terminamos de conversar! – foi logo falando.

– Terminamos sim. – falei disfarçando a vontade de rir com uma tosse, por ter escutado Rosalie dizer “É muita vadiagem pra pouca puta”

– Edward … – ela ia falar algo mas foi interrompida por Bella.

– Ai meu Deus! Garota, seu cabelo tá pegando fogo! Apaga! – disse abanando as mãos perto do camelo dela. Não tinha entendido merda nenhuma, mas foi só eu ver as irmãs dela prendendo o riso que eu percebi que se tratava de um de seus “casos de loucura”.

– O quê?! Meu cabelo não tá pegando fogo! – disse Victória.

– Ah tá! – disse se aquietando na cadeira e fazendo cara de pensativa – Então você foi idiota e pintou o cabelo com essa cor de fogo para chamar a atenção de bombeiros gostosões.

– Eu não sou idiota, e eu não faria isso, sua maluca! – disse Victória, mas Bella fingiu que não ouviu.

– Oh, bolinho! – disse pegando o bolinho que estava na bandeja de Victória e comendo – Eca! É de baunilha, sua estranha! Eu não gosto de baunilha! – disse pegando o pedaço mastigado e botando na mão de Victória.

– Que nojo! –Victória disse exatamente o que eu pensei – Como você consegue ficar perto dessa garota, Edward?! – disse se levantando.

– Ei, cabelo de fogo! Vai aonde? Eu gostei de você! – disse Bella com um sorriso sarcástico na cara enquanto a via se afastar. A mesa caiu em silêncio – Que pena! Eu realmente gostei de zoar com a cara dela.

– Que má! – Disse Emmett. E de repente todo mundo na mesa estava rindo.

– Até que ela pegou leve. – disse Alice – Quando ela quer ela realmente pode ser má.

– É. – concordou Rosalie – Teve uma vez que ela botou um ex-namorado meu, que era um mala, para correr fazendo pressão psicológica. Ela falou tanta merda para o garoto que quando ele vê ela pela rua atravessa para o outro lado.

– Ah, qual é! Ele estava interrompendo meu sono tocando a campainha de um em um minuto. Rosale já tinha deixado bem claro que não ia dar certo, e ele vai lá e dá uma de idiota! Eu fiz foi é um favor para ela. Ficar se rebaixando por alguém que não te quer?! Sai fora! – disse Bella como se só o fato de lembrar do garoto a deixasse irritada.

Ficamos um tempo conversando e zoando. Era legal conversar com elas. Elas não tinhas aquelas frescuras de meninas, e nem se irritaram quando Emmett deu um arroto depois que deu um gole em sua coca cola. Para falar a verdade, acabou que todos na mesa, até Jasper, ficaram disputando para ver quem dava o arroto mais alto. Todo o refeitório ficou nos olhando nessa hora, aí vimos que era hora de parar com a palhaçada. Se com dias de convivo já está assim, imagine um mês?!

***

Jasper e eu estávamos encostados no jipe do Emmett, esperando o resto do pessoal vir. Jasper estava pensativo demais. Que dizer, ele sempre foi o que mais pensa entre nós antes de fazer algo, mas hoje ele realmente estava bem pensativo. Isso não era normal nem para ele.

– Anda, cara. Desembucha. – falei.

– O que? – perguntou se fazendo de desentendido.

– Jasper, fala logo antes que eu desista de tentar ser um irmão normal e mande você pastar.

– Tá legal. – se deu por vencido – É que eu estava pensando no que conversamos na segunda, sobre Alice também ser a fim de mim.

– E aonde é que isso leva? – perguntei querendo que ele chegasse logo ao ponto. Jasper tinha a mania irritante de te enrolar até mesmo para falar que tem um cachorro mordendo seu pé.

– Eu não acho que ela esteja a fim de mim.

– Por quê? – perguntei, agora realmente prestando a atenção.

– Ah, sei lá. Ela parece que nem percebe quando eu fico do lado dela. E também nunca falou diretamente comigo, só nós dois. Sei lá.

– Ela com certeza está na sua. E mesmo assim, se não estiver a conquiste.

– Eu não sei conquistar ninguém. Ela provavelmente vai me achar um idiota, se não é que já acha.

– Cara, o pior cego é aquele que não quer ver, e se você quer dar uma de cego, e tapado, só porque tá com medo de um fora, então que seja, mas depois não lamente quando ver que a fila andou e ela cansou de esperar.

Ele ia falar algo mais, porém se interrompeu quando viu que as Swans estavam vindo na nossa direção. Elas estavam parecendo aqueles trios ou quartetos de filmes e séries. Rosalie no meio, desfilando de cabeça erguida, e olhando para os garotos que a observavam com superioridade. Alice do lado esquerdo toda elétrica e sorridente, dando tchauzinho para quem passasse. E Bella, a garota tímida e desengonçada do grupo, eu não entendia ainda como ela conseguia dançar se andando ela tropeçava nos próprios pés. Ela vinha andando de cabeça baixa mexendo na barra da blusa, quando olhou para frente e viu que estávamos as esperando, o trio se desfez pois ela veio andando mais rápido em nossa direção como se fossemos sua salvação.

– Oi. – disse baixinho assim que chegou perto de nós, suas irmãs vindo logo atrás.

– Oi, Bella. Meninas. – cumprimentou Jasper.

– Oi garotas. – falei.

– E aí, cadê o Emmett? – perguntou Bella o procurando pelo estacionamento.

– Ele já deve estar chegando. – falei – Vocês ainda vão no tal de Juca né?

– Bella! Você ia no Juca sem me avisar? – disse Rosalie. Sua cara era de ofendida.

– Para começo de conversa, era só eu e Emmett que íamos, mas Alice se intrometeu e disse que ia também. – se defendeu Bella e Rosalie a olhou desconfiada.

– O que você tiver para conversar com Emmett converse depois! – disse Alice – Todos nós vamos no Juca dessa vez.

O tom de voz dela era de alguém que não aceitava discussões, muito menos negações. Então tudo que Bella fez foi olhar para Emmett como se pedisse desculpas enquanto ele vinha em nossa direção.

– E aí, cambada! – Emmett não seria Emmett se não chegasse fazendo farra. O certo seria fingir que não se conhece um ser desses, mas como somos muito solidários cumprimentamos ele.

– Emm. – chamou Bella.

– Fala, Bellinha. – disse me dando um chega pra lá, quase me derrubando, pegando meu lugar do lado dela e passando o braço por seu pescoço. Nem bolei.

– Ah, Bellinha não! Esse apelido me lembra cachorro. Pode me chamar de Tomatinho se quiser, mas Bellinha não.

– Não prometo. – disse Emmett.

– Tá. Continuando; não vai ser hoje que vamos conversar, só tu, tu e eu. – disse Bella como se estivesse imitando aqueles malandros que usam mais os braços do que falam.

– Por quê? – Emmett fez cara de cachorro pidão e olhou pra Rosalie, que estava ocupada demais olhando paras as unhas.

– Digamos que uma loira furacão, que nem de longe sou eu, ficou chateada por não ser convidada e uma fada decretou que todos nós iremos no Juca.

– Ah, qual é! – reclamou olhando pra Alice, que virou o rosto como se não fosse com ela.

– Deixa, Emm! Assim é bom que eu aproveito e vou preparando o terreno. – disse Bella pra ele, bem baixinho. Eu só escutei por que estava do lado dele. Acho que Jasper também escutou, porque nos olhou confuso. Ignoramos o ser, e foi só Emmett concordar que Alice começou a pular falando que “a dieta que perdoasse ela, mas era o hambúrguer do Juca” e Rosalie concordou com ela.

– Pois bem. – disse Bella para o Emmett – Me siga, grandão. Vocês estão prestes a comer o melhor hambúrguer da vida de vocês.

– Verdade. – concordou Alice.

– Eu vou aproveitar e matar dois coelhos com uma cajadada só. Como aquele manjar dos deuses e mato a saudade do meu Juquinha. – disse Bella, toda sorridente.

– Esse tal de Juca é algum namorado seu? – perguntou Jasper, mas Bella somente riu e nada respondeu.

– Eles vão se casar um dia. – disse Rosalie, mas o tom dela era mas como zoação do que sério. Meus irmão olharam pra mim, tentando entender quem era esse tal de Juca, mas nem eu soube responder. Eu não estava andando tanto tempo com a Bella pra ela me dizer quem era o carinha da vez.

Na minha cabeça se formou a imagem de um cara alto, forte e bonito mandando um olhar quarenta e três pra Bella, que era só sorrisos para ele. Não gostei muito disso não.


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Notas finais do capítulo

E aí! O que acharam?
Até o próximo capítulo! Beijos!!