Contando Estrelas 2 escrita por Letícia Matias


Capítulo 16
Capítulo 16




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Eu estava destruída e super cansada. Johnny abriu a porta do carona para mim e minha mãe e Michael entraram no banco de trás. Ele entrou no carro e começou a dirigir.

No carro, silêncio total. Eu só conseguia olhar pela janela e tentar esquecer todo aquele drama familiar.

Johnny estacionou em frente ao portão da casa de minha mãe. Eu queria ir para o apartamento de Johnny, mas minha mãe pediu para que eu dormisse ali, pelo menos hoje. Eu estava tão cansada, que não discuti.

Minha mãe e Michael saíram do carro e deixaram eu e Johnny a sós.

Ele pegou minha mão e eu olhei para ele dando um sorriso murcho.

– Você está bem¿ - ele suspirou. – Quer conversar sobre isso¿

Balancei a cabeça negativamente.

– Não e não. Ah... Eu queria ir para sua casa, mas... Não vou discutir. – eu disse.

– Fique aqui com sua mãe hoje, amanhã venho lhe pegar de manhãzinha pode ser¿ Tenho um convite do meu pai para você.

Franzi a testa.

– Convite para quê¿

– Sei que você odeia jantares e festas que envolvam trabalho e empresa, mas, amanhã tenho um jantar para ir ao apartamento do meu pai em Los Angeles e... Ele pediu para que você fosse.

– Tudo bem, eu vou.

Ele sorriu e me beijou.

– Queria que ficasse aqui. – eu disse.

Ele sorriu.

– Eu queria ficar com você, mas... Não acho uma boa ideia ficar aqui. Amanhã nos vemos ok¿

– E se precisar de mim... É só me escrever uma carta.

Arqueei as sobrancelhas e sorri.

– Ou, podemos nos adaptar ao século vinte e um e mandar uma mensagem de texto. Afinal, é para isso que um Iphone serve.

Ele riu.

– É claro, uma mensagem de texto.

Sorri e lhe dei um beijo rápido.

– Eu te amo. – ele disse. – Te vejo amanhã.

Sorri e assenti.

– Também te amo.

Eu subi para o meu quarto e tirei os sapatos, deitando na cama e me cobrindo com a manta que estava em cima dela. Eu estava exausta e queria dormir um pouco, ficar sozinha.

***

Na hora do jantar, foi silêncio total na mesa. A Sra. Norah tinha preparado uma sopa de frango com batata para comermos. Estava aquele friozinho digno de uma sopa gostosa.

Eu terminei de comer e pedi licença para me retirar e ir para meu quarto. Subi, tomei um banho relaxante na hidromassagem e aquilo definitivamente me relaxou e me deu mais sono.

Fui deitar vestindo uma camisa de Johnny e suas meias pretas.

No dia seguinte bem cedo, eu acordei e Johnny estava sentado no pé da minha cama, me olhando.

Sorri quando o vi.

– Bom dia.

– Bom dia. – ele disse e veio até mim. – Tudo bem¿

Fechei os olhos novamente e os abri sonolenta.

– Ainda estou com sono.

Ele riu e me deu um beijo na bochecha, bem perto da boca.

Ri baixinho.

– O que está fazendo¿ Querendo me provocar¿

Ele estreitou os olhos.

– Não, você se sentiu provocada¿

– Não vem ao caso. Que horas são¿

– Onze e meia.

Arregalei os olhos.

– Sim, e ainda está com sono...

Dei de ombros e me espreguicei.

– E você, está bem¿ - perguntei.

Ele assentiu.

– Só fiquei um pouco preocupado com você.

– Como sempre fica.

Ele sorriu e ficamos nos olhando por minutos.

– E então, como é estar em casa¿

– Ah, não sei. Um pouco estranho. Muita coisa mudou.

Ele assentiu.

– Prefiro Nova York. – disse fazendo beicinho.

Ele riu e balançou a cabeça de um lado pro outro.

– Prometi que viria te buscar cedo, cheguei aqui eram oito horas e sua mãe disse que você estava dormindo e que não falou com ninguém ontem à noite.

Suspirei e seguirei a mão dele.

– É que... Se eu desse ousadia para ela começar o assunto, ela não pararia de falar, começaria a chorar e... Eu não estou bem para conversar sobre isso.

Ele assentiu e beijou minha mão.

– Você está melhor mesmo¿

– Sim. – espreguicei-me novamente. – Vou ao banheiro.

Tirei o cobertor de cima de mim e levantei-me da cama. Olhei para ele e vi que ele sorria.

Franzi o cenho.

– O que foi¿

– Bela roupa de dormir.

Sorri. Ele estava falando de sua camisa.

– Sim, meu pijama favorito e... – coloquei meu pé direito em cima da cama. – Minha meia favorita. – a meia preta.

Ele riu e balançou a cabeça. Sorri de volta e fui em direção ao banheiro.

– Com licença. – eu disse fechando a porta.

***

Quando chegamos à cozinha, meu café da manhã estava pronto. Um suco de laranja, uma tigela de blueberries e panquecas.

Sentei-me e Johnny sentou-se do meu lado. Estávamos apenas nós na cozinha.

– Panquecas. – eu disse olhando para ele e sorrindo.

Ele sorriu de volta.

– Quer¿ - perguntei.

– Não, obrigado.

Minha mãe entrou na cozinha. Seu cabelo louro estava preso num rabo de cavalo e ela vestia uma roupa de ginástica.

– Olá querida, dormiu bem¿

– E você mãe, está bem¿

Ela sorriu e assentiu.

– Sim. Estou indo para a aula de pilates. Você vai para o apartamento de Johnny, certo¿

– Então... Você passa aqui pela manhã antes de ir para o aeroporto¿

– Sim, claro. – eu disse.

Ela sorriu e veio até mim, me deu um beijo no rosto.

– Divirtam-se. – ela disse e olhou para Johnny. – Johnny, cuide dela!

Johnny riu.

– Eu cuido.

– Sim, mas nós sabemos como ela se comporta em festas e em jantares! Sempre fica bêbada ou tem algum acesso de raiva e quer matar alguém, ou jogar bebidas na cara dos outros.

– Ei! – eu disse.

Minha mãe sorriu.

– Ela é bem rebelde, não é¿ - Johnny disse. – Ela sempre foi assim¿

Minha mãe suspirou e fez bico.

– Sempre. – e então me olhou. – Falta de alguns cascudos e falta de limites.

Sorri forçadamente.

– Boa aula de pilates. – eu disse.

Ela riu e me deu outro beijo no rosto.

– Tchau querida. – deu uma piscadinha pro Johnny e eu fiquei sem entender aquilo.

Johnny piscou de volta e sorriu.

Minha mãe se retirou.

Olhei para Johnny com os olhos semicerrados.

– E então¿

Ele franziu a testa.

– O quê¿

– Que piscadinha de cumplicidade é essa¿

Ele arqueou uma sobrancelha.

– Não foi nada de mais.

Fiz cara feia, mas não disse mais nada e voltei a comer minhas panquecas, blueberries e tomar meu suco.

Quando chegamos ao apartamento de Johnny, estava tudo exatamente do jeito que eu lembrava.

Ele levou minha mala até seu quarto e eu fui o seguindo. Entrei no quarto e sorri.

– O que foi¿ - ele perguntou sorrindo.

Balancei a cabeça.

– Nada.

– Nada¿

– Eu estava me lembrando... – ri novamente e balancei a cabeça. – De nós e você fechando a porta na cara da Sra. Cassie. Coitadinha.

Ele riu baixinho e baixou a cabeça.

– E então, o que quer que eu vista hoje à noite¿ - perguntei.

– Quer que eu escolha¿

Mordi o lábio e assenti. Ele sorriu.

– Bem, vamos ver o que você trouxe. – ele disse colocando a mala em cima da cama.

Ele abriu a mala e olhou por alguns segundos e depois tirou de lá um vestido verde escuro de manga de renda cumprida. O vestido como a grande maioria dos vestidos que eu tinha, iam até a altura do joelho ou um pouco acima. Este ia até um pouco acima do joelho e tinha um decote em U.

Depois, ele pegou uma sandália preta e colocou do lado do vestido. Olhou para mim.

– Nada mal. – eu disse. – Tudo bem, usarei isso hoje à noite.

***

Eu estava no banheiro arrumando meu cabelo quando Johnny abriu a porta e me olhou de cima a baixo.

Ri de sua expressão.

– Nossa... Você está... Nossa!

Bati de leve em seu ombro.

– Não seja bobo.

– Você me deixa bobo. – ele disse.

Ri baixinho e revirei os olhos. Dei uma olhada nele. Plenamente satisfatório com um smoking preto.

– Arrume a gravata para mim, por favor,¿ - ele perguntou levantando o queixo.

– Claro. – eu disse arrumando a gravata borboleta. – Pronto.

Ele baixou o pescoço e eu lhe dei um selinho.

–Vamos¿ - ele perguntou.

– Só preciso pegar minha bolsa.

Saí do banheiro e fui até a cama. Peguei a bolsa-carteira preta de lantejoulas.

– Agora podemos ir.

***

Johnny dirigiu por uns vinte minutos e chegamos a um prédio espelhado.

Um motorista abriu a porta do carro para mim.

– Senhora. – ele disse estendendo a mão.

Segurei-a e levantei-me do banco.

– Obrigada. – eu disse.

Johnny deu a volta no carro e entregou a chave para o motorista.

– Boa noite, senhor.

– Boa noite! Vamos¿ - Johnny perguntou.

Assenti e ele pegou minha mão entrelaçando seus dedos nos meus. Eu me sentia extremamente bem com aquilo.

Entramos no prédio e passamos por algumas pessoas curiosas que nos olharam. Fomos até o elevador e as portas se fecharam.

Ele olhou para mim e sorriu, sorri de volta.

– Está lindo Sr. Donahue. – eu disse.

– Ora, você está muito mais, Srta. Anne.

– Eu sei. – eu disse.

Ele ficou perplexo e riu.

– Convencida.

– Isso também.

A porta do elevador se abriu e então demos de cara com uma sala enorme, cheia de gente com um tapete marrom luxuoso no chão da sala. Todos os olhos estavam em mim e em Johnny e eu me senti muito constrangida.

Johnny me conduziu para fora do elevador e depois pegou minha mão de Johnny.

– E aí, Johnny! Como vai¿ - um homem careca de terno veio cumprimentar Johnny.

– Olá Drake. - Johnny disse. – Estou bem. Drake, essa é minha namorada Mary.

Drake se virou para mim e se curvou para me dar um beijo no rosto.

– É um prazer conhecê-la. – ele disse apertando minha mão. – E... Você é linda. Meus parabéns Johnny.

– Obrigada, é um prazer conhecê-lo também.

Ele sorriu.

– Mary! – ouvi uma voz masculina exclamar meu nome e vi que o Sr. Donahue estava vindo em nossa direção. Bem, na verdade na minha, de braços abertos.

Soltei da mão de Johnny e estendi os braços para abraçar o Sr. Donahue.

– Que bom ver você! Como está¿ - ele disse me apertando em seu abraço.

– Estou bem, Alaric. E você¿

– Ótimo. – ele disse. – Muito feliz que veio. – olhou para Johnny e lhe abraçou. – Como está filho¿

– Estou bem.

Alaric se virou para mim novamente e sorriu.

– Está ótima Mary! Realmente linda. Como está a vida em Nova York¿

– Ótima! A faculdade está muito legal, o apartamento... – sorri e ele sorriu de volta. – Então essa era a surpresa não era¿

Ele riu.

– Sim. Mas Johnny nos fez prometer não contar, então, não podíamos estragar uma surpresa tão boa.

– Eu... Amei o apartamento. – eu disse. – Tem uma vista incrível e Johnny... É incrível por ter me dado o apartamento.

Alaric riu.

– Nós sabíamos que você iria amar.

– Como está Krystal, Paul e Phoebe¿

– Ah, estão ótimos! Paul e Krystal estão em Denver e Phoebe está em Paris num desfile de moda importante para a carreira dela.

– Ah que ótimo!

– Krystal mandou um beijo para você.

– Ah que doce! Quando falar com ela, diga que mandei outro.

– Pode deixar, falo sim.

Alguém chamou o nome de Alaric e ele disse:

– Querida, fique a vontade. Beba o que quiser e aproveite tudo bem¿

Sorri e assenti.

– Pode deixar, obrigada!

Ele sorriu.

– Com licença. – e se retirou.

Um garçom parou do meu lado e perguntou se eu queria champanhe. Agradeci e peguei uma taça para mim e para Johnny.

Dei um gole. Estava divino e muito gelado.

– Johnny, olá!

Virei-me e vi uma mulher com a aparência de uns trinta anos cumprimentar Johnny com dois beijos no rosto. Ela tinha os cabelos pretos preso num coque sofisticado e usava um vestido preto frente única até os pés. Seus olhos estavam lotados de rímel e delineador e seus lábios tinha um batom vermelho.

Ela me parecia familiar...

Ela se virou para mim e arqueou as sobrancelhas.

– Nossa, eu não sabia que a traria aqui hoje. – ela disse. – Olá Mary, é um prazer conhecê-la. Sou Alicia. – ela disse me cumprimentando dando uma bochechada em cada bochecha.

Eu não sabia como minha cara estava eu só sabia que eu estava pasma. Alicia!

Ela me olhava esperando eu dizer alguma coisa.

Pisquei e sorri.

– Oi Alicia, o prazer é todo meu.

Ela sorriu mostrando dentes brancos e alinhados.

– Você tem razão Johnny, ela realmente é linda. Mais bonita pessoalmente do que nas fotos.

Estreitei os olhos. Que falsidade dessa vadia. Eu podia detectar seu olhar de cobra me olhando de cima a baixo e pensando “Ele está namorando com essa daí¿ Me trocou por ela¿. Ela é uma vadia”.

Johnny passou o braço por minha cintura e me puxou para si.

– É linda não é¿

Alicia sorriu forçadamente.

– Sim. Bem, me deem licença, tenho que ir ao toalete.

– Claro. – eu disse sorrindo falsamente.

Ela se retirou sorrindo e meu sorriso se foi. Olhei para Johnny e vi que ele me olhava com a sombra de um sorriso nos lábios.

– Esta é Alicia¿ Ela parece... – fiz cara de nojo.

– Velha¿ - ele perguntou. – Ela mudou muito.

Arqueei as sobrancelhas e não disse mais nada.

– Não faça nenhum escândalo aqui, tudo bem¿

Dei mais um gole no meu champanhe e olhei para ele.

– Desde que ela não te dê outro abraço super íntimo...

Ele tombou a cabeça de lado e me olhou reprimindo um sorriso balançando a cabeça em reprovação.

Um pessoal do trabalho o chamou para falar de negócios e eu disse que ia até a sacada para dar uma olhada na rua. Ele assentiu hesitante, mas não disse nada.

Fui até a sacada e sentei-me numa cadeira preta e sofisticada. Fiquei olhando para as ruas de Los Angeles cheias de carro enquanto o crepúsculo começava a surgir.

Que atrevida! – pensei dando um último gole no meu champanhe.

Um garçom entrou com uma bandeja de champanhe novamente.

– Servida¿ - ele perguntou.

– Ah com certeza! – eu disse colocando minha taça em cima de uma mesinha e peguei mais duas taças de champanhe.

Ele ficou um pouco surpreso com a minha gula de champanhe, mas não disse nada e se retirou.

Aquele champanhe estava realmente muito bom.

– Ah, aí está você!

Virei-me e vi Alicia sorrindo parada em frente à porta da sacada.

– Posso me sentar¿ - ela perguntou apontando para a cadeira vaga de frente para mim.

Dei de ombros e disse:

– Claro.

Ela se sentou sorrindo com aquela cara de biscate.

Dei outro gole grande no meu champanhe gelado e refrescante.

– Nossa, você bebe! – ela disse. – Já pegou duas de uma vez¿

Olhei para ela e estreitei os olhos.

– Sim. Eu gosto de beber.

Ela riu.

– Ah sim. Todos gostam. E então Mary, já ouviu falar muito sobre mim¿

Fuzilei-a com os olhos.

– Algumas coisas.

Ela assentiu. Ela não abandonava aquele sorriso falso nunca.

– Johnny me fez a vilã da história certo¿

– Johnny não precisa te denegrir para mim ou para ninguém, Alicia. – eu disse.

Sua imagem te denigre. – pensei.

– Eu ouvi falar muito de você. Johnny parece estar completamente... – ela pensou um pouco. – Apaixonado.

Estreitei os olhos.

– Nós nos gostamos muito. – eu disse. – Realmente estamos muito bem juntos e nos damos muito bem.

– Vocês brigam muito¿

– Algumas vezes.

– Deixe-me adivinhar... Ciúmes¿

Nossa aquela mulher era um tédio! Para que ela queria saber tanto¿

– Na maioria das vezes sim. Johnny é muito ciumento.

– Ouvi dizer que você é mais.

– Sou ciumenta, também. – eu disse.

Ela riu jogando a cabeça para trás.

– Todos nós somos um pouquinho. – ela olhou para mim e estreitou os olhos. – Posso perguntar-lhe uma coisa¿

Minha cabeça doía.

– Claro. – eu disse sem emoção na voz.

– Te incomoda Johnny trabalhar na mesma empresa que eu¿

– Um pouco. – eu disse com toda a sinceridade.

Ela pareceu satisfeita.

– Sabe, Mary... Você ainda é jovem. Muito jovem para Johnny e sinceramente... Na minha humilde opinião, acho que vocês não irão muito longe.

Arqueei minhas sobrancelhas e dei um sorriso debochado.

– Como é¿ - perguntei.

Ela sorriu e sentou-se ereta na cadeira.

– Bem é que, você é muito nova e Johnny muito mais velho. Em pouco tempo, ele vai querer casar e construir uma família e você... Tem muitos anos para isso, ele não. Vocês acabarão seguindo caminhos diferentes entende¿ Acho que ele deveria estar com alguém da idade dele ou... Alguém mais velho.

Virei à taça de champanhe de uma vez e olhei para ela.

– Ah sim... E a pessoa ideal para ele seria... Você¿ - perguntei.

Ela sorriu.

– Querida, Johnny ainda se sente afetado por mim. Eu sinto isso quando estamos no mesmo ambiente. Definitivamente ele sente algo por mim.

Fechei os olhos e respirei fundo depois os abri e vi que ela me olhava atenta.

– Alicia, deixe-me lhe dizer algo. Johnny não se sente afetado por você e ele é meu agora. Você o traiu na maior cara de pau, você é uma sem vergonha. Então, se pensa que ele voltará para você... – soltei uma risada de deboche. – Está muito enganada!

Ela riu.

– Se você pensa assim... – ela disse e deu de ombros.

– Você é exatamente do jeito que pensei.

– Ah é¿ - ela sorriu.

– Sim. – eu sorri. – Peçonhenta, cobra, falsa e manipuladora. Ah e claro... Vadia. Agora preste atenção querida, Johnny é meu e se eu souber que você tentou alguma gracinha pro lado dele, eu acabo com você. Eu posso ter dezoito anos, mas eu não me comporto como tal. Fiquei longe dele, ou eu acabo com você, entendeu¿ Não é de boas maneiras uma mulher da sua idade se comportar deste jeito. – eu disse e sorri. – Você merecia umas boas bofetadas, mas, eu gosto muito de Alaric e não estragarei o jantar dele. Então... Você realmente tem muita sorte. Tenha uma boa noite. – eu disse e levantei-me pegando a taça de champanhe e me retirando da sacada.

Ela tinha fechado totalmente a cara.

Passei pela cozinha e fui para a sala sentar-me no sofá.

Johnny veio até mim e sentou-se do meu lado.

– O que aconteceu¿ - ele perguntou franzindo a testa.

Olhei para ele.

– Sua ex-noiva foi o que aconteceu. – eu disse.

Sua expressão ficou séria.

– O que...

Respirei fundo.

– Olhe... Eu realmente gostaria de ir embora. – eu disse.

– Mas...

– Não estou me sentindo bem. – eu disse.

Ele hesitou e passou a mão pela testa.

– Meu Deus... Vocês discutiram não foi¿

Não disse nada e dei um último gole no champanhe.

– Mary, não acredito que brigou com Alicia! Não lhe trouxe aqui para isso.

– Está defendendo ela, Johnny¿ Ela veio me atacar! Quer saber¿ Fique aqui, estou indo embora.

– Mary...

Levantei-me e fui em direção de Alaric que estava mexendo em seu Black Berry atentamente.

–Alaric¿ - eu disse.

Ele olhou para mim.

– Mary, tudo bem¿

– Sim eu só não estou me sentindo muito bem. Estou com dor de cabeça e um pouco enjoada, eu... Já estou indo. – eu disse.

– Ah querida, que péssimo! – ele olhou para o sofá. – Você e Johnny brigaram¿

Mordi o lábio.

– Não acredito! O que Johnny fez¿

– Não é nada. – eu disse. – Apenas... Tive um dia muito exaustivo ontem, cansativo...

– Ah sim, fiquei sabendo o que aconteceu. Eu sinto muito Mary, não deve ter sido fácil.

– Sim, não foi. E... Não estou me sentindo muito bem, estou me sentindo cansada então...

Ele assentiu.

– Claro querida, tudo bem! – ele disse. – Johnny vai com você¿

– Não. Ele precisa ficar afinal é um jantar de trabalho não é¿ - perguntei.

Ele assentiu.

– Mas... Você tem certeza¿ Ele pode ir se quiser.

– Não... Não é necessário.

– Não é necessário¿ Então como entrará no apartamento¿ - Johnny disse por trás de mim.

Virei-me e fuzilei-o sem dizer nada.

Respirei fundo e virei-me para Alaric.

– Alaric, foi ótimo revê-lo, mesmo! Mande um abraço para Krystal, Paul e Phoebe, tudo bem¿

– Claro querida! – ele disse. – Johnny ela disse que está enjoada, não está grávida querida¿ - ele perguntou olhando para mim.

Arregalei os olhos.

– Por Deus, não! – eu disse e Alaric riu.

Sorri forçadamente.

– É só o estresse mesmo. – eu disse. – Bem, se cuide. – eu disse e lhe dei um abraço.

– É claro. – ele disse. – Você também querida. E, tome cuidado em Nova York.

– Pode deixar. – virei-me para Johnny de cara feia. – Te espero no carro. – eu disse e saí andando em direção ao elevador.

Apertei o botão e ele logo se abriu. Apertei novamente o botão, desta vez o botão da garagem.

A última coisa que vi antes das portas se fecharem foi Johnny passando a mão pelo cabelo e seu pai lhe dizendo algo.


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