Teen Wolf - Stories escrita por Contos em Séries


Capítulo 2
Capítulo 1 - Déjà Vu Pt. 2


Notas iniciais do capítulo

Esse é o Shot final de Scott. Espero que gostem!



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Não sei o que está acontecendo. Será que estou ficando louco? De jeito nenhum, impossível. Essas dúvidas não podem transparecer, se continuar pensando certamente perderei o controle de novo. Então, concordei com ambos, Stiles e Allison, deixando-os acreditar que não estava bem pela proximidade da Lua Cheia. E para não deixar sombras de dúvidas, confirmei:

"Mesmo depois de tanto tempo essas coisas de alfa ainda continuam um saco, vou ficar bem. Acreditem".

Eles não engoliram de primeira, porém optaram por ficarem em silêncio. Stiles me conhece muito bem, ele já deve estar sacando a verdade. Allison se aproximou, colocando sua mão sobre minha cintura, intercalou o espaço de nossos corpos, e me beijou. Não a beijava a tanto tempo que até fiquei sem jeito. Seus olhos brilharam quando se afastou, ajeitando uma mexa do cabelo atrás da orelha, viajei. Ela era linda. Na verdade, sempre continuará sendo linda independente do que houver. E por muito pouco não perdi o controle. Lembrei-me da primeira vez que a vi. Quando atendera o telefonema de sua mãe pela terceira vez; quem diria que aquela garota tornaria minha namorada? Stiles fez a careta de Estou-Sobrando e rimos. Concordamos em ir para sala de aula, a professora de filosofia não gostava de ser interrompida.

Agora, Stiles estava discutindo com Lydia algo que nunca vou entender. E pelo jeito essa discussão vai durar muito. Allison sentou-se na minha frente e sossegou quando entrelaçou seus dedos no meu. Esse era o sinal que tudo ficaria bem. Sua mão afastava de mim qualquer preocupação, silenciava as piores tempestades. Mas por que não consigo entender? Ela não deveria estar aqui. Não assistindo a aula de Filosofia com seu namorado. É como se eu estivesse...

Sonhando? Indagou a professora.

E de imediato soltei a mão de Allison. Mais uma vez fui pego fora do ar. Ela estava falando comigo.

— O quê?

— Você está sonhando acordado na minha aula, senhor McCall? Sua voz era firme, com certeza ficarei na detenção.

— Não senhora – e balancei a cabeça em discordância. Olhei para o quadro e vi o tema da aula escrito no lado direito, tive uma péssima ideia: — Estou pensando como Platão conseguiu descobrir o Mundo das Ideias.

Todos pararam e olharam para mim.

— Na verdade, Scott, ele não “descobriu” o mundo das ideias, ele recordou. – Lydia sorriu para mim. Tentara me salvar. — Existem diferenças em descobrir e lembrar.

— Correto, senhorita Martin. Platão dizia que o mundo em vivemos não é verdadeiro, é apenas uma ilustração do mundo real, do mundo intangível. E os meios que usamos para percebermos o são errôneos. Alguém poderia responder, com fundamentos nessa linha de pensamento, o que veio primeiro: O ovo ou a galinha?

Stiles levantou a mão quase que de imediato, e a professora assentiu com a cabeça.

— Nenhum dos dois.

— E? – indagou a professora. Ele sorriu.

— Para supormos o que veio primeiro, nesse caso o ovo ou a galinha, é necessário a ideia primordial dos mesmos. Ou seja, a “ideia da galinha” e a “ideia do ovo”.

A professora ficou perplexa com a resposta. Ele tinha acertado.

— Parabéns, Stilinski. Pela primeira vez você usou toda sua, como posso dizer, imperatividade para algo viável.

Stiles piscou para mim como se dissesse: “Se você parasse de surtar teria tempo para estudar.” E só depois entendeu o que a professora disse. Ele tentou retribuir, mas não teve a palavra.

As aulas seguintes foram tediosas. Discussões sobre Política, História, Matemática e até mesmo o treino de Lacrosse não me emplacou. Fisicamente eu estava perfeito. Nada tinha me acontecido. Todavia, sabia, levava aquela certeza que não pertencia a essa época, a esse lugar. Não que eu devesse sair de Beacon igual a um louco procurando meu rumo. Nada disso. É mais como se devesse despertar. Como se peças de um quebra-cabeça faltassem. ISSO! Definitivamente, eu não pertencia a esse jogo.

— Que diabos está acontecendo, cara? – Stiles perguntou.

— É que... — tentando respirar, continuei —, estou pensando que nenhum de vocês existem – olhei para Allison desejando não ter dito o que acabara de dizer.

— Vamos com calma, Scott. Respire fundo, bem fundo, e me responda: do que realmente está falando? — Lydia indagou.

Na verdade, todos, inclusive eu, estava com a mesma dúvida: O que está acontecendo?

Sentando na mesa, tentei parecer o mais tranquilo possível. Afastei o lanche, limpei a garganta e continuei:

— Onde está Kira? Cadê Liam e Malia?

Por um segundo, as imagens deles surgiram a minha frente e desapareceram. Era como se apenas eu os enxergassem. Olhei de relance para minha mão e seis dedos. O quê? Não, eram cincos dedos.

— Malia? — Stiles pareceu interessado.

— Liam? Não me diga que é outro alpha, estou cheio deles! — Lydia Exclamou.

E por último, Allison questionou:

— Quem é Kira?

Merda. Quando penso que tudo vai ficar bem, isso acontece.

— Malia é filha de Peter, uma coiote. — Stiles levantou-se da cadeira, seus olhos gritavam um gigantesco "O QUÊ?", mas o interrompi: — Paciência, vou entrar em detalhes. — Prossegui —, Liam, bem, meio que por um sequestro tornou-se nosso amigo. Kira também é nossa amiga, Allison. E você não está mais conosco.

Pela primeira vez nessa manhã todos nós ficamos em silêncio. Ninguém tinha coragem para dizer nada. Era demais. Talvez eu devesse voltar atrás nas minhas palavras, dizer que era uma brincadeira de mal gosto. Não. Não posso continuar fingindo que estamos todos bem. Juntei as minhas forças, e continuei. Contei-lhes o que havia acontecido há alguns meses. Allison não esboçou nenhuma reação, mas agiu normal para quem havia morrido. Lydia tentou reconforta-la, e isso funcionou. Mas ela não sabia como tinha morrido. Guardei essa parte para mim. Stiles começou a perguntar, quase chorando, pelos detalhes. Explique como tinha conseguido o meu primeiro Beta. Ele ficou tão surpreso quanto qualquer um ao saber de Kira, uma Kitsune. E mais uma vez, omitir partes. Ele não precisa saber que quase matou metade de Beacon Hills quando foi possuído pelo Nogitsune. Provavelmente ele teria um ataque de pânico e cairia duro no chão.

— Chris? Meu pai está bem? Ele continua em Beacon? — Allison estava preocupada.

— Sim, ele está bem. — Menti. Não precisa de tantos detalhes assim, pensei, você não se machucará. — Stiles, você tem algum plano de como me tirar daqui?

— Não acredito que vamos ter que confiar nos planos de Stiles – Lydia riu.

— Algum problema, Miss Banshee? – Retrucou.

— Ah, nenhum. Com exceção que A) seus planos nunca funcionam, B) sua lata-velha - vulgo Jipe - sempre quebra e c) alguém pode sair machucado. Se quiser posso continuar em ordem alfabética, querido.

— Chega! Vocês podem discutir outra hora? – Uma voz gritou atrás de nós.

Esse sotaque. Virei-me de supetão e vi aquele familiar rosto.

— Só faltava essa. Seja bem-vindo, Freezerman – Stiles balbuciou.

Levantei-me e fui em sua direção com os braços abertos. Ele me abraçou e perguntou como eu havia me metido nessa.

— Pensei que você tivesse deixado a cidade. – Questionei.

— Por que eu deixaria a cidade?

E só então me dei conta do porquê.

— E-esquece. Não importa.

— Tive uma ideia! — Gritou, Stiles. — Mas vamos precisar sair do colégio.

— Que Deus nos ajude. — Lydia balbuciou. — Espero que não envolva seu taco de beisebol.

— Da maneira que Scott contou a história — entreolhando Lydia, Stiles continua —, acredito que esteja em um sonho lúcido.

— Na nossa língua, por favor – Isaac afirmou.

— É um sonho como qualquer outro, porém você tem controle sobre o mesmo. O que me fez pensar: por que Scott não tentou fazer isso ainda?

Lydia é uma gênia.

— Então eu posso acordar a qualquer hora bastando querer? – Indaguei.

— Sim – Stiles e Lydia responderam ao mesmo tempo.

Ambos entreolharam-se.

— Scott – interrompeu Allison. — Você precisa ir agora. Nesse exato momento.

Sentir um frio na barriga. Ela está me rejeitando?

— Você não quer...

— Ela tem razão, Scott. – Emendou Stiles. — Digamos que os nossos verdadeiros eus precisem de você? Nós somos apenas uma representação da ideia que você tem de nós. Nada mais, nada menos.

A professora tinha razão.

— Hey, eu não estou entendendo nada...

— Cala boca, Isaac. Ninguém mandou você chegar atrasado. – Cuspiu Stiles.

— Mas não quero deixar vocês.

Allison segurou minha mão e disse:

— Você nunca nos deixou e não será agora que deixará. Não me importo como a minha história acabou, mas sei que foi dizendo te amo.

— Eu te amo, Allison.

— Nós também amamos ela, Scott! Agora está na hora de você voltar para casa. – Rindo, Stiles afirmou.

E em poucos minutos, já tínhamos fugido do colégio. Stiles não quis que Isaac fosse no jipe com Lydia, mas não havia opção. Espero que não se matem. Allison veio comigo na moto. Não dissemos nada o caminho todo, sabíamos que se falássemos seja lá o que fosse não pararíamos de chorar.

Após alguns quilômetros, Stiles parou o jipe e para minha surpresa, estávamos no penhasco.

— Você não vai me jogar do penhasco abaixo, não é? – Descendo da moto, perguntei.

— Essa ideia passou pela minha cabeça, porém não. Pelo menos não até agora. – Ele riu.

— E o que fazemos agora? Esperemos Scott acordar?

— Não é tão simples assim, Isaac. Mas antes – disse Stiles —, eu te amo, bró! – E me abraçou.

Nunca sequer imaginei que um dia me despediria dele. E não quero ter que fazer isso novamente. Ele se afastou limpando algumas lágrimas na manga da camisa. Isso estava machucando a todos. Lydia apertou meus dedos e sorriu. Sabia que não era um adeus, mas um até logo. Isaac bateu no meu ombro e com poucas palavras disse:

— A gente se vê por lá.

“A gente se vê” pensei. “Espero.”

Allison foi a última a se despedir. Por mais que dissesse que não choraria, meus olhos não paravam de lacrimejar. Ela me abraçou e eu não quis soltar. Beijei sua boca enquanto lembrava de todos os nossos momentos; das noites que entrava no seu quarto escondido, das brigas, das nossas promessas, até mesmo do Chris proibindo nossos encontros. Viveria esse sonho pelo resto da minha vida.

— Perdoem-me a intromissão, mas está na hora – Lydia tossiu.

Parei de beijar Allison, mas não soltei seus dedos. Tudo vai ficar bem.

— Scott – começou Stiles —, lembre-se que você está sonhando e pense na última coisa que recorda antes de dormir. Pode ser qualquer coisa. Uma pessoa, uma casa, uma cama, qualquer coisa.

Fechei meus olhos e não lembrei de nada.

— Acho que não estou conseguindo.

— Você acha? Nós temos certeza. – Isaac riu.

— Por Deus... Você precisa se concentrar. Ainda consegue lembrar como farejar? Tente usar isso nas suas memórias – Stiles pediu.

E novamente estava com meus olhos fechados. Procurei por algo que me fizesse lembrar, algo que fosse importante e, então, recordei.

— UMA LISTA – gritei! — Isso, uma lista de alvos!

— Para de falar e foca nela! – Retrucou Stiles.

Permaneci de olhos fechados por um tempo. Imaginei a lista de alvos. Quem estaria nela? Quais seriam seus valores? Senti ficando mais leve, Allison começou a suavizar seus dedos nos meus. Ela soltou minha mão? Abrir meus olhos e percebi que ela não tinha soltando os dedos. Eu estava sumindo aos poucos.

— O que está acontecendo comigo?! – Surtei.

— Não se preocupe, Scott. – Disse Allison. — Nós vamos ficar bem. Agora vai. Nossos amigos precisam de você. Kira precisa de você.

Como assim? Não. Ela sabia?

— Está tudo bem. – Respondeu-a sorrindo — Sempre vamos estar juntos.

Aos poucos, a tarde foi ficando distorcida. O pôr-do-sol não era o mesmo, não conseguia sentir meu corpo. Todos estavam sorrindo.

— Stiles – rezando para conseguir terminar de falar, completei: — Você não é mais virgem e dorme de conchinha com Malia!

E, boom, estava eu levantando-me da cama num solavanco. Coloquei a mão na cabeça, acho que Stiles estava gritando comigo, não sei.

A porta do meu quarto abriu bruscamente, e senti um cheiro forte, era de sangue.

— Scott, você precisa levantar agora. — Disse uma voz no escuro. — Acho que matei alguém.

Forcei a visão e só então consegui enxergar quem era. Liam! Sua camisa estava rasgada, seus braços tinham arranhões, estava todo coberto de sangue.

— Você o quê?! – Gritei.

Ele tinha dito que matou alguém?

— Shhhhh! Fala baixo, assim você vai acordar toda a vizinha! Sabe o que é entrar na sua casa e dar de cara com seu pai dormindo na sala? Vamos! Não temos tempo.

Procurei pelo celular na cama, mas o encontrei em cima do criado-mudo. Eram 4:44 da manhã. O porta-retratos estava virado para baixo, e senti um arrepio dividi meu corpo ao meio. Perguntei-me em silêncio quem tinha mexido nele e o coloquei em pé. Olhei para foto, era como um déjà-vu; Allison, Lydia, Stiles, Isaac e eu parados ao lado do jipe, sorrindo.

— Nós não temos tempo, Scott! – Lembrou-me Liam. — Depois você olha fica com seu porta-retratos, vamos!


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Notas finais do capítulo

Bom, pessoal, esses foram os primeiros capítulos dessa série de One-Shots. Tentarei sempre, ao final de uma, iniciar outra, como fiz nesse. Espero que tenham gostado. Ah, e com um pouco de spoiler: Vocês vão lembrar um pouco da primeira temporada.



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