I Belong To You - Jakeness escrita por Lynna


Capítulo 17
Déjà vu


Notas iniciais do capítulo

Capítulo Especial.
POVs de Samantha e Jacob.



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XVII

Déjà vu




Samantha’s point of view (POV)



Nessie corria. Parecia fugir e, ao mesmo tempo, perseguir algo – não sei ao certo, sua mente pregava-me pregas. Suspirando pesadamente – quase chorando – ela adentrou de repente uma clareira. É quando finalmente posso ver o motivo de sua pequena maratona: ele era grande, com grossos pêlos marrons-avermelhados, e no momento estava caído ao chão, olhando-a com seus grandes olhos negros - aparentando estar alucinado por uma dor insuportável.



Jake! Nessie gritou. Quis correr, mas no momento em que ia dar o primeiro passo em sua direção, é segurada por mãos de pedra. Teve que olhar para trás para perceber que se tratava de um Volturi. Jane.. Sua voz perdeu-se em um sussurro.



O que acontecera a seguir me fez fechar os olhos com força, amaldiçoando-me internamente por possuir o poder de ler pensamentos alheios: mamãe se contorceu de dor caindo ao chão. Suas mãos em suas têmporas e seu corpo frágil contraindo-se intensamente mostravam o quanto estava sofrendo. Papai tentou ajudá-la, mas logo foi atingido pelo mesmo poder que dominara Nessie. Ah, Jane, sua torturadora de mentes de uma figa.



Segui correndo para o quarto dos aparelhos onde Nessie havia sido deixada há 30 minutos. Entrei em desespero ao ver que mamãe se contorcia na cama, devido ao pesadelo que estava tendo. Seu rosto contraído em uma careta de dor e sua boca murmurando coisas desconexas. Corri às pressas para acordá-la, porém, antes que eu o faça, vejo algo incrível acontecer.



Uma criança, uma menina linda vestida com um manto branco aparece em minha mente, sorrindo e fazendo soar maravilhosamente sua gargalhada de criança. Ela se aproxima de Nessie e a olha, murmurando:


Não tenha medo, mamãe.



Franzi o cenho para aquele pesadelo. Mas que diabos tinha acabado de acontecer? Antes que eu pudesse acordar Nessie, vejo-a levantar de supetão. Seus olhos arregalados, seu rosto brilhando com o suor e sua boca entreaberta, tentando conter a respiração ofegante. Graças a Deus ela acordou.



“Mamãe? A senhora está bem?” Perguntei sentando-me ao seu lado, enquanto segurava suas mãos com firmeza.



“E-eu... acho que sim...” Ela rodeou seu olhar pelo quarto, e quando notou que estava em segurança na maca do meu bisavô, soltou o ar, aliviada, e permitiu um sorriso tímido. “Tive um pesadelo horrível, minha filha.”



“Eu sei mamãe, eu vi tudo.” Sorri desanimada. Sentia todas as dúvidas em seu pensamento, toda confusão. “Não se preocupe, foi só um sonho ruim.” Disse. Apesar de eu mesma duvidar muito disso.



“Eu sei querida.” Ela sorriu e me abraçou ternamente. Foi então que, quase de repente, Nessie me solta. Seus olhos emanavam novamente o desespero que sentia um pouco antes de adormecer. “Jacob... Eu preciso ajudá-lo!”



Nessie levantou rapidamente, soltou o fino tubo do soro – agora completamente seco – que estivera preso ao seu pulso e, sem se importar com a pequena ferida que abrira imediatamente em sua pele, correu em direção a porta. Oh. Droga. Bela hora de meus tios nos deixarem sozinhas em casa!



“Mamãe, por favor, não vá até lá!” Eu gritava, enquanto corria atrás dela. Ela era incrivelmente rápida quando estava determinada a fazer algo. Antes que alcançasse o primeiro andar, consegui ultrapassá-la e parar à sua frente, segurando seus ombros.



Mamãe por favor! Jullian está lá. Papai não está sozinho! Meu avô já está resolvendo tudo quando a isso, os Cullens vão até lá, só estão esperando o momento certo. Por favor, mamãe, pense na sua saúde, pense na menininha dentro de você. Pense em nós! Usei meu poder para tentar acalmá-la. Uma onda de alívio me invade quando ouço sua mente.



É... uma menina? Ela pensa com os olhos marejados, suas mãos subindo ao seu ventre levemente elevado.



Bem, na opinião de dois leitores de mentes profissionais – mandei-lhe uma imagem do vô Edward, ela sorriu. – é uma menina, e será linda.


Nesse momento vejo-a desabar, deixando suas lágrimas caírem livremente – precisei engolir o nó que se formara em minha garganta. Ver minha mãe chorar me angustiava completamente, era a pior sensação de todas. Abracei-a ternamente e deixei que molhasse minha camisa de botões. Sussurrei um ‘vamos deitar em uma cama’, e ela logo aceitou.



Levei-a de volta para o quarto e a deitei suavemente na maca branca. Acariciei suas mãos até que parasse de chorar e, finalmente, adormecesse.



Nesse instante, escuto a porta abrir no andar de baixo. Finalmente. Penso com alegria quando percebo que meus avôs e tios haviam voltado de sua pequena reunião com a alcatéia – resolveram conversar estratégias rapidamente, para não chegarem no local sem cartas eficientes na manga.



Beijei a testa de Nessie antes de sair do quarto lentamente, fechando a porta com cuidado atrás de mim. Desci as escadas, esforçando-me para ouvir os pensamentos de Jullian – tenho tentado isso desde que Nessie adormecera, porém, ele os bloqueava de mim. Senti de repente uma tristeza enorme. Como Jullian pode dizer que me manteria em contato se não me deixa ver o que acontece? Céus! Estou enlouquecendo! O nó na minha garganta aumentava a cada novo passo que eu dava na grande escada de mármore.



Ao chegar no fim dela, levantei finalmente a cabeça, esperando encontrar um abraço reconfortante dos meus familiares, entretanto, encontrei algo totalmente inesperado - meu corpo deu um passo pra trás automaticamente com o leve susto que tomei. Por estar alheia em meus pensamentos, não percebi as outras mentes e cheiros presentes na sala de estar da vô Esme. Estavam TODOS lá. Os Cullens, a alcatéia, meu Seth...



Mas o que diabos eles faziam ali?! Não deviam estar atrás do papai e de Jullian?



“Resolvemos aguardar por notícias suas, Sammy.” Edward respondeu meu pensamento. Seus olhos estavam calmos, embora seu maxilar cerrado demonstrasse exatamente o contrário. Com toda sua elegância encaminhou-se até Bella e a abraçou. “Só você pode nos dizer o que está acontecendo e qual o momento adequado para intervir.”



Suspirei pesadamente. Olhei em seus olhos e em todos os olhares suplicantes ao meu redor. Suspirei novamente. Era uma grande responsabilidade e eu estava tensa. Não podia ouvir Jullien. Embora eu saiba que ele estava vivo e são, não posso deixar de sentir agonia por não conseguir ler seus pensamentos. Meu irmão e eu somos um só. Fico extremamente perdida sem ele, não consigo me concentrar se não escuto sua mente possessiva e brincalhona.



Percebi que não respirava quando Seth apareceu ao meu lado, pegando minha mão e enterrando-a em seus dedos quentes. Seu olhar era doce, mas ao mesmo tempo preocupado, estava tão adorável que tudo o que eu queria era me aninhar em seu abraço e morar ali eternamente. Soltei o ar quando percebi que a preocupação começava a sobressair em seu olhar. Apertei sua mão em resposta, sentindo meu rosto corar completamente, e ele pareceu relaxar.



“Tudo bem.” Sussurrei e fechei os olhos, sentindo meu poder ser estendido lentamente até o ponto que eu desejava – eles estavam tão longe! Entretanto, ao fazê-lo, percebo uma mente incomum, porém extremamente conhecida, que não deveria estar na área em que eu estava investigando.



Comecei a arfar no instante que percebi de quem se tratava. Parei instantaneamente o que eu fazia.



Arregalei os olhos para Seth, que voltou seu olhar preocupado para mim. Não disse nada, apenas fitei Edward desesperada. Ele sabia exatamente o que eu tinha visto. Com os mesmos olhos arregalados, vejo-o correr com sua velocidade vampiresca até o andar de cima, voltando em menos de um minuto estreando uma feição de assombro - tornando-o mais pálido do que ele já é.



Coloquei minhas mãos em meus cabelos instintivamente, e senti meus olhos marejarem. Oh não. Mamãe...



“Edward..” Vó Bella o fitou interrogativa, seguida de todos os lobos e vampiros que existiam no local. Ele evitou o olhar de todos ao dizer:



“Nessie fugiu.”



XxXxXxX



Jacob’s point of view (POV)



Não tenho palavras para expressar a mescla de ódio e desespero que senti ao ver aquele vampiro maldito correr em direção a Jullien. Ele corria normalmente – sem precisar de sua velocidade vampiresca – o que era estranho. Parecia que queria ser impedido, que me dava tempo para salvar meu filho. Ah, seu desgraçado, que tipos de jogos você está querendo jogar?



Não pensei mais, apenas fiz o que ele esperava. Corri em direção ao meu garoto e entrei em sua frente no momento exato em que Demetri chegava para atacá-lo. Senti seu corpo de pedra trombar com o meu, fazendo-me voar para trás e cair estirado ao chão. Rosnei furioso ao me colocar em pé novamente.



Pai? Tudo bem? A voz de Jullien soou em minha mente, apenas olhei para meu garoto e assenti, tornando a olhar o sanguessuga italiano, que nos fitava com um sorriso vitorioso estampado em sua cara pálida.



“Olha só, o cachorro protegendo seu filhote. Que adorável!” disse sarcástico, antes de recuar, com os braços enlaçados atrás do corpo. “Que pena que não posso ouvir vocês, crianças. É uma verdadeira pena. Qual a graça em falar sozinho, quando sei que há um Jacob Black tão sarcástico atrás desse vira-lata fedorento?”



Esse cara está brincando comigo, não é? Agora deseja ouvir minha voz? Eu entendo que não tenha capacidade de conquistar nenhuma mulher – por ser um maldito sem coração – literalmente – mas isso já é demais! Meu desejo de matar esse maldito era tão intenso que precisei recuar um passo. Não posso atacar assim, não quando está tão perto de meu filho.



Ele está apaixonadinho, pai. Jullian soou divertido em minha mente, seu lobo soltou uma gargalhada, que parecia mais um rosnado entrecortado. Talvez devemos matá-lo para acabar com seu sofrimento.



Concordo plenamente, garoto. Sorri malicioso em minha mente, observando o olhar interrogativo no rosto estupidamente perfeito daquele sanguessuga. Você não faz nada, por enquanto, entendido? – falei utilizando meu tom alfa, Jullian assentiu. – Vou deixar ele fazer o primeiro movimento. Quando o fizer, você vai para a retaguarda e não ataque. Faça apenas quando eu mandar, entendido?



Entendido.



Sorri mentalmente para o meu garoto. Adorava aquele jeito compreensivo dele – com certeza puxara isso de sua mãe – mesclado com a teimosia característica dos Black. Eu não sei o que faria se algo acontecesse com o meu garoto, ou com minha menina e minha mulher. Eu me perderia, minha vida acabaria e nada mais faria sentido. É exatamente por esse motivo que estou aqui. Vou cumprir o meu dever como homem. Feri Demetri em um momento de fraqueza e vou arcar com as consequências de meus atos.



“Hum. Então essa luta será silenciosa?” Perguntou o maldito, cruzando os braços contra seu corpo. Se ele soubesse o quanto conversamos mentalmente. “Tudo bem, acho que posso fazer isso. Gostaria muito de ouvir seu grito de dor quando arrancar o seu coração, mas não me importo em ouvir um uivo ao invés disso.”



Observei o maldito correr em minha direção, desta vez utilizando sua velocidade vampiresca. Olhei para Jullien a tempo de vê-lo se afastar, obedecendo às minhas ordens. Bom garoto. Quando olhei pra frente, Demetri estava a dois passos de chegar até mim. Sorri malicioso antes de pular em sua direção.



Finalmente eu teria minha vingança completa.



Demetri usou seu braço de pedra para me afastar dele, batendo-o em riste em minha cabeça. Perdi o equilíbrio no mesmo instante e fui ao chão. Rosnei furioso ao me levantar. Seus golpes machucavam, mas não tanto, meu desejo sanguinário de vingança era maior do que qualquer sentimento no momento.



Pulei em sua direção, fazendo-o ir ao chão. Rosnei furiosamente antes de agarrar seu antebraço com os dentes e arrancá-lo, jogando-o em alguma parte da floresta. Demetri gritou de dor e rodou sua outra mão de pedra, acertando-me certeiro e jogando-me contra uma pedra. Não consegui conter um uivo quando senti um galho solto extremamente fino e pontiagudo furar meu pelo.



“Seu maldito!” Demetri gritava, sua mão parada no buraco em que seu braço deveria estar. Caminhou até mim e arrancou em um só movimento o galho que me atravessava a barriga. “Você arrancou meu coração, arrancou meu braço! E agora, eu vou arrancar sua cabeça!”



Caminhou lentamente até mim. Apesar da dor aguda em meu corpo, eu conseguiria levantar se tentasse, mas não o fiz. Esperava o momento certo para atacar. Jullian gritava em meus pensamentos, chamando-me, implorando para atacar. Mas eu o ignorava. Ele não ia lutar. Eu nunca deixaria ele lutar contra essa sanguessuga maldito.



Senti seu odor ficar mais intenso quando se aproximava de mim. Ah seu maldito, eu vou arrancar seu outro braço! Vou acabar com você no momento em que tocar em mim, patife! Eu o odiava tanto! Comecei a rosnar automaticamente quando o senti a menos de 30 centímetros de meu pelo.



“Adeus, Jacob Black. Não vai doer nada, eu prometo.” Ele sorriu malicioso e abaixou-se em minha direção.



Foi então, que senti aquele cheiro tão conhecido, e automaticamente comecei a arfar. Olhei por cima dos ombros do vampiro loiro a minha frente, e pude vê-la. Estava tão adorável que doía. Estava tão errada. Meu desespero sobressaiu no momento.



Não, Nessie! De novo não!



Demetri percebeu minha exaltação, e virou seu corpo, observando minha pequena. Ela estava parada ao lado de uma árvore, seu peito subia e descia enquanto ela tentava recuperar o fôlego. Seu rosto trazia um olhar furioso, mortal; e então, ela começou a caminhar em direção a Demetri. Oh não, Nessie! Eu quis gritar, mas ela não me ouviria.



“Afaste-se de Jacob, AGORA.” Nessie tremia e respirava fundo. Se ela não fosse uma vampira, poderia jurar que estava prestes a se transformar em lobo.



“Ora, ora, ora... Olhe quem os ventos trouxeram... Renessia.” Ele sorriu maliciosamente ao caminhar para ela. Forcei meu corpo para frente, tentando levantar. A ferida em minha barriga ardia, e eu podia ver a poça de sangue abaixo de mim. Droga! Mil vezes droga!


Julllian, fale com sua mãe! Agora!



Estou tentando, pai! Ela não me ouve! Esta totalmente perdida em seu desejo de vingança. Está furiosa! Jullian começara a se desesperar.



“É Renesmee.” Ela sibilou entre dentes. Seu olhar era adorável, eu queria pular a sua frente, lhe protegendo, mas a maldita ferida não deixava. Senti-me de repente, em um desespero interno. “Vá embora! Nos deixe em paz!”



“Ah, me perdoe querida Renesmee.” Ele fez uma suave reverência, sorrindo maliciosamente para minha pequena. “Isso não será possível. Estava pretendendo ferir o sr. Black, mas acabo de ter uma nova ideia.”



Virou-se lentamente para me olhar. Eu conhecia esse olhar. E de repente soube exatamente o que estava pensando. Oh não. Preciso impedir! Levante-se Jacob! Agora! Eu dizia a mim mesmo, tentando ao máximo me por de pé. Minhas patas traseiras fizeram força para as dianteiras, meu corpo tremia inteiro, a dor me dominava por completo. Jullian se aproximou de mim e colocou sua cabeça abaixo de meu corpo, ajudando-me a ficar em pé.



Ele me pedia para lutar, mas eu não o deixava. Nunca o deixaria. Demetri sorriu.



“Acredito que o melhor modo de fazê-lo sofrer, Jacob Black, é tirando de você o que mais deseja.” Vejo seus olhos vermelhos brilharem e seu corpo virar-se em câmera lenta até encontrar a minha pequena.



E então, tudo aconteceu muito rápido.



O vampiro italiano correu em direção à Nessie, fazendo-a arregalar os pequenos olhos chocolate. Rosnei furiosamente e empurrei Jullian com o corpo, permanecendo em pé com uma força surpreendente que de repente me invadiu. Ele iria matar minha mulher, isso eu não podia permitir! Isso eu não permitiria! De novo, não!



Corri em sua direção, vendo-o empurrar Nessie para uma grande Paineira, uma árvore larga, com espinhos pontudos rodeando seu belo tronco. Antes que pudesse pensar, jogo-me em Nessie, abraçando-a com as patas a tempo, amortecendo sua queda e batendo as costas na grande árvore. Senti todos aqueles espinhos adentrarem minha pele furiosamente.



Minha visão ficou turva no mesmo instante, senti meus pêlos desaparecerem e meu tamanho diminuir, estava em minha forma humana novamente. A última coisa que consegui fazer foi abraçar Nessie e aspirar o cheiro maravilhoso de seus cabelos. Se eu morresse agora, morreria feliz com minha pequena em meus braços. A ideia me fez sorrir, e então, perdi os sentidos.



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Notas finais do capítulo

N/A: Ok. Eu sei exatamente o que estão pensando: "Eu não acredito que você postou! Eu jurava que tinha nos abandonado!"
Essa é a prova de que eu NUNCA abandonaria vocês minhas leitoras!
Fico feliz em dizer que todo aquele meu estudo deu certo, e eu passei na usp! =D
E agora estou de volta, porque estava morreendo de saudades de vocês!
Está ai, um big capítulo de desculpas! Amo vocês. Próximo capítulo ainda essa semana! Love you!