I Belong To You - Jakeness escrita por Lynna


Capítulo 18
Um fim e um recomeço


Notas iniciais do capítulo

Capítulo especial.
POVs Jullian e Nessie.



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XVIII

Um fim e um recomeço





Jullian’s point of view (POV)




“NÃO!” Nessie gritou ao ver Jacob caído ao chão, desmaiado. Desabou a chorar, desesperada. No mesmo instante segurou seu rosto entre as mãos, acarinhando seus cabelos desarrumados. “Jacob, acorda meu amor! Por favor, fica comigo! Por favor... não me deixa! Por favor!”




Precisei piscar para tentar entender o que havia acontecido. Em menos de um minuto toda a situação estava invertida, e de repente não era mais Nessie a grande preocupação, e sim Jacob estirado ao chão, ferido e desmaiado. Soltei um uivo de dor antes de fitar o maldito do Demetri. Ele apenas observava minha mãe gritar com um sorriso vitorioso nos lábios.




E então, a vontade de matar o desgraçado com minhas próprias mãos ficou mais intensa. Ninguém tentava ferir meus pais! Ninguém! Caminhei minuciosamente em sua direção, rosnando furioso no processo. Ao perceber meu movimento, o sorriso de Demetri se apagou, dando lugar a uma feição de desafio.




“Vai me atacar, filhote de vira-lata?” Cuspiu as palavras, como se a ideia fosse impossível de acontecer. Ele abriu os braços em forma de rendição. “Tudo bem, eu me rendo. Ataque-me. Acerte uma pata em mim que eu acabo com o que resta da sua família!”




Ah maldito! Rosnei ainda mais, meus dentes batendo um nos outros, não tenho noção da feição que meu lobo fazia no momento. Não sabe o quanto está enganado, sanguessuga desgraçado! Eu não vou te tocar. Sentiria náuseas de colocar alguma parte desse assassino na boca. Eu tenho um jeito bem melhor de o atacar. Bem melhor, mesmo!




Sammy? Chamei minha irmã, ela respondeu de prontidão.




Jullian, estamos a caminho! Ela pensou apressada. Mas isso não tinha importância no momento. A alcatéia, os Cullens, todos.




Não me importa. Preciso de algo que só você pode me ajudar. Sorri mentalmente ao lembrar de nossas travessuras infantis. Ela compreendeu no mesmo instante.




Estou a caminho.




Não precisei esperar nenhum minuto a mais, pois logo avistei minha irmã caminhar graciosamente até mim, parar ao meu lado e tornar seu olhar para o sanguessuga italiano. Ela sorria maliciosamente.




“O quê está acontecendo? Os filhotinhos resolveram ajudar agora?” Demetri soltou uma gargalhada maléfica. “Seu pai já está morto, não há nada que podem fazer por ele.”




“Acredite em mim, Demetri.” Samantha disse pacientemente, seu olhar estava intenso, cheio de fúria. “Há sim algo que podemos fazer por ele. Assista.




Senti sua pequena mão tocar meu pêlo e a vi fechar os olhos. Sorri maliciosamente em minha mente antes de fechar os meus próprios. Estendi meu poder no mesmo momento em que Samantha estendia o dela. Em nossa mente, os poderes de juntaram, formando uma densa massa que direcionamos rapidamente à mente de Demetri. Não precisamos abrir os olhos para perceber que ele acabara de ser atingido; seus gritos intensos ecoavam pela floresta quando intensificamos nossos poderes. Ele estava sendo torturado. E o som de seus gritos eram como sinfonias em meus ouvidos.




Abri os olhos no exato momento em que os Cullen apareceram, seguidos dos lobos – claro que eu sabia que eles estavam transformados, mas não me importava com seus pensamentos ou com suas tentativas inúteis de chamar minha atenção. Nenhum deles poderia me obrigar a comunicar-me com eles – Sam talvez, mas não o fez. O Alpha estava caído ao chão, no momento, e tudo o que importava era vingá-lo. Era terminar o que ele havia começado.




E então, os lobos pularam em Demetri – que estava vulnerável com a tortura em sua mente – e arrancaram com os dentes seus membros. Sorri ao ver que Sam arrancara a última parte que restava, e que esta rolou pela floresta demonstrando uma feição de assombro e dor. Estava feito. Ele estava morto.




“Vovô! Por favor!” Nessie chamou Carlisle, que em menos de um segundo estava ao seu lado. “Jacob não acorda! Por favor, faz ele acordar! Não o deixe morrer! Por favor!”




“Edward, Emmett, Jasper, me ajudem a levá-lo.” Carlisle ordenou, antes de virar para mamãe com um sorriso breve. “Não se preocupe Nessie, farei o possível para ajudá-lo.”




No momento que ouvi essa frase, tudo pareceu fazer sentido. Observei meu pai estirado ao chão, e uma dor imensa surgiu em meu peito. Meu pai, meu pai estava ferido. Conseguia ouvir seu coração bater fracamente, não estava morto. Mas seu estado desesperou-me por completo. Pai...




Samantha correu até eles e desabou no chão, abraçando Nessie. Ambas choravam desesperadamente. Eu não conseguia me mover, estava estático, em choque. Observei então um grande lobo cinza dar passos curtos em minha direção – com certeza estava lendo todos meus pensamentos confusos e desesperados. Seus grandes orbes castanhos maravilhosos fitarem os meus, e foi quando toda a força que eu possuía se perdeu, e eu só consegui abaixar a cabeça, sentando na grama e uivando de dor.



Está tudo bem Jul. Leah aproximou-se mais de mim para sentar-se ao meu lado e pousar seu focinho acima de minha cabeça, em um suave abraço de lobo. Eu estou aqui, meu amor.




Aspirei seu aroma maravilhoso e permiti relaxar em seu abraço. Leah era a única pessoa no mundo que conseguiria me acalmar neste momento. Estive prestes a largar tudo e correr sem rumo pela floresta, deixando meus instintos me dominarem – tamanha a dor que eu sentia. Mas foi apenas olhar em seus olhos, que eu me perdi totalmente, sentindo-me incapaz de deixar minha família, minha Leah para trás.




Olhei para seu rosto e percebi que estava sem jeito, com certeza ouvira meu pensamento. Ah, como eu amava essa mulher!




Eu realmente esperava que tudo ficasse bem. Isso já aconteceu uma vez com a mamãe, não sei o que faria se acontecesse novamente, agora com meu pai, meu herói. Céus, como eu espero que fique tudo bem...




XxXxXxX




Nessie’s point of view (POV)




Não tinha palavras para expressar o meu sofrimento. O sofrimento em saber que em um minuto tudo mudara bruscamente. Será possível que não poderíamos ter nenhum minuto de paz? Tudo o que eu mais queria era poder correr para meu marido, abraçá-lo fortemente e implorar para que nunca fizesse isso novamente, que nunca me soltasse.




Só de pensar que toda essa confusão com os Volturi poderia ter sido evitada se eu não tivesse namorado Nahuel. Meu Jacob seria meu desde o início, não teríamos nenhum conflito ou preocupações com os vampiros italianos. Tudo seria simples e se desenrolaria naturalmente, assim como todas as coisas entre Jacob e eu. Mas não. Eu tinha mesmo que complicar tudo!




Eu tinha mesmo que aparecer no meio da floresta para tentar – inutilmente – salvar meu marido e fazê-lo se ferir por me proteger!




Foi tudo minha culpa. Senti novamente lágrimas pesadas escorrerem por meu rosto, e abracei mais as pernas, enrolando-me em meu próprio casulo. Levantei o olhar para o mar cinza a minha frente, aspirei o ar puro que emanava das árvores atrás de mim e por um segundo me senti relaxar.




Não sei quantas horas haviam passado desde o momento que me sentara na areia. Precisava ficar em qualquer lugar longe da minha casa. Não suportaria ouvir mais os gritos do meu Jacob, enquanto Carlisle retirava os espinhos em suas costas. Por algum motivo, a morfina não fazia muito efeito em seu corpo – deve ter algo a ver com o lobo – e meu avô precisou curá-lo sem medicação. Era uma tortura, minha alma doía só de lembrar de sua feição.




Eu saí de lá no momento em que Carlisle me avisara que todos os espinhos foram removidos e que a hemorragia em sua barriga foi contida a tempo. Meu alívio era visível. Como se sobrevivesse, essas últimas horas, com uma estaca perfurando meu peito que de repente foi puxada, trazendo-me a respiração de volta, trazendo minha razão de viver de volta.




Passei no nosso quarto antes de sair pela floresta, ele estava tão vulnerável, tão criança. Dormia profundamente, seu peito enfaixado subia e descia, acompanhando sua respiração serena. Nunca estivera tão lindo. Lembro-me que deixei um beijo em sua testa antes de correr em direção à praia e desabar na areia, chorando silenciosamente.




Meus sentimentos mesclavam tristeza, ansiedade, alívio, raiva. Era muito para aguentar.




“Eu imagino que seja, mesmo.” Olhei assustada para trás, observado o autor desta frase. Suspirei secando minhas lágrimas já frias – devido ao vento congelado vindo do mar – e voltei o olhar para a imensidão cinza a minha frente; não o havia notado ali.




“Não está quebrando o tratado, pai?” Disse, ensaiando um sorriso suave. “Aqui é La Push. Depois não reclame se Sam arrancar sua cabeça.”




Ele sorriu e caminhou em minha direção, sentando-se ao meu lado na areia.




“Abrimos uma exceção para hoje, estão todos na sua casa, querida.” Edward disse capturando uma de minhas mãos, que eu remexia freneticamente sobre o colo. “Como estão minhas duas meninas?”




Claro que ele falava de mim e da pequena em meu ventre. Sorri amorosa e, sem perceber, minhas mãos tocaram minha barriga levemente elevada por cima da camisa, acarinhando-a suavemente. Só de o fazer, eu me sentia melhor, me sentia completa.




Poderíamos estar melhores. Suspirei ao lembrar de tudo que acontecera, e principalmente de meus pensamentos anteriores à interrupção de Edward. Foi só olhar para sua feição franzida que o arrependimento me acertou como uma faca. Droga, Nessie! Bela hora para esquecer de esconder seus pensamentos de seu pai leitor de mentes!




“Não foi sua culpa, querida.” Ele disse com o cenho franzido. “Não quero que pense que tudo o que aconteceu derivou de uma escolha errada que fizera no passado.”




Droga, ele leu tudo mesmo! Suspirei profundamente, ensaiando uma resposta, mas desisti e resolvi não o interromper.




“Jacob foi o irresponsável!” Ele disse calmamente, eu estreitei os olhos em resposta. Como ele podia dizer isso? “Ele quem cutucou a fera quando tudo o que devia fazer era pensar em sua família e conter seu desejo por vingança.”




“Papai... por favor não fale assim de Jacob.” Disse apenas, sentindo meus olhos marejarem. Fico feliz por ele não ter dito mais nada.




Passou suas mãos ao meu redor, puxando-me para um abraço que aceitei sem hesitar. Há tanto tempo não recebia um carinho de meu pai, foi no memento que beijou o topo de minha cabeça que percebi o quanto havia sentido sua falta. Chorei mais ainda, molhando sua cara camisa branca de linho.




“Shh, não chore mais, meu amor.” Ele sussurrou em meu ouvido, erguendo-me para poder secar minhas lágrimas. “Eu não vim fazê-la chorar, vim para lhe dar uma notícia.”




Notícia? Meu coração palpitou mais forte, eu torcia do fundo da minha alma para que fosse o que eu pensava. Fitei seus olhos calmos e seu sorriso sereno – quase brincalhão.




“Deu tudo certo.” Ele sorriu ainda mais com minha feição curiosa. “Jacob está bem. Deverá apenas descansar e acompanhar o remédio. O ferimento não foi profundo, e mesmo se fosse, seu lobo é mais forte que ele. Teria se recuperado igualmente se todos seus membros fossem arrancados.”




Fiz uma careta para a última informação, mas não me contive e sorri abertamente. Como poderia ficar triste com uma notícia maravilhosa como essa? Meu Jacob não me deixou! Meu Jacob está bem! Não consegui conter meus olhos marejados – agora de felicidade.




“Que bom que está melhor, minha filha.” Ele sorriu, beijando minha testa e voltando a me abraçar. Depois de um longo silêncio, ele completa sua frase: “Porque Jacob quer te ver.”




Nesse momento meu coração bateu mais forte e senti minhas bochechas enrubescerem instantaneamente – assim como em todas as vezes que o vejo, em todas as vezes que penso nele. Nunca acostumaria com essa sensação de ansiedade, Jacob me deixava assim, apaixonada e louca por ele. Pergunto-me se eu causava o mesmo efeito nele.




E então, antes que eu pudesse pensar mais alguma coisa, sinto uma pontada em meu baixo ventre. Não uma pontada dolorosa, mas sim uma palpitação suave, como se meu bebê estivesse se movimentando lentamente. Sorrio com a sensação e pouso as mãos no local, fechando os olhos no processo.




Percebi que não havia contado a Jacob sobre a gravidez. Era isso que eu deveria fazer. Ignorei a ansiedade, a raiva – derivada da atitude impensada do meu marido -, o medo e a palpitação, e me levantei da areia, finalmente. Era hora de contar ao meu Jacob.




Pude ver Edward sorrir e levantar-se da mesma forma, estendendo sua mão branca e gélida – com certeza lera meus planos em minha mente. Logo aceitei, retribuindo o sorriso. Ele então correu pela floresta, em direção à grande casa de madeira, a minha casa. Meu coração falhou uma batida quando observei a gloriosa construção a minha frente. Suspirei em preparação, e entrei.




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Notas finais do capítulo

N/A: Hm.. como foi delicioso escrever a morte do Demetri.
Tivemos ai uma demonstração especial do poder de Jullian e Samantha, e um momento bonitinho entre pai e filha.
Espero que tenham gostado!
Próximo capítulo no meio da semana! Preparem-se para altas emoções! HAHA
Amo vocês! Não esqueçam de comentar!