Ocd escrita por FChastel


Capítulo 3
O dia em que minha vida voltou


Notas iniciais do capítulo

AEEEW leitores amados. Terminamos essa fic fofinha que eu escrevi fofamente.
Não acho que esse capítulo tenha ficado uma coisa maravilhosa, eu esperava fazer algo melhor e estou meio decepcionada comigo. Mas eu gostei mesmo assim. Agradeço por trem acompanhado e não me batam se estiver ruim, sério, não me batam. Dói.



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OCD

Noites frias se passavam e eu não conseguia fechar os olhos. O cheiro dela estava sempre ali, me lembrando de tudo. Apesar de querer, por um longo tempo, eu não arrumei nenhum dos móveis que ela escolhera a posição, apesar de que em cada lugar tinha um dedo meu. As almofadas inclinadas em quarenta e cinco graus nos cantos do sofá, os potes de vidro alinhados e posicionados do maior ao menor, os talheres perfeitamente alinhados na gaveta e muito mais. Porém mesmo assim tudo ainda parecia vazio, diferente de antes, onde arrumar a caixa de lápis de cor e trancar a porta me enchiam de satisfação, agora aquilo era só inclinar as almofadas e arrumar os potes. Nada mais.

E a vida continuava, eu trabalhava, passava tempo com minha família e meus amigos, passava tempo sozinho naquele apartamento e passava a maioria das noites em claro, esparramado naquela cama vazia, lembrando-me dela. Lembrando-me dos tempos onde tudo fazia sentido. A tranca da porta continuava aberta, mas eu nem me importava. As janelas ficavam abertas, deixando um ar frio entrar.

Ela parecia cada vez mais viva ali, naquele lugar, e aquilo doía muito. Eu só podia me lembrar de todos os momentos bons e desejar repeti-los um dia. E por mais que às vezes eu tente me esquecer as lembranças não se vão. Parecia ter sido um sonho, tudo tão bem e perfeito não podia ter sido real, mas eu não acordo desse sonho quando abro os olhos de manhã. Eu desejo acordar de uma das poucas noites de sono que tenho com amnesia, pra esquecer todas essas coisas estúpidas que me assombravam.

Eu não tinha mais salvação. Depois que Rukia se foi não sobrou nada além de uma casca vazia. Um corpo guiado por sinapses sem sentido. Eu não tinha mais alma. Eu sei que preocupava as pessoas ao meu redor, e por mais que eu tentasse enganá-las eu não conseguia e isso me chateava.

Ainda no meu modo zumbi eu cheguei do trabalho, cumprindo minha rotina vazia. Deixei as coisas em seus lugares, impecáveis, e fui tomar um banho. Alimentei-me com a primeira coisa mastigável que achei, torci o nariz ao jogar uma caixa de leite no lixo. Fui imediatamente para a cama, eu estava cansado de tudo. Enfiei a cara no travesseiro que costumava ser de Rukia, inalei o perfume doce dela, fraco, devido ao longo tempo passado. Um ano e cinco meses batalhando.

Ouvi o barulho da porta abrindo, um rangido baixo e, diferentemente do que eu esperava, não me preocupei. Talvez se um ladrão entrasse e atirasse na minha cabeça toda aquela dor passasse. Eu sou realmente um bosta que desistiu de viver, aquela morena não estaria orgulhosa. Mas do que importava? Ela não estava ali e provavelmente não voltaria. Foda-se.

Passos leves fizeram o caminho pela casa, procurando o que levar talvez, ouvi murmúrios e grunhidos, e então os passos pararam na porta do quarto. Vai, pode me matar, eu deixo, até agradeço. E um tempinho se passou, mas nada aconteceu. Tive vontade de falar, mas permaneci quieto, não tinha vontade de levantar. Os passos aproximaram-se, pareciam ter parado ao meu lado. Continuei imóvel, esperando, dessa vez o golpe veio, porém com palavras.

— Você parece um saco de batatas largado assim, sabia? – E eu me arrepiei, aquela voz. Ótimo, me recuperei do meu distúrbio pra ter alucinações. – Não estou nada orgulhosa. Levante-se homem! Desde quando o Ichigo que eu conheci era um molenga depressivo?

Continuei deitado, era exatamente o que ela diria se estivesse ali. Sorri. Eu estava louco, completamente louco. Os risos baixos passaram a se tornar lágrimas e eu me virei, apenas para deparar-me com uma Rukia de olhar convencido ao meu lado.

— Meu Deus, você tá de brincadeira? – Sussurrei descrente.

Ela sorriu, eu não. Ela tocou meu rosto. Por Deus, ela era real.

— Como? – Eu soltei num fio de voz enquanto segurava a mão dela em meu rosto.

— Sabe que eu posso ser bem má quando quero... Eu entrei na justiça e acabaram desistindo. Sem detalhes, por favor. Não quero que você saiba quantos homens tive que matar. – Ela riu debochada. – Você está um trapo...

Apenas assenti. Ela me beijou.

— Odiei o jeito que arrumou os livros, e as almofadas, e os talheres. – Ela saiu andando. – Eu te amo. – Ela disse enquanto tirava os livros do lugar e bagunçava-os.

— Eu também.

E nem preciso falar que naquela noite eu não dormi, mas não foi tão ruim. Era tão bom tê-la ali de novo. Todo aquele vazio que estava em mim era o espaço vazio que Rukia deixara quando foi, e bastaram alguns segundo em sua presença para que eu melhorasse, ainda assim não importava o quão perto ficássemos, quantos beijos trocássemos ou quantas vezes fizéssemos amor, eu nunca estaria satisfeito.

Rukia era tudo para mim, e ainda é até hoje. Não duvido que seja para sempre. Porque o destino a colocou em minha vida, e mesmo que ele pregue peças, nos afaste, nos faça sofrer, ele nunca poderá apagar o laço formado por nossas almas. E mesmo depois de mais de um ano isso foi provado, porque ela voltou. Quem raios voltaria por um cara com DOC que era dependente da namorada? Ela. Ela voltou.

Não demorou mais que um mês para que nos casássemos, e não mais que dois para que ela engravidasse. Porque como antes, a vida seguia, mas assim era realmente melhor. Eu agora tinha a mulher da minha vida em meus braços e dois frutos do nosso amor.

Eu agora podia voltar a trancar a porta 18 vezes, não devido a um distúrbio psicológico, mas só para garantir que minha vida nunca fosse embora de novo.


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Notas finais do capítulo

Até lembrei da Fate, ainda não acredito que escrevi ela. E que amo ler a fic que eu mesma escrevi! haha
Obrigada por acompanharem até o fim!
Espero review, e essa história dá tchauzinho!
Beijos!!
TAMBÉM AGRADEÇO PARA CARAMBA AS PESSOAS QUE FAVORITARAM! VOCÊS TÊM UM LUGAR ESPECIAL NO MEU CORAÇÃO E NA SOUL SOCIETY!