Caroline

Stefan esperou pacientemente até que minha crise de choro passasse. Ele ajudou-me a levantar envolvendo seu braço entorno do meu ombro caminhando de volta para o campus. Eu me sentia muito melhor depois de finalmente chorar tudo o que guardei, de me livrar dessa culpa que parecia querer sufocar-me. E mesmo detestando chorar na frente dele, eu erguia cabeça em sua direção agradecida por tê-lo ao meu lado. Voltamos para sala de estar do campus Elena ergueu a cabeça em nossa direção com uma expressão estranha no rosto, quando notou o braço de Stefan que ainda permanecia sobre mim.

— Alguma novidade? — Stefan inquiriu olhando para Bonnie que negou com cabeça em resposta, lançou um olhar de compreensão quando se voltou para mim.

— Nada ainda. Não sabemos onde estão, ou o que os viajantes estão planejando — Luke respondeu, mas uma vez olhando para o celular.

Ficamos por algum tempo tentando pensar em soluções possíveis para algo que nem havia acontecido ainda. Parecia surreal se visto de longe, mas essa era vida em Mystic Falls.

Mesmo com um apocalipse em caminho, Bonnie se matinha com olhar distante parecendo entorpecida para o resto. Jeremy chegou na sala e depois de confessar ter procurado a solução com uma certa bruxa sonsa. Ele e Bonnie saíram para terem uma conversa. Pelo olhar que Bonnie lançou a ele e Liv tive pena da minha amiga. Estava desconcertada em não poder nos ajudar. Mesmo quando lembrava a ela que Jeremy só tinha olhos para ela. Ela não parecia convencida disso.

Ela não dizia em voz alta mais era obvio que ela temia que a nova bruxa de Mystic Falls rouba-se o coração do little Gilbert. O que eu achava impossível, a julgar pelo modo que Jeremy olhava para ela. Os dois eram agora como… Elena e Stefan há um tempo atrás. Eles eram o único casal normal que sobrevivera a todas as tragédias que aconteceram por aqui lutando por aquele amor.

Tyler e Matt que chegaram com Jeremy e Liv. Estavam conversando do outro lado. E aquilo que temia aconteceu, Tyler cruzou a sala vindo em minha direção. Mesmo ainda tendo sentimentos por ele, que agora eram confusos, mesmo que no fundo tivesse certeza que de alguma forma sempre iria amá-lo.

Não conseguia mais sentir-me alegre ao lado dele. Tyler não me provocava mais sorrisos, somente lágrimas e tristezas. Ele não conseguia superar o meu erro. Bloqueou completamente a parte em que me abandonou pela milésima vez, que me deixou sozinha em busca de uma vingança me culpando por tudo e já estava cheia disso.

— Care — ele se aproximou, sentando-se ao meu lado. Suspirei tentando imaginar qual seria o assunto entre nos

— Sim — Respondi mais seca do que queria. A verdade e que estava cheia de todas discussões entre nos — Quer dizer o que foi? — Tyler deu um meio sorriso, sabia que não era de alegria ou admiração, era irritação.

— Não era nada, apenas queria... — ele fez uma pausa refletindo se dizia ou não — Saber o que....

— Saber o que Tyler? — Inquiri impaciente, mas algo em sua excitação em falar já me dava ideia do que fosse

— O que está acontecendo entre você é o Stefan? — ele soltou de uma vez, mesmo imaginando que seria essa sua grande questão. Fiquei atordoada, sem saber o que dizer ele maneou a cabeça incrédulo

— Você e realmente inacreditável sabia? Ele lançou um olhar raivoso para Stefan que já prestava atenção em nos, desejei que não tivesse escutado tudo. Tyler passou pela sala feito um foguete, depois de voltar a raciocinar, fiquei furiosa. Me levantei para ir até ele.

— Care, está tudo bem? — Stefan perguntou olhando para mim, com aquele olhar meigo que fazia quando estava preocupado, suspirei afirmando que sim, mas ele não apareceu convencido

— Está tudo bem, mas preciso ter uma conversa definitiva com Tyler — Stefan me deu um sorriso, mas antes que cruza-se a porta ele se aproximou de meu ouvido o que me causou um arrepio bobo, admito!

— Eu estarei aqui ao lado, qualquer coisa…

— Eu grito — completei sem conter o sorriso

Tyler não estava muito longe caminhei até ele, o sorriso que ainda estava em meu rosto se desmanchou. Ele fez menção de ir embora quando me aproximei, mas o detive.

— Tyler precisamos conversar.

— Não Caroline, não estou interessado em ouvir você — ele me cortou irritado eu segurei seu braço

— Chega! Vai me escutar sim. Quem você pensa que é? Você me abandonou mais vezes do que eu possa contar. Você me deixou Tyler decidiu ir, eu avisei que te esqueceria de vez. Que se cruza-se aquela porta, eu nunca mais abriria meu coração para você de novo. Por que tudo que você fez foi enchê-lo de cicatrizes.

Não consegui conter as lágrimas e me odiei por isso. Porque prometi que nunca mais derramaria se quer uma lágrima por ele, e agora lá estava eu desmanchando em lágrimas por ele. O rosto de Tyler suavizou quando me viu chorando, ele tentou alcançar meu rosto para me confortar, mas eu não queria seu toque. Segurei suas mãos antes que ele conseguisse o que queria, me afastei dele ficando de costas pra ele.

— Você me deixou, tomou sua decisão. Não aja como se tivesse sido traído, como se fosse a pior pessoa do mundo por tentar seguir em frente sem você. Já disse que estou cheia de me sentir culpada por seguir em frente sem me despedaçar por você. Acabou! O que tivemos nunca voltara a ser como antes. Você nunca me perdoara ou olhara para mim do mesmo modo depois do Klaus e eu nunca mais vou confiar em você, sempre vou esperar que um dia você vai me abandonar de novo… Acabou!

Respirei fundo enxugando o rosto andando para longe dele, mas ele me deteve me puxando pelo braço e beijando-me. Eu resisti no início, mas parte de mim queria perdoá-lo, parti de mim queria sentir algo de novo. Mas o único sentimento que se apossou de mim enquanto os lábios deles moviam desesperando contra os meus era vazio. Não senti o mesmo gosto, não senti meu corpo amolecer em seus braços como sempre acontecia. Fiquei devastada por não sentir mais nada por ele. O afastei gentilmente, notei seus olhos castanho ficarei úmidos, a derrota estampada em seu rosto.

— Então é assim Caroline… Você conseguiu deixar de me amar tão facilmente?

— Facilmente? — repeti incrédula — Foi o sentimento mas difícil de matar Tyler, mas você conseguiu destruí-lo.

— Eu não destruí nada Caroline, porque não se pode destruir o que nunca existiu.

Fiquei paralisada sem energia para me mover, parecia que as lágrimas nunca acabariam, senti como se acabe-se de levar uma bofetada.

— Tyler como pode dizer isso?

— É verdade Caroline, você nunca me amou como disse. Porque quando se ama alguém não olhamos para outra pessoa se quer um minuto. Seu coração nunca foi totalmente meu, nunca!

— Se não foi seu de quem era então, Klaus? Quando vai parar de ser tão idiota. Como pode dizer que eu não amei você Tyler?

— Não amou Caroline. Aliais eu nem sei se já amou alguém… Quer dizer, eu acho que tem alguém no seu coração já há algum tempo. Alguém que você não notou ainda — Tyler passou a mão pelo rosto, antes de se apoiar na pilastra com olhar fixos no céu.

— Klaus, acha que eu amo o Klaus? — Tyler riu, uma risada seca sem vestígio de emoção.

— Não, não acho que seja o Klaus. Pensa que não notei como olha para ele, como se preocupa com ele.

— Tyler de quem está falando, está louco! — virei para ir embora não suportando mais aquela conversa

— Stefan — Tyler gritou — Você está apaixonada por ele…

Fiquei paralisada pois Stefan surgiu na porta, talvez tivesse ouvido a menção do seu nome, ele me encarou preocupado.

— Você está bem? — ele se aproximou colocando as mãos em meu ombro forçando-me a encará-lo. Tyler suspirou alto antes de dar um sorriso de desprezo para mim.

— Você realmente e inacreditável Caroline — Tyler disse, por fim, antes de ir embora dali, me deixando destruída.

— Tyler — gritei querendo desmenti-lo, bater nele por tudo que disse pouco me importa se morresse na tentava, mas ele merecia um tapa por dizer isso. Estava pronta para correr até ele mas senti as mãos de Stefan segurarei meus braços com força — Me solta Stefan, eu vou atrás dele…

— Não Care, não vale a pena.

Não demorou muito para as lágrimas voltarei, me debulhei em lágrimas sem querer me mover e encarar Stefan novamente. Já era segunda vez naquele dia que chorava na frente dele. Stefan me fez virar, tomou meu rosto nas mãos secando minhas lágrimas.

— Eu quero ficar… Sozinha agora — murmurei ele negou com a cabeça

— Não, eu não vou te deixar sozinha agora.

—Stefan por favor — supliquei querendo correr para longe. Stefan me abraçou

— Não Caroline. — teimou — Não vou a lugar algum.

Sem forças para afastá-lo me deixei ser amparada por ele. Seus braços fortes me envolveram. Mesmo sentindo aquela mesma sensação de segurança, me sentia também suja. Podia ouvir o som da voz de Tyler em minha cabeça ressoando com desprezo “Você está apaixonada por ele”

Me afastei de Stefan abruptamente, ele me fitou um tanto confuso. Mas eu simplesmente não podia permanecer ali abraçada a ele. Mesmo tendo certeza que as palavras de Tyler eram insanas, era mentira!

— Já estou melhor, obrigado Stefan.

Voltei para sala e me joguei na poltrona tentando calar aqueles pensamentos que agora estavam gritando para saírem, expandido-se para explodir em mim. Stefan sentou-se de frente para mim sem dizer nada. Mas olhando seus olhos podia ver milhões de questões se formando, eu rezava para que nenhuma delas envolve-se as mesmas questões que as minhas.

Stefan

Confusão era a palavra que definiria com exatidão tudo que se passavam em minha vida naquela semana. Depois das visões perturbadoras com Elena, depois de lutar comigo mesmo para me afastar daquilo tudo. Me convencer que aquilo tudo era uma fantasia, não era real.

— Oi — ela disse após Caroline sair da sala, meus olhos ficaram presos na porta tentando entender aquele olhar triste que Caroline me lançou antes de inventar uma desculpa saindo apressada de lá.

Mesmo convencido que precisava ter uma conversa com Elena. Não sabia se estava pronto para olhá-la nos olhos depois de um dia inteiro sonhando com ela, com seus beijos. Com sua voz sussurrando que me amaria para sempre, mas não do mesmo jeito.

— Oi — respondi, ficamos em silêncio, até que meus olhos encontraram com os dela. Então parecia que o mundo tinha parado, todas as lembranças daquele sonho dançando na minha mente e sabia que o mesmo acontecia com ela. Acabamos rindo daquele momento surreal e constrangedor.

— Stefan eu…

Ela começou mas as palavras se perderam, eu segurei sua mão. E estranhei a sensação de sentir a pele dela contra a minha é aquela corrente elétrica não mais existia entre nós, voltei meus olhos para os dela esperando sentir algo, esperando sentir aquele sentimento avassalador novamente, mas nada aconteceu. Engoli seco, respirando fundo tentando dissipar a confusão que começava a se apossar de mim.

— Não precisa dizer nada Elena, eu sei. — ela sorriu olhando agora para nossas mãos entrelaçadas.

— Isso tudo e tão…

— Errado — Elena franziu a testa

— Eu não pensei em errado — ela murmurou, visivelmente desapontada, mas por que estava desapontada?

— Então no que pensou?— ela refletiu por um momento

— Confuso — Ela disse por fim — Não que já não tivesse imaginado tudo aquilo Stefan… Porque quando nos conhecemos eu…

— Imaginava uma vida como aquela — completei ela sorriu afirmando — Eu também imaginei tudo aquilo assim que te olhei pela primeira vez Elena abaixou a cabeça, com o rosto ruborizado.

— Stefan eu…

— Elena — apertei sua mão — Nos sempre seremos importantes na vida um do outro. O que tivemos e vivemos e forte demais para ser apagado.

Fitei seus olhos marejados. Limpei uma que caia teimosa por sua face. Me lembrei de quantas vezes eu enxuguei suas lágrimas de quantas vezes a confortei em meu abraço.

— O que sinto por você Stefan.... Acho que nunca vou conseguir entender a dimensão disso. Entender como posso amar...

— Duas pessoas ao mesmo tempo — completei por ela mais uma vez, ela abaixou a cabeça. Ergui seu queixo com delicadeza para que ela me encara-se — Não pode Elena.

Ela me fitou surpresa

— Um coração não pode ser de duas pessoas. Se você ama mesmo alguém, esse alguém não sou eu — ela tentou rebater — Elena isso, esse sentimento que acordou de repente não e real, não e tão real feito o amor que você sente pelo meu irmão.

Elena começou a chorar ao recordar-se de Damon

— Eu me transformei em outra pessoa Stefan, nunca pessoa que antes eu odiaria conhecer… Uma garota que esqueceu de tudo que repudiava em nome do amor… Eu não sei se esse sentimento, louco e egoísta pode ser amor – desabafou, deixando-me aturdido

— O que sente pelo meu irmão, te instiga a mudar seja para o bem o para o mal Elena. O que sente por ele a faz se desafiar contra tudo e todos como nunca foi comigo…

Me levantei saído daquela sensação esmagadora no peito. Parte de mim queria agarrá-la esquecer da existência de meu irmão e maldito amor deles, mas não podia. E não sabia se era realmente isso que aquela angustia dentro de mim queria realmente.

— Meu amor por você foi real Stefan…

— O meu também Elena, mas infelizmente ele… Mudou, se transformou. Ao ponto de não doer mais desejar que você seja feliz ao lado do meu irmão. Não é um feitiço que vai mudar o que sinto. Tudo que senti por você foi real, eu te amei e vou amá-la sempre. Mas nada disso muda que já não nos encaixamos na vida um do outro. Eu mudei e você também.

— Stefan — ela segurou meu braço, me virei sustentando seu olhar. Me aproximei de seus rosto. Elena fechou os olhos com a respiração acelerada, beijei demoradamente sua testa surpreendendo ela e mim mesmo.

— Eu te amo Elena, acho que sempre vou amar de algum jeito. Mas se um dia voltarmos a ficar juntos não será por um feitiço. Não será porque o destino nos forçou a isso. Eu não vou fazer parte disso, você ama o Damon e isso não tem como apagar, não há feitiço que apague isso.

Nos abraçamos por alguns minutos, ficamos em silêncio, pensando em tudo que passou. Nos dando conta que tinha realmente acabado. Logo depois saímos juntos encontrando todos no corredor, afirmando o que eu já sabia. Tudo aquilo era um feitiço, uma magia me puxando para Elena novamente.

Quando meus olhos encontraram com os de Caroline, quando vislumbrei a preocupação mesclada com a tristeza de me ver caído por Elena de novo. Me dei conta de tudo o que não queria para mim. Não queria sofrer tudo aquilo novamente. Não queria ter que correr para Caroline para desabafar coisas tristes.

Não voltaria a ser aquele Stefan derrotado e triste por um amor que já não era possível um amor que foi fruto de um feitiço. Eu faria o meu destino, não a droga de um feitiço estúpido. Caroline saiu, escondida. Algo em seu olhar me preocupou, parecia um tanto quanto perdida ali naquela sala.

Era estranho a vontade que crescia em mim, aquela vontade de protegê-la de tudo e todos. De permanecer ao seu lado para vê-la sorrir. Foi abraçado a ela que me dei conta de que era um outro Stefan quando estava ao lado dela. Foi naquele ano que nossa amizade cresceu se transformou de uma maneira que me tornou dependente de sua presença para manter-me são, calmo.

Abracei ela mais forte ainda, ao vê-la chorar por Tyler. Não tinha ouvido do que se tratava a conversa deles. Mas estava concentrado em qualquer ruido, qualquer barulho que indica-se perigo para ela. É quando ouvi Tyler gritar meu nome corri até ela, pronto para bater novamente naquele idiota se encosta-se um dedo nela. Mas foi vendo suas lágrimas, vendo sua dor que me dei conta de que não suportava vê-la sofrer, não suportava aquilo.

Caroline sempre estava la por mim e eu estaria lá por ela. Não ia permitir que ninguém a fizesse chorar.

☆ ★ ☆

Fui para meu quarto depois de andar sem destino tentando ordenar meus pensamentos sem sentir aquela dor sufocante no peito. Entranhei por Bonnie não estar ali. Fiquei torcendo para que isso indica-se que ela e Jeremy estivesses fazendo “coisas produtivas” Não podia ter mais dramas naquela cidade ao menos um de nos tinha que ser feliz ao menos um pouco.

Me joguei na cama, olhando para as sombras que se projetavam na parede. Ainda sentia vontade chorar, mas as lágrimas finalmente pareciam ter secado. Quando pensava em Tyler, queria parti-lo ao meio por dizer tanta besteira por mais uma vez jogar toda culpa do nosso namoro ter acabado em minhas costas para variar.

Brinquei com o meu anel tirando-o do dedo. Ouvi uma batida na porta e quando ergui a cabeça para ver quem era, esperei que fosse Bonnie, mas não era. Era Stefan surgindo com aquele belo sorriso no rosto.

— Uou Caroline, eu espero que eu não deva me preocupar com isso — demorei a entender a que ele se referia, mas então ele mantinha a sobrancelha arqueada com olhos em meu anel, suspirei sorrindo. Stefan se aproximou e sem mais delongas deitou-se ao meu lado.

— Ei, eu não estou tão mau assim — rebati colocando o anel em meu dedo anelar, Stefan também olhava para o teto. Mesmo com milhares de perguntas para fazer a não consegui dizer nada.

— Como você está? — perguntou virando-se para mim, respirei fundo e fechei os olhos.

— Melhor. Disse tudo que tinha para dizer… Mas Tyler tem o dom de me deixar no fundo do poço e mais além sempre!

— Por que discutirão?

Engoli seco, me recordando do motivo daquela briga estúpida. Não podia virar para meu melhor amigo e dizer que o motivo era ele. Não respondi e vislumbrei um sorriso no rosto de Stefan… E gelei, será que ele tinha ouvido?

— O motivo de sempre — Stefan franziu a testa — Eu sou culpada de tudo para Tyler e blá, blá, blá— menti — Mas chega de falar de mim e minha vida romântica inexistente. Me virei para fitá-lo — Como foi sua conversa com Elena?

Stefan suspirou, refletindo por um momento. Fechei os olhos imaginando a cena entre eles. Ambos na frente da lareira fazendo juras de amor eterno seguido de um beijo ardente e apaixonado. Quando abri os olhos Stefan me olhava intensamente, as vezes tinha medo dele ter angariado o dom de Silas de ler mente — Eu esperava que não!

— O que foi?— perguntei, nervosa com a maneira que ele me encarava.

— Eu sei o que imaginou. Tem razão aconteceu exatamente isso! Fiquei imensamente feliz por estar deitada, se estive em pé cairia.

— Então vocês voltaram? — tentei soar indiferente, voltando meus olhos para meu anel.

— Não — ele afirmou — Nos tivemos uma conversa franca. Mesmo mexido, como nunca estive antes com a presença dela. Eu não podia me deixar levar por isso tudo.

— Mas enquanto a ela, por que a maneira que ela te olhou hoje…

— Care, ela apenas ficou mexida com as possibilidades que aquelas visões mostraram tanto quanto eu, foi apenas isso — explicou displicentemente, calmo demais o que me intrigou.

Ficamos em silêncio, apenas pensado e pensando. Tomei coragem e perguntei o que estava me amolando desde que os deixei sozinho naquela sala. Não era ciúme, apenas zelo tinha que perguntar e não teria problema porque eramos AMIGOS, certo?

— Stefan… Você sentiu vontade de…

— Beija lá? — assenti — Sim Caroline, eu tive essa vontade assim que a vi passar pela porta.

Era estranho, era confuso toda aquela situação. Mas senti uma tristeza profunda ao ouvir aquilo. Era errado me sentir tão mal e desapontada por ter a confirmação de algo que já imaginava?

— É por que não a beijou afinal? — questionei impaciente, incomodada com rumo da conversa.

— Porque não era certo. Porque ela está tendo sentimentos por mim novamente, apenas pelo feitiço ou maldição de duplicatas. E o mais importante de tudo, porque ela ama outro que por acaso e meu irmão — Justificou parecendo tranquilo, mas detectei uma inquietação em seus olhos, algo que ele estava escondendo de mim.

— Stefan, por que diabos faz isso! — levantei nervosa demais para permanecer tão perto e tão longe dele ao mesmo tempo. Stefan se levantou olhando-me confuso

— O que exatamente eu sempre faço?

— Isso — apontei para ele que ficou mais confuso ainda – Se ama Elena ainda, porque não joga toda essa moral pro inferno? Aproveita esse empurrãozinho do destino e luta por ela dê uma vez.

Stefan ficou calado, olhando para o chão. Logo depois seus olhos se voltaram para mim ele caminhou vindo até mim.

— Care, por que não voltou com Tyler hoje? — Não respondi e com meu silêncio ele prosseguiu — Eu sei que tudo o que ele deseja, apesar de não admitir e você de volta e cheguei a crer que você também… Então por que não voltou?

— Não voltei porque… — me recordei novamente das acusações do Tyler a palavras se perderam por instante — Stefan não é muito legal responder uma pergunta com outra sabia? Retruquei aborrecida.

— Eu sei o porquê — ele disse sorrindo novamente

— Ah sabe? — Questionei temendo que ele soubesse o mesmo que eu, o pior que ele soubesse o que nem mesmo eu sabia.

— Porque mesmo tendo sentimentos por Tyler, depois de tudo que ouve entre vocês, não a como apagar tudo e voltar como se nada tivesse acontecido. Eu poderia ter beijado Elena e me aproveitado dessa confusão, da fragilidade em que ela estava. Podia agir igual ao meu irmão… Mas para que? Não seria a mesma coisa, não seria o mesmo amor. Ela não e mesma Elena e nem eu o mesmo cara que era há cinco anos. Não voltei com ela, porque não se pode apagar tudo que aconteceu, todas as minhas escolhas, as delas. Mesmo o maior dos amores não consegue apagar isso tudo. E se quer saber eu não tenho certeza se realmente queria isso, se eu ainda a amo desse jeito.

Me lembrei de Tyler e tudo que aconteceu entre nos, respirei aliviada. Stefan estava certo, tudo um dia acabava. Me joguei em minha cama novamente.

— Eu queria uma vida nova, sabia? Uma sem complicações, uma sem aparições malignas querendo apocalipses, queria apenas uma vida…

— Normal — completou deitando-se ao meu lado — Você e Caroline Forbes, nunca vai ter uma vida monótona e normal.

— Mas eu não pretendo ter uma vida monótona Stefan, apenas queria sair por ai. Deixar todo esse drama para trás, conhecer o mundo. Sem culpa, sem medo…

Stefan virou-se para mim, pegando em minha mão. Aquela sensação de calor parecia queimar todo meu corpo. Aquela onda de eletricidade, que seu toque me causava estava me deixando nervosa e irritada por não saber lidar com ela, ou o fato que gostava da calma e do calor que aquilo me causava

— É por que não faz isso?

— Porque, eu sou Caroline Forbes, estou presa em Mystic Falls… Tipo pra sempre!

— Esta se quiser, você pode mudar o mundo Caroline.

— É por que acha isso? — questionei descrente

— Porque eu tenho fé em você — ele sussurrou, se meu coração bate-se tinha certeza que ele teria parado com aquele toque, com aquele olhar. Era loucura querer que ele se aproxima-se mais?

— Fala isso porque é meu amigo — rebati desviando os olhos para nossas mãos ainda unidas

— Não, falo porque nesse ano, um dos mais difíceis que já tive. Eu estava sozinho e desamparado e você conseguiu me trazer de volta. Conseguiu me dar momentos de paz e sorriso que julguei que nunca mais teria. Você transformou meu mundo sombrio e solitário num dia ensolarado.

Ele acariciou meu rosto e fechei os olhos me derretendo com seu toque, extasiada com suas palavras.

—Eu só cumpri minha promessa — respondi, tentando dissipar aquela tensão

— Que promessa? — toquei sua testa, sorrindo.

— De estar sempre aqui por você, seu desmemoriado.

— Hein não me culpe, os viajantes e bruxas de Mystic Falls tem verdadeira fascinação com meu cérebro

— É quem pode culpá-los — rebati, Stefan sorriu. Era incrível como gostava de vê-lo sorrir.

— Por que não fazemos isso? — quase cai da cama quando ele perguntou aquilo.

— Fazer o que? — Perguntei um tanto constrangida e o modo como ele sorriu me fez entender que mesmo por um segundo ele leu meus pensamentos não tão puros quando os dele.

— Vamos embora daqui, quanto essa saga terminar — ele sugeriu sorrindo.

— Stefan… É realmente lindo vê-lo assim, tão otimista. Mas vendo o nosso histórico de sorte. Convenhamos que, alguma desgraça vem por ai… Ele me silenciou colocando o dedo em meus lábios

— Caroline, eu estou tentando ser otimista para variar Okay, colabore.

— Okay — concorde rindo de sua tentativa — Então para onde iriamos?

— Pensei em Veneza e linda essa época do ano.

Acabei rindo muito da ideia. Eu e ele juntos em Veneza, sozinhos… Com todos aqueles sentimentos confusos e embaralhados que cresciam desenfreados dentro de mim. Seria loucura!

— Por que ficou seria de repente, não gosta de Veneza?

— Eu gostaria até do fim do mundo com você — deixei escapar, sem perceber. O sorriso no rosto de Stefan se escancarou.

Ficamos em silêncio, falando apenas com olhares que nem eu mesma entendia o significado ou profundidade daqueles minutos de silêncio. Me aproximei de Stefan apoiando minha cabeça em seu ombro, ambos olhando para o teto agora. Peguei sua mão olhando para seu anel… — Eu topo, mas teríamos que ir um lugar primeiro…

— Já sei… Aposto que é New Orleans?!

— Ah cala boca Stefan — retruquei rindo.