Caroline

I really need you near me

To keep my mind off the edge

If I wanted to leave

I would have left by now

But you're the only one that knows me

Better than I know myself

Tinha tomado uma decisão. Depois de ficar horas pensando em diferentes formas de dar errado. Fiquei olhando o celular, decidida que se ele ligasse eu atenderia! Esqueceria todas as dúvidas, e me jogaria em seus braços sem nenhuma culpa. Afinal Stefan estava solteiro, podia dar errado mas talvez desse certo. Entretanto, ele não ligou.

Talvez tivesse se irritado com meu recado nada romântico ou tinha achado nossa primeira noite péssima. Minha mãe tentou arrancar o motivo da minha tristeza, mas não lhe contei nada. Ela estava se arrumando pra um jantar com seu novo namorado.

Estava até mesmo cozinhando, o que francamente não era sua maior qualidade. Ela insistiu tanto para que eu ficasse e conhecesse melhor meu futuro padrasto que me forcei a tirar o moletom e tomar um banho.

George chegou com sua camisa de xadrez vermelha, com seu boné dos yakes. Com soverte em mãos. Ele ficou tão desesperado quanto eu ao ver o estado do pernil que minha mãe havia feito especialmente para ele. Mas o que me intrigou, foi notar os quatro pratos postos à mesa, perguntei a ela de quem era o quarto lugar na mesa, ela apenas riu em resposta e beijou minha testa, seguindo pra cozinha não demorou muito até a campainha tocar.

Me arrastei até lá, já imaginado que o convidado seria alguns dos amigos caminhoneiros de George. Mas meus olhos quase saltaram quando abri a porta e me deparei com Stefan. Ele sorriu largamente se divertindo com a minha expressão atônita. Sem mais delongas ele beijou meus lábios demoradamente. Fiquei um tempo com os olhos fechadas ainda chocada demais para esboçar uma reação.

— Stefan… O que você…esta fazendo aqui?

— Sua mãe me convidou pra jantar, acho que vou conhecer meu futuro sogro hoje — ele responde displicentemente entrando sem cerimonia alguma fiquei parada frente a porta sem conseguir piscar ou me mover — Você não vem?

— Eu… Tá já estou indo — respondi mecanicamente fechando a porta

George se levantou com chegada de Stefan ambos se cumprimentaram como se fossem velhos amigos. Eu ainda estava muito atordoada com aquilo, como se um jantar com meu futuro padrasto hétero já não fosse estranho o suficiente, es que Stefan me aparecia como “o convido misterioso” me fazendo perder a concentração em tudo.

Olhei pra minha mãe buscando alguma explicação ela apenas deu ombros olhando o entrosamento entre Stefan e George. Puxei Stefan sem cerimonia pra um canto e ainda ouvi George rir pelas minhas costas murmurando algo sobre “esses jovens de hoje”

— O que está fazendo aqui?

— Eu? — ele riu, assenti impaciente com cabeça — Como eu disse, eu fui convidado pela sua mãe

— Ah mais é claro, pra minha mãe você liga de volta — ralhei furiosa cruzando os braços com bico, o que só o fez sorrir mais ainda, queria torcer seu pescoço naquela hora.

— Você também não me ligou — ele rebateu imitando-me cruzando os braços e erguendo o queixo pra mim, ele ficava tão lindo e másculo sério que me fazia estremecer, maldito!

— Obvio que não, não tinha por que ligar — rebati fingindo indiferença.

— Claro, porque o seu recado foi muito explicativo — desviei os olhos para o chão envergonhada — Tenho que admitir que nunca recebi uma declaração como aquela, “eu te adoro cara” – ele me puxou pela cintura sem cerimonia, eu bem queria relutar mas não consegui, quando ele estava sorrindo daquele jeito. Acabei rindo escondendo o rosto em seu peito envergonhada demais para encará-lo.

— Em minha defesa, eu não tinha ideia do que dizer — confessei de cabeça baixa

— Eu meio que percebi — ele ergueu meu queixo fazendo encará-lo — Mas não precisava dizer nada.

— Ah não? — inquiri com voz rouca pela proximidade

— Não. — murmurou, próximo a meu pescoço — Se não quisesse me dizer nada, então eu diria por você — sibilou em meu ouvido me fazendo arrepiar por inteiro.

— É o que você diria? — provoquei olhando seus lábios

— Primeiro eu acordaria você com beijos — murmurou beijando o canto dos meus lábios — Logo em seguida lhe diria que me fez o homem mas feliz da face da terra — ele encostou a testa na minha olhando meus lábios

— Também não precisa exagerar — ralhei envergonhada, suas mãos passeavam entre minha cintura e costa me apertando trazendo para mas perto do seu corpo.

— Não estou exagerando Forbes — ele selou os lábios nos meus num beijo lento, mas profundo —Você me fez o homem mas feliz do mundo quando aceitou meu amor de volta. Quando me deixou te amar — ele sussurrou — Porque e só nisso que eu penso todos os dias a cada segundo

— O que?— provoquei, enlaçando seu pescoço, lambendo meus lábios olhando para os dele

— Em te amar — acabei rindo e me afastei dele que me abraçou pela cintura apoiando seu queixo em meu ombro

— Vá com calma Salvatore. Todas juras de amor são eternas na primeira noite. O que me faz ver que agir certo em…

— Fugir de mim — ele completou me puxando novamente – Mas eu quero deixar uma coisa bem clara entre nos — disse sério — De agora em diante, você não conseguira fugir mas de mim, e se tentar eu vou achá-la.

— Isso e algum tipo de ameaça é? — zombei

— Não! É uma promessa. Eu nunca mais vou deixar você fugir, agora você e minha.

— Isso soou muito obsessivo não acha? — me afastei rindo — Eu sou uma bela vampira loira, com a eternidade a espera e você está muito convencido para meu gosto.

— Mas é claro que estou, porque por acaso, eu também sou um belo vampiro de olhos verdes com a eternidade pela frente — ele se aproximou tomando meu rosto nas mãos — Eu escolho passá-la a seu lado.

Não tive resposta pra aquilo. Não conseguir dizer mais nada depois disso quebrei a distância o beijando com urgência, pelas horas separados. Ele correspondeu com a mesma urgência. Mas fomos interrompidos com alguém pigarreando logo atrás. Me deparei com minha mãe com seu melhor olhar de Xerife

— O jantar está pronto — ela disse seguindo pra cozinha com sorrisinho, que me deixou rindo porém envergonhada me soltei dele me ajeitando o máximo que podia antes de voltar a mesa.

Stefan pegou minha mão seguimos sorridentes para sala de jantar. Parecia tudo tão perfeito, que tinha medo que fosse apenas um sonho. Minha mãe rindo das piadas de George e ainda tendo Stefan ao meu lado, me olhando intensamente sempre que meus olhos se esbarravam nos dele, ele sorria.

Parecia que nenhum mal podia nos atingir, que finalmente teria uma família normal ou quase isso já que eu mesma não podia me classificar como normal. No final do jantar minha mãe e George estavam tão entretidos um com o outro, que Stefan eu aproveitamos a deixa para sairmos despercebidos. A noite estava linda, a lua iluminava tudo, como disse tudo perfeito. Stefan e eu caminhamos de mão dadas pela rua. Mas por algum motivo aquilo me deixou apreensiva, com medo. Ele não demorou a notar meu silêncio me guiou até um banco.

— Então… — comecei sem saber o certo o que dizer, parecia ter treze anos de novo. No meu primeiro encontro sem ter ideia do que fazer a seguir. Stefan riu tirando uma mecha do meu cabelo que ocutava meus olhos.

— Então, a senhorita vai me dizer o que está pensando. Por que está tão pensativa, não esta… Feliz? — inquiriu preocupado

— É exatamente o contrário, eu estou feliz

— É isso não é bom?

— Eu não sei dizer, nunca me senti assim. Nunca foi…

— Completamente feliz, sempre lhe faltava algo e agora que se senti assim, isso te assusta. Tem que medo que aconteça uma tragédia e isso termine — ele completou me deixando boquiaberta

— Uau, você vem intensificando esse seu dom de ler mentes não é?

— Eu não posso ler mentes, mas posso ler a sua. – ele acariciou meu rosto — É costumava senti o mesmo, muitas vezes

— É não sente mais?

— Não é sabe por que? — neguei com cabeça, ele tomou meu rosto encostando a testa na minha — Porque, eu sei que encontrei o que procurava a minha vida inteira. Eu demorei a perceber que tudo que eu sempre quis estava ao meu lado. Me desculpe por demorar tanto tempo.

— Stefan — protestei, mas ele não me deixou terminar

— Shiuuu — ele me silenciou com as mãos em meus lábios ele sorriu — Você e tudo que eu sempre sonhei Caroline. Eu não me sinto mais sozinho, eu não sinto mais aquele vazio, tudo isso…

— Stefan, não diz isso, ainda é muito cedo pra dizer algo assim — ralhei nervosa, mas ele não me deixou continuar

— Eu te amo Caroline Forbes. Você pode tapar os ouvidos e fingir que não sabe. Mas eu te amo. É se for necessário vou dizer todos os dias, todos os minutos se isso te convencer. Mas eu sei que você sabe, você me conhece melhor que eu me conheço.

Ele se aproximou sorrindo, secando a lágrima teimosa que insistiu em cair. Unindo seus lábios nos meus, ficamos abraçados olhando a lua, aquela mesma lua que um dia fiz aquela promessa estúpida, bem ele nos fins das contas acabou por vencê-la, tinha encontrando um outro alguém. O que não poderia imaginar naquele dia e que esse alguém seria eu, mesmo desejando internamente que fosse. Fechei os olhos depois de desejar por um tempo olhando uma estrela qualquer que aquela sensação, que aquele momento fosse eterno, que pudéssemos ficar com as nossas mão estralaçadas pela eternidade. Ele beijou minha testa olhando para mesma estrela parecendo assim como eu fazer o mesmo pedido.