Draco não estava acreditando no que aconteceu. Tudo foi muito rápido: seu surto de ciúmes por Gina, a briga com Harry, 5 pontos a menos para a sua Casa, pedir desculpas para Madame Pince...

Ele se amaldiçoava internamente, realmente não sabia o que havia dado nele para fazer aquela cena ridícula, pelo menos Gina não está namorando com aquele Potter, pensou vitorioso. Foi naquele momento que percebeu que mal haviam se separado e Gina já fazia já fazia uma imensa falta. Draco sabia que tudo estava errado, que aquilo nunca deveria acontecer, mas como podia se impedir de sentir um pouco de felicidade real que Gina lhe proporcionava? Ela era tão errada para ele, mas ao mesmo tempo tão certa. Ele começou pensar na vida, sabia que a guerra estava próxima, e qual eram as probabilidades de sobreviver? Draco saiu da sala comunal e se dirigiu ao corujal, que se dane tudo, pensou decidido. Escreveu uma carta rapidamente uma carta e deu a sua coruja, que majestosamente estendeu a pata e o deixou prender a carta e imediatamente levantou voo.

Draco ficou esperando até ela desaparecer e então lentamente voltou para as masmorras.

~*~*~

Não fazia muito tempo que Gina estava dormindo, ou então Hermione estava perdida no tempo, mas o dormitório ainda de encontrava com apenas as duas. De repente, Hermione se assustou com um barulho na janela, olhou e viu que era uma coruja. Encostou a cabeça de Gina no travesseiro e foi de encontro à janela. Assim que a abriu a coruja entrou e esticou a pata. Hermione olhou a carta e a coruja, nunca tinha visto aquela, não sabia de quem era. Talvez fosse de alguma colega de Gina, a coruja piou e bicou de leve a carta. Hermione resolveu tirar a carta de sua pata, assim que o fez a coruja levantou voo e sumiu, então ela fechou a janela e voltou para a cama curiosa com a carta, ela não tinha remetente. De quem será?, perguntou a si mesma a olhando com curiosidade. Decidiu abri-la. A carta era para Gina.

Acho que não tivemos a chance de conversar direito depois de que tudo o que aconteceu. E isso realmente está quase me levando à loucura. Quem diria que você faria isso comigo em? Me encontre na Sala Precisa amanhã as 7.

D.M

Hermione estava sem chão. O que faria? O certo.

– Gina acorde – disse baixinho. – Tem uma coisa pra você.

Gina se mexeu na cama e resmungou, Hermione voltou a chama-la.

– Vamos Gina! É importante – disse balançando a amiga.

Gina abriu os olhos e os esfregou.

– Qual é Hermione? – disse sonolenta. – O que é mais importante que dormir?

Hermione a olhou e sorriu.

– Ah, então talvez você não queira essa carta que o Malfoy te mandou...

Gina sentou na cama com incredulidade.

– Draco me mandou uma carta? – Hermione balançou a cabeça afirmando, entregou a carta Gina e a viu lê-la atentamente. Quando terminou de ler abaixou a carta e suspirou. – Eu sei que você já leu a carta, então me diz o que você acha que eu devo fazer?

– Sim, eu li a carta, me desculpe – disse corando, Gina sorriu. – Acho que isso é uma escolha sua.

Gina leu a carta mais uma vez.

– Bem não custa tentar, não é? – sorriu fraco.

– Você vai enviar alguma resposta? – perguntou Hermione.

– Acho que não – disse. – Amanhã eu vejo isso...

Duas colegas de quarto de Gina entraram no dormitório, conversando distraidamente.

– Eu vou indo Gina – falou Hermione. – Boa noite.

– Boa noite – respondeu Gina, vendo a amiga saindo do quarto. Releu a carta mais duas vezes. Não sabia o que ela significava, mas ficou feliz. Talvez ele tenha mudado de ideia. Gina dormiu pensando nisso.

Gina acordou bem disposta na manhã seguinte. Levantou, se arrumou e desceu para tomar café no Salão Principal. O Salão ainda não estava muito cheio o que queria dizer que ela poderia tomar café da manhã tranquilamente porque ainda era cedo.

Sentou-se na mesa ao lado de uma colega de aula, que falava animadamente. Olhou para a mesa de frente e percebeu que Draco estava lá. Imperceptivelmente ele olhou de esguelha pra ela e ergueu as sobrancelhas e Gina entendeu, ele queria saber a resposta da carta. Como ele, ela acenou um sim com a cabeça, o que lhe arrancou um pequeno sorriso de lado. Depois voltou a atenção para seu café.

~*~*~

Para Draco, o dia não parecia passar, ele se arrastava. Só porque iria ver a ruiva no final do dia. Quando todas as aulas acabaram Draco não foi jantar. Se sentia sem fome. Foi para o dormitório, tomou um banho e esperava a hora passar. Então foi para a Sala Precisa, decidiu esperar lá. O corredor estava vazio, então foi bem mais fácil para entrar. A sala estava como das outras vezes, tão confortável. Algumas lembranças vieram à tona na cabeça de Draco, fazendo-o sorrir involuntário.

Sentia-se cansado, afinal ele ainda estava tentando arrumar um armário nessa mesma sala. Engraçado como ela pode ser o que você quiser, é só pedir, pensou ele.

Sentou em um pufe esperando Gina. Fechou os olhos pensando nela. Parecia que havia sido a tanto tempo que teve ela pela última vez, que sentiu o seu perfume, que a beijou... em meio a todos esses pensamentos escutou ela chegar.

– Até que enfim – sorriu e abriu os olhos.

– Sabia que estaria aqui, não desceu para jantar – olhou-o. – E ainda não são sete horas. Não estou atrasada.

Draco olhou para Gina, sentiu aquele perfume familiar exalar dela. Na medida exata, sempre pensava.

– Estranhei você me chamar aqui – ela disse quebrando o silêncio e se sentando em outro pufe.

– Seu irmão já está sabendo de tudo o que aconteceu na biblioteca? – perguntou ignorando o que ela havia falando anteriormente.

– Não, mas quase que Harry estraga tudo... mas Hermione conseguiu inventar uma boa história a tempo. Ela nos salvou – disse Gina.

– A Granger fez isso, eh? – perguntou ele incrédulo. – Pensei que não era a favor.

– Tecnicamente, ela não é – falou corando. Draco sorriu. – Mas segundo ela, preferia que meus pais não soubessem disso. O que me fez lembrar, que ela não me contou o que ela fez para Harry não abrir a boca.

– Como assim? – perguntou Draco intrigado.

– Eu percebi que ela falou algo para ele, mas não consegui escutar o que era – respondeu dando de ombros. – Mas foi algo que o fez se calar, porque ele não a contrariou e ficou o tempo todo quieto, mas no meio dessa confusão esqueci de perguntar.

– Entendi – disse ele simplesmente. – Bom Gina, vou ser direto.

– Ótimo – respondeu.

– Blas ouviu o que Harry pretendia para nos separar – fez uma pausa. – E depois eu vi com os meus próprios olhos o que ele me contou.

Gina olhava para Draco, ele não expressava nenhuma reação.

– Não sei o que deu em mim para perder o controle daquela forma ontem – disse ele se levantando e ficando de costas para Gina.

– De qualquer forma eu não ia aceitar o pedido dele – disse Gina com certa raiva. – O Harry está ficando um pouco descontrolado com isso. Não sei o que está acontecendo.

– Não quero falar do Cicatriz – disse frio.

– Tudo bem.

– Sabe Gina, eu não sei o que está dando em mim – falou. – Parece que tudo mudou. Tão rápido.

Gina apenas o observava.

– Sei que eles te dizem que sou mau, que só quero me aproveitar de você – Draco quase falava sozinho. – Mas nunca pensei nisso antes.

Silêncio.

– Você sabe tanto quanto eu que não temos futuro – disse se virando para ela. – Mas eu quero que tudo se dane – deu uma risada abafada.

– E o que sugere que façamos? – perguntou ela se levantando do pufe e indo em direção a ele.

– Que aproveitamos o agora – disse. – Vamos continuar como antes, porém mais cautelosos.

Gina sorriu.

– Tudo bem. Desde que não nos envolvamos...

– Vamos ser francos – falou ele de repente. – Você sabe que essa maldita guerra está para explodir. E quando isso acontecer, será cada um para seu lado.

– Vai ser o melhor a se fazer – concordou ela. – Até porque não estamos do mesmo lado.

– Boa garota – sorriu com um pouco de malicia. – Chega de conversa.

Ele empurrou Gina contra a parede e começou beija-la. Um beijo nada calmo e ela o correspondia da mesma maneira. Suas mãos passeavam por suas costas. Já que aquilo era quase inteiramente errado Draco decidiu que um pouco mais não faria mal. Passou suas mãos por baixo da blusa de Gina, fazendo-a se arrepiar com o toque frio que suas mãos proporcionavam. Estava quase sem ar, estava quente. Draco começou a beijar seu pescoço a fim de pegar um pouco de ar. O cheiro de camomila lhe invadiu os sentidos.

Draco passou os dedos pelos longos cabelos ruivos de Gina, sentindo aquele cheiro maravilhoso. Era como se todas as luzes apagassem e só os dois estivessem ali. Draco tirou a cabeça dali e fitou os olhos castanhos. Sorriu e falou:

– Curioso, isso é apenas errado o suficiente para fazer parecer certo – Gina o olhou curiosa e também sorriu concordando. Draco voltou a beijá-la.

Os dois ficaram ali por um tempo, até Draco sugerir que voltassem, porque estava ficando tarde.

– Quando nos vemos? – perguntou ele.

– Não sei.

– Então nos comunicamos e quando der... – olhou para ela, querendo que entendesse.

– OK. Boa noite – deu um beijo nele e saiu.

– Boa noite – falou baixo.

Draco ficou olhando Gina sair da sala e ficou lembrando do momento que tiveram. Draco se sentia estranhamente feliz.