Noite. 23 horas.

Ele olhava para o céu escuro e estrelado, pegando uma garrafa de refrigerante e levando a boca, dando um gole na bebida. Estava pensativo, inquieto, afinal, quem era a garota Aysha? De onde ela tinha vindo? Apesar da história dita por ela, ele ainda tinha suas suspeitas. Ele sempre fora desconfiado por natureza, e não confiava nem um pouco na nova inquilina, ainda mais depois da cena bizarra que se seguiu depois ao chegarem à torre! Como ela sabia seus nomes verdadeiros sem nem mesmo ter perguntado? Por que abraçou Koryand’r daquele jeito, como uma criança que perdeu a mãe e depois a achou?

Eram muitas dúvidas, sua cabeça chegava a doer... talvez precisa-se esquecer isso um pouco, afinal, ele nunca parou para pelo menos tomar um ar fresco, ou... tentar falar com certa ruiva!

Robin: Eu vou acabar morrendo assim!

Estelar: Falando sozinho? Vai pegar um resfriado assim! – Disse tirando o moreno de seus devaneios.

Robin: Não me importo!

A ruiva se sentou ao seu lado e o moreno lhe ofereceu a bebida, que foi negada pela garota:

Estelar: Não vai dormir? Está tarde!

Robin: Não tenho sono... estou confuso!

Estelar: É sobre a Aysha?

Robin: É... eu não entendi o porquê daquilo... ela falou como se... já conhece-se a gente há anos!

Estelar: E se ela conheceu a gente no futuro? Robin, ela pode não parecer confiável, mas vamos dar uma chance para ela! Quem sabe podemos desenrolar essa historia - disse pegando a mão do mesmo - Não custa nada ajudá-la!

Robin sentiu um arrepio ao sentir o toque das mãos de estelar... eram macias e quentes. Ele levantou o rosto a tempo de ver a mesma levantá-lo também, fazendo suas bochechas ganharem um tom avermelhado... simplesmente fofa. Os olhos esmeralda refletiam o brilho da lua. Ele sorriu:

Estelar: Ei... posso ficar no seu quarto? Aysha ta dormindo no meu, sabe...

Robin: Er... ta, ta bom! Pode sim... Não me importo! – Disse meio surpreso pela pergunta.

Logo ambos saem do terraço, mas ao descerem as escadas, Kory acaba tropeçando nos degraus, e quase teria ido ao chão, se os braços de Dick Não tivessem a segurado...

Coração acelerado. Respiração descontrolada. Pela quente. Olhos arregalados. Lábios entreabertos.

Ambos se encontravam na mesma situação, o contato nunca fora de um toque de mãos, esse agora chegava a assustar, mas era aconchegante.

Estelar: Er... pode me colocar no chão sim?

Robin: Ah c-claro, descu-culpe! – Soltou-a completamente envergonhado. – “Mas você é um abobado de ficar com vergonha hein? Frangote!”

Esquecendo o ocorrido, ou pelo menos tentando esquecer, eles rumam ao quarto do moreno, no qual ele dormiu no chão e a ruiva dormiu na cama confortável, com o cheiro forte dele nos lençóis. (#aquelacarinha#)

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02h15min AM.

"Acordar a essa hora por causa da fome. Fala sério! Da próxima vez eu janto direito, ou trago alguma coisa comigo"– pensava certa morena vasculhando algo na geladeira.

Realmente odiava sair da cama por causa da reclamação de seu estômago, mas era tão forte que ela não aguentava.

Ravena: Cadê a porcaria da maionese? - perguntava irritada para si mesma - Achei!

Logo ela estava fechando a geladeira e indo para a mesa, estava escuro demais para enxergar o que estava a sua volta, mas a luz da lua ajudava minimamente.

Após quase quebrar a cozinha inteira e enfeitar suas pernas com roxos que com certeza ficariam mais que mil anos ali de tanto bater nas coisas, deixou os ingredientes na mesa e tentou acertar o sanduíche que queria fazer. E teria conseguido se ela não levasse um susto ao sentir um par de braços a abraçando por trás com força. O corpo quente lhe envolvia com possessão...

Ravena: Mas que por... - não teve tempo de responder, pois teve o corpo virado e sua boca invadida por um beijo.

Ravena pensou em reagir, se debatia na tentativa de fazer o tal corpo lhe soltar, mas seu corpo começou a esquentar... espera, ela estava gostando daquilo? Só poderia ser, já que conforme foi passando, os braços que apesar de pequenos eram musculosos começaram a apertá-la mais, e a mesma se entregava ao beijo. Um beijo lento, longo e sensual, no qual ela sentia o cheiro forte de lavanda saindo do corpo a sua frente, era seu perfume favorito, mas também... era familiar. Não tardou muito para o ato ser desfeito... a falta de ar se fez presente.

Logo apos os lábios serem separados, o corpo que a abraçava se soltou, e de repente, o calor que ela sentia desapareceu como fumaça:

Ravena: Quem foi que... por que? - disse ofegante e confusa - eu... quero mais...

Ravena até esqueceu a fome depois do ocorrido. Guardou tudo na geladeira, ganhando mais roxos nas pernas e nos braços também, e voltou ao seu quarto, deitando na cama e caindo em sono profundo, com o gosto daqueles lábios na boca...

Ravena: Quem é você... eu conheço esse perfume... eu acho!

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Sim, ela sabia que era errado fazer isso, mas precisava achar qualquer coisa que pudesse lhe servir pra derrotar Dor Mortal. Era por isso que estava vasculhando os arquivos secretos, correndo o risco de ser pega e de eles acharem que era uma espiã, mas não interessa, ela precisava correr o risco por seus pais, que ela sabia que eles ainda estavam vivos, a correntinha mágica que recebera de sua mãe, continha o sangue dos dois juntos, se algo acontece-se com um deles, uma parte dela se quebraria. Até agora estava intacta, e isso a motivava a continuar as buscas.

Aysha: Vamos lá... eles têm que ter alguma coisa aqui... que isso? – disse pegando um papel de jornal e lendo a primeira capa – “Ameaça mortal! Experimento de laboratório fracassa, criando um novo vilão para a cidade!” – Largou o jornal com uma cara de puro pavor – Só pode ser sacanagem... aquela... ela é idêntica a Dor Mortal... e se, esse for ela? Mas o golpe que eu matei foi forte o suficiente pra matá-la, como ela sobreviveu? Desgraçada, maldita! –

Aysha quase socou a parede, mas parou, pois se quebrasse a mesma, acordaria a todos, e realmente ela não estava afim de dar explicações a ninguém.

Aysha: Calma... respira fundo... isso eu já descobri, mas agora o foco é como ela ta viva... se eu impedir ela de reviver, talvez o futuro mude, e meus pais, aquela criatura... é isso, amanhã eu vejo!

Aysha guardou tudo como estava em seu lugar e se retirou antes que sobrasse para seu lado. Passou pelo corredor e se dirigiu ao quarto de Kory. Deitou-se na cama e olhou em volta, era uma decoração aconchegante, bem a cara dela mesmo. Fechou os olhos e se permitiu dormir ali.

Continua...