Up In Flames escrita por Thomas Hale


Capítulo 3
Problem


Notas iniciais do capítulo

Obrigado a todos que comentaram, são vocês que me motivam a escrever mais. Então comentem sempre, grr.
Capitulo dedicado a Lola, que me ajudou pra caramba.

PS: Já vou responder os comentários.



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“Então sua família inteira morreu em um incêndio?” Stiles arqueou a sobrancelha, a boca entreaberta. A pergunta foi feita de modo automático. Pela primeira vez na vida ele não sabia o que falar então optou pelo obvio.

Derek concordou com a cabeça, os olhos fixos no chão. Suas mãos tremem de forma controlada e a respiração está um tanto quanto ofegante. Ele sempre fica assim quando fala da família.

Stiles colocou a mão esquerda no ombro do mais velho em um súbito ato de coragem, tentando assim demonstrar todo o seu apoio. Aperto o local de forma delicada, o rosto corando pelo que estava fazendo.

“Minha ex-namorada os matou. Uma psicopata. Kate pirou ao descobrir que nós éramos bruxos. Colocou fogo enquanto dormíamos.” Os olhos de Derek se encheram de lagrimas e ele odiou a si mesmo por isso. Se tivesse ido pra aula de poções isso não teria acontecido do mesmo modo que se não tivesse namorado Kate sua família ainda estaria viva.

Ele e Stiles mataram as primeiras aulas do dia para jogar conversa fora e tentar aliviar o clima de tensão que paira no ar. Faltam menos de 48 horas para que a primeira prova do torneio tribruxo aconteça e não se fala em outra coisa em toda a escola. Alunos de todos os anos e casas apostam em seu favorito e torcem para ganhar alguns galeões.

Com toda a pressão dos alunos da Grifinória e a opressão dos alunos da Sonserina, Stiles, acabou tendo alguns ataques de pânico nos momentos menos prováveis como na aula de transfiguração, enquanto conversa com a bibliotecária ou no salão comunal da Grifinória.

Scott, que já conhecia o menino antes de ambos ingressarem em Hogwarts, tentou o tranquilizar, mas de nada adiantou. Stiles não sofria disso desde que era criança, mas a perspectiva de ficar cara a cara com a morte acabou trazendo a doença de volta.

Foi em um dos ataques que entrou no salão principal com a jaqueta de Derek na mão direita e os olhos desfocados. Seu rosto estava completamente pálido e seus cabelos mais bagunçados que o normal. Ignorando os acenos e sorrisos de Scott e Alisson ele se dirigiu a mesa da casa das serpentes, o corpo tremendo de forma descontrolada. Ele parou de frente pro Derek, jogou a jaqueta em seu rosto e agradeceu aos berros o pequeno empréstimo o que fez o salão principal mergulhar em um silencio mortal.

Sem muitas alternativas Derek puxou um Stiles estático e perplexo para longe de todo aquele murmurinho maldoso que se formou. Pessoas especulavam o porque do empréstimo e o porque dos dois estarem tão íntimos, afinal um leão não se da bem com uma cobra.

Com os rostos vermelhos e todos os olhares voltados a eles, ambos saíram do salão principal, praticamente correndo, e fugiram para o lugar mais afastado que conseguiram pensar.

Stiles balançou a cabeça fervorosamente de forma a mandar todos os pensamentos para o inferno. Derek precisa de ajuda e não de um idiota sonhador.

“Eu sinto muito.” Murmurou por fim.

“Não é culpa sua.” Derek deu de ombros, um sorriso triste preso em seus lábios.

“Mas é culpa minha a escola inteira pensar que você não é um sonserino digno. Eu não devia ter entregado a jaqueta daquela forma. Na verdade eu não deveria nem ter entregado.” O garoto deu uma pausa como se estivesse procurado as palavras que poderia usar. “É só que me sinto desesperado. Eu vou realizar uma prova mortal daqui a algumas horas e não posso nem me preparar porque ninguém sabe o que vai acontecer.”

“Stiles e...”

“Hoje pode ser meu último dia de vida, sabe como isso é estranho?” Stiles continuou a falar. Não tinha ouvido a tentativa falha de Derek de consolá-lo, sentia-se atordoado demais para ouvir alguma coisa. “Vou morrer jovem. Pelo menos vou ficar bonitão no caixão. Jovem e morto. Espero que deixem o papai entrar pro velório. Se é que vou ser velado aqui.”

“Stiles, cale a boca! Você não vai morrer.” Derek levantou-se o mais rápido que pode e, agindo por instinto, envolveu o mais novo em seus braços. É loucura se for pra parar para pensar. A minutos atrás era Stiles que tentava o consolar.

Derek acariciou as costas de Stlies de forma desengonçada e atrapalhada, os músculos duros e os movimentos bruscos. Derek Hale não é conhecido por ser carinhoso o que justifica a sua falta de jeito.

Stiles passou as mãos envolta do tronco do mais velho, o rosto escorado em seu peitoral. Não sabia o como agir e nem o que dizer, só queria ficar parado ali pra sempre.

“Eu teria um problema a menos sem você." Derek riu da careta que Stiles fez." Mas mesmo assim te proíbo de morrer, Stiles. Preciso de um amigo e só você é burro o suficiente pra ocupar esse cargo.”

(...)

Stiles foi obrigado a deixar Derek três horas depois da conversa monótona e pouco motivadora. Depois de ficarem abraçados por longos minutos, que para ambos pareceu ser apenas segundos, foram buscar comida na cozinha e voltaram para a torre. Estariam lá até agora se Lydia não tivesse os atrapalhado algumas horas depois.

“Entrrevista com os campeões parrra o prrrofeta diárrio, Stiles.” Disse ela com o sotaque francês mais lindo que os garotos tinham ouvido até então.

Cinco minutos depois ela, Stiles e Isaac, estavam sentados em um banco de madeira de frente para uma mulher loira oxigenada, ocludas e com os peitos enormes. Ao seu lado encontrava-se um fotografo magricela, que tirava uma foto a cada cinco segundos, uma pena de reprodução automática e uma mulher que não parecia ter serventia. Era como se estivesse ali só pra supervisionar os campeões. Uma pequena mesa os separava deles. Diversos tipos de sucos em cima e alguns guardanapos. Comida que é bom não tinha.

“Sou Rita Skeeter repórter do profeta diário.” Anunciou a loura, o tom de voz despreocupado e um sorriso maldoso preso em seus lábios. Ela analisou cada um dos três campeões, os olhos brilhando. “Eu poderia entrevistar cada um individualmente como fiz na época do Potter, mas daria trabalho demais.”

Stiles encolheu os ombros. Ele sabia muito bem o que tinha acontecido na época de Harry Potter. Depois de ser selecionado para participar do torneio ele pesquisou tudo o que conseguiu e o resultado foi que um aluno tinha acabado morto.

“Você!” Ela apontou para Isaac, que arregalou os olhos assustado. O fotografo aproveitou o momento para tirar uma foto. “Como se sentiu após ter o seu nome retirado do cálice? Com medo? Assustado? Quis correr para longe?”

Nom, de jeito nenhum.” Isaac defendeu-se, a expressão assustada dando lugar a uma enraivecida. Assim como Lydia ele também tinha um sotaque, esse de um tom mais grosso. “Se tivesse medo nom me escreveria. Me senti sortudo, honrado.”

Stiles pegou um copo de suco de abobora para tampar o sorriso maldoso que surgira em seus lábios. Não tinha falado com Isaac até então, mas o admirou pela resposta grossa.

“Tá bom, tanto faz.” Rita revirou os olhos, obviamente decepcionada com a resposta. “E você? Se sente intimidada por ser a única menina?”

“Eu serrr menina não diminui minhas chances.” Lydia tentou que as palavras saíssem doces, mas não obteve sucesso. Rita respirou fundo.

“Stiles, correto?” Perguntou Rita e Stiles confirmou com a cabeça. “Se sente preparado pra primeira prova?”

“Hãm, não sei. Na medida do possível. Não é como se conseguisse me preparar de forma adequada porque não sei o que vou enfrentar, além do mais...” Stiles mexeu com o braço com mais forma que deveria. O conteúdo do copo voou para fora, atingindo o uniforme azul marinho de Lydia, que soltou um gritinho. “Oh meu Deus, me desculpe!”

Stiles pegou um guardanapo da mesa, os olhos arregalados. Sem pensar no que estava fazendo, levou as mãos até os peitos da garota, local aonde ele tinha derrubado o suco, tentando limpar antes que manchasse.

“Desculpa, desculpa.” Tornou a repetir, a voz desesperada.

“Calma, vai sairrr.”

(...)

“Que porra é essa, Stiles?” Derek jogou o jornal em Stiles, os olhos brilhando de raiva.

Um dia havia passado desde o fiasco que fora a entrevista. Stiles não tinha visto Derek desde então e esperava uma recepção mais carinhosa quando o encontrasse.

“Do que você tá falando, Derek falando?”

“Leia essa merda.”

Stiles pegou o papel surrado, a sobrancelha arqueada. O pedaço de papel que Derek jogou nele nada mais é que um jornal. Na capa um jovem limpa os seios de uma jovem adolescente ruiva, que parece radiante com o toque. A manchete, “Namoro, Amizade ou Pegação?” cobrindo a foto.

Stiles respirou fundo e leu.

“Quando fui convidada a entrevistar os campeões do torneio tribruxo não imaginava que encontraria um casal apaixonado. Em todo o momento Stiles (campeão de Hogwarts) e Luydia (campeã de Beauxbatons) trocavam olhares e sorrisos. Chegaram a trocar caricias por baixo da mesa, coisa que fiquei abismada por presenciar! Isaac (campeão de Durmstrang ) parecia desconfortável com a situação e chegou a ser grosso comigo para poder ir embora mais rápido. Estava tudo caminhando bem até que, de forma proposital, Stiles derrubou um copo de suco de morango nos peitos de Lydia. E não para ai, queridos leitores. Ele não só derrubou o suco, como também usou as próprias mãos para limpar (assim como a imagem comprova). Sera esse mais um amor impossível igual Romeu e Julieta (um conto trouxa que eu acho agradável) ou só mais uma pegação pra descontrair a tensão? Eu não sei, mas vou descobrir. Com amor, Rita Skeeter.”

Stiles arregalou os olhos. Nunca tinha lido tanta mentira em uma só matéria. Ele ergueu os olhos pra Derek, que continuava com sua expressão de fúria. Stiles chegou a abrir a boca para perguntar o porquê dele estar tão irritado, mas achou melhor não abusar.

“É mentira.” Disse, os ombros encolhidos.

“E eu sou o papai Noel.” Derek respondeu ríspido.

“Acredita em mim, Derek. Eu não tô namorando a Lydia!” Foi só enquanto falava que percebeu que queria mais o que tudo que o homem acreditasse nele.

“E essas fotos, Stiles?“ Ele apontou pro jornal freneticamente. “Achei que você fosse diferente.”

“Não foi nesse contexto.” Stiles agora parecia desesperado. As lagrimas começavam a querer cair.

“E porque eu devia acreditar?”

“Porque eu te amo, porra. E eu teria um problema a menos sem você, é verdade, mas não posso evitar. É você.”

A alguns passos de distancia, escondida atrás de uma arvore, Rita Skeeter tampou a mão com a boca.


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Notas finais do capítulo

Comentem, grr.