Contando Estrelas escrita por Letícia Matias


Capítulo 3
Capítulo 2




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–... acho que ela está desmaiada.

–...Deus! O que aconteceu¿

Eu não conseguia abrir os olhos, só ouvia pessoas falando por todos os lados. Eu estava tão sonolenta e bêbada a ponto de não conseguir abrir meus olhos que pesavam.

– Afastem-se! – uma voz grossa pediu.

Eu me senti envolvida por braços. Presumi que alguém estivesse me pegando no colo e me carregando para algum lugar.

***

Abri meus olhos que estavam pesando. Fechei-os novamente. Minha cabeça doía demais. Abri-os novamente, devagar e me sentei na cama.

Ah claro... Estou de ressaca.

Olhei para em volta, pelo menos eu estava no meu quarto. Mas não sabia como eu havia parado aqui.

Olhei para o criado mudo ao lado de minha cama, havia um copo de água e uma aspirina ao lado.

Ah ótimo! – pensei pegando o comprimido e engolindo junto com a água.

Olhei para a porta de vidro da sacada e vi que estava Sol... O que era ótimo!

Andei até a sacada e dei uma olhada em volta. Vi vários carros perto do jardim.

Ah claro... O povo trabalhador já estava aqui.

Sorri ironicamente com esse pensamento.

Olhei para o lado da piscina e meu coração parou.

– Oh meu Deus! – arfei.

Johnny estava com uma bermuda branca e sem camisa jogando Futebol Americano junto com meu irmão e com os dois filhos do Sr. Weedon.

Ele segurava a bola nas mãos segurando perto de seu corpo, e ria cada vez que driblava os meninos.

Um sorriso enorme espaçou minha boca. Que lindo!

Meu irmão olhou para mim e depois eles pararam de jogar e olharam para mim.

Johnny olhava para mim e eu para ele e parecia que estávamos conectados de alguma forma.

Reprimi um sorriso quando meu irmão roubou a bola de Johnny e jogou-a em sua cabeça. Johnny virou-se para meu irmão e lhe deu um peteleco na cabeça.

Ri e balancei a cabeça;

Voltei para dentro do quarto e decidi tomar um banho.

Depois do banho, coloquei um vestido leve de calor. Ele era branco com flores pequenas verde limão, calcei meu chinelo, penteei meus cabelos pretos e sedosos e puxei-os para trás com um arquinho rosa claro.

Desci as escadas e fui para a cozinha.

Lá, o Sr e a Sra. Weedon conversavam junto com meus pais no balcão, tomando o café da manhã.

Todos dirigiram o olhar para mim.

– Bom dia. – eu disse abrindo a geladeira.

– Bom dia. – eles disseram em coro.

Olhei-os e fiz uma cara engraçada.

– Como você está¿ - meu pai perguntou.

Mordi o lábio.

– Bem, obrigada. Ah... Olha pai, você me desculpa ontem, ok¿ Eu não estou bêbada, e nem estava bêbada... Eu...

– Tudo bem, tudo bem. Não quero ouvir explicações. Só... Se controle. – ele disse.

Sorri falsamente. Eu sabia muito bem que ele iria querer ouvir explicações quando os Weedon fossem embora. Era típico. Meu pai adorava bancar o pai perfeito e despreocupado na frente dos outros.

– Tudo bem.

Não disse mais nada. Peguei uma tigela e coloquei meu cereal de aveia, morango e chocolate acompanhado de iogurte natural.

– Eu... Vou ir lá fora. – disse pegando a tigela. – Aqui está muito quente.

Eles assentiram e eu dei as costas para eles.

Passei pela sala e parei para me olhar no espelho que tinha perto do sofá. Arrumei as pontas do meu cabelo e meu vestido que estava torto e saí da casa.

Estava um Sol escaldante e nem parecia Outono. Ouvi a voz de meu irmão vindo de trás da casa e resolvi ir naquela direção.

Contornei a casa e passei pelo jardim, depois virei à esquerda e cheguei aonde eu queria estar. Na piscina.

Os garotos estavam parados conversando e Johnny estava molhando as mãos na piscina e não me viu chegar.

Eles nem sequer notaram minha presença.

Dei a volta de um lado da piscina e sentei-me á beira para colocar os pés dentro dela.

Coloquei a tigela no colo e disse:

– E então meninos, estão precisando de uma técnica para o jogo¿

Eles se viraram para mim e pararam de falar me olhando de cara feia, Johnny levantou a cabeça e me olhou, me medindo.

Por dentro eu estava dando pulos de alegria. Reprimi um sorriso de satisfação.

– Oi. – eu disse pegando a tigela e olhando para ele.

Ele sorriu.

– Oi.

Ficamos nos encarando e então dei uma colherada no meu cereal.

– Olha só, a bêbada chegou. – meu irmão disse. – Vamos sair daqui.

Ele contornou a piscina e me deu um peteleco na cabeça. Fiz um movimento rápido e acertei um tapa ardido em sua coxa.

– Ao menos eu posso beber. – eu disse.

– Tecnicamente não pode.

Virei-me para Johnny que sorria.

Fiz uma cara séria e depois sorri.

Ainda bem que o idiota do Michael e os Weedon Jr, haviam nos deixado sozinhos.

Ele contornou a piscina e sentou-se ao meu lado quase colado em mim.

Dei mais uma colherada no cereal para controlar a ansiedade.

Senti seu cheiro e quase caí para trás. Ele usava Giorgio Armani.

Ai. Meu. Deus! Era o melhor perfume de todos.

Reprimi um sorriso e olhei para ele que me olhava sorrindo.

– E então, como você está¿

Dei de ombros.

– Estou bem. – melhor agora que você está aqui. – E você¿

Ele deu de ombros.

– Bem. Com calor.

– Sim, nem parece que é outono!

– Nem me diga. O que você está comendo¿ - ele disse olhando para minha tigela.

Ri.

Ele era péssimo em puxar assunto, mas valeu à tentativa.

– Cereal com iogurte.

– Ah. – ele assentiu. – Você é pesada sabia¿ Tive que te carregar até seu quarto ontem, você pesa!

– Como é¿ Está me chamando de gorda¿ - eu disse rindo e surpresa.

– Não. Mas você é pesada.

Fiz uma cara esnobe.

– Você que é muito fraco. – e olhei para a piscina tendo uma brilhante ideia.

Ele riu.

– Não sou não.

Olhei para ele estreitando os olhos e ele também me olhou da mesma maneira e depois começamos a rir.

Com uma atitude imatura empurrei ele na piscina.

Ele rapidamente voltou à superfície passando a mão nos cabelos castanhos e olhando de olhos arregalados e boca aberta pra mim. Ele meio que sorria e estava espantado com a minha imaturidade.

Comecei a rir alto, descontroladamente com a mão na barriga e depois ele veio para mais perto de mim rindo também, porém não alto do jeito que eu ria.

Coloquei minha tigela do meu lado e depois olhei para ele suspirando de tanto rir.

Ele estava parecendo um Deus grego com aquele cabelo castanho molhado, pingando. Seu rosto tinha algumas gotas de água e seus olhos estavam mais verdes.

Mordi o lábio e comecei a rir baixinho de novo e ele me olhando.

– Quanta imaturidade. – ele disse revirando os olhos. – Você acha que não posso me vingar¿

Ri alto.

– Ah que medo do Johnny! O que ele irá fazer¿ Oh Deus... – eu disse inclinando o corpo para trás e me apoiando em uma das mãos e a outra colocando na minha testa.

Antes que eu pudesse reagir, senti suas mãos em minhas coxas e senti meu corpo afundar na piscina.

Fui até o fundo da piscina e depois dei impulso para voltar à superfície.

Ele ria com a cabeça jogada para trás.

Passei a mão por minha cara tirando a água e depois reprimindo um sorriso joguei água nele e ele levou um susto parando de rir.

– Olha o que você fez! Molhou meu vestido!

Ele me olhou debochadamente.

– Você molhou minha bermuda! Me molhou todo!

Ah eu sei... E você está lindo desse jeito.

Ri e cheguei mais perto dele.

– Você tem medo de água por acaso Sr. Donahue¿

Nós estávamos bem próximos um dos outros.

Nos olhamos profundamente e ele mordeu o lábio. Ah... Aqueles lábios carnudos e rosados.

– O que aconteceu com vocês¿

Viramo-nos assustados e vimos que meu pai, minha mãe, o Sr e a Sra. Weedon nos olhava reprimindo um sorriso, menos meu pai e minha mãe.

– Ah... Eu joguei ele na piscina. – eu disse.

Meu pai revirou os olhos.

– Tenha modos Mary Anne, pelo amor de De...

– Não, está tudo bem. Está calor! – Johnny disse.

Olhei para ele.

– Não vão se queimar. – a Sra. Weedon disse rindo.

Forcei um sorriso e quando eles se viraram para entrar fiz uma cara de nojo e coloquei o dedo na goela.

Johnny riu.

Apoiei meu braço na beira da piscina e apoiei minha cabeça em minha mão. Ele deu impulso e sentou-se na beira perto de mim.

Seu abdômen tinha gotas de água por todos os lados.

Respirei fundo e mordi o lábio. Céus!

Ele olhou para mim e sorriu e eu sorri de volta levantando as sobrancelhas.

– E então, o que você fará no Dia De Ação de Graças¿ - perguntei.

– Ah... O Sr e a Sra. Weedon convidaram a mim e seus pais para almoçar numa chácara deles.

Ah essa era nova.

– Ah tá. – eu disse. – E você vai¿

– Sim, minha família não estará em Denver e...

– Você vem de Colorado¿ Denver¿ Ah meu Deus! Sempre quis conhecer algumas partes de Colorado.

Ele sorriu.

– É um ótimo lugar.

Ah eu nem iria reclamar, eu queria muito ir neste almoço.

O vestido começara a pesar em meu corpo e eu não estava conseguindo desamarrar o nó da alça atrás do pescoço.

– Ah... Você pode desamarrar para mim¿ - perguntei apontando para o pescoço.

– Sim claro. – ele disse atencioso.

Fui até ele e virei-me de costas. Abaixei a cabeça e senti suas mãos grandes, porém delicadas, desamarrado o vestido.

Ele já havia desamarrado e então senti suas mãos descerem da minha nuca por meus ombros, com um toque leve.

Senti um arrepio dos pés até os meus fios de cabelo.

Ele riu baixinho.

Olhei para frente e sorri.

Tirei meu vestido e depois coloquei na beira da piscina. Eu estava com meu biquíni branco com vermelho.

Ele me olhava.

Fui para trás olhando para ele e inclinando o corpo para trás como se eu fosse boiar na água.

– Obrigada Sr. Donahue. – eu disse e dei um impulso para trás fazendo uma cambalhota sofisticada deixando uma perna no alto e depois puxando-a.

Nadei de um lado para o outro lentamente e depois voltei á superfície.

Puxei meus cabelos para trás tirando o excesso de água.

A Sra. Weedon chegou.

– Trouxe toalhas e roupões para vocês queridos. – ela disse dando um sorriso malicioso e colocando as toalhas e os roupões ao lado de Johnny.

– Obrigada. – ele disse olhando-a e forçando um sorriso simpático.

Ela me olhou.

Quando ela saiu, revirei os olhos.

Dei impulso e saí da piscina pegando uma toalha e me secando mais ou menos e depois dando uma secada rápida em meu cabelo.

Ele estava me olhando e eu olhando ele.

Abaixei-me ao lado dele para pegar o roupão, mantendo o contato visual.

Coloquei e amarrei o roupão rapidamente.

– Hora do almoço! – minha mãe gritou dentro da casa.

Eu olhei em direção a casa e depois para ele.

– Não se atrase para o almoço Sr. Johnny. – pisquei e sorri.

Ele sorriu de volta.

Passei por trás dele e empurrei-o levemente com o pé, ele quase se desequilibrou e caiu na piscina.

Passei por ele e dei uma olhadela, ele me olhava reprimindo um sorriso e balançando a cabeça negativamente.

– Você ouviu hora do almoço! – eu disse.


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