Já faz um mês que estou no colégio Han Place! Pode-se dizer que aqui é onde me sinto muito bem e feliz. Estou mais próxima das meninas, do Dylan e por incrível que pareça do Peter, mas digamos que nossa relação é de um ódio profundo. Somos dois orgulhos sem cura.

Semana que vem começam as provas bimestrais e a tensão está acima de qualquer coisa. Preciso tirar notas altas em todas as matérias, porque como sou bolsista o meu esforço deve ser o triplo de um estudante "normal". Por serem muitos professores e ser uma prova para cada um deles eu comecei a estudar a algumas semanas atrás, principalmente para as matérias que tenho mais dificuldade.

Matemática é a matéria que tenho mais facilidade, mas não posso vacilar com aquele meu professor detestável... Peter!

– Não vai estudar? - Uma voz tirou-me dos devaneios e eu não poderia esperar que fosse outra pessoa, afinal, eu estava no local se sempre.
– Irei, mas estou no meu intervalo.
– Como espera que seja minha prova? Difícil? Fácil?
– Não tiro conclusão precipitadas.
– Hum, você é uma aluna bem destemida. Acho que foi a melhor aluna que tive até hoje.
– Falando desse jeito eu vou pensar que está me cantando.
– E se eu estivesse?
– Eu iria te denunciar. - Ele soltou uma risada muito alta e irônica, aquilo me irritou.
– Sei que não faria isso, mas relaxa, não vou assediar minhas alunas.
– Não duvido de nada que venha de você.
– Qual é Renée, nos conhecemos tem um mês.
– Realmente... só descobri nesse um mês que és um babaca.
– E você é uma menina irritante.
– Então por que continua falando comigo?
– Você invadiu meu espaço.
– Tem como resolver esse problema, finja que eu não existo. - Senti sua mão em meu queixo e fui obrigada a olhar nos olhos dele. Fiquei envergonhada.
– Você sempre tem a resposta na ponta da língua, hein? Cuidado com isso.
– Hunf, quem é você para me dizer isso, entenda Peter, somos iguais.
– Já sou um adulto e na realidade eu ERA como você, temos 7 anos de diferença, tenho 7 anos a mais de experiência do que você. - Levantei-me e fiquei a centímetros do rosto dele, claro, na ponta dos pés, ele é bem mais alto que eu. Encarei seus olhos profundamente e dei um sorriso que ele sempre lança para mim, irônico.
– Hum, então quer me dar uma lição? Sei que não sou muito bonita, mas sei que poderia fazer você perder os sentidos estando assim, alguns centímetros de distância de você... quem vai dar uma lição agora?
– Senhorita, você é bem corajosa. - Ele respirou profundamente, mas sem tirar os olhos do meu.– Você quer alguma coisa de mim? Creio que saiba, sou um homem e você uma mulher, e o que está fazendo é perigoso, mas não vou perder meus sentidos... Renée, você é uma criança, tanto aqui - Ele colocou o dedo indicador na minha testa,– Quanto aqui - e apontou para meu peito. Depois de nos encararmos com muita raiva o sinal tocou e ele se afastou dando um breve aceno de longe e eu fiquei lá estática.
– O que eu fiz? - Pronunciei aquela frase baixinho e senti um calor súbito percorrer meu corpo e o sangue estagnar nas minhas bochechas.

(...)

– Renée, onde estava? Eu te procurei pela escola inteira! - "Inteira não, eu estava num lugar abandonado com o professor de matemática" Nunca que vou dizer isso.
– O que quer, Dylan?
– Por que é tão ruim comigo?
– Estou no meu estado normal.
– Que seja, Renée, você vai entrar no clube de música?
– Ah, tinha esquecido disso. Vou entrar - Dylan ficou animado por alguns segundos, mas logo o cortei–, mas não estou fazendo isso por você.
– T-Tudo bem. Amanhã a tarde você vai fazer o teste. Você só toca baixo mesmo?
– Sim.
– Tudo bem! Escolha uma música que goste de tocar, okay?
– Okay.

A aula passou e eu voltei para casa. Peguei meu baixo e decidi tocar a música Is this love da banda Withesnake para treinar até que uma criatura irritante entra no meu quarto.

– Irmãzinha! Está apaixonada? A última vez que tocou essa música você estava gostando de um menino da sua sala.
– Rosa, não...
– Hehe, sei... ah, eu vim avisar que a partir do bimestre que vem serei sua professora de história!
– POR QUE?!
– Nossa, ficou tão animada assim? Um dos seus professores recebeu uma proposta para dar aula numa universidade, aí vou entrar no lugar dele.
– Já tenho que te aturar em casa... agora na escola também? Não...
– Você me ama demais, Rê!

Minha irmã chama-se Rosália Frésne, tem 24 anos e é uma das melhores professoras de história do estado, não é enchendo o ego dela não, isso é verdade. Ela é muito inteligente e gosta do que faz, diferente de mim Rosa é animada e está sempre adepta a novas amizades. Todos pensam que somos gêmeas, mesmo ela tendo 24 é baixinha, eu ainda passarei sua altura e os olhos dela são verdes. Tem a pele morena, corpo escultural e o cabelo é cacheado que bate até a metade das costas. Minha irmã é muito bonita, pois está sempre se cuidando, já eu sou preguiçosa para me arrumar. Ela é casada com um amigo de infância, ele é o oposto dela, mas eles se amam desde que se conhecem.

– Não me mate no próximo semestre, por favor!
– Pode deixar irmãzinha, vai ser beeeem pior! Bye, bye. - Minha irmã mais velha me odeia, disso eu tenho certeza!