– Turma, a Sra. Belinda mandou avisar que nosso intervalo é diferente das outras turmas, você podem sair agora, são nove horas em ponto! Voltem às nove e vinte, combinado? - O recado foi dado pela representante de turma, uma menina estranha que gosta de química mais do que eu gosto de matemática. Ela era da turma 2002, conversávamos pouco nas aulas práticas que juntava as três turmas.
– Mereço... mereço.... - resmunguei.

Levantei da minha cadeira e senti um par de olhos me acompanhando, era a novata. ''Tsc, isso não vai ser legal'', pensei. Para evitar qualquer problema de ter alguém no meu pé, cheguei na porta da sala e corri como uma louca, se a supervisora me visse era detenção na certa. Corri para longe, mas você deve saber para qual lugar.

(...)

– Finalmente. - Ele falou enquanto estava deitado de olhos fechados.
– Não era para você estar em aula?
– Era? Hm, deixe-me pensar... não!
– Como assim não?
– Reduzi minha carga de trabalho. - Ele continuava com os olhos fechados e falava preguiçosamente.
– Por qual motivo?
– Pós-graduação, quero ver se consigo um cargo de professor substituto na Universidade Han.
– Uau, quem diria. - Aproximei-me do Peter e fiz a mesma coisa que havia feito quando nos conhecemos. Fiquei encarando o rosto dele. Cabelos mais longos, perdendo o tom loiro de farmácia e voltando ao loiro natural, quase castanho.
– É feio ficar olhando os outros sabia? - Ele abriu os olhos e quando me viu estava com uma expressão de surpresa.
– O que foi?
– Nada. - Ele virou o rosto, percebi um pequeno rubor em suas bochechas e eu acabei corando também. - Como foi o primeiro dia na turma especial?
– Um saco, já arrumei confusão. Tehee.
– Você ainda ri disso? Idiota.
– Qual é, a menina começou a falar comigo e do nada ela começou a falar asneiras sobre ''a bolsista da turma especial''. Disse que deveria ser uma menina feia e que só tá aqui no Han Place por pena da Sra. Belinda.
– Quem é essa?
– Uma tal de Mirella Firenza.
– Ah sim, minha mãe comentou sobre ela. Filha de pais riquíssimos e com uma personalidade horrenda.
– Urgh, irei evitá-la. - Sentei-me ao lado de Peter e ele deitou a cabeça em minhas pernas, aquilo foi constrangedor! Mas sinceramente, não me espanto mais com as atitudes inesperadas dele. Comecei a afagar os fios loiros de Peter e ficamos ali por longos minutos.
– Você me traz uma paz inexplicável. - Ele levantou uma das mãos e brincou com meu cabelo, como ele sempre faz.
– Se alguém nos visse aqui acreditariam que somos um casal extremamente apaixonados.
– Poderíamos ser. Já nos beijamos mesmo, saímos diversas vezes...
– Eh?! - Aquilo me pegou de surpresa! Meu queixo foi no chão agora. O que esse imbecil está dizendo?!
– Olha só, são nove e vinte...
– Nove... e... vinte... é... AH! Eu vou pra detenção! Desculpe Peter, acabou meu intervalo. - Expulsei ele das minhas pernas e levantei rapidamente.– Até logo!
– Tchau! - Ele deu um leve aceno antes que eu perdesse ele do meu campo de visão.






– Ela está absurdamente linda... isso é perigoso...