– Então, nossa turma ficou com a Ásia. - Falou Ellie.
– E temos que separar os grupos para cada país. - Disse Ivy
– De acordo com a lista ficamos com o Japão.
– O que podemos fazer com esse tema? - Indaguei
– Bom, temos que apresentar quatro tópicos sobre o país: Culinária, cultura, economia e demografia.
– Posso fazer as pesquisas desde que me deixem fora das apresentações, não gosto dessas coisas. - Fiz essa colocação, eu realmente detesto trabalho em grupo mesmo sendo com meus amigos.
– Nops, você vai participar. - Dylan me encarou. Dei uma risada irônica para ele e disse.
– Obrigue-me, palito de fósforo. Bem, preciso resolver uma coisa nesse intervalo, até depois.

''Encontre-me no lugar de sempre, preciso falar com você.
Peter''

Desde que passei meu número de celular para aquele idiota do Peter ele não para de me perturbar, mas em troca consigo que ele me ajude com alguns exercícios de matemática mais difíceis.

Como pedido fui até o jardim abandonado e o encontrei deitado no banco como sempre, mas algo nele estava diferente... ele parecia abatido.

– Hey! - Chamei atenção do loiro aguado, ele levantou e estava com um semblante nada agradável.
– Você sabe quando o dia não está nada bem para você?
– Claro, quase sempre. - Revirei os olhos. - O que aconteceu hoje? - Sentei ao lado dele no banco. Acreditei que aquele filho da mãe não faria nenhuma gracinha, mas não, ele tem que fazer alguma coisa. Peter ficou a poucos centímetros de distância do meu rosto e ficou me encarando, não pude conter a vermelhidão. Ele riu.

– Sabe, sua irmã não gostou de mim e disse que não devo me aproximar de você.
– Está triste por isso? - Ele tirou o celular do bolso e mostrou uma mensagem

''Estou terminando com você, sabe que nosso relacionamento sempre foi de fachada, não é? Então, agora eu encontrei a oportunidade perfeita de me desvencilhar e ficar com quem realmente amo. Espero que também seja feliz, adeus!
Mika L.''

– O que acha?
– Bem... uau... que forma de terminar um relacionamento. - Ele fechou o celular com força e guardou.
– Sabe, eu não gostava dela mesmo, mas minha mãe vai ficar furiosa, afinal, foi ela quem me forçou a namorar Mika.
– Como ela era?
– Bom, ela é branca, tem os cabelos castanhos misturados com vermelho e olhos cor de mel. Aparentemente frágil e mimada, invejosa, interesseira e falsa. (Mika)
– Como conseguiu namorar uma mulher assim? Cruzes! - Peter riu com meu comentário e por um instante senti-me aliviada, espera, aliviada com o quê?
– Está interessada mesmo?
– Sabe, não quero cometer erros assim. - Dei de ombros.
– Bom, nós estudávamos juntos desde a 5ª série até o último ano ensino médio, nós dois éramos os prodígios da sala, com notas impecáveis e bem modéstia a parte sempre fomos os bonitões do colégio... - Tive que rir nessa hora e ele acabou lançando um olhar mortal para mim.
– Continue - Limpei uma lágrima que saiu de tanto que ri.
– Então... sempre fomos muito amigos e daí as pessoas achavam que estávamos namorando, eu nunca a vi com outro olhos, para ser sincero nenhuma menina me interessava naquela escola, pareciam todas iguais.
– Você é gay? - Peter levantou e saiu andando. Corri com um enorme sorriso no rosto em direção a ele, segurei seu braço e prossegui.– Desculpe-me, desculpe-me, prometo ficar quietinha agora.
– Eu não sou gay e por favor, fica quieta mesmo! - Ele prosseguiu.– Então com todas as especulações nós fizemos um trato. Mika era apaixonada pelo meu melhor amigo, então ela queria fazer ciúmes nele e pediu que virássemos ''namorados'' temporários, mas por causa da minha mãe isso durou mais do que o esperado.
– Hum, isso daria um bom livro. - Mais uma vez ele me fuzilou com o olhar.
– Quando entrei no ensino médio acabei envolvido em coisas ruins e por pouco não reprovei, aí minha mãe acreditava que Mika era minha salvação e como ela não gostava de decepcionar minha mãe, acabamos juntos até hoje.
– Se você está satisfeito por terminar com ela, porque ainda está com essa cara de enterro? Anime-se, tem muitas mulheres bonitas e legais por aí.
– Quem eu quero está muito distante de mim.
– Uuuh, então tem alguém na jogada?
– Olha, ela está praticamente ao meu lado, mas não vou conseguir alcançá-la facilmente.
– Virou filósofo agora? Pelo o que sei és de exatas! Mas então, lute para atingi-la, ela com certeza irá mudar de ideia. Você é legal e... - Minhas bochechas coraram, eu estava tentando encorajá-lo, mas aquilo mais se parecia com uma confissão.
– E...?
– Sabe... é... bo...
– Bo...?
– BONITO! Você é muito bonito! Argh, preciso ir, tenho que encontrar meu grupo do festival. Até logo! - Saí correndo dalí, não queria que ele me visse envergonhada, que mico!

''Foi você cabeça-oca, foi você quem me despertou esse sentimento estranho, mas vai ser um árduo caminho para te alcançar... começando pela nossas idades''– Pensou Peter.