O outro lado da Cicatriz escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 40
A noite negra


Notas iniciais do capítulo

Meu capítulo de dia das mães....



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Pov Belle

Hoje foi o pior dia da minha vida. Aposto como não foi apenas meu, mas de todos os alunos. Não, foi o pior dia da MINHA vida.

O dia foi normal como todos os outros. Aulas, trabalhos, andar pelo castelo. Eric tentava ficar o tempo todo comigo, e eu tentava ficar o tempo todo com Sophie. Acho que finalmente consegui fazer ela parar de me evitar, mesmo ela não dizendo o que eu queria ouvir. Mas, achei pela primeira vez, que tudo iria ficar bem.

– Psiu! Belle! - eu ouvi Sophie sussurrar - Tá dormindo?

– Não. - eu respondi.

– Ótimo!

Senti meu cobertor ser arrancado de sobre meu corpo, e fui lançada da minha cama, caindo de joelhos.

– O que está fazendo, ficou louca?! - eu esbravejei.

– Hermione nos chamou para passear! - ela falou, me ajudando a me levantar.

– A essa hora da noite? - eu retruquei.

– Não são nem nove horas, não é tão tarde assim! - Sophie falou - E olhe só essa lua cheia! Por favor, Belle, é só uma voltinha!

Eu olhei bem para a cara da Sophie. Não era o tipo de coisa que ela costumava fazer. E isso era estranho. Ela nunca me chamava de noite, nunca. Por fim, troquei de roupa e a segui pelos corredores do castelo.

– E o Eric? - eu perguntei, enquanto caminhávamos.

– Já está lá com a Mione e o Rony. - ela avisou - Só faltava você mesmo.

– Você me parece bem animada. - eu provoquei.

– Se está se referindo ao Potter, como tenho certeza de que está, - ela me cortou - perde seu tempo. Ele não estará lá.

– Como assim? - eu a parei, segurando seu braço.

Ela me olhou, e deu um longo suspiro.

– Ele saiu. Com Dumbledore. - ela fechou os olhos por um tempo, pareceu triste.

– Com o diretor? Será que isso tem alguma coisa a ver com a visão da penseira e aquele negócio de sei-lá-o-quê-crux? - eu perguntei.

– Não, Belle. Tem tudo a ver. - ela puxou o braço devolta - O nome é hor-crux. Horcrux, Belle. Eu pesquisei, é magia negra. Usado para viver eternamente.

– Pode me explicar? - eu insisti.

– A tal visão que você queria que eu contasse. Pois bem, era a verdadeira. Tom Riddle perguntou para Slughron o que era uma horcrux. Ela é um objeto onde uma pessoa esconde parte de sua alma, assim, se seu corpo for destruído, ela ainda pode viver por causa daquela parte sua que ficou escondida. Em outras palavras, não pode morrer. - ela explicou.

– Que coisa mais.... - eu sussurrei - Na verdade, nem sei o que pensar. Ele já era assustador de criança!

– E você nem sabe o pior! - Sophie sussurrou - A única maneira de dividir a alma em partes é matar alguém. Matar divide a alma.

– Meu Merlin! - eu cobri a boca com as mãos.

– Dumbledore sabia onde havia uma. Levou o Harry para irem buscar. - Sophie continuou - Por isso ele não vai estar lá. E é melhor que não esteja. Assim, não sou obrigada por você, Hermione e Eric a ser sociável com ele.

E Sophie continuou a andar, furiosa. Droga, pisei na bola legal. Parabéns, Belle, agora Sophie vai voltar a te evitar, sua jumenta! Mas eu sou burra, mesmo!

Caminhei pelos corredores, seguindo uma Sophie furiosa na minha frente. Saímos de dentro do castelo, até chegar em um pátio, todo de pedra. Hermione, Rony e Eric estavam sentados no chão, rindo e conversando. Olhando para o alto, eu via a torre de astronomia. Meu estômago começou a gelar naquele momento. Pátio de pedra, torre de astronomia, meus amigos, lua cheia. Igual a minha visão.

– Finalmente chegaram! Achei que não viessem mais! - Hermione riu.

– É que alguém não queria levantar, então tive que jogar da cama. - Sophie riu, sentando do lado da Hermione - E aí, o que estamos fazendo?

– Jogando truco, quer jogar? - Rony falou.

– Eu não, mas a Belle é boa com cartas. - Sophie disse - Belle, por que não joga uma partida?

Eu olhei para ela, ainda um pouco atordoada.

– Se a Belle vai jogar, quero jogar pôker! - Eric avisou - Adoraria ver ela te arrebentar nas cartas!

– Pois eu duvido que ela ganhe de mim! - Rony desafiou.

– Ah, eu não deixava! Vem Belle, faz ele engolir essas palavras! - Eric me chamou.

Eu sentei do lado de Eric, tentando compreender o que estava acontecendo. Não, eu compreendia o que estava acontecendo, eu só não queria acreditar. Não podia acreditar.

Eles me deram um punhado de cartas, e cada um foi jogando na sua vez. Nem prestei atenção. Na minha vez, eu só jogava as cartas no chão, uma de cada vez e pronto.

– Não, não, espera. - Rony disse, de repente - Isso tá errado. Você não podia ter jogado essa!

– Como assim? Claro que podia! - Eric pegou algumas cartas do chão - Vê? Essa jogada já estava armada! Ela tinha que jogar!

– Ah é, verdade... - Rony concordou - Foi mal!

– Erro explicado, joga logo que é a sua vez, Ron! - Eric pediu.

Sophie se levantou do chão, assustando a todos.

– O que foi? - eu me aproximei dela.

Ela mexia os dedos da mão direita freneticamente, e contorcia o pescoço. Seus olhos estavam rubros, e ela estava febril.

– Sophie, olha pra mim! - eu segurei o rosto dela com minhas mãos, fazendo-a me olhar. - Olha pra mim! Por favor! Me diz que isso não está acontecendo! Olha pra mim!

De repente, ela soltou um grito agudo, a plenos pulmões, e sua luva se manchou de sangue. Ela se contorceu, levando a mão ao peito, e segurando-a com a que estava sem luva. Ela fechou os olhos, e curvou-se, até cair de joelhos. Então parou de gritar.

Hermione correu para o meu lado, abraçou Sophie com um dos braços, perguntando-a o que estava acontecendo. Mas eu já sabia.

O céu tornou-se negro, povoando-se de nuvens, e tudo ficou muito escuro. Eu então olhei para cima, e apenas confirmei meu terror. Um corpo caía vertiginosamente.

Eu estiquei minhas mãos, e gritei Aresto Momentum. O corpo parou, a cerca de meio metro do chão, e depois caiu.

Sophie se soltou de Hermione, e correu até o corpo. Era Dumbledore. Ela se ajoelhou do lado dele, chorando. Ele olhou para ela, e segurou-se o rosto com a mão.

– Pelo amor de Merlin! Alguém corra chamar a Madame Pomfrey! - Sophie mandou, desesperada - Ele está morrendo! Por favor! Não fiquem aí, parados! Acalme-se, diretor, vamos conseguir ajuda!

– Sophie... eu quero pedir perdão por não ter visto isto antes... Mas você é a escolhida..... - eu o ouvia sussurrar - foi para isso que você nasceu... Você nasceu para ser a luz em meio às trevas... Assim como seu pai era... Eu queria ter te ajudado como ajudei ele... como ajudei o Harry...

– Não se culpe... - Sophie sussurrou, acariciando o rosto dele. - Por favor, não morre... Alguém chama a Madame Pomfrey!...

– ...eu devia ter te ajudado também... - ele resmungou - Você é a escolhida, assim como Harry, para derrotar Voldemort...

Sophie olhava para ele e chorava. Era triste ver o diretor Dumbledore morrer na minha frente. E o pior, eu já sabia que isso iria acontecer.

– Você sabe que tem o mesmo fardo que o Harry... Mas você não é igual ao Harry... Não são as semelhanças que unem seus destinos... são as diferenças... Você me lembra seu pai... William... - Dumbledore sussurrou - Grande garoto... assim como Catherine... Eu sinto muito, Sophie...

E então, ele morreu. Sophie gritou alto. Hermione chorava, assim como Ronald. Mas eu me sentia estática. Era real, estava acontecendo. E eu não pude fazer nada para evitar.

Hermione tentou afastar Sophie de perto do corpo, mas Sophie se debatia e gritava desesperadamente. Por fim, Hermione desistiu, ficou ali, apenas chorando e olhando. As pessoas começaram a chegar perto do corpo. Alunos, professores, funcionários, todos vieram constatar o terrível acidente. Sophie se mantinha imóvel ao lado do corpo, com o rosto inundado por lágrimas. Todos ao nosso redor estavam.

– Harry!... - ela sussurrou, de repente.

Potter surgiu, pedindo passagem no meio da multidão. Assim que viu o corpo, caminhou até ele, ajoelhando-se na frente de Sophie. Assim como ela, Harry chorava compulsivamente. Eu permaneci estática, apenas observando. Harry segurou a mão de Sophie, que estava pousada sobre a de Dumbledore, e apertou. Sophie teria se levantado e abraçado Harry, mas ela não tinha forças nem para parar de chorar. Tudo o que eles conseguiam fazer era ficar ali, chorando, lamentando a morte de alguém que não ajudou Sophie, mas que ajudou Harry. E eu não sabia que Sophie sofreria tanto com essa perda.

A professora Minerva ergueu sua varinha, acendendo uma luz branca. Uma espécie de funeral sem vela, só varinha. Todos acenderam as suas, e as nuvens negras se dissiparam no céu claro, dando lugar a lua cheia de outrora.

– Sophie... - eu ouvi a voz de Hermione, e vi ela agaixada, ao lado da minha amiga. - Vem comigo... Chegou a hora da Belle...

– Tá bem... - ela respondeu.

Sophie se aproximou do corpo, e beijou a mão do velhinho.

– Queria ter te conhecido em outra vida.. - ela sussurrou, e Harry sorriu.

Então, ela se aproximou dele e o abraçou, e ele soluçou, enterrando o rosto nos cabelos dela.

– Vê se não pira, testa rachada! - ela sussurrou, e beijou-lhe o rosto.

Então, Hermione a trouxe para perto de mim. Foi aí que eu senti uma dor alucinante. Olhei para baixo, minha bolsa havia estourado. Era mesmo a minha hora.


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Notas finais do capítulo

Para comemorar o dia das mães, nada melhor do que a Belle sendo mãe!
Pois é bruxinhos, chegamos na reta final da temporada... altas emoções... Eu só gostaria de perguntar uma coisa: continuo a nova temporada aqui ou começo nova fic? Enfim, continuem acompanhando!



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