O outro lado da Cicatriz escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 1
Apenas uma noite agitada em duas mentes


Notas iniciais do capítulo

Sonho de uma noite de verão... Só que não.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/531765/chapter/1

Estava escuro. Não escuro onde não se pode enxergar diante de seu nariz, eu diria que é o escuro antes da alvorada. O céu está nublado, e as nuvens adquirem tons de cinza e verde, conforme as trovoadas se fazem mostrar no céu. Olho ao meu redor. O gramado do campo se estende até onde a vista alcança em todas as direções. Lápides de mármore, grandes e pequenas, deixam no cenário uma sensação de frio e solidão. Eu comecei a caminhar. Não que eu saiba para onde estava indo, mas se eu ficar parada aqui, nunca descobrirei onde estou.

De repente, vejo uma enorme estátua. Devia ter uns 2,50m de altura. Era um anjo de pedra escurecida pelo tempo e pela luz, com uma capa comprida. Suas asas eram grandes e compridas, e tocavam suavemente o chão. Caminhei lentamente em direção à frente dele, e parei quando consegui encará-lo face a face. Seu rosto era uma caveira, e o resto de seu corpo estava coberto por uma túnica de mangas compridas, deixando á mostra apenas suas mãos esqueléticas. Ele segurava em suas mãos uma foice.

Não contive um grito de horror. bem ali, debatendo-se com os pés no ar, estava Harry Potter. Ele estava todo machucado, e sua cicatriz sangrava.

Um garoto com varinha em punho caminhou em direção de Potter, olhando fixamente para alguém que estava atrás de mim.

– Afaste-se dele! - ele gritava, ameaçador.

Uma voz rouca e baixa sussurrou, assustadora:

– Mate o outro.

–Nãããããããão! - Harry desesperou-se.

Uma luz verde atingiu o garoto, e ele caiu no chão, duro e gélido, uma estátua sem vida. Harry desesperava-se.

–--------------------------x---------------------------

– Não!!!! - eu me levantei, ofegante.

Olhei ao meu redor. Estava em meu quarto, com os cobertores enrolados e embolados na cama. O rádio-relógio marcava 2:00AM.

Vovó abriu a porta do quarto e acendeu a luz.

– Tudo bem, Sophia? - ela perguntou.

Ouil, – eu respondi, usando o termo em francês, algo que faço muito - foi apenas um pesadelo.

– Você tem tido pesadelos há semanas. - ela comentou, sentando na poltrona ao lado de minha cama.

– Não são pesadelos. - eu a corrigi. - É apenas um, que vem me perseguindo.

– Harry Potter está tendo uma noite difícil... - ela comentou, olhando para a cicatriz em minha mão esquerda.

Potter já teve noites terríveis, mas eu me lembro de que os sonhos eram bem mais variados. Uma cobra atacando Sr. Weasley... Lord das Trevas torturando o Ministro da Magia... Colônia de aranhas gigantes.... O basilisco, de vez em quando... Mas este tem se repetido muito recentemente. O garoto que Voldemort mata é Cedrico Digory. Isso aconteceu há dois anos, no Torneio Tri-Bruxo, o qual Potter venceu porque ele e o Digory conseguiram a taça, mas o Lord das Trevas matou o mais velho.

– Espero que ele fique bem. - falou vovó, o que me revoltou.

– Espera que ELE fique bem??? - respondi irônica - Ele tem uma cicatriz na testa, bem visível, que lhe garante fama, honras, glória, garotas e amizade com a maior parte dos professores. Acho que ele está muito bem.

– Querida, não fale assim. - vovó tentou amenizar - Sabe que ele tem passado tempos difíceis...

– Difíceis para quem? - eu perguntei - O Potter tem ajuda até para amarrar o sapato! Se ele espirra, aparece um fã com um lenço e uma caderneta para um autógrafo! Esses tempos não são difíceis para ele.

– Tem sido tempos tenebrosos, querida. - vovó rebateu. - O Lord das Trevas está se fortalecendo; seus seguidores estão se reunindo. Logo ele atacará outra vez.

– E existe alguém que saiba disto melhor do que eu? No terrível acidente que matou meus pais, eu recebi esta cicatriz, que me permite entrar na mente dele e de Potter quando eu quiser! - olhei para ela - Muito me admira você, vovó, pois esquece que, diferente do astro da magia, eu tenho controle sobre o que posso e sei fazer.

Ela parou de falar e olhou para a janela.

– E o que exatamente você vê? - ela perguntou.

– Coisas terríveis o suficiente para saber que ele está mais poderoso do que nunca antes. - eu suspirei - Potter não tem capacidade para derrotá-lo.

Vovó me estendeu o copo de leite morno, que eu bebi em um só gole. Depois, com o copo em mãos, ela se dirigiu à porta.

– Bem, acho que Potter já se acalmou. Você deveria fazer o mesmo. - ela abriu a porta do quarto.

– Vovó, entenda, - eu suspirei - só porque ele é um órfãozinho, não significa que eu vá gostar dele, só porque todos sentem pena. Eu não sou assim. Não acho que ele mereça pena ou ajuda.

– É uma pena que você pense assim, - vovó suspirou, apagando a luz - porque você vai para Hogwarts amanhã, e não para Beauxbatons, como planejado.

E fechou a porta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!