É Megan! escrita por HuannaSmith


Capítulo 49
Família


Notas iniciais do capítulo

Detalhes de postagens de capítulos no fim deste capítulo, boa leitura!



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Família não é só de sangue
Família é um grupo
Um grupo de pessoas
Que tem uma ligação
Talvez fraca
Talvez forte
O que determina essa ligação
É a convivência
É ver essas pessoas com frequência
É compartilhar interesses
è o respeito
Que cresce com o tempo
E que faz da via em família
A maior alegria.
Thaíse F. S. Klich

A noite silenciosa era perfeita para um clássico filme de terror, o céu quase sem estrelas, a lua bem clara e o vento derrubando tudo o que tocava, no quarto principal da mansão Marra, na cama onde um dia abrigou um casal, Pamela dormia solitariamente, sua respiração parecia acompanhar algum tipo de ritmo.

Mas como em todo bom filme de terror, algo tinha que interromper aquela paz assustadora, o celular jogado em uma poltrona próxima ao closet, começou a tocar, mas era um toque diferente, como se quisesse alertar que algo muito sério estava por vir, o celular pulava de um lado para o outro desesperadamente, precisava ser atendido.

Atordoada com um susto que tomou, Pamela levantou da cama trocando os pés, como se tivesse bebido algo a mais do que apenas água, mas o sono era o responsável, quando finalmente ela atendeu o celular, quase desmaiou ali mesmo com a notícia que recebeu de um suposto médico.

O homem de voz firme do outro lado da linha, deu á Pamela a pior notícia que poderia dar no momento, Jonas havia sido encontrado em um bairro humilde, desmaiado, completamente inconsciente, estava no hospital naquele exato momento.

Pamela não pensou duas vezes, muito menos em consequências, alcançou uma caneta sobre o criado-mudo e anotou na mão o endereço, o médico mau havia terminado de falar e a ligação já foi encerrada, Pamela tinha muita pressa para despedidas.

Entrou no closet como um raio, pegou qualquer coisa á sua frente, apenas para não sair de pijamas, a sandália mais próxima foi a escolhida, ela não queria saber se as estampas estavam combinando, ela só queria chegar o mais rápido possível ao hospital.

Pamela calculou na cabeça o tempo que levaria para contar a Dorothy e ao Brian o que havia acontecido, somou com a digestão daquela notícia de uma hora para outra e, o resultado pareceu não prosseguir, pois ela saiu em meio a uma escura madrugada, sem falar a absolutamente ninguém, talvez algumas libélulas e corujas curiosas pelo jardim, tenham visto sua camuflada saída, fora estas, ninguém sabia que Pamela havia deixado aquela casa.

Parcialmente silencioso, o enorme hospital seguia com seus pacientes por mais uma noite, as luzes dos quartos apagadas, as dos corredores e salas de operações bem acessas, alguns pacientes vomitavam, outros tentavam esquecer as doenças um dormir, outros ainda, não conseguiam fechar os olhos, tomavam o tempo em escutar as rodas das macas em alta velocidade passando pelos corredores.

A verdade é que o hospital é mais feito de consequências do que doenças, é claro que estas tão existem em grande quantidade, mas é que ninguém pensa bem quando sai dirigindo depois de ingerir álcool ou irritar uma pessoa idosa, sempre tem aquela do "não vai acontecer comigo", não é? Mas a verdade, é que sempre acontece.

Traumatismo craniano porque estava sem capacete, a amputação de uma perna por uma colisão de carros, um osso quebrado por uma briga... as pessoas precisam se amar mais, tomar consciência de que aquilo que fazem nunca vai machucar apenas a elas mesma, e sim a terceiros, um exemplos? Há parentes rezando na capela do hospital.

Um carro tão preto quanto a noite, não se deu ao trabalho de dar a volta e entrar no estacionamento, pagar a taxa de cinco a dez reais e procurar uma vaga, foi ali mesmo, ao lado de uma ambulância, que Pamela largou o carro sem pensar duas vezes, empurrou as enormes portas de vidro revestido e entrou no hospital.

Pamela só parou quando foi barrada por uma catraca, a enfermeira levantou da cadeira assustada e a convidou até a recepção, a entrada de Pamela foi liberada quando os sobrenomes "Parker Marra" foram pronunciados, ela ainda usa o "Marra", em segundos Pamela já estava com a mão na maçaneta do quarto 265, no terceiro andar, iluminado pela vigésima sétima lâmpada do andar e com um nível alto de nervosismo.

Deitado, com olhos fechados e apenas desfrutando de sua "paz", ou simplesmente sedado, Jonas dormia em um frio quase insuportável vindo de um ar condicionado relativamente grande demais para o quarto, ninguém reclamou, deve fazer parte do tratamento.

Por mais que ela lutasse, as lágrimas começaram a escrever caminhos em seu rosto, principalmente quando ela percebeu que Jonas não estava vendo nada, estava total e completamente dopado.

Sem se importar com o frio, parecia até não senti-lo, fechou a porta e foi até a cama onde Jonas estava deitado, segurou a mão do mesmo, que estava repousada, ela mesma entrelaçou os dedos, ele não tinha nenhum movimento.

Alí parado, com os olhos fechados e não respondendo nem sequer ao toque, Jonas parecia estar morto, o grande e poderoso Jonas Marra finalmente fora vencido, por uma doença terrível, uma doença capaz de acabar com impérios.

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– Terceiro andar, quarto 265

"Quarto 265", "terceiro andar", "quarto 275"... as informações repetiam sem parar na minha cabeça, que latejava como se um gigante estivesse a martelando por dentro, um prego pontiagudo para por um quadro, precisei repetir as informações também na fala, para não esquecer.

Davi me acompanhava na minha busca, parecia encomodado com tanto "quarto 265", mas eu sinto que se não repetir, irei acabar esquecendo e tendo de voltar na recepção novamente, uma perda de tempo enorme.

265

Estava cravado ao lado da porta, alcançei a maçaneta, tão gélida que me provocou arrepios, estes me relembraram o que eu realmente estava fazendo ali, o motivo já havia sido apagado da minha cabeça, meu pai, está morrendo.

Respirei fundo e segurei a maçaneta, questão de segundos, mas que para mim parecerão horas, tinha pressa, mas o tempo segurava meu tornozelo, tive de lutar para ter, ao menos, o ciclo natural de volta ao meu poder, consegui, o ar frio me agasalhou, um agasalho de arrepios.

Mom estava sentada em uma cama de lençóis brancos, de relento eu consegui ver, um homem deitado alí, com os olhos fechados e uma respiração que eu não consegui detectar, ela se levantou, andou até mais próximo de nós, mas eu já me via sentada ao lado do meu pai, tocando seu rosto para verificar algum sinal de vida, ele não respondeu ao me toque, pude escutar porta fechar atrás de Davi.

– Dad? ... - ele não me respondeu - o que ele tem mom?! Porque não responde?

– Os médicos disseram que ele foi encontrado na gambiarra, nessa madrugada, a poucas quadras da sua casa, Davi - mom olhou pra ele - totalmente inconsciente, quando chegou aqui no hospital me contataram, e eu vim imediatamente

– Porque você só me ligou agora, mom? Porque não me ligou antes?

– Megan, era muito tarde, submeter você a vir dirigindo da gambiarra pra cá, depois de uma notícia como essa, eu não podia fazer isso sweet

– E o que ele tem? Porque ele tá dormindo assim?

– Os médicos disseram que ele teve um estresse muito grande, acabou afetando a doença dele, agora como ele foi parar em Gambiarra, isso ainda é um mistério

Antes que eu pudesse fazer mais alguma pergunta, como "o que vai acontecer com ele agora?", duas batidas foram dadas e a porta aberta, um homem alto de cabelo escuro e vestindo um jaleco branco, entrou mesmo sem ouvir uma resposta, aliás, nem tempo para esta ele deu.

– Senhora Pamela? - ele carregava uma prancheta - Tudo bem?

– Estou um pouco angustiada - eles apertaram as mãos, Davi se encostou em uma poltrona e eu permaneci deitada ao lado de dad - qual a situação do meu marido?

– O médico que atendeu Jonas nesta madrugada foi um plantonista, ele já me passou todo o caso e de agora em diante eu vou cuidar de tudo fixamente - mom queria outra resposta, demonstrava isso em suas feições - o desmaio veio de um estresse muito grande, mas como todo mundo pensava, não veio do aneurisma cerebral

– Como não veio? - mom estranhou e eu também - que outro motivo teria para isso acontecer, doutor?

– O caso aqui foi puro emocional, o estresse, que estamos propondo, porque pode ser qualquer outro tipo de emoção, foi tão intenso, que acabou gerando esse desmaio, não tem haver com o aneurisma, e que como o resgate foi demorado, por isso o desmaio prolongado

– E o que devemos fazer agora, doutor?

– Ele deve acordar nas próximas duas horas, vamos fazer algumas perguntas, alguns exames de preciso, e provavelmente ele já vai receber alta - mom respirou aliviada

"Nas próximas duas horas", isso me soou como um aviso, ele estava bem, acordaria em algumas horas e receberia alta, se eu continuasse alí, iria me ver ao acordar, o fato dele estar fora de perigo, acalma meu coração, mas eu não posso deixar que ele saiba que em algum momento, fiquei preocupada.

– Eu já vou indo mom - levantei

– Como assim já vai? Vai me deixar sozinha aqui, Megan?

– Eu deixei as crianças sozinhas, tenho que voltar

– Elas não tão sozinhas, Megan - Davi se intrometeu - tão com a minha tia

– Eu preciso realmente ir

Abracei mom rapidamente e sai do quarto, sem dar tempo para que ela falasse mais alguma coisa ou Davi arranja-se outra solução, andei rapidamente pelo corredor, minhas pernas estavam cansadas, eu precisava sentar.

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As crianças ficaram tão apavoradas quanto sua professora, que saiu sem dizer nada aos pequenos, foi para o carro e acelerou para longe, deixando marcas no asfalto, principalmente os menorzinhos, todos ficaram se perguntando o que havia acontecido.

Herval tomou ordem de tudo, já que era o único com mais de um metro e meio no campinho, fez com todos tomassem distância e fizessem duas filas alinhados, ele os levou para dentro, onde se dispersaram cada um para um computador diferente, "Tio Herval" vai liberado os tão amados jogos, ele fez isso em quanto procurava alguém para ficar com a turma.

Deixou os mais velhos de olho nos mais novos e saiu pela Plugar, encontrou quem tanto procurava folheando alguns papéis, Rita estava calculando as despesas do mês, Herval fez um pedido á ela.

– Você pode ficar com as crianças?

– Como assim, Herval? Eu tô trabalhando, não dá

– É só uma turma, Rita - ele explicou - bem pequena, são os alunos da Megan

– E ela onde tá?

– Teve que sair, aconteceu um imprevisto, por favor Rita, faz esse favor pra mim? É que não tem ninguém livre esse horário, todas às turmas estão cheias, por favor

Rita lançou um olhar desconfiado para Herval mas acabou aceitando o pedido, ele comemorou beijando o lado esquerdo do rosto da dona dos grossos cachos ruivos, disse á ela a sala onde os pequenos estavam e saiu logo em seguida, lançando beijos para ela enquanto se distanciava, fazendo graça.

Herval pegou as chaves no bolso e entrou no carro, acenou para algumas crianças e saiu sem dizer a ninguém qual era o seu tão urgente "imprevisto", mas ele seguiu um caminho familiar, os mesmo de algumas marcas no asfalto, talvez seja apenas coincidência.

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Megan saiu do quarto sem nenhum motivo aparente, as crianças estão bem, Herval e tia Rita tão com elas, seria mais compreensível eu querer ir embora, mas a Megan? Ele é pai dela, não é? Me despedi de Pamela rapidamente e corri atrás dela, o que é que passou pela cabeça dessa menina?

O corredor estava vazio, os hospitais que frequento estão sempre lotados, os de gente com mais poder aquisitivo devem ser sempre assim, organizados, limpos, calmos e estranhamente vazios, saí a procura da dona dos cabelos dourados, pra onde será que ela foi?

Sentada, solitariamente, em uma das cadeiras de uma fileira inteira, Megan estava com os cotovelos sobre os joelhos e as mãos escondendo o rosto, o qual estava olhando para o chão, ela não parecia nada bem.

Sentei ao lado dela, coloquei os cotovelos sobre os joelhos e contemplei a parede branca a nossa frente, ela notou minha presença.

– Não me importo se você não quiser me dizer o porquê, mas eu estou bastante curioso

Tentei trazer um pouco de alegria para aquele momento de tristeza familiar, porém o máximo que ela fez foi balançar as pernas, não deu a mínima para minha curiosidade, tudo bem eu supero, mas ela vai ter que me falar o que aconteceu, ninguém sai assim, do quarto onde o próprio pai está internado, sem motivo algum.

– Vou repetir a pergunta, eu me importo sim se você não me disser o que está acontecendo

– Ele vai acordar nas próximas horas, e eu não quero estar aqui

– Isso ainda é pela briga de vocês dois? Por favor Megan, isso já passou, agora ele ta lá doente, ta precisando de você, olha, eu tenho todos os motivos do mundo para não gostar do Jonas, mas ele ainda é seu pai e você deve ficar com ele, principalmente agora, deixar sua mãe sozinha lá dentro...

– Eu não posso Davi, tenta me entender, se eu perdoar o que ele fez, ele não vai se desculpar, ele vai achar que eu vou ser quem vai estar pedindo desculpa, por estar lá com ele, eu não posso ficar aqui, para ele vai soar como um sinal de perdão, mas quem me deve perdão é ele, você não lembra o que ele fez?

– É claro que eu lembro, Megan, mas já faz tanto tempo, eu achei que agora, numa situação como essa, fosse o momento ideal pra vocês fazerem as pazes

– Eu só vou fazer as pazes se ele vier pedir perdão, e eu não volto atrás na minha palavra - Megan estava decidida, ela é muito orgulhosa - o que ele insinuou foi terrível Davi, não sei como o defende

– Ódio é uma coisa que não devemos carregar no coração Megan, nossos interesses não se batem e somos bem diferentes, mas eu não tenho o direito de odiá-lo

Megan enxugou os olhos cheios de lágrimas, me olhou com uma cara de cachorro molhado pedindo colo, coloquei meu braço em torno dela e ela veio logo deitar sobre meu peito, percebi que fui até um pouco duro com ela, o simples fato dela não querer pedir desculpa, não quer dizer que ela não se preocupe com o pai.

– Os médicos disseram que ele vai ficar bem, né? Não precisa se preocupar, ele é um cara forte e vai superar essa, você vai ver, daqui alguns dias ele vai estar por aí, aprontando todas

– A única coisa que me faz deixar ele aqui, Davi, é isso, é a certeza de que ele está bem, se não eu nunca poderia deixa-lo aqui

– Sei disso - dei mais alguns segundos pra ela - quer ir pra casa?

– Agora é minha casa?

– É, digamos que sim

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Sentada em uma das poltronas, Pamela encarava o copo d'água em sua mão, a mente parecia estar distante, perdida em outro quântico, apenas esperando que algo acontecesse e a despertar-se daquele profundo pensamento.

O mistério pareceu atender seus pedidos, com duas batidas leves na porta, Herval se anunciou, Pamela podia jurar que ele, Davi e Megan haviam se encontrado lá embaixo, faziam poucos minutos que os meninos tinham saído, mas ela estava errada, o próprio Herval fez questão de não encontrar com ninguém.

– O que você está fazendo aqui? - Pamela perguntou

– Eu fiquei sabendo pela Megan e pelo o Davi que aconteceu isso com o Jonas - Herval lançou um olhar para Jonas deitado na cama - eu vim aqui te fazer companhia, você me ajudou quando eu mais precisa e estou aqui por você

– Não precisava, mas eu fico feliz que você veio, a Megan ainda tá brigada com o pai e Davi foi com ela, fico feliz que tenha alguém aqui, não fico tão sozinha

– Mas o Brian e a Dorothy, por que ele não vieram?

– Eu ainda nem tive tempo de contar para eles, na verdade, não sei nem como contar uma coisa assim

– Se você quiser, te ajudo

– Só de você ter vindo aqui, deixado seu local de trabalho pra vir ficar comigo, não precisa fazer mais nada

– Isso é o mínimo que eu poderia ter feito

O incrédulo Herval, não estava nem um pouco desconfortável em estar no mesmo quarto que Jonas, mesmo sabendo que ele foi o culpado de tudo, com sangue frio, ele ainda conseguiu fingir estar preocupado.

– E o Jonas, Pamela? Como é que ele tá?

– Está melhor, o pior já passou

– E... ele vai acordar logo? - Herval perguntou desconfiado

– Nas próximas horas, duas no máximo

– Duas horas é muito tempo, você não quer ir tomar um café na lanchonete lá embaixo?

Pamela deu um meio sorriso e olhou para Jonas, preocupada, Herval logo notou e tratou de contornar a situação a seu favor.

– Não se preocupa, ele ta bem agora, vamos?

Pamela mesmo preocupada com Jonas, acabou cedendo ao pedido de Herval, que a levou para lanchonete deixando o ex-marido sozinho no quarto.

=========

– Não vão acreditar, quando estavam fora, fazendo sei lá o quê

– Esperar - Davi interrompeu Ernesto - a gente não tava fazendo "sei lá o que", aconteceu uma coisa

– No, Davi - o interrompi - deixa, deixa ele falar, parece empolgado - não quero que muita gente saiba

– Acontece, que a gente já tem mais de 80% do dinheiro necessário para produzir Júnior!

– Como assim?! Você está falando a verdade?! Ernesto, pelo amor de Deus, não mente pra mim - Davi entrou em choque

– É verdade, olha

Ernesto havia deixado o computador aberto na página da vaquinha virtual, expressão que eu acabei demorando uma década para aprender a falar, Davi sentou na cadeira e seus olhos arregalaram, enquanto ele lia os dados na tela.

– Well... é verdade?

– A gente já tem mais de 85% da renda Megan! - David levantou e me abraçou fortemente, nos beijamos em comemoração, meu coração estava saltitante

– 85%? Mas eu acabei de olhar era 80... isso aí está subindo rápido Davi, daqui a pouco a gente vai estar com 100%! - Ernesto deduziu com um sorriso

– Olha, se isso acontecer, eu juro que não sei o que faço

– Como assim jura que não sabe? A gente vai pro senhor o Júnior é óbvio! E a Brazuca vai ser finalmente fundada

– Tudo isso graças a vocês dois, eu não vou ter nunca como agradecer a vocês, a ideia do Júnior pode até ter sido minha, mas a ideia de colocar nesse site foi de vocês, eu nunca teria coragem de fazer isso sozinho

– My love...

Nos abraçamos os três juntos, um abraço coletivo, a felicidade de Davi era tão grande, que eu pude ver seus olhos brilharem, of course que eu poderia ter conseguido o dinheiro em um estalar de dedos, mas é importante pra ele que tenha sido fruto de trabalho, e acaba até sendo pra mim também, mostrar pro meu dad que eu não preciso dele pra fazer alguma coisa importante, eu posso "conseguir vencer na vida", como ele diz, sozinha.

– Meninos, que alegria toda essa?

Rita chegou no momento mais feliz do dia, depois de tanta catástrofe, precisávamos de alguma coisa pra trazer alegria novamente.

– Tia, você não vai acreditar, a gente já tem mais de 85% da renda pra produziu Júnior! - Davi disse todo empolgado, me fez soltar um sorriso

– Ai meu filho que coisa boa!

– Do jeito que andam as coisas Rita, a gente vai produzir o Júnior logo, logo - explique

– Brazuca enfim vai ser fundada!

– Exatamente Ernesto

– Então a gente tem que comemorar, vou chamar todas as crianças da sua turma Megan - Rita disse sorridente

– Isso! Faz isso tia, chama todo mundo e traz uns lanchinhos pra gente, afinal elas ajudaram com vídeo, né?

– Yei! Se quiser eu posso te ajudar

– Não precisa amor, brigada - Rita agradeceu e saiu logo em seguida

– E você - Davi segurou minha mão - muito obrigada Megan

– Vocês que fizeram a maior parte, eu nem sabia o que era essa coisa de vaquinha virtual

– Não sabia pelo nome, mas já tinha ouvido falar, e sem você a gente não teria conseguido, você fez com que as crianças fizessem direitinho todo o vídeo, sem você a gente não tinha conseguido, teria saído tudo um verdadeiro desastre, o vídeo é uma parte crucial de tudo, é o que tá motivando a galera doar, sério Megan, eu vou ser eternamente grato

– Para com isso! Não quero ninguém em dívida comigo, até porque fiz isso por mim também, não fique aí se gabando, achando que foi só por você, não foi, viu? O únior meio que me fez abrir a cabeça, e agora vamos montar a Brazuca!

– Jonas tava errado Megan, você não precisa dele pra nada, é incrível sozinha, fez o que muita gente por aí, com até um certo grau de experiência, não teria conseguido fazer, uma parte de tudo isso que eu vou conseguir, é de vocês também

– Somos os três fundadores de um robôzinho que vai encantar a galera! - anunciei para nós mesmos

– Olha aí, já ta até falando um pouco no idioma da gambiarra

Ernesto e Davi riram, mas é verdade, o inglês está pouco a pouco me deixando, mas sempre vai ser uma parte de mim, aliás, eu nasci na América e sempre vou ser de lá, mas, de alguma forma, o Brasil tava escondido no meu sangue, foi só eu chegar aqui para tudo começar a dar certo na minha vida.

– Tia Megan!

– Tio Davi!

As crianças gritaram enquanto chegavam aos monstes.

– E não se esqueçam do tio Ernesto!

Ernesto brincou, fez não só eu e Davi como todas as crianças caírem na gargalhada, ele pode até ser meio atrapalhado e ser considerado um "nada" no meio da tecnologia por muitos, mas foi exatamente esse "nada" que fez com o que hoje estivéssemos vivendo essa alegria, com esse jeito de bobo dele, ninguém por perto fica triste.

– Olha o que eu trouxe! Sanduíches!

Todo mundo correu pra bandeja da tia Rita, olha só, até eu estou chamando ela de tia, pouco a pouco eles acabaram se tornando a minha família, uma família diferente e um pouco atrapalhada, mas acima de tudo unida.

Pude perceber que família não é apenas aquela de sangue, e sim, aquela que escolhemos para ser.

– Vem tia Megan, vem comer um sanduíche - um pequeno me puxou pelo braço

– Vem Megan, vem amor, eu fiz um sanduíche pra você - Rita me chamou

E eu também... acabei me tornando a família deles.


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Notas finais do capítulo

Entrarei de férias no dia 26 deste mês, postarei de um capítulo, no mínimo, a dois por semana, ok? Espero que tenham gostado e comentem suas opiniões, beijos!