É Megan! escrita por HuannaSmith


Capítulo 30
Drone


Notas iniciais do capítulo

Finalmente chegamos ao capítulo 30!

Agradeço aos mais de 16.000 leitores, aos mais de 120 comentários e a todas as recomendações, você são incríveis e me fazem produzir cada vez mais, agradeço novamente e espero que vocês continuem acompanhando essa linda história.



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Já era mais de meia noite, precisava de força para deixar meus olhos abertos, ao contrário da Manu, que sorridente continuava a falar sobre uma vergonha que pagou na sua primeira apresentação de escola, resolvemos parar um pouco pra descansar no sofá.

Manu contava com riqueza de detalhes como foi sua queda na hora de subir no palco, me fez dar boas gargalhadas, e o sorriso dela só me fez ficar ainda mais encantado, só que por um momento... eu podia jurar que era a Megan bem ali na minha frente, precisei esfregar os olhos para ver a Manu de novo, talvez fosse porque estava exausto.

– Nunca pensei que um cara tão inteligente e gente boa como você, se tornaria babá de patricinha mimada

– Achei que você tivesse prometido não falar da Megan

– Ainda bem que você sabe que essas características são dela - a encarei - ok, ok, desculpa

– Já tá tarde, né? Não é melhor você ir? - perguntei

– Você tá me expulsando?

– Não! Claro que não, mas é.... é que amanhã agente tem trabalho - gaguejei

– Você não quer me acompanhar? Até em casa? É que tá tarde e eu não quero ficar andando sozinha, e além do mais é bem pertinho

– Claro

Levantei e fui até o armário pegar meu casaco, estava frio lá fora, mas antes de sairmos Manu pediu para que eu esperasse, ela pegou o MarraPhone na pequena bolça e tirou uma rápida foto de nós dois, fiquei completamente sem jeito.

– O que você vai fazer com essa foto?

– Calma, é só uma recordação, o que é bom a gente sempre guarda

Ela colocou o celular na bolça e nós saímos no frio da noite, o prédio dela é tão perto que o diálogo foi praticamente impossível, eu a deixei na porta, ela agradeceu e depois entrou, mas fiquei esperando que ela acenasse da varanda, e como se estivéssemos interligados, foi exatamente o que ela fez.

Com um sorriso eu me despedi e voltei pra casa, Linus que estava dormindo acabou acordando com o roncar do portão, o soltei da coleira e o trouxe para o quarto comigo, se a tia Rita ao menos sonhar nisso eu tô encrencado.

Como um cachorro comportado ele se deitou no tapete, ele não conseguia subir a escada pra minha cama e também já não é mais um filhote, não consigo carrega-lo, tirei os sapatos e a blusa, os joguei no sofá e subi pra cama, me joguei na mesma e fiquei alguns minutos olhando para o teto antes de dormir.

Várias coisas vieram a minha cabeça, o Marra Ideia, o Júnior, a Manu, a Megan.... estava com saudades dela, meio mau também por não ter ido pra Cursed, peguei meu MarraPhone e liguei pra ela, mas caiu direto na caixa de mensagens, ela deve ter ido sem mim.

Virei pro lado e tentei dormir, mas estava difícil, eu não sei o que, mas estava acontecendo alguma coisa, alguma coisa muito séria, fechei os olhos e me forcei a dormir.

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– Saindo mais uma com gelo!

Já era a minha quinta dose, desde que cheguei na Cursed não larguei aquele banquinho por nada, o bartender me entregou o copo, tomei quase tudo em um único gole, ele ficou perplexo, nunca viu ninguém beber?

– Obrigada

– Não sabia que você gostava dessa - Baylee parou de dançar e se juntou a mim

– É, mas Davi gosta e... é realmente bom - precisávamos gritar mais alto que a música

– Você gosta mesmo do Davi, right?

– Well... digamos que ele desperta um sentimento novo em mim, algo que eu nunca senti antes, e eu gosto

– Se você não quer dançar, eu quero!

Baylee entrou na pista de dança e foi para perto de Danilo, se eu não tivesse bebido tanto poderia jurar que estava rolando alguma coisa entre os dois, mas isso é like impossível, nem em mil anos Baylee olharia pra ele.

O copo gelado me deu um pequeno arrepio, a música era boa mas não tinha vontade de dançar, apenas acompanhava o ritmo com o pé, encostada no balcão, do meio da fumaça artificial e da aglomeração de pessoas, saiu um homem que eu jurava já ter visto mais de uma vez na vida.

Ele veio até mim, parou do meu lado e pediu uma cerveja, digamos que o físico forte tenha me atraído um pouco, o cabelo cor de mel, a pele bronzeada... é claro! Eu já o vi em uma das palestras da Marra, ele não me parece o tipo de pessoa que gosta de tecnologia, ele faz mas o estilo... bad boy.

Ele foi logo atendido, em segundos já estava com sua bebida em mãos, ao longe eu podia ver Baylee e Danilo dançando na pista, claro que o estilo barata eletrocutada ainda era o escolhido por Danilo, mas ele adotou alguns passinhos de robô, o que só piorou sua situação.

– A Cursed Night é incrível, né? Sempre quando posso eu venho aqui - o senhor cabelos de mel falou comigo - só que eu nunca te vi

– É que eu não sou daqui - respondi sem tirar os olhos da pista, mas o sorriso foi involuntário

– Sei disso, quem não conhece Megan Lily, né? Meu nome é Thomas, quer... quer dançar?

– Oh God! Que rápido, não devíamos conversar mais primeiro? - me virei para ele

"Thomas" segurou minha cintura e me puxou para perto dele, os olhos azuis me deixaram hipnotizada, mas é só mais um interesseiro, talvez ele deve achar divertido dizer aos amigos que já ficou com a filha da princesa Shelda, ou então quer um emprego na Marra.

– Sorry, mas é que eu acho que meu namorado não ia gostar - me desvencilhei de seus braços rapidamente

– Sério? Mas é que eu não tô vendo ele aqui - Thomas olhou para os lados - vamos é só uma dança, não posso deixar uma menina tão linda como você aqui sozinha

Até que a idéia não era ruim, e além do mais não estava fazendo nada de errado, como ele mesmo disse era apenas uma dança, e isso não mata ninguém, aceitei o convite, mas antes terminei minha bebida, claro que peguei outra para viagem.

Thomas dançava muito melhor do que qualquer outro homem que eu já tenha visto, e eu não fiquei para trás, ele me guiava entre seus braços, queria uma dança mais ousada, mais sexy, mas eu sempre delimitava o meu limite, aliás eu prefiro um certo nerd que a única coisa que sabe fazer e bater o pé e estalar os dedos.

Mas ele era incansável, já íamos para a sétima música e ele continuava com a mesma disposição da primeira, mas eu estava exausta, tudo o que mais queria era chegar em casa e tirar aqueles saltos, que estavam me matando.

Também já era tarde, deveriam ser quase três da manhã, as pessoas já estavam indo embora, mas eu não conseguia achar nem Baylee e nem Danilo, eles simplesmente evaporaram!

Thomas se ofereceu para procura-los, com uma descrição rápida dos dois, nós começamos a nossa busca, ele conhecia melhor a Cursed e me guiou entre as poucas pessoas que ainda dançavam.

Depois de muito procurar, de subirmos e descermos aquelas escadas umas três vezes, finalmente os achamos, Baylee estava encostada na parede vermelha de um pequeno corredor, com os braços cruzados em frente ao banheiro masculino, corri até ela.

– Baylee! What's happening?! Estou like a horas procurando por você e Danilo! Who's he?

– Está no banheiro vomitando, ele misturou algumas bebidas e acabou passando mau

– My God! Como ele pode ser tão idiot?! - fui interrompida pelos barulhos de Danilo no banheiro - coitado! Well... só nos resta esperar, right? - me virei para Thomas - se você quiser ir... não é muito legal ficar aqui assistindo essa cena, não é mesmo? - fiz ele rir

Mas antes mesmo que Thomas pudesse responder, fomos interrompidos por Danilo, que saiu aos tropeços do banheiro, caindo por cima da Baylee e dizendo que ela é a mulher mais linda do mundo, acompanhado de alguns soluços.

Danilo era muito pesado para que nós o levássemos até o carro, e eu não estava muito "sóbria" para ajudar Baylee com isso, graças a Deus que Thomas não havia indo embora, ele ajudou Baylee a carregar Danilo até o meu carro, em quanto ele repetia coisas sem o menor sentido.

Chegamos no carro e Thomas jogou Danilo no banco de trás, Baylee foi ajuda-lo a colocar o cinto, mas ele reclamava e rejeitava o mesmo, impôs até uma condição, colocaria o cinto apenas se Baylee o beijasse, acabou levando um leve tapa.

– Você não vai dirigir, né? - Thomas perguntou - Quer dizer, você bebeu lá dentro, não é uma boa idéia juntar álcool e direção

– Não, a Baylee vai dirigir, realmente eu não estou em condições pra isso

Baylee finalmente conseguiu prender Danilo com o cinto, se sentou no banco do motorista e gritou por mim, que ainda estava na calçada junto com Thomas.

– Muito obrigada, really, você salvou nossas vidas

– Não tem de quê, eu... eu vou te ver de novo?

– Com certeza, a Cursed é like minha segunda casa, assim você vai poder conhecer Davi, podem se tornar amigos

– O namorado? Claro... - a expressão dele mudou - foi bom te conhecer Megan Lily

Thomas voltou para a Cursed, se despediu com um aceno antes de passar pela porta, o gesto me fez pensar, talvez aquilo fosse um adeus, talvez eu nunca mais visse aquele homem na minha vida, a buzina de Baylee me fez acordar, corri para o carro.

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Já eram quase quatro horas da manhã e Pamela se mantinha acordada na cama, os olhos não saiam da tela do MarraPhone, mas ela não estava preocupada com a filha, sabia que a mesma estava bem, aliás ela não estava preocupada com nada, pelo contrário, estava com muita raiva.

Depois de toda essa história de doença o mais comum seria que Jonas estivesse em casa uma hora dessas, mas ele está trancafiado na Marra junto com Brian, deixou a mulher sozinha em casa, e não é a primeira vez que ele faz isso.

Pamela sempre aguentou, durante anos ela foi trocada pela Marra e parece que isso ainda não mudou, ela entende o quão importante é o trabalho para Jonas, mas ela também sabe que a família deve vir sempre em primeiro lugar.

Os sumiços, a noites fora de casa, sempre ausente, isso poderia aparentar machucar apenas a filha do casal, Megan Lily, mas parece que isso também mexe com Pamela, ela não é de pedra, tem sentimentos, mas parece que Jonas desconhece isso. O casal Parker-Marra, tão perfeito aos olhos do mundo mas que parece, de alguma forma, estar perdendo o seu brilho.

Uma atriz de cinema renomeada, considerada muitas vezes a melhor do mundo, e um gênio, cuja mente foi avaliada em milhões de dólares, tão apaixonados que causam inveja e admiração em todo o mundo, e de sobra eles ainda foram presenteados com uma linda menininha, tudo parecia realmente perfeito, mas a mulher sentada na cama com o celular na mão e sem ninguém ao seu lado, já descorda disso.

O celular começou a tocar, com pressa Pamela atendeu sem olhar quem era, acreditando ser Jonas, mas era Herval, o que ele queria ligando para Pamela de madrugada?

– Herval? Aconteceu alguma coisa?

Não, não aconteceu nada, é que eu... sonhei com você essa noite e depois não consegui mais dormir, senti que você não estava bem e liguei

– Oh... eu estou bem sim, agradeço por você ter se preocupado mas eu estou bem

Tô sentindo que você tá chateada, foi porque eu liguei?

– No! Não é nada com você, sorry, é... é com outra pessoa

Olha eu vou deixar você dormir agora, mas você sabe que pode confiar em mim, não sabe? Sempre vou estar aqui quando você precisar, seja qual for o problema

– Of course, você... você é um grande amigo Herval

A ligação foi encerrada, mas a mente de Pamela ainda estava completamente ligada a ela, as palavras de Herval pareciam ter diminuído a raiva dela, estava mais calma, esquecendo do marido que não chegava, ela se deitou e acabou dormindo.

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O cereal já estava sendo afogado, mas Matias continuava com a caixa de leite virada, perdido no tempo, assistindo os pobres flocos de milho se afogarem, precisei tirar o leite da mão dele para que acordasse.

– O que foi?

– A tigela tá transbordando de leite Matias!

– Ah sim... - ele olhou para a tigela a sua frente

– O que você tem? Parece perdido no mundo da lua, tá apaixonado, é?

Coloquei um pouco de suco no meu copo e comecei a beber.

– E se eu te dissesse que acho que estou?

O suco saltou da minha boca, acabei engasgando, Matias bateu nas minhas costas para que eu voltasse a respirar, como assim apaixonado?!

– Como assim Matias?!

– O nome dela é Danusa

– A neta da dona Glaúcia?! Sai dessa Matias! Sabe que aquela família só trás problema

– Essa família em questão é a família da sua namorada

– Não, é a família do Jonas e ele os quer bem longe - levantei mordendo meu sanduíche - agora eu tenho que ir se não chego atrasado na Marra

Deixei Matias apaixonado na mesa de café da manhã e fui soltar Linus, que estava preso, ele gosta de correr de manhã, depois disso fui pegar minha bicicleta, mas uma voz familiar me chamou no portão, era a Manu.

Ela havia pedido um táxi para ir a Marra, me ofereceu uma carona, mas antes mesmo que eu aceitasse o convite, um carro parou na nossa frente, era o carro da Megan, ela desceu com um copo enorme de café na mão e se dirigiu até mim e Manu.

– Atrapalho?

– Claro que não amor - a beijei rapidamente - ela só tava me oferecendo uma carona, obrigado Manu mas eu vou com a Megan mesmo, ok?

– Claro...

Fui guardar minha bicicleta e deixei as duas no portão, não sei se foi uma boa idéia mas tentei prender a bicicleta o mais rápido possível, Megan não gostou nada da Manu me oferecer carona, mas eu sim, ela só estava sendo gentil, mas é bom eu não dizer nada, já basta a noite passada.

===========

Davi foi guardar a bicicleta, fez com que eu me perguntasse uma coisa: se eu não tivesse chegado, ele teria aceitado a carona da nerdestina? Só em vê-la eu já fico com raiva, não acho nada natural essa amizade dos dois, eles terminaram, acabou, deveriam no mínimo se odiarem.

– Eu já vou Megan

– E você acha que vai assim? O que você quer Manuela? Vem aqui oferecer carona pra Davi toda sorridente, ele é meu namorado

– E porque é seu namorado eu não posso oferecer uma carona? Acorda garota! O mundo não gira em torno de você, Davi não enxerga porque tá apaixonado pela idéia de ser o sucessor do Jonas Marra, sendo ele mesmo nunca te olharia, sempre detestou meninas fúteis como você, que ficam tentando chamar a atenção de mommy e daddy

– Você não sabe nada sobre a minha família! E não tem o direito de falar sobre ela!

– Vê se tira esse pano e encara a realidade, você não é mais a princesinha do Jonas, duvido até se algum dia tenha sido, ele nem liga pra você! Prefere muito mais estar na Marra, pelo menos ela não dá tanto desgosto á ele

– Escuta aqui sua... - fui interrompida por Davi

– Ei, ei, ei... o que foi?!

– Nada - respondi - é que o ambiente aqui tá bem poluído

Puxei Davi e o beijei, por não menos que uns trinta segundos, talvez assim Manuela aprendesse de uma vez por todas que ele está comigo e nenhuma de suas tentativas vai nos separar.

Finalmente permiti que ele respirasse, fui até o carro e arrastei Davi junto comigo, não permiti que ele se despedisse ou ao menos olhasse para aquela idiota, senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto, o que me fez ferver ainda mais de raiva, liguei o carro e sai rapidamente daquela rua.

– O que foi aquilo Megan? O que... - enxuguei meu rosto - você tá chorando? O que foi?!

– Nada Davi - falei meio grossa - é que a conversa com a nerdestina me fez lembrar de uma coisa que eu já tinha esquecido, e preferia que continuasse assim

– Você quer conversar sobre isso? - ele segurou minha mão

O sinal fechou e eu parei o carro, me virando para Davi.

– Agora não, ok? Te prometo que quando estiver preparada eu conto tudo, mas... agora não

– Tudo bem, contanto que você não me esconda nada, eu espero

O sinal abriu e eu voltei minhas mãos para o volante, seguimos o restante do trajeto em silêncio, Manuela não sabia onde tinha se metido, e se ela acha que vai sair impune dessa, está muito enganada! Ninguém pode falar da minha família daquele jeito, não sei o que vou fazer, mas vou fazer alguma coisa.

===========

O dia se estendeu tão rapidamente, quase não vi o tempo passar, o meu turno já havia acabado, comecei a guardar minhas coisas, que estavam espalhadas sobre a mesa, guardei as da Megan também, ela havia saído para pegar um suco.

Terminei tudo e desliguei a luz do escritório, sai carregando minha mochila nas costas e com a bolça da Megan na mão, acabei quase esbarrando nela no corredor, ainda bem que não derramei o suco, que já estava pela metade.

– Posso ir com você pra Plugar, Davi? Quero ver as crianças

– Claro! Elas estão com muita saudade

Mas não era apenas por isso que Megan queria me acompanhar até a Plugar, percebi pelo tom de voz dela que havia acontecido alguma coisa, eu só não sei o que, visando que ela passou o dia inteiro trabalhando comigo toda sorridente porque Manuela foi enviada a uma palestra de tecnologia no centro.

– Não é só pelas crianças que você quer ir, não é mesmo?

– Dorothy acabou de me ligar, disse que não é uma boa idéia eu ir pra casa agora, pediu para que eu passasse o fim de tarde com você

– Mas porque? Aconteceu alguma coisa lá?

Megan olhou para os lados antes de me contar, o corredor estava vazio, a maioria dos funcionários já haviam ido embora, a não ser por Murphy, que deveria estar em algum lugar reclamando de alguma coisa mau feita por Danilo, se bem que nem pra Marra ele veio hoje.

– Dad passou a noite trabalhando com o tio Brian aqui na Marra, só voltou pra casa pela manhã, Dorothy disse que eles brigaram feio, o clima está like bem tenso por lá

– Você acha que é sério?

– No, mom e dad sempre brigam, vamos dar algumas horas á eles, sempre foi assim, depois fazem as pazes

Entreguei a Megan a bolça dela e fomos até o carro, escutamos diferentes músicas da playlist dela até chegarmos na Gambiarra, cantamos juntos todas elas, completando a estrofe um do outro.

*****

As crianças estavam brincando de queimado, quando viram Megan e eu entrarmos pela porta quase derrubaram ela com tantos beijos e abraços.

Megan foi arrastada pelas crianças até o campinho, tia Rita precisava sair por alguns minutos e nos deixou no comando de tudo, o que não era nenhum problema, a Megan é muito boa com crianças, elas ficam encantadas com ela, e eu também.

Entre tantos pedidos, um deles foi o preferido, as crianças queriam que Megan lhes contasse como é São Francisco, e ela o fez sem pestanejar, sentou em um pano estendido no chão e as crianças sentaram na grama em volta.

Com uma delicadeza incrível, Megan prendia os pequenos a sua voz, lhes contando com todos os detalhes como é a Califórnia, eles ficavam encantados com ela, tão quietos que poderia desconhece-los, e eu mais ainda, a observando de dentro da Plugar.

– Ela é muito boa com as crianças não é mesmo? - Herval veio até mim

– É sim, ela é incrível

– É bom que ela tenha vindo, o clima na casa dela não está nada bom

– Como sabe sobre isso?

– Bem, porque... porque essa história da doença do Jonas não deve estar sendo nada fácil - ele gaguejou

– É, não está sendo mesmo, e ela gosta das crianças

– Deveria convida-la pra fazer alguma coisa por aqui, precisamos de ajuda, acho que ela iria gostar

Megan me chamou com a mão, Herval fez com os ombros que eu podia ir, me sentei aos seu lado e contei as crianças como foi quando nós dois estávamos juntos em São Francisco, poupando algumas coisas inapropriadas para a idade deles claro.

Todos os detalhes foram apresentados por Megan, ela não se esqueceu de nenhum, desde o pôr do sol no Pier 39 até a apresentação do MarraPhone Experto, fiquei muito feliz em saber que ela lembrava de tudo com tanto carinho, eu estava babando em quanto a olhava conversar com as crianças.

Passar tempos assim com a Megan é muito bom, me faz esquecer de todos os meus compromissos, talvez seja por isso que ela é tão leve, tão feliz, Megan não se importa em ser perfeita para os outros, ela não liga se as pessoas vão gostar ou não de suas decisões, talvez seja por isso que ela se meta em tantas confusões, mas é por isso também que ela conquistou uma coisa que ninguém lhe tira, eu.

===========

Edmilson já estava suando em quanto caminhava de um lado para o outro em frente a porta do escritório de Jonas, mas ele tinha que esperar Pamela sair primeiro, e os gritos vindos lá de dentro indicavam que não era uma boa ideia para falar sobre isso, mas ele já esperou tempo demais.

Pamela saiu do escritório e foi para garagem, dispensou os serviços de Edmilson e ela mesma decidiu dirigir, o mesmo achou ótimo já que precisava falar com Jonas, mas antes de entrar mo escritório, pegou uma coisa que estava encostada na parede, uma espécie e mini helicóptero, parecia mais sucata amassada.

Jonas foi logo gritando com o pobre motorista, disse que não queria ser incomodado por ninguém ao menos que fosse algo muito sério, mas ao ver o equipamento nos braços de Edmilson, mudou de opinião.

– Senhor Jonas eu encontrei isso voando ao redor da casa a alguns dias atrás, consegui acerta-lo com uma pedra e ele caiu, só não mostrei antes pois com a divulgação da sua doença essa casa ficou uma bagunça

– Mas isso... - Jonas analisava o equipamento - isso é um drone! Ele estava voando ao redor da casa?!

– Sim senhor

Jonas estava decidido em saber quem estava espionando sua casa e sua família, colocou o drone em sua mesa e começou a mexer no computador, virando o drone de um lado para o outro, olhando números, chip's, qualquer coisa que pudesse indicar sua localização nos últimos dias, nada que demorasse muito, afinal, estamos falando de Jonas Marra.

Os serviços de Edmilson foram dispensados e o mesmo saiu quase correndo, estava aliviado em ter se livrado daquela coisa.

=========

Depois que eu e Davi contamos tudo sobre São Francisco, as kids resolveram brincar mais um pouco, mas uma em especial não estava entre elas, aliás não o achava em lugar algum, até onde minha vista alcançava, nada dele.

– Onde está Samuel, Davi?

– Nos degraus, ele nunca sai dali, diz que não gosta de brincar com as outras crianças, deve tá uma fera com você depois que deixou ele na festa

– Eu vou lá falar com ele

Com um beijo rápido em Davi, me levantei e fui até os degraus que davam acesso a Plugar, bem no cantinho direito, com as mãozinha sobre os joelhos, ele observava as outras crianças brincarem, bem devagar eu me sentei ao seu lado.

– Oi Samuel, você lembra de mim?

Samuel como da primeira vez que nos conhecemos não me respondeu, o que é estranho, achei que já tínhamos pulado essa parte, mas ele continuava olhando as outras crianças, tão pequeno que não alçava nem sequer minha cintura.

– Desculpa por ter te deixado sozinho, mas é que... aconteceram muitas coisas, problemas de adulto, você me perdoa?

Bem devagar, quase parando, Samuel virou o rostinho para mim, me olhou nos olhos, um olhar triste, magoado, sem o brilho que toda criança deveria ter.

– Samuel?!!


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Notas finais do capítulo

Que capítulo, nê?! Fortes emoções, o que será realmente que Manuela vai fazer com essa foto? Será que depois do mico que o Danilo pagou na Cursed Night Baylee ainda vai querer alguma coisa com ele? E Thomas? Será que foi realmente um adeus?

Estou me lembrando e este drone já apareceu outra vez na história, o que Jonas vai fazer quando descobrir de onde ele veio? E será o fim do casal Parker-Marra? Para onde será que Pamela foi? Qual o interesse de Herval em ter Megan na Plugar? E Samuel? O que será que aconteceu com o pequeno?

Beijos e até a próxima!
Obs: acima de um romance essa história é um drama, precisa de seus altos e baixos ou se torna cansativo.



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