Passado: Uma Caixinha de Surpresas escrita por Ankia


Capítulo 4
As Irmãs


Notas iniciais do capítulo

Trilha sonora: A Sky Full Of Stars - Coldplay



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21/03/2000 - Nasce uma pequena garota com cabelos loiros, quase dourados e olhos de um azul límpido, que chegava a ser transluzente. Uma criança mais forte, fisicamente, que qualquer outra.

Uma semideusa, prole de Bia.

A deusa de cabelos negros segurava sua filha recém-nascida, embalando-a. Mesmo sendo a personificação da violência, seu rosto era sereno e seu sorriso reconfortante.

Bia retornou ao mundo mortal para reencontrar o pai da garota. A criança adormecida, jazia enrolada em um lençol vermelho-sangue, enquanto a deusa entrava na base do exército de Nova York sem ser notada. Vagarosamente, abriu a porta de um dos alojamentos, encontrando um homem forte, alto e careca, que estava sozinho lá dentro, tomando uma xícara de café. Ele a fitou e cuspiu o gole que acabara de levar a boca.

–B-Bia...O que faz aqui?! - Ele arregalou os olhos quando os mesmos encontraram o pacote vermelho no colo da morena. -Não me diga que é...

–Desculpe, Charles. Não posso ficar com a criança e-

–Criança?! Outra?! Tá de brincadeira né?

–Calado! - Os olhos da deusa ficaram levemente avermelhados -Nossa segunda filha!

–Mas... - Ele se levantou, com a face aterrorizada e caminhou até a deusa. Ela se acalmou, fazendo os olhos voltarem a serem azuis.

–Charles. - Ela estende a prole para o pai -Cuide dela. Ela será uma de minhas melhores crias, junto com Menelau - Um sorriso se forma nos lábios dela -Ao contrário da primeira, essa não vai se conter quando o assunto for brigar - Ela solta um curto riso, mas aterrorizante -Haverá sangue...

Ele ainda fitava a deusa estendendo o bebê. Ela iria ficar irritada ao saber que mudara o nome da primeira filha para Manu. E a mais velha estava em sua cidade natal, Mukilteo, com algumas pessoas contratadas para cuidar dela. Teria que fazer o mesmo com a segunda. Um calafrio percorreu a espinha. Duas proles da violência, isso não iria dar certo.

–Tenho que voltar. E não retornarei mais. Meus irmãos não permitiram...Agora, feche os olhos, mortal. - Ela deixa um beijo na testa da filha, enquanto ele pegava a garota dos braços da mãe e fechava os olhos. Então, Bia assume sua forma divina, sumindo em luz.

Charles fica sozinho com a garota no colo. O que faria agora? Ele a fita. Agora estava acordada e observava ele, com seus grandes olhos azuis.

–Bem, você tem uma irmã, garotinha. Espero que se dêem bem... - Ele encontra o papel dobrado perto dela e lê:

"Seu nome é Maitê e trate de colocar esse nome, ouviu? Não quero saber se não gosta!"

Com violência, Bia.

–Ela já sabia... - Charles suspira - Bem, já era hora de uma visita à Manu. Decidido, o marechal vai até o seu superior e consegue uma licença para cuidar nova filha.

(...)

Um ano depois, em sua cidade natal, Mukilteo...

Charles sorria de orelha a orelha com as filhas. Manu, com 4 anos, insistia em fazê-lo de "cavalinho" e Maitê jogava repetidas vezes o seu brinquedo em ambos. Ainda bem que eram de borracha, se não teriam feito danos por causa da força usada, inconscientemente, ao fazer os arremessos. Infelizmente não poderia mais tê-las nos braços todo o tempo. Suas férias terminariam e ele teria que voltar ao seu posto de marechal no exército. Teria que colocar a caçula na mesma creche que a primogênita. Bem, a primeira tentativa deu certo, por que não daria agora?

O problema era esse.

Manu havia puxado o altruísmo, já Maitê a violência.


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Notas finais do capítulo

Então, surpresos com a irmã de Manu? Maitê está ajudando a escrever também, então esperem mais sobre ela!



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