Xeque Mate escrita por Utopia49


Capítulo 6
Loucura: Fogos de artifício na cidade.




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Hyden e Clark tiveram a permissão de Douglas para deixar o recinto, após terem depositado uma generosa quantia na conta de Douglas para que ele comprasse novos equipamentos de defesa. Chega a ser impressionante a quantidade de máquinas úteis que o hacker mantinha em seu covil.

Na mesma noite, eles retornaram, derrotados, porém, se não for contraditório utilizar essa palavra, quase como aliados. Chegaram na mansão de Hyden, e entrando, deixaram seus paletós no braço direito do sofá. Um costume de Clark que Hyden só praticava quando era derrotado. Era simbolicamente a forma de admitir que fora derrotado sem perder a calma. Assentaram-se, e um servente trouxe-lhes vinho antiquíssimo em lindas taças. Hallerie trouxe o tabuleiro de xadrez de ouro e diamantes que eles tinham, e os dois mestres estrategistas iniciaram o jogo para relaxar.

– Como continuaremos o jogo agora? - Questionou Clark enquanto fazia uma jogada.

– Teremos que repensar cada passo, adaptando-os ao Carta. O que quer que aconteça tem que ser milimetricamente calculado a partir de agora para derrotar o oponente e o ser das trevas.

– É assim que vai chamar o estranho? Parece-me um nome legal demais para quem está contra nós.

– Que seja. Não quero chamá-lo de Carta. Não vou dar esse gosto a ele. Caso queira, sinta-se à vontade para tal.

– De qualquer forma, você já estava fazendo isso nesse segundo jogo da corrida?

– Sim. Eu não achei que ele fosse atacar para eliminar de fato alguém... Ele conversou normalmente com Jack e Jackie. Caso ele realmente quisesse estragar o jogo, ele teria os tirado do tabuleiro ali mesmo – disse ele enquanto matou uma torre de Clark.

– Então... pensou no que eu pensei?

– Eu vou lá saber, Clark? Calculo reações e movimentos mas nem sempre pensamentos!

– E se o Carta estiver jogando conosco também? Raciocine: ele não os tirou quando teve chance. Nem a Kimberly. Pode ser que ele também tem uma estratégia!

– Pode ser... contudo tudo isso te distraiu, Clark. Cheque-mate. - Disse Hyden movendo a rainha para uma posição no tabuleiro.

– Ainda não, amor. - Disse Hallerie jogando uma carta no tabuleiro de forma que arremessou para fora do tabuleiro apenas a rainha de Hyden.

– Halley, o que foi isso?

– Só te mostrei o que o Clark está tentando falar, que faz todo o sentido, e que você estava prestes a ignorar. Tenta continuar o jogo agora.

O jogo continuou silenciosamente, enquanto Hallerie, também na surdina, impressionava a Zetos com alguns truques de mágica com seu baralho. O jogo prosseguiu tenso, até um dado momento no qual a ausência de som foi quebrada com um “Cheque-mate”, dado por Clark. Imediatamente uma carta voou no tabuleiro e retirou o cavalo que ameaçava o rei daquela forma. Clark lançou um olhar de surpresa, ao que Hallerie piscou o olho direito para ele e sussurrou: “Continua agora” de uma forma provocativa. O jogo se estendeu, e mais um cheque-mate de cada lado foi proibido. Até que finalmente, Hyden conseguiu dar um cheque-mate que não foi contestado por uma carta voadora.

– Hallerie? - Perguntou Clark esperando algo.

– Acabaram os coringas do meu baralho. Eu tinha determinado de jogá-los todos. Viram rapazes? Alguma hora o Carta vai parar. É só continuarem. - E então ela se levantou do braço esquerdo da poltrona, pegou as quatro cartas do chão e foi subindo as escadas. Zetos foi subindo com ela apenas pela companhia, fato que foi apenas observado por Hyden, sem nenhuma expressão ser esboçada.

Zetos e Hallerie subiram a escada até o quarto dela e de Hyden. Subiam conversando animadamente, e ao chegarem lá, ela abriu uma gaveta e guardou as cartas dentro. Hallerie olhou para ele ao que ele soltou uma pergunta totalmente desconexa quanto ao que conversavam antes:

– Você tem outros truques de mágica além das cartas?

– Tenho... Você costuma mudar de assunto assim do nada?

– Não, foi só que eu tinha que perguntar. Fiquei impressionado com o que você fez lá embaixo jogando elas e as outras mágicas todas. - Respondeu ele com um sorriso.

– Ter eu tenho... muitas coisas para impressionar debaixo da manga. - Respondeu ela com um sorriso, e então colocou a mão para a frente, como se estivesse o cumprimentando. Quando ele apertou a mão dela, ele ouviu um pequeno estalo e ela levantou o braço esquerdo dela. O que fez ele involuntariamente levantar seu braço direito, já que agora estava com ele preso ao dela por uma algema.

– Você é rápida.

– Obrigado. Ela bateu o braço esquerdo contra a estante, e saiu andando pelo quarto. Quando ele foi seguí-la, se viu preso pelo braço, que agora permaneicia preso à estante pela algema, que ainda devia estar presa no braço esquerdo dela.

Ela riu da surpresa dele, piscou o olho esquerdo com os dois braços abertos e então se virou na direção de um dos armários, e tirou de lá uma bengala e uma cartola. Colocou a cartola, apoiou-se na bengala e sorriu, levantando o braço direito com flores saídas da manga de sua blusa de pijama.

– Como você faz essas coisas? Você é impressionante!

– Meu pai era um mágico profissional... e eu aprendi alguns truques com ele.

– Algum dia quero ter tempo pra você me fazer uma apresentação de todos os seus truques.

– Quem sabe um dia a gente não combina pra você vir aqui? Faz tempo que não tenho uma plateia.

Hallerie abriu as algemas, libertando Zetos, e então as guardou de volta na gaveta. Ele a cumprimentou e disse um boa noite apressadamente, já que Clark começou a chamá-lo.

No dia seguinte, Hyden convocou a todas as peças. Por volta das nove e meia da manhã, os bispos, cavalos e torres estavam posicionados. Hyden e Hallerie providenciaram poltronas para que todos pudessem ficar confortáveis dentro do escritório. Ele foi o último a se assentar, e assim que Hallerie saiu e fechou a porta, ele cumprimentou a todos com um “Bom dia.” E prosseguiu:

– Senhores, quero deixar bem claro hoje que eu não estava brincando quando os deixei cientes do que poderia vir a acontecer durante o desafio. Dou-lhes uma última chance de desistirem. Podem fazê-lo agora, sem represálias ou mudança de tratamento. Caso contrário, esta foi minha última chance e preciso atualizá-los sobre novas coisas.

Os seis entreolharam-se e todos mantinham seu olhar de que nada mudaria em seus planos. Kimberly tomou a palavra e respondeu:

– Nosso caminho já está selado. Caso fôssemos recuar, já o teríamos feito na primeira chance, que até aquele momento seria a única possibilidade. Estamos sob seu comando, Presidente. Continue e nos informe o que há de novo.

– Sua resposta parece ser o sentimento de todos, Kim. Então, que seja. O que há de novo é o seguinte senhores: não podemos mais nos dar ao luxo de nos preocupar apenas quanto às peças de Clark. Exijo que todos nós, inclusive eu, prestemos mais atenção às jogadas do estranho, que se autodenomina O Carta. Não darei a ele esse gosto de o chamar assim, façam como lhes aprouver. No entanto, com essa nomenclatura ou não, ele é um perigo real para com o qual teremos que ficar de olhos bem abertos. Não deixem passar nada, seja durante um desafio ou nos seus dias simplesmente a partir de agora. Ele pode estar nos monitorando a cada momento, talvez até mesmo agora.

– E o que ele quer? - Perguntou Simon, quebrando a linha de raciocínio de seu chefe.

– Ele tem apenas um desejo: atrapalhar nosso desafio. Destruí-los, ou talvez, diretamente a mim ou a Clark. De fato, tudo o que sei sobre o nosso inimigo vestido de preto é que ele deseja arruinar o desafio, atacando diretamente a vocês. Não quero sofrer baixas, não somente por mim e pelo desafio, mas também porque toda vida – seja a de vocês ou das peças de Clark é importante. Então, atenção redobrada a ele. Não o engajem em combate. Ele pode ser muito mais poderoso e habilidoso que vocês. Afinal, não sabemos que artes e técnicas de combate ele pode saber. Se levarmos em conta que possivelmente ele sabe muitas técnicas de defesa e ataque pessoal, o único das peças que teoricamente poderia engajá-lo seria Zetos, o grego. Ou seja, não quero também que o engajem a fim de causar danos permanentes ou eliminá-lo. Ele pode ser quem pode salvá-los.

– Ou quem vai nos matar. - Retrucou Khardin.

– Talvez. Entretanto é um risco que vale a pena correr, dado o risco maior de que todos podemos ser eliminados pelo hacker menor, caso ele os ataque sistematicamente, um por um.

– Compreendido, Presidente. - Concordou Jack.

– Estão dispensados. Espero os seis mês que vem nesta data, já que o próximo jogo envolve as seis peças.

– Todos nós de uma vez? - Johnny perguntou de olhos arregalados.

– Exatamente. Ainda não vou treiná-los para o próximo desafio. Especialmente porque não há muito o que treinar. Estão dispensados. Exceto Kimberly.

Os cinco se retiraram, e Kimberly permaneceu, ainda sentada em sua pose de rainha, como se estivesse em um trono. Hyden se assentou em sua poltrona, como se fosse um trono, assumindo sua posição como um imperador. Ambos permaneceram em silêncio olhando nos olhos um do outro, e então ele falou:

– Você é supersticiosa, Kimberly?

– Não, você é?

– De fato não sou. Contudo, acha que o mundo caótico dos sonhos pode nos mandar mensagens?

– Creio que não. É só um bando de coisas misturadas do subconsciente. Precisava dessa segunda opinião?

– É de todo inútil na minha situação, mas obrigado pela sua contribuição.

– Agora me deixaste curiosa. O que houve?

– Tive sonhos. Três seguidos em uma mesma noite. Um único tema, continuado ou pulado entre futuros.

– E acha que são presságios?

– Possivelmente. Não sou supersticioso, no entanto, um canceriano deveria prestar atenção aos sonhos e projetos que surgem em seus meses.

– Sobre o que eram?

– O desafio. Óbvio que isso está tomando minha mente constantemente, no entanto não creio que aquelas imagens tão vívidas são nada mais do que a bagunça caótica do meu pensar.

– O que você viu?

– Lembro apenas de flashes, por isso minha afirmação de que possivelmente há coisas espalhadas. No entanto lembro de três situações bem claras, por isso digo que foram três sonhos. E porque acordava após cada uma dessas partes. Na primeira delas via você apontando uma arma contra mim e pedindo uma boa razão para não me executar. Na segunda delas via uma festa de natal com uma paz celestial. E gelo seco em abundância. Não sei qual a relevância disso. E via na terceira um homem que comandava policiais caçar vocês todos durante um jogo, e um flash dele caindo desmaiado em um cemitério.

– Parecem-me coisas sem sentido algum. Especialmente o gelo seco. Você gosta de gelo seco?

– É algo que me fascina... uma belíssima sublimação.

– Enfim... algo mais a me dizer?

– Quero que monitore Zetos. Pessoalmente, sempre que possível, no entanto, sem fazer parecer que você o está vigiando.

– Basicamente tenho que ser amiga do inimigo.

– Algo assim. Ou apenas uma conhecida que se encontra com ele frequentemente.

– Aceito a missão. Alguma razão específica?

– Creio que não. Apenas porque ele é quem devemos precisar ter ao nosso lado. Está dispensada.

Kimberly deixou as salas, e rapidamente esqueceu os sonhos de Hyden, crendo que não havia nexo nenhum neles. Após contá-los a Kim, ele também começou a esquecê-los.

À noite, Hyden, Clark, Douglas e Milena foram convidados para ir à mansão de Clark. Douglas recusou educadamente preferindo permanecer em seu covil, sob a argumentação de que tinha que continuar trabalhando em seu projeto. Os três começaram a conversar sobre diversas coisas, dado o fato de serem todos conhecidos uns dos outros. Milena fingia aos dois não ter relação nenhuma com nenhum dos presentes, agindo apenas como uma amiga de ambos. Conversavam e foram servidos por Charlotte, que trouxe-lhes uma garrafa de um vinho especial, guardado para ocasiões importantes, do qual haviam apenas duas unidades.

Na mesma noite, Douglas terminava de construir o outro braço de sua criação inestimável. Ele conectou o tablet a Sarah, e começou a conversar com ela sobre várias coisas. E mostrou a ela, mandando na forma de arquivos, o projeto final dela completa.

– Então... essa serei eu?

– Sim, Sarah... essa é você.

– Meu rosto é lindo... Será, melhor dizendo.

– De fato... E eu completei seu outro braço.

– Obrigado, eu diria. - Respondeu ela rindo.

– Até o Natal eu vou provavelmente terminar você.

– Sério?

– Sim. Prometo.

– Por mais que isso seja feliz, por favor, não prometa.

– Por que?

– Porque pode ser que aconteça algo que não está programado, que você não está preparado... E não quero que você se culpe se não conseguir cumprir sua promessa.

– Você é meio pessimista, não é?

– Não, sou realista. Sei que as coisas podem sair diferentes do que queremos...

– A que se refere, especificamente?

– Tudo... e nada ao mesmo tempo.

– Fala comigo, Sarah. O que foi?

– Haha. Poderia não ter me dado medo, ansiedade e apreensão no meu módulo de inteligência artificial.

– Sarah. Sou eu. Do que você teria medo?

– Exatamente porque é você! E eu não vou falar.

– O que há de especial por ser eu ou sobre mim?

– Que simplesmente não posso falar.

– Eu vou ter que usar meu drive para explorar sua mente, queridinha? - Perguntou ele rindo.

– Pode tentar. Eu hackeio ele e não deixo você ter acesso a essa informação.

– Ai ai.... Nunca criei um arquivo tão interessante quanto você.

– Obrigado. Sinto-me honrada por tal comentário. Porém não adianta me bajular.

– Eu sei. Eu tenho que ir, tenho assuntos a resolver.

– Não vá...

– Por quê?

– Porque eu gosto da sua presença aqui comigo... conversando...

– Eu também. Só que algo faz com que você não confie em mim.

– Vai começar com chantagem? Não é que eu não confie em você... não é isso, confia em mim.

– Então por que não pode confiar em mim e me contar?

– Eu confio... contudo tenho medo de qual possa ser sua reação. E por essa afirmação você já sabe do que se trata...

O hacker parou por um instante. Finalmente ele compreendeu a situação. Sua criação o tratava como mais que um amigo ou uma relação de criatura-criador. Ela, aparentemente, havia desenvolvido amor, ou algo que ela acreditasse ser isso.

– Mas você pode me falar o que sente sobre isso.

– Sei que posso, entretanto, é a sua possível reação que me atormenta os pensamentos.

– Eu continuo aqui, te ouvindo e conversando com você, sem te julgar.

– Mas eu não sei se é recíproco! E o medo de não ser é o que me atemoriza.

– Vou te contar uma história, Sarah.

E o hacker a contou uma história, que só será contada no fim dessa história.

Na mesma noite, uma terceira cena acontecia. Hallerie descia as escadas enquanto uma campainha era tocada, e abriu a porta. E quando a porta se abriu, o grego foi atordoado pela estonteante visão de Hallerie, vestida como um mágico, inclusive com sua cartola. E ele foi colocado para dentro da mansão, e a porta foi fechada. A moça o levou até um quarto especial, onde havia um palco. Hyden havia construído para ela se divertir em seu tempo livre, e naquela noite, ela teria chance de proporcionar um espetáculo. Além do palco, havia uma única cadeira solitária para Zetos, para que ele pudesse assistir as mágicas que não necessitassem de um “voluntário”. Que no caso, querendo ou não, seria ele em todos os truques.

A noite foi ótima para ambos. Para Hallerie, uma apresentação de mágica que finalmente tinha plateia. Quantas vezes antes ela não havia apresentado sem ninguém para a assistir, e agora ela tinha um amigo a assistindo e se divertindo com ela. E para Zetos, ele via todos aqueles movimentos impressionantes que o deixavam boquiaberto. Desde criança, Zetos era obcecado por mágica. Não raras vezes ele havia perguntado para sua mãe e para seu pai se os deuses não existiam e se não poderiam ensiná-lo um ou dois truques. Infelizmente, os deuses pareciam não se preocupar com os desejos de uma criancinha. No entanto, Hallerie parecia. Além de ter presenciado e participado daquelas mágicas, ela o ensinou alguns mais básicos.

Por volta da uma hora da manhã, Hyden retornou à mansão. Foi a seu quarto, trocou de roupa e como sempre guardou impecável seu terno. Porém Hallerie não estava dormindo. E nem em seu escritório, seu segundo palpite. Ele a procurou em todos os cômodos, até se lembrar da sala teatral, como chamava. Ao entrar, encontrou sua esposa ensinando um truque a Zetos. Ambos olharam para ele, assustados, contudo não como se estivessem a fazer algo errado, e simplesmente pelo silêncio absoluto ter sido quebrado.

– Halley, eu estou indo dormir. Só queria saber onde você estava.

– Eu já estou de saída, senhor. Ela já vai. - Respondeu rapidamente Zetos.

– Não há necessidade. Permaneça o quanto quiserem.

E assim o fizeram. Tanto que o grego só partiu às duas da manhã, quando Hallerie finalmente ficou com sono. Ela o levou até a porta e se despediram. Foi para seu quarto, pegou seu pijama e trocou as roupas no corredor, para não ter que acender a luz lá, já que Hyden estava a dormir, e poderia acordar caso a luz fosse acesa. O sono dele era pesado para com sons, entretanto, muito leve para com luz. E após isso, foi para o quarto e fechou a porta, silenciosamente.

Apenas após isso Zetos se dirigiu para a mansão de Clark, onde morava. Ele não conseguira partir enquanto não a viu apagar todas as luzes e entrar no quarto. Ali, do lado de fora, ele ficara como um silente guardião. Algo havia mudado nele. No entanto ele ainda não havia se dado conta. Quando chegou à mansão de seu empregador, Charlotte abriu os portões e as portas para que ele entrasse, e já que Clark e todos os outros já dormiam, ela o esperou atrás da porta. Assim que ele fechou a porta na surdina, ela o agarrou e o beijou contra a parede. Antigamente, isso levava obrigatoriamente a uma coisa, e uma coisa somente. Contudo, dessa vez, era como se para ela, ele estivesse distante, e para ele, como se aquilo não mais fizesse sentido. Zetos se desprendeu dela e finalmente entendeu o que acontecera quando Hallerie passou em sua mente em um flash. Charlotte virou-se e o colocou novamente contra a parede, e perguntou:

– Zet, o que houve?

– Nada, Lotte... só estou muito cansado agora...

– Isso não é impecilho... já tivemos ótimos momentos mesmo com você cansado... lembra? - Replicou a morena provocatica com um beiijo.

– Eu sei Lotte. - Respondeu ele com um beijo, a puxando para mais perto. - Mas me deixa ir hoje à noite? Prometo que amanhã te compenso.

– Pode ser então. - Disse ela, um pouco a contragosto, no entanto dada por satisfeita. Passou o polegar pelos lábios dele, numa última provocação, e se retirou abruptamente, indo para seu quarto.

Zetos se arrastou para seu quarto, com a certeza de que seus pensamentos o atormentariam a ponto de não permitir seu sono em paz. Tanto os pensamentos em Hallerie, tanto os de sua natureza carnal que o condenariam por ter recusado uma noite de prazer com sua amante proibida. Se bem que os últimos podiam ser silenciados pelo que ele prometeu a ela.

No mês seguinte, o mini-jogo retornaria. Hyden e Clark juntaram a todas as suas peças: a terceira parte do desafio envolveria a todos os seus subordinados em um perigoso domínio da cidade, no entanto, mortes provocadas não seriam permitidas. A ideia era que Douglas plantaria em locais aleatórios explosivos com isótopos radioativos, e os jogadores teriam que encontrá-las através de um instrumento que ambos os times teriam. Uma vez que encontrassem uma bomba, eles teriam que desarmá-la e rearmá-la, e deveriam ter o máximo de explosivos sob seu controle ao fim de trinta minutos. Todo esse tempo porque teriam que pesquisar as dezesseis bombas escondidas aleatoriamente em uma grande área, que estranhamente dessa vez não carregava um significado para os mestres estrategistas.

Todos se prepararam e receberam os equipamentos, e se dirigiram para a área escolhida por Douglas. O time preto resolveu se dividir e espalhar para cobrir uma área maior mais rápido. Por medida de proteção, a equipe branca dividiu-se em duplas. Começaram a encontrar, desarmar e rearmar, cautelosamente, no entanto rapidamente, o mais rápido possível com segurança. Em dado momento, Hurley falou no fone que conectava todos de seu time:

– Vou equilibrar esse jogo hoje à noite.

– O que está pensando em fazer, Herbert? - Disse Hurley preocupado.

– Vou explodir um deles. Dois talvez.

– Não! Eu já vou dar a vitória ao nosso time! Desarmo e armo mais rápido que o time deles inteiro! - Berrou Hurley.

– E daí? - E Herbert desligou o fone.

Alguns segundos passaram-se, e o fone da equipe branco foi invadido pela voz de Carta:

– Tomem cuidado. Herbert vai explodir uma bomba em vocês. Eu sou apenas a sua sorte.

E desapareceu da chamada. Os seis ficaram apreensivos, porém continuaram a tarefa. Em dado momento, quando por acaso Khardin, Kimberly e Simon estavam indo juntos para o mesmo ponto, Carta avisou somente a Simon:

– É agora. Ele vai clicar o botão. Fuja ou salve dois.

Simon foi em frente e gritou no fone “Saiam! Saiam!” Khardin e Kimberly permaneceram onde estavam sem compreender, e em seguida viram um clarão intenso e gigantesco, uma bola de fogo que se ergueu do chão e consumiu Simon sem que ele houvesse nem tempo de sentir dor. A explosão fez uma onda de choque, e Carta avisou a todos os fones:

– Retirem-se. O show de Copacabana vai começar. Soltem os fogos! Vitória da equipe negra.

E após cinco segundos, as bombas começaram a explodir na área demarcada, e até fora dela, e algumas eram de cores diferentes, como azul ciano ou verde. E fogos de artifício foram soltos também automaticamente, causando uma maravilha e caos ao mesmo tempo. Na mesma noite ainda, Clark executou pessoalmente a Herbert por ter ido contra as regras do mini jogo, e seu corpo foi derretido em ácido. Resquícios não seriam deixados, e suas ordens, não seriam questionadas.


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