Todo mundo estava MUITO animado pra festa na casa da Melaine nesse fim de semana. O que é ridículo! Fala sério! O que essa gente vê de tão legal numa festa idiota com gente idiota?

—Ah, Emy! Todo mundo vai! -Vicky insistiu do meu lado.

—Já dizia minha mãe: "Emely, você não é todo mundo!" -Eu revirei os olhos.

—Por que você tem que ser tão antissocial? -Pedro resmungou ao meu lado.

—Eu não sou antissocial! Só não gosto de pessoas idiotas! E essa festa vai estar cheia delas! -Eu reclamei e vi Gabriel sorrir.

—Uhum, então se você não gosta de pessoas idiotas você não gosta de si mesma? Ouvi dizer que um pouco de amor próprio é bom. -Ele provocou.

—Oh, por favor! Eu amo animais, mas não amo você! Então toda regra tem uma exceção! -Eu sorri irônica.

—Vai começar... -Daniel murmurou.

—Você tem razão! Eu sou mesmo um animal! Um gato, eu diria. -Ele se gabou.

—Um gato? Tá mais pra cachorro. -Eu debochei.

—Cavala!

—Girafa!

—Elefante!

—Cobra!

—Já chega! -Vicky gritou fazendo eu e Gabriel parar. -Meu Deus! Vocês são insuportáveis!

—Ele é mais! -Eu apontei pra Gabriel.

—Não sou não! -Ele se defendeu ofendido.

—Já falei que chega! -Vicky gritou de novo. -A questão é: você vai ou não vai, Emely? -Ela perguntou e eu fiquei pensando. Ah, quer saber? Eu vou! O que tenho a perder mesmo?

—Eu vou! Mas só por causa da comida. Quero ver se lá vai ter coxinha.

—Legal. Vocês vão tocar meninos? -Vicky sorriu animada.

—Provavelmente sim. -Pedro sorriu.

—Pera aí, a Melaine não me convidou. -Eu lembrei.

—Mas ela convidou eu e Pedro, e disse que podíamos levar qual quer um. Então vocês podem vir com a gente. -Gabriel piscou e eu revirei os olhos.

—Quero deixar bem claro que se lá não tiver coxinha eu volto pra casa! E eu também quero brigadeiro! E bolo seria bom... -Ah, eu amo bolo!

—Emely, lá não é uma festa de aniversário de uma criancinha da 4 série... -Gabriel falou lentamente como se eu fosse uma criança.

—Ah, eu acho que vou começar a frequentar essas festas de crianças... -Eu bufei chateada.

—Claro, você pode ser a palhaça. -Gabriel sorriu sarcástico.

—Não, eu prefiro ser mágica. Assim quem sabe eu faço você desaparecer? -Eu devolvi.

—Meu Deus! Parem! -Vicky reclamou. -Mais um pio e eu os mato!

Nós ficamos quietos porque Vicky era fofa mas sabia ser assustadora às vezes.

O dia passou e todo mundo ainda falava na maldita festa. Vicky vai me obrigar a ir no shopping com ela hoje "porque ela não tem o vestido certo pra festa", como ela mesma disse.

Então assim que saímos da escola, fomos pra casa pegar o dinheiro e depois fomos ao shopping. Fiquei esperando Vicky provar uns cem vestidos! Sério, eu já estava cansada.

Comprei um azul escuro pra mim. Eu já falei que amo azul escuro? E Vicky escolheu um roxo, o que ficou extremamente perfeito porque além de ser lindo combinava com as pontas roxas do cabelo dela. Quando voltamos pra casa ela ainda falava sobra a festa! Meus olhos doem de tanto que eu tive que revira-los hoje

Ainda faltava 2 dias pra festa. Confesso que estava começando a ficar ansiosa pra festa. Eu acho tudo isso uma idiotice mas eu senti uma coisa diferente... Como se fosse um aviso, mas um aviso bom... Quer dizer, eu tinha a sensação de que algo ia acontecer nessa festa. Eu só não sabia bem o que...