Ohana escrita por Miss FleurDeLouis


Capítulo 14
Aloha, Enzo!


Notas iniciais do capítulo

Huuuuum... Eu não tenho muito a declarar, apenas que agradeço demais por todos os comentários e o apoio de vocês, eu sei que demoro, mas essa fic vai pra frente, eu prometo.

Bem, capítulo duplo NH. Já estou escrevendo o próximo. Aliás, esses capítulos NH fecham esse arco da fic e vamos para o próximo que envolve a escola e a competição de surfe e mais alguns probleminhas... hehehehehe

Beijos!



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Ela apertou o casaco de couro — mais uma imitação estilizada de um uniforme militar, Aeronáutica, especificamente — contra o corpo, odiando o frio incômodo da loja de conveniência. Movia sua cestinha e enchia com alguns doces, os seus preferidos para uma madrugada insone, já que a despeito da recomendação de Gaara ela não evitava o açúcar para poder dormir direito. Afinal, dormir a levava a ter pesadelos enquanto uma noite insone era uma noite de pensamentos produtivos, logo a escolha era bem óbvia segundo sua lógica.

Quando agarrava uma barra com recheio de caramelo o barulho de uma cesta com vários produtos caíndo a interrompeu. Rolou os olhos exasperada, era a quinta vez que Hinata a deixava cair. "Por que ela simplesmente não deixava Naruto segurar a maldita cesta?!" Ah, claro! Porque o problema era Naruto.

O adorável e fragilizado Naruto que estava sob sua responsabilidade e de Hinata. De Karin também, mas a ruiva fugiu do compromisso para fazer qualquer coisa sobre sua relação com Suigetsu. No final, coube às duas a tarefa de cuidar do loirinho naquele dia.

Passaram o dia comprando roupas e a própria Sakura escureceu as madeixas do menino, o cabelo estava com um tom de louro mais escuro e os olhos cinzentos graças a lentes de contato. Elouisie esperava que o Sol do Havaí o deixasse mais corado o que certamente o diferenciaria ainda mais da sua aparência original.

Mas a verdade é que a surfista estava odiando aquele dia tedioso. Hinata quando não estava tremendo ou gaguejando, estava calada morrendo de medo de falar alguma bobagem perto do Senpai e Naruto era como um zumbi ou qualquer coisa que parecesse uma casca sem vida, o que irritava demais Elouisie. Aquele poderia ser um dia perfeito para avançar seu relacionamento com Sasuke, naturalmente denominado por ela como vizinho gostoso, só que a garota estava apenas na companhia de Miss Calada e Lorde Mudo. Odiava os dois, decidiu.

Era bem óbvio que precisava descontar neles sua raiva. Por isso deu as ordens mais absurdas o dia todo, às vezes gritava tais ordens, mas não ficou satisfeita, faltava alguma coisa e não, não era Sasuke. Por um momento achou que fosse, mas percebeu que estava bem contente de trocar mensagens cheias de trivialidades com ele. Então, qual era o problema? Depois de analisar todo aquele dia percebeu que o problema era bem óbvio:

Naruto.

A apatia daquele garoto a deixava nervosa, nem o descontrole emocional da Hyuuga perto dele tinha graça. Quer dizer, ela não sabia muito sobre o Senpai, mas sabia que ele era bastante sociável, carismático, gentil e até divertido. Será que a persona pública era uma farsa do Showbiz ou o trauma do acidente o afetou tanto a ponto de não reagir a nada? Não sabia dizer. Às vezes, lhe dava uma ordem aborrecida ou desaprovava suas escolhas de roupas apenas para testar a reação do garoto. De vez em quando via uma centelha de contrariedade no olhar dele, o que a animava, mas logo o Uzumaki acatava todas as ordens sem questionar. A garota queria bater na própria testa, ou na dele.

— Hinata, apenas dê essa cesta ao garoto, já estamos de saída — dirigiu-se ao caixa sem sequer olhar para eles.

***

Hinata olhou a mão estendida dele e entregou a cesta devagar como se fosse o Santo Graal, não ousava olhar nos olhos dele nem sob tortura, havia sido assim o dia inteiro, era sufocante estar próxima a ele, alguém tão incrível como parecia ser e tão quebrado. A menina não era boba, sabia que ele estava sofrendo e queria perguntar, saber o que ele estava sentindo, mas faltava-lhe coragem.

— O-obrigada.

— Não há de quê...

Foi tão baixo que ela queria pedir para que ele repetisse, mas não o fez, a voz dele era rouca e sofrida, como se a garganta estivesse machucada e a morena quase gemeu de dor pelo loiro. Checando se não havia mais nada para pegar nas prateleiras, andou até o caixa com o garoto a tiracolo.

Depois de saírem da loja, a noite apenas começando, Naruto se ofereceu para guardar as sacolas no porta-malas. Enquanto Hinata gaguejava que não era necessário, Sakura tomou as sacolas de suas mãos e junto com as suas entregou ao garoto sem dizer nada, apenas dando um sorrisinho sacana para deixá-lo vermelho. O loiro ficou confuso mas foi até o carro, quando Hinata virou-se para questionar a atitude da amiga, foi interrompida pela mesma:

— Não adianta nada você sentir pena dele se não fizer nada a respeito. É até ofensivo.

— O q-quê?

A outra garota ajeitou uma mecha rosa atrás da orelha e levantou a sobrancelha para a morena:

— Só há nós duas na companhia dele. E eu não sou aquela que sabe o que faria o Senpaaaaai feliz, sobra quem mesmo?

Como sempre, ela apenas saiu andando sem deixar que Hinata respondesse.

***

Esperava de verdade que aquilo desse certo, que Naruto pudesse reagir e que a possibilidade de que ele ficasse bem fosse real. Hinata pediu para que Elouisie dirigisse até o complexo da família Nara, o mesmo onde a amiga trabalhava, só que dessa vez iriam para o restaurante dos Nara. Sem tirar a atenção do trânsito, a garota aprovou silenciosamente a escolha, o que a deu esperança.

— Aonde vamos? — novamente a voz rouca e machucada ressoava baixinho.

— Uau! Não grite tanto ou economize sua voz, você não parece usá-la muito.

— Não seja maldosa com ele, Sakura!

— Sakura é a mãe!

— Certo... Não seja maldosa com o Naruto, Elouisie Blanchard! — Voltou-se ao banco de trás encabulada, respirou fundo para não gaguejae ao falar com o garoto: — Vamos a um restaurante muito legal de um amigo nosso, acho que depois desse dia cheio seria bom comer algo, não acha?

— Sim, eu acho, Hinata.

Ele sorriu.

Naruto sorriu. Não aqueles sorrisos enormes como sempre sorria para as câmeras, mas era um sorriso muito bonito e que pôde chegar aos olhos. Pena que a única reação de Hinata fora voltar rapidamente para seu banco sem conseguir responder. Respirou fundo e olhou para a rosácea, prestes a fazer qualquer comentário sórdido ao que a menina a encarou com um grande "Não ouse!" estampado na testa, deixando a garota apenas reprimindo uma risada debochada.

Chegaram ao restaurante Nara depois de algum tempo, era um lugar bonito mesmo que parecesse uma zona com tantas pessoas passando o tempo todo, algo que assustou Naruto pelo que Sakura pôde perceber. Ele baixava o rosto e hesitava ao andar, respirava fundo também.

— Relaxa, aqui é seguro — ela o advertiu olhando-o. Ele por outro lado olhou para Hinata, inseguro.

— T-tá tudo bem, não se preocupe.

Ele pareceu ficar aliviado.

— Ah, nela você confia! Compreensível. Vamos!

Andaram até um balcão para guardar seus casacos, com uma recomendação especial da surfista para tomarem cuidado com sua jaqueta, e seguiram para uma mesa branca sem toalha e com alguns utensílios de cozinha.

— Não tem cadeiras?

Sakura pensou em pedir para o garoto falar mais alto não quis forçar a situação, então apenas apoiou-se na mesa e brincando com uma faca particularmente grande falou:

— Não nessa aqui. As mesas com cadeiras ficam lá fora, em cima desse lugar.

— Ahn... Naruto... — Hinata falou baixinho — Aqui nós vamos cozinhar os nossos pratos.

— O quê? A gente vai cozinhar? — ele falou um pouco mais alto.

— É... Pra você ver porque eu quase não venho aqui. A Hinata adora vir aqui, mas eu detesto. Aliás, o complexo Nara pra mim é só isso: trabalho, trabalho, trabalho! Até na hora do lazer.

— Você detesta por causa do trabalho e porque não sabe cozinhar. Não é, pirralha Blanchard?

Elouisie fechou a cara assim que viu a mulher austera de movimentos muito expressivos falar com a voz estridente.

— Ah, esse é um motivo bom para não aparecer aqui... Yoshino Nara — sussurrou para o garoto, embora ele não conhecesse a mulher.

— Vai fazer uma macarronada de novo? É a única coisa que você sabe fazer, não é?

— É a única coisa que eu sei fazer sem precisar da sua ajuda, Sra. Nara. A melhor coisa do mundo é não ter que te ouvir.

Yoshino apenas a olhou raivosa, mas absteve-se de uma resposta.

— Srta. Hyuuga, como vai? E quem é o garoto? — sutileza não era o forte da mãe de Shikamaru.

— Bem, Sra. Nara. E-e-e esse a-aqui é o-o-o...

— Enzo! Enzo Voltolini — Sakura adiantou-se e olhou para Hinata com uma cara de "Não estraga as coisas, garota!". — O Enzo é estrangeiro e apadrinhado pelos Sarutobi, vai passar uma temporada estudando com a gente.

Naruto apenas ficou de cabeça baixa e desconfortável.

— Tímido, não? Bom, eu mandarei alguém aqui para trazer os ingredientes dos pratos e ensiná-los a cozinhar hoje. Menos você, menina Blanchard. Já que parece não precisar de ajuda com a macarronada, não?

— É claro que não... Passar bem, Sra. Nara — Sakura estava visivelmente azeda.

— Ah! Aloha, Enzo!

— Aloha, senhora...

Aloha, Enzo. Ou Naruto. Bem-vindo ao Havaí, à Ohana.


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Notas finais do capítulo

Aguardem o próximo!



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