The Cursed and the Hero escrita por monowasure


Capítulo 2
Chapter 02 - The Hero


Notas iniciais do capítulo

"Call it magic, Call it true
I call it magic
When I'm with you (...)"



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No dia seguinte, Hogwarts amanheceu chuvosa. O outono já dava seus primeiros sinais, fazendo com que as manhãs gélidas fossem rareando e uma brisa fresca diminuísse os efeitos do verão. Acordei extremamente atrasado para a aula naquele dia, porém, me sentindo revigorado pela ótima noite de sono – afinal de contas, fazia anos que eu não dormia em uma cama tão confortável como aquela. Me levantei rapidamente e apanhei o cronograma de aulas, ficando um tanto surpreso assim que notei que minha primeira aula era de poções, com o professor Snape – o mesmo que me trouxera ao dormitório na noite anterior.

“Ele é assustador, melhor eu me apressar...” pensei. Snape era realmente assustador. Aqueles olhos negros me causavam terríveis arrepios. Como será que eram as suas aulas? Isso eu infelizmente teria de descobrir por conta própria. Soltei um longo suspiro enquanto vasculhava meus pertences e apanhava minhas vestes com o emblema e cores da casa de Sonserina e meus pertences para a aula de poções. Troquei-me rapidamente e saí do dormitório às pressas, não me esquecendo de recitar a magia que Snape havia me ensinado. Corri apressado pelo longo e tortuoso corredor das masmorras que pareciam mais frias e úmidas que na noite passada. No meio do caminho eu avistei Snape e diminui as passadas para que ele não percebesse que eu estava lá.

“Droga, já estou começando o ano muito bem chegando atrasado ao primeiro dia de aula. Tantos professores e tinha de ser justo com ele!” pensei enquanto o seguia silenciosamente. Assim que ele entrou na sala eu corri e entrei atrás dele, imaginando que ele não tivesse notado minha presença. Meu nervosismo apenas aumentou assim que notei que a sala estava cheia de alunos do primeiro ano tanto da Sonserina quanto da Grifinória já que aquela aula era em conjunto. Sentei na ultima carteira próxima à porta, isolado dos outros alunos – as ever. Mas como Merlin parece não gostar muito de mim...

– Imagino que tenha um ótimo motivo para se atrasar para minha aula, – disse Snape, dando uma breve pausa para se virar para a turma e me localizar no fundo da sala, fuzilando-me com os olhos – Senhor Kirkland.

A sala inteira ficou em um silêncio após o professor dizer o meu sobrenome, é claro que eles sabiam dos boatos! Resolvi quebrar o silêncio com um pedido tímido de desculpas.

– Me desculpe senhor, eu me atrasei porque dormi demais... Garanto que não vai acontecer novamente.

– É bom que não aconteça, pois eu não tolerarei mais atrasos de sua parte. Tem sorte por estar na minha casa, senhor Kirkland. – disse ele em um tom ameaçador que fez com que um arrepio percorresse toda a extensão da minha espinha.

O professor Snape era um homem pálido, de aparência sombria. Tinha cabelos negros e oleosos na altura dos ombros. Usava vestes negras e raramente sorria. Além de professor de Poções na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, era diretor da Sonserina. Apesar de ensinar poções, seu desejo sempre fora lecionar Defesa Contra Artes das Trevas, cargo que sempre cobiçou em Hogwarts. Eu podia notar claramente que alguns alunos da Sonserina falavam sobre mim, eles cochichavam uns aos outros e se viravam em minha direção com olhares desconfiados.

– Quietos. – disse Snape friamente e todos se calaram de imediato – Antes de começarmos, devo-lhes dizer que não permito brincadeiras com varinhas e nem feitiços idiotas na minha aula. Vocês estão aqui para aprender a ciência sutil e a arte exata do preparo de poções. Não espero que vocês realmente entendam a beleza de um caldeirão cozinhando em fogo lento, com fumaça a tremeluzir, o delicado poder dos líquidos que fluem pelas veias humanas e enfeitiçam a mente, confundem os sentidos. Posso ensinar-lhes a engarrafar a fama, cozinhar a glória e até mesmo dar um fim... – ele deu uma breve pausa, novamente direcionando seu olhar para mim – ...Na morte.

Engoli em seco quando notei que um dos garotos da Sonserina esboçava um sorriso debochado ao me encarar e cochichava com outros dois ao seu lado provavelmente algo sobre o meu respeito. Ele tinha um cabelo loiro que ia até a altura dos ombros, seus olhos eram de um tom azul cobalto e ele me encarava propositalmente, apenas para provocar. Pela aparência e as vestes eu tinha certeza que ele pertencia à família dos Bonnefoy, uma família tradicional de bruxos de puro sangue que abominavam os nascidos de pais trouxas – eram realmente detestáveis e só pensavam em si próprios. Desviei o olhar e o ignorei, na situação em que eu me encontrava era o melhor a se fazer.

– Onde estão seus equipamentos, Sr. Vargas? – questionou o professor olhando para um garoto ruivo de olhos castanhos que parecia apavorado.

Veee~ M-meus equipamentos? E-estão todos aqui, senhor! – gaguejou o garoto de sotaque italiano, ponderando consigo mesmo em seguida – Hum... Será que estou esquecendo algo? Varinha caldeirão... O que mais falta?

– 5 pontos a menos para Grifinória, devido à tolice do Sr. Vargas em não trazer a balança para medir os ingredientes.

Verità![1] A balança! Veee~ M-me esqueci dela, senhor... Eu me distraí com o café da manhã e—

– Silêncio. – repreendeu Snape e o garoto estremeceu na cadeira, assentindo com a cabeça obedientemente – Agora abram na página 458 do livro Bebidas e Poções mágicas.

Todos os alunos, em silêncio, abriram o livro na referida página. Um garoto asiático, também da Grifinória, que se sentava ao lado do menino ruivo – o mesmo que Snape tinha chamado a atenção anteriormente – se espantou ao ler o título da página.

– Professor, vamos aprender a Poção Reducto Corporis? Mas ainda estamos no primeiro ano—

– Não interrompa a aula com perguntas idiotas, Sr. Honda. – respondeu o professor com um ar de desdém – Se na página 458 esta a Poção redutora, é óbvio que iremos aprendê-la. Mais uma pergunta insignificante e você irá ficar uma semana de detenção.

Shitsurei shimashita[2]! – exclamou o garoto asiático fazendo uma pequena reverência educada, porém sendo completamente ignorado pelo professor.

Novamente o garoto loiro que cochichava sobre mim com os outros dois alunos da Sonserina me encarava, agora com um sorriso debochado. Seus colegas de turma, um rapaz de cabelos castanhos escuros e olhos esmeraldas e outro de cabelos prateados e olhos carmesim também não paravam de sorrir, o que me deixou ainda mais nervoso. Por que eles simplesmente não esqueciam que eu estava ali?

A aula de poções foi uma tortura. Eu nunca imaginei que uma matéria tão simples como aquela seria um tormento tão grande, o professor Snape sabia como aterrorizar seus alunos e os deixar intimidados com sua presença. Eu realizei a tarefa com destreza e assim que terminei, arrumei minhas coisas o mais rápido possível. Entreguei o frasco com a poção para o professor, que me parabenizou pelo bom trabalho, marcando alguns pontos para a Sonserina. Ele me encarou com desdém, fazendo um gesto para que eu saísse, e claro, eu o obedeci.

Saí da sala e me dirigi para o salão principal tomar o café da manhã já que eu estava terrivelmente faminto. Adentrei no salão e notei que as mesas das outras casas estavam cheias de alunos, com várias travessas das mais variadas comidas que apareciam de repente para estes conforme seus desejos. Corri até a mesa da Sonserina, me sentei na ponta, isolado dos outros alunos e apanhei um dos waffles, o devorando rapidamente. Após o desjejum eu já estava preparado para deixar o salão e ir visitar a biblioteca antes da próxima aula, porém fui impedido pelo mesmo garoto loiro de olhos azuis que me encarava com tom debochado na aula de poções. Ele se aproximou junto aos seus outros dois colegas e estes me cercaram na mesa, sentando-se realmente próximos de mim.

– Ora, ora, rapazes... Se não é o nosso querido companheiro de classe, sourcils [3]. Você saiu tão rápido da sala que nós nem conseguimos dar uma palavrinha com você... – disse o loiro com sotaque francês e um sorriso cruel estampado nos lábios.

– Não devíamos estar conversando com ele, Francis, ele é... Você sabe dos boatos! – disse o moreno de olhos verdes com sotaque espanhol, este parecia realmente temeroso com a minha presença – Não é seguro...

– Ah, pare com essas idiotices, Antonio! – bradou o garoto de cabelos prateados com um forte sotaque que eu só pude constatar que era alemão – Só teremos problemas se dissermos o nome dele.

– O... O que vocês querem...? – perguntei em um sussurro, incomodado com a presença dos garotos.

– Apenas queremos conversar com você, sourcils... – Francis se inclinou em minha direção, alargando o sorriso maldoso – Então são mesmo verdade os boatos...? O amaldiçoado está realmente entre nós e na casa de Sonserina, isto é realmente cômico. O que achou dele, Gilbert?

– Imaginei que ele seria do tipo... Intimidador, du siehst?[4] o alemão esboçou um sorriso travesso – Porém a única coisa assustadora nele são as sobrancelhas. São tão horríveis!

Ergui o rosto e encarei o rapaz de cabelos prateados, o fuzilando com o olhar. Ele havia sido terrivelmente ousado em me ofender daquela forma, e, além disso, minhas sobrancelhas eram extremamente normais! Assim que entreabri os lábios para respondê-lo a altura, fui interrompido por uma explosão seguida de um estardalhaço vindo do corredor de fora do salão principal. O inspetor Filch saiu correndo para o local e vários alunos se levantaram das mesas, indo até o local de onde havia se originado o barulho. Francis, Antonio e Gilbert se levantaram abruptamente, dirigindo-se para o corredor juntamente com os outros alunos e eu resolvi fazer o mesmo, afinal, era uma ótima chance para escapar. Ao chegar ao corredor pude notar que eram quatro alunos da Lufa-Lufa, dois deles parecendo estar no segundo ou terceiro ano por suas aparências. O maior deles, um rapaz de cabelos loiros platinados e olhos púrpura se localizava próximo a um aluno do primeiro ano que estava em prantos. Vasculhei o local com os olhos e pude notar um pequeno avião de papel destruído próximo ao garoto.

– Olhe o que você fez com ele, Ivan! Ei nevelykoyi [5], não chore, não chore... – disse uma garota de seios extremamente desproporcionais e cabelos loiros platinados enquanto se agachava para consolar o garoto de cabelos castanhos – Não fique assim, vamos fazer outro avião para você, está bem?

– Não fui eu, irmã. Por que eu iria fazer uma coisa assim, hum? – disse o maior calmamente enquanto encarava os outros dois – Não fui eu quem derrubei o avião...

– Irmã! – A menor, também de cabelos loiros e olhos púrpuros guinchou, numa espécie de grito bizarro e os braços dela se engancharam no pescoço de Ivan como se ele fosse de aço. – Se o Ivan está dizendo que não foi ele, então não foi ele! Eu acredito nele, afinal, ele não seria capaz de mentir para nós, não é? – ela sorriu de forma extremamente perturbadora, encarando o maior – Não é, irmão?

– É claro que eu não mentiria para vocês, Natasha... – disse Ivan, educadamente. A expressão calma não se alterou em nada, nem mesmo o tom de voz, mas certamente havia desespero nas palavras que ele dirigiu à outra irmã – Irunya, socorro.

Irunya se levantou, aproximando-se dos outros dois e pegou com força nos braços de Natasha, tendo uma tremenda dificuldade em puxá-la para trás. O inspetor Filch pediu passagem e foi de encontro a eles, lhes advertindo por conta da bagunça desnecessária no corredor. Aproveitei o momento para escapar já que Francis, Antonio e Gilbert agora estavam no meio da multidão, se divertindo com aquela situação estranha. Atravessei o corredor e subi as escadas para o quarto andar, logo a aula de Transfiguração com a professora McGonagall iria começar e desta vez eu não poderia me atrasar. O restante do dia foi extremamente tranquilo e eu agradeci pelos outros alunos esquecerem da minha presença, porém, nos dias seguintes, os constantes cochichos e olhares desconfiados que eles lançavam sobre mim só pioraram e eu me tornei cada vez mais e mais isolado. Meu primeiro ano letivo em Hogwarts foi extremamente exaustivo e solitário – não que eu não estivesse acostumado com a solidão, mas eu nunca imaginei que me sentiria pior quando cercado de outras pessoas.

Eu sempre fingi que não me incomodava; mas sempre foi ao contrário.

“Olha! É ele!”

(Onde quer que eu vá—)

“Não diga o nome dele, é perigoso”

(—é sempre assim—)

“Ele vai amaldiçoar você!”

(—me deixem em paz, por favor!)

“Não se aproxime dele...”

Os sussurros maldosos eram constantes assim que eu me aproximava. Por que as coisas tinham de ser dessa forma? Por que eu? O que eu fiz de errado para merecer aquilo?

“Dizem que se você disser o nome dele em voz alta, você é amaldiçoado e morre!”

“Assustador!”

[...] I was always, always alone.

É por isso que naquela noite quando conheci aquele garoto perdido e segurei sua mão pela primeira vez, eu... Eu...

Eu nunca mais fui o mesmo.

(...)

O ano letivo havia se iniciado há poucos dias e eu já estava no segundo ano na escola de magia e bruxaria de Hogwarts, tendo meu primeiro ano concluído com honras e inúmeros elogios que vinham principalmente de Snape, apesar de sua personalidade fria e um tanto difícil de lidar. Com o passar do tempo eu aprendi a conviver com o preconceito e provocações dos outros alunos, resolvendo ignorá-los e enfiando a cara nos livros para esquecê-los devidamente – apesar de ser inúmeras vezes ser interrompido e atormentado por Bonnefoy e seus “aliados”.

Clarões de relâmpagos iluminavam os corredores do castelo naquela noite enquanto eu me dirigia ao quarto andar da escola, para a biblioteca. Já passava da hora de dormir e eu tinha ciência de que se o inspetor Filch me pegasse ali, eu provavelmente levaria uma terrível detenção ou algo pior, muito pior. Lá fora o céu, muito negro, ameaçava uma forte chuva e o vento frio aumentava cada vez mais. Entrei na biblioteca sorrateiramente, me dirigindo de imediato para a sessão restrita – local muito visitado por mim durante os dois anos em que eu me encontrava em Hogwarts. Saquei a varinha e apontei para a reforçada porta de madeira maciça, sussurrando-lhe um “Alohomora”

A porta destrancou facilmente e eu adentrei o imenso cômodo escuro e empoeirado, sentindo o aroma inebriante dos livros antigos que eu tanto apreciava. Fiquei andando por vários minutos pela enorme biblioteca, e eu não tinha ideia do tamanho de seus corredores já que para mim, pareciam infinitos e suas estantes chegavam a três metros de altura. O estranho era que naquela noite eu não sentia a típica paz que me invadia quando eu entrava na biblioteca, ao contrário, eu estava mais atento do que nunca, como se pressentisse que algo daria errado. Fiquei vasculhando as estantes por um longo tempo e quando eu finalmente encontrei o que desejava fui interrompido por um miado familiar – Madame Nora, a gata peluda e inconveniente do zelador da escola. Arqueei minhas sobrancelhas tão desproporcionais e me alarmei quando ouvi um miado por de trás da porta. A presença de Madame Nora ali só podia indicar uma coisa: Filch estava próximo e eu estava realmente encrencado. Ouvi passos próximos do cômodo onde eu me encontrava e corri para trás de uma das gigantescas estantes, certo de que ele não me encontraria ali. A porta se abriu lentamente e meu coração disparou violentamente, era o meu fim! Escorei-me contra uma das prateleiras, cerrei as pálpebras e torci para que ele não me achasse, porém com o meu dom em ser azarado eu já estava esperando pelo pior. O silêncio tomou conta novamente daquele cômodo e eu soltei um longo suspiro. Ponderei por um algum tempo até que finalmente decidi que voltaria para o meu dormitório, porém antes que eu pudesse abrir meus olhos, algo agarrou minha mão e a apertou violentamente, esmagando meus dedos. Arregalei os olhos em pânico e me virei abruptamente com estes já repletos de lágrimas por conta do susto, sendo surpreendido por um calouro do primeiro ano com as vestes da Grifinória.

– Graças a Deus! – exclamou o garoto loiro, dono de um lindo par de olhos azuis cristalinos que no momento estavam repletos de lágrimas. As mãos do garoto de sotaque nitidamente americano estavam trêmulas e ele gaguejava, apavorado – E-estou perdido! E-eu não sei como voltar para o meu d-dormitório! V-você também está perdido, não é? V-venha, nós podemos voltar j-juntos...

Antes que eu pudesse respondê-lo e esclarecer o mal entendido, fui puxado pela mão contra minha vontade e forçado a caminhar – aquela foi a primeira vez que alguém segurou minha mão. Saímos da biblioteca e seguimos caminhando silenciosamente ainda de mãos dadas. Enquanto atravessávamos o corredor, fomos surpreendidos pelo estrondo forte e um clarão de um trovão que ecoou por todo o cômodo. O garoto se assustou com o repentino barulho e instintivamente pressionou minha mão com mais força – o que foi realmente doloroso, afinal, ele possuía uma força incomum em suas mãos – se aproximando mais de mim.

– Ei, acho que você pode soltar minha mão agora... – sussurrei já incomodado com o toque tão íntimo do garoto.

– NÃO! – bradou ele apavorado, voltando a um tom calmo, porém frustrado – Vamos mantê-las assim, está bem?

“Mas dói mantê-las assim...” pensei silenciosamente comigo mesmo enquanto levava aquele garoto de volta para seu dormitório, no sétimo andar do castelo. Consegui despistá-lo e voltei para as masmorras antes que ele percebesse meu sumiço.

Passaram-se alguns dias e eu voltei a me acomodar ao estilo de vida tão solitário que a maldição havia me presenteado. Aquela havia sido uma manhã extremamente difícil, aguentar o arrogante professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Gilderoy Lockhart e ter de aturar Bonnefoy fazendo piadinhas sobre mim durante toda a aula. Após o término da aula, fui passear pelo pátio do castelo e, enquanto eu caminhava, uma voz extremamente familiar e irritante pelo sotaque chamou minha atenção.

"Hey you, from the other day!"

Continuei caminhando no mesmo ritmo, ignorando-o. Talvez ele fosse embora quando percebesse quem eu era, qualquer pessoa iria! Menos ele... Garoto insistente... Ou será que seria burro mesmo?

– Hey! Eu queria te agradecer! – exclamou novamente.

Soltei um suspiro frustrado e rodei os calcanhares, encarando os olhos azuis do garoto. Ele tinha olhos azuis tão cristalinos que pareciam até ser feitos de diamante.

– Eu realmente quis te agradecer naquela noite, mas... Você desapareceu...

Dammit. Estava tão escuro naquela noite... Eu tinha certeza que ele não teria reconhecido o meu rosto, mas...

– Ahm, você conseguiu voltar para o seu dormitório naquela noite...? – perguntou o americano enquanto um singelo e sincero sorriso se formava em seus lábios – Eu fiquei preocupado...

– Você nem me conhece... Como pode ficar preocupado com alguém que você nem ao menos conhece...? Você é burro?

– Eu não sou burro! – exclamou ele enquanto um biquinho infantil e ofendido se formava em seus lábios – É claro que eu iria ficar preocupado, você me salvou... – o bico logo se desfez, dando lugar a um espontâneo sorriso, tão sincero e transparente quanto seus olhos.

O garoto agarrou minhas mãos e me encarou com aqueles olhos azuis tão profundos.

"Muito obrigado por me salvar! I was so glad you were there!"

E então, aquela foi a primeira vez desde o meu nascimento que alguém apreciou a minha presença.


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Notas finais do capítulo

+Legenda~
*Magias e encantamentos estão em latim:
[1] “Verdade”, em italiano.
[2] “Por favor, desculpe-me. Fui rude!”, expressão japonesa.
[3] “Sobrancelhas”, em francês.
[4] Siehst du / du siehst? – “Entendeu?”, expressão em alemão, utilizada das duas formas.
[5] невеликої / nevelykoyi – “pequeno”, em ucraniano.

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Ciao, pessoas! I know, I know, demorei MUITO para postar esse capítulo da fic... E eu sei que alguns de vocês nem acompanham mais, né? Okay, I'm really sorry por isso, guys... Mas eu prometo que agora a fic vai ser lançada normalmente! Eu tive alguns problemas nesses meses, que incluem minha faculdade, estágio e alguns problemas pessoais bem chatinhos... Buuuuuuuut, agora eu vou continuar a fic pra alegrar vocês, yey! Além disso, tenho outra fic a caminho, ein? Espero que gostem do capítulo, deem reviews e... Continuem seguindo a história. See ya.



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