I See Fire escrita por Diana Vieira


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Antes de qualquer coisa: preparem os corações Captain Swan porque esse capítulo é muito meigo e lindo e eu amei escrever essas coisas!
Como sempre, quero agradecer a quem comentou no último capítulo e pedir desculpa por não responder individualmente. Obrigado a: Mary Andrade, Karen de Avelon, celinhaswan, MariJones, Lost Girl, Fabio Scofield, Rebeca Woset, MERM, Carol Faria. Vocês são os melhores dos melhores!
Por agora boa leitura! :D



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Pude quase ouvir o meu sangue disparar para as minhas bochechas. Talvez tenha sido por isso que Killian gargalhou quando me olhou.

Gargalhei junto com ele. Idiota!

***

– Eu não tenho como te agradecer, Rumple. – ouvi Killian comentar ao longe.

Os dois conversavam um pouco longe de mim, depois de eu ter achado certo dar essa privacidade depois do que tinha acontecido. Estava encostada ao meu fusca lindo e amarelo, esperando que a conversa terminasse. Olhei o edifício grande, cinzento e frio em frente a nós. Tantos anos que fez parte da minha vida e agora tinha o fim que tinha.

Estava tão perdida nas minhas ideias que a cena que eu vi nem me pareceu anormal. Foi como se eu estivesse vivendo um filme.

Graham vinha a correr rapidamente na minha direção. O filme seria com certeza de terror.

Reparei que Killian se apercebeu de tudo e ficou olhando o meu ex-parceiro chegar até mim.

– Emma. – Graham disse cansado, parado na minha frente.

– Não precisava correr tanto, eu não ia fugir. – não pude evitar.

– Eu quero te pedir que não faça isso.

– Isso o quê?

– Isso! – apontou para o carro e para Killian, que eu vi que tinha se aproximado. – Não se deixe levar por um criminoso, Emma. Por favor! Você é melhor do que isso.

Acho que toda a expressão do meu rosto caiu. Graham tinha fumado o quê? Mas quem é que ele pensava que era para mandar na minha vida e dizer o que eu devia fazer ou desfazer?

Ugh, eu estava irritada.

– Ei, seu filho da... – Jones deu alguns passos na direção de Graham.

– Killian, eu tomo conta disso. – o impedi de falar, e de muito provavelmente socar a cara bonita do outro. – Graham, você está ultrapassando os limites aqui. Eu não sou melhor, ou pior. Eu sou o que sou e neste momento, sou feliz por ter ajudado alguém inocente, que merece uma nova chance. Então você não é ninguém, entendeu? Ninguém para me dizer o que fazer ou não fazer. – libertei o ar dos pulmões. Ainda não estava satisfeita. – Você me conhece, Graham. Não tolero que ninguém mande em mim. Especialmente quando eu sei o que estou fazendo. E esse assunto vai ficar por aqui. Eu te tenho no meu coração, você é um bom amigo e eu te adoro. Não queira mudar isso.

Todos ficaram quietos, calados e me encarando como se eu fosse alguma espécime de outro mundo. Killian foi o primeiro a se mexer, vindo para o meu lado e passando a olhar Graham, que continuava mudo. Rumple, ao fundo, riu sozinho.

– Já podemos ir? – perguntei a Jones. Os seus olhos azuis voaram para os meus.

– Claro, love.

Voltei a olhar Graham, agora de olhos postos no chão.

– Me desculpa, Emma. Eu não queria... – o abracei.

Por um lado, eu entendia a sua posição. Ele não conhecia Killian como eu, pensava nele como um criminoso. E eu estava “fugindo” com ele. Por isso eu não culpava um amigo por tentar me defender e ajudar.

– Está tudo bem. – afirmei quando ele me abraçou de volta. – Eu vou embora. Te espero em Storybrook.

– Te amo Emma.

Sorri e me afastei. Quando vi que Killian estava se despedindo de Rumple, fui até ele.

– Obrigado por tudo, senhor Rumplestilskin.

– Sou eu quem tem o dever de agradecer, menina Emma.

Despedidas feitas, entrei no fusca e fiquei só observando Killian entrar para o meu lado. Quando a sua porta bateu, ele me olhou.

E eu juro por Deus que nesse momento, eu senti calor no meu coração.

***

– Vamos parar aqui? – a voz rouca que eu conhecia tão bem se pronunciou ao meu lado.

Estávamos na viagem há cerca de uma hora. Mais duas e pouco e estaríamos em casa. Nem eu, nem Jones estávamos dizendo alguma coisa o tempo todo. O rádio tocava, enchendo o carro com as suas músicas. O ambiente era estranho para mim, estranhamente confortável. Eu não sentia a necessidade de dizer nada. Ele estava ali, eu estava ali. O mundo parecia repentinamente mais calmo e pacífico. Por um lado eu podia continuar naquela viagem por horas e horas.

Mas precisávamos parar na próxima estação de serviço. Para comer alguma coisa e para eu ligar para Henry.

– Sim, é o melhor.

Conduzi o carro para o estacionamento e quando saí e estiquei as pernas, senti o cansaço que estava acumulado no meu corpo nesses dois dias. Girei a cabeça para ver onde Killian estava e dei de caras com um olhar bastante atento na minha pessoa - que ficou bastante agitada-.

– Vamos comer alguma coisa. – anunciei em voz alta, seguindo caminho para o bar.

Ele não me seguiu imediatamente mas eu sabia que ele estava atrás de mim. E não esperava que ele fizesse o que fez.

Killian agarrou a minha mão direita e rapidamente me puxou para si. Não, não me beijou. Simplesmente abraçou o meu corpo com força.

Levei um segundo a cair na realidade. Ele estava me abraçando. O seu rosto enfiado no meu pescoço, os seus braços rodeando a minha cintura firmemente. Levei as minhas mãos para as suas costas, aceitando-o e trazendo-o mais para perto. Eu não sabia o que era aquilo tudo.

– Eu nunca vou conseguir te agradecer pelo que você fez comigo, Swan. - sussurrou. – Você é a razão por eu estar aqui fora, voltando para casa. – sentia o seu hálito no meu pescoço, me causando arrepios. – Obrigado nunca será suficiente.

Mais uma vez, cedi. Senti o seu respirar na minha pele e o meu corpo ficou subitamente muito pesado para as minhas pernas. Killian Jones era um perigo iminente, um atentado à minha sanidade. Principalmente depois de me ter agarrado como agarrou na bancada da cozinha. As imagens desses momentos nunca iriam desaparecer da minha mente.

Porém eu não queria me render. O fato de o ter ajudado não significava nada além disso. Eu tinha tirado a sua bunda gostosa e dura da cadeia, sim, mas não estava escrito nas entrelinhas que ia virar uma coelha e fornicar a toda a hora.

Por isso, por mais confortável e quente que o seu abraço fosse, eu me afastei e olhei os seus olhos.

– Eu só fiz a coisa mais acertada.

Dei um sorriso e segui o meu caminho até ao restaurante. As pernas ainda fracas, o coração rápido. Ele veio atrás de mim e pediu um café e uma tosta de queijo, tal como eu. Fui me sentar na mesa e voltou a me seguir.

– A senhorita me permite que partilhe a mesa? - perguntou antes de se sentar, com a sobrancelha sedutora erguida.

– Claro, cavalheiro.

Tinha uma coisa sobre Killian que eu não podia negar: jogar o seu jogo era inevitável. O jeito de ele se aproximar, falar, até a expressão que fazia, convidava a participar. Ele me atraía como a merda de um íman.

– É uma honra almoçar com uma senhorita de tamanha beleza.

O pão, aquele que eu comia tão descansada antes de o ouvir falar, ficou preso na minha garganta e eu quase o cuspi. E não, não fiquei embaraçada, ou envergonhada. O calor que eu senti nas bochechas foi, provavelmente, do sol que apanhara a conduzir.

Não é como se eu não estivesse habituada a Killian e às suas deixas, eu estava. Mas um dia antes eu tinha dúvidas se seria possível voltar a jogar aquele jogo com ele.

– Vejo que recuperou completamente o humor. – comentei.

– Eu tive uma pequena ajuda.

Foi inevitável sorrir, orgulhosa de mim mesma.

– Apesar de eu não saber ao certo como você fez, love.

Podia imaginar a enorme dúvida e confusão na cabeça de Jones. Ele realmente não sabia como eu tinha conseguido levar Rumple a retirar a queixa. Eu queria lhe contar, mas não seria ali. Quando estivéssemos em casa.

– Quando chegarmos a Storybrook eu te explico tudo.

Concordou com a cabeça. Terminamos de comer, saímos e eu liguei para Henry.

Sério que o Killian está aí? – perguntou, animado. – Posso falar com ele?

Claro, eu já devia adivinhar que assim que eu contasse a Henry que estava voltando para casa com Killian, ele ficaria bem excitado.

– Claro. – me aproximei de Jones. – Henry quer falar com você. – passei o celular.

A expressão de felicidade que eu vi na cara de Killian Jones me deu vontade de o socar. Ele não devia ficar tão feliz por falar com o meu filho. Não devia. Isso me deixava muito indefesa.

A conversa entre os dois foi sobre jogos e consolas e mais jogos. Quando Killian desligou, me entregou o celular.

– Espero que não me ameace por eu ter combinado um campeonato de PlayStation com o teu pequeno homem, Swan.

Killian Jones. Maldito. Maldito sorriso. Maldito jeito de falar sobre Henry, com um maldito sorriso nos malditos lábios. Maldita relação com o meu garoto. Maldito!

Eu ficava mais do que indefesa.

– Porque faria tal coisa? O garoto te adora.

Dito isso, passei por ele e fui andando até ao carro amarelo. Não era mentira nenhuma. Ele sabia que Henry gostava dele, da sua companhia. Por tempos eu detestei esse fato. Agora… não tanto.

– Ei, Swan! – ouvi a sua voz atrás de mim.

Quando me virei fui atingida por um corpo em movimento. Literalmente. Killian se jogou contra mim, me agarrando, também literalmente. Os seus lábios foram violentos no embate e como de costume, tudo foi muito rápido.

Bem, talvez a velocidade tenha sido só ao início. Quando pude sentir os seus lábios nos meus mais ao de leve, caí em mim. Mas não me senti fraca, ou confusa, ou perdida. Pelo contrário. Me senti forte, decidida e segura. Confortável.

Especialmente quando Killian levou as mãos ao meu rosto, num gesto carinhoso. O nosso beijo não foi urgente e sedento como habitual. Foi lento, suave, calmo. Se momentos antes eu pensava em me afastar de Jones porque não queria ser parte do seu jogo, depois de saborear os seus lábios, eu não queria nada além daquela sensação.

Era provavelmente a primeira vez na minha vida que eu me sentia… protegida? Era isso? Sim, devia ser aquela a sensação de proteção. Sentia que podia me esconder nos braços de Killian e ficar ali a ver a vida a passar, sabendo que ele arrumaria um jeito para cuidar de mim.

Quando abri os olhos e vi um mar azul mais expressivo do que nunca apontado para mim, pensei na afirmação de Rumple.

Você está apaixonada pelo meu sobrinho.


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Notas finais do capítulo

E entãããão? O que vocês acharam? Esses dois estão cada vez mais próximos *-* Vocês não fazem ideia do quanto eu fico feliz por escrever isso!
Será que vai ser assim até ao final? hmm...
Quero saber opiniões!
Beijos e até ao próximo! :)