I See Fire escrita por Diana Vieira


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo ao domingo como prometido! :) E esse muito especial porque tem capítulo de Once Upon a Time daqui a pouco :D
E novamente eu peço mil desculpas a quem comentou e eu não respondi: Fabio Scofield, Carol Faria, Perola, Mary Andrade e Karen de Avalon, MUITO obrigada por comentarem! :)
Agora segue novo capítulo, boa leitura!



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E dito isso, virei costas e saí da sala. Não olhei mais para trás porque sabia que não ia gostar da visão.

***

– Logo eu volto a te ligar, garotão!

– Sinto a tua falta, mãe. – senti o meu coração apertar.

– Eu voltarei rápido, amor.

– Está bem, garotinha. – o celular ficou silencioso por instantes. – David ‘tá me chamando para eu ir jogar. Promete ligar logo?

– Claro! Boa sorte no jogo. Te amo.

– Também te amo!

Sorri ao ouvir o seu tom de voz alegre. Era tão bom saber que ele estava bem. E tão mau sentir que estava tão longe. Mas tinha que ser. Era a única maneira que eu podia fazer aquilo.

Graham me olhava atento, comendo o seu bife enorme.

– Henry deve estar enorme. – comentou.

Ugh. Claro que ele só tinha se lembrando agora.

– Um homem. – sorri brevemente.

Riu feito idiota e continuou a comer. Eu já tinha acabado. Não tinha muita fome. A minha mente e os meus pensamentos pareciam ocupar toda a minha pessoa. Estava só acompanhando Graham.

– E você, Emma? – perguntou.

– Eu o quê?

– Já arranjou alguém onde você vive?

Engoli em seco. Aquela pergunta tinha tantas armadilhas por detrás que eu nem sabia o que responder.

– Já. – não pensei muito na resposta. Seria uma mentira assim tão grande?

– Oh.

O seu tom de desapontamento foi tão grande que eu fiquei numa situação constrangedora. Adorava Graham, mas ele era um amigo. E só. Nunca pensara nele de outra maneira, apesar de apreciar a sua beleza. Só que Graham sempre procurou conseguir mais de mim e isso eu não suportava.

– Estou muito feliz. – afirmei sorridente. Talvez ele entendesse de uma vez por todas.

Não disse mais nada. Comeu o seu bife calado, me olhando por vezes. Quando acabou, perguntou se eu queria café e foi buscar para mim.

– Eu já paguei a conta. – declarou, me olhando.

– Graham! Eu podia ter pago a minha parte! – protestei.

– Nem pensar. A tua companhia paga tudo o que eu preciso.

Limpei a garganta.

– Muito obrigado Graham.

– Quando você vai embora? – agarrou a minha mão por cima da mesa.

– Amanhã ou depois. Tenho umas coisas a resolver e depois vou.

Beijou a minha mão e me encarou.

– Pode passar pelo escritório antes de ir?

– Claro!

Sorriu, me abraçou, se despediu e foi trabalhar.

Eu fiz algo diferente. Caminhei pelas ruas de Nova Iorque, impedindo a minha consciência de se questionar se eu estava fazendo o certo ou o errado. Mas me deixei ser impulsiva. Eu sentia que era o certo a fazer. Tinha que ser!

Andei um pouco até encontrar um Cyber Café. Quando acedi à internet e confirmei que ainda tinha acesso ao site de registos antigos da minha ex-empresa, dei pulos mentais de felicidade.

***

Entrei no fusca amarelo e iniciei o motor rapidamente, não querendo perder tempo. Estava com pressa de fazer tudo. Tinha medo de me arrepender pelo meio. Graças a Deus a viagem não foi muito longa. Deixei o carro mal estacionado e saí rápida como uma bala. Estava ansiosa e tensa ao mesmo tempo.

Depois de ter confirmado a morada, já sabia onde ficava a joalheria. Andei rapidamente até, pedindo a Deus que não fosse um funcionário qualquer que lá estivesse, mas sim o tio de Killian.

Não sabia ao certo o que estava a fazer. Sentia que era a minha vez de tentar ajudar Jones. Por algum motivo que eu ainda não conseguia descodificar, queria ver Killian fora de toda a situação. Sabendo a sua história percebia o quão injusto era para ele. E imaginava o quão doloroso devia ser estar na pele dele, sozinho.

Sim, porque Killian estava sozinho. Como eu estive durante tantos anos. Sem ninguém para correr um metro por mim, sem nenhuma ajuda, sem um ombro amigo, sem amor. Eu sabia o que era estar sozinha na vida. Sabia o que custava e doía.

Por mais que eu o negasse, me importava com aquele bastardo. E não ia deixar que ele enfrentasse o mundo sozinho. Isso era a coisa mais triste de uma vida.

E quando alcancei a joalheria, bati com o nariz na porta, incrédula. Olhei o relógio, 12:54. Talvez fosse hora de almoço. Procurei alguma coisa que me informasse sobre o que estava acontecendo e notei um pequeno aviso.

Dizia que por motivos alheios, estariam encerrados. Duas semanas.

– Puta que me pariu! – quase gritei.

Dei com a cabeça contra a porta de vidro, derrotada e irritada. E agora?

Fui lentamente até ao carro e agarrei o volante, respirando fundo. Só havia uma solução e seria muito mais difícil de conseguir. Essa foi, provavelmente, a única vez que eu me senti agradecida por ser tão teimosa.

***

Estacionei o fusca no mesmo lugar de horas antes. O que eu ia fazer podia correr muito bem, ou muito mal. Não tinha meio termo.

Voltei a entrar no enorme edifício cinzento e voltei a percorrer os corredores. Exatamente como de manhã. Quando cheguei ao escritório de Graham não tinha ninguém. Provavelmente estavam em trabalho.

Olhei em volta, procurando alguém que pudesse me levar à sala de Killian. Uma senhora que eu conhecia de vista passou e eu segurei o seu braço.

– Oi, Cora, lembra de mim? – sorri.

– Sim. Como você está?

– Bem. – não tinha outro jeito além de mentir. – De manhã eu fui ver Killian Jones e esqueci do meu celular. Será que podia abrir a porta para eu procurar?

Analisou a minha cara por breves segundos e depois sorriu, se encaminhando para a porta.

– Claro que sim.

Quando a abriu eu pensei que ela fosse entrar.

– Eu preciso ir imprimir umas coisas. Pode procurar e eu vou ser rápida. – que Deus a abençoe!

– Ok Cora. Muito obrigada!

E se afastou. Eu respirei de alívio e passei pela porta.

Lá estava ele de novo. Deitado na cama. Assim que me ouviu levantou a cabeça e voltou a deitá-la, mas me permitindo antes ver um sorriso nos seus lábios. Me aproximei das grades e fiquei esperando.

Mas ele não disse nada e eu não tinha muito tempo.

– Jones, eu vou ser direta – e ia ser mesmo. – Já procurei o seu tio na joalheria mas está fechada. Quero que me diga onde eu posso encontrá-lo.

Killian quase caiu da cama com o salto que deu e eu quase gargalhei com a cara de surpresa dele.

– Você fez o quê? – perguntou num tom de voz altivo.

– Procurei o seu tio.

Baixou a cabeça e quando finalmente alcançou as grades, me olhou demasiado sério para ser Killian.

– Swan... o que veio aqui fazer, afinal?

Entrei literalmente em pânico. Não, não, ele não podia fazer aquela pergunta. Killian não podia perguntar uma coisa para a qual eu não tinha a resposta. Não queria sequer pensar nisso. Porque se o fizesse, teria que admitir que tinha ido a Nova Iorque por ele.

Engoli em seco.

– Eu... – nunca lhe responderia a isso. – vim porque Frank, o meu chefe, me ofereceu uma nova vaga.

Não era mentira. Mas o jeito com que Killian me encarou deixou claro que ele não acreditava.

– Um funcionário foi embora e eu sou a melhor opção. – tentei melhorar a minha situação.

– E você vai aceitar?

– Não sei.

Sim, eu estava mentindo. Mas o que eu podia fazer? Precisava que Jones colaborasse.

– E o que isso tem a ver com o meu tio?

Claro, fazia sentido ele perguntar aquilo. Eu não podia mentir mais.

– Nada. – suspirei. – Eu quero falar com ele.

– Mas porquê, Swan? – agarrou as grades.

– Porque eu quero saber se posso te tirar daqui, Jones! – cuspi as palavras mais rápido do que nunca. – Ok?

O meu coração ficou rápido. Ugh. Idiota! Não queria ter admitido aquilo em voz alta. Porém, pela expressão que Killian fez, talvez eu tivesse acertado no que disse.

Não sei porquê, mas o seu olhar mexeu comigo de forma intensa. Eu sabia que já tinha visto aquele brilho nos seus olhos azuis.

Flashback On

Estavamos no céu.

Emma...

Abraçou o meu corpo arqueado quando explodiu de prazer. Ofegante, respiração pesada e boca entreaberta, completamente suado e vermelho, o cabelo completamente desgrenhado, as marcas das minhas unhas pelo seu peito.

Foi a última coisa que vi antes de descansar a cabeça no seu ombro, também marcado por mim.

Não tenho a noção de quanto tempo durou aquele momento. As respirações estavam mais controladas e eu bloqueava a minha mente de pensar sobre alguma coisa. Estava mole, sem forças para fazer o que quer que fosse. Não queria sair dali. Queria continuar esquecida do mundo lá fora e permanecer ali.

Killian afastou a cabeça e me encarou. O seu olhar tinha um brilho, alguma coisa que fez todo o meu corpo aquecer e eu me senti, naquele momento, mais confortável do que nunca. Não queria me mexer. Não queria sair dali.

Flashback Off

Senti todos os poros da minha pele se arrepiarem. Recordar aqueles momentos era como enlouquecer. Não podia. Eu não podia recordar e Jones não podia me olhar assim de novo. Era quase doloroso mas foda-se, eu gostava.

Ficamos alguns segundos em silêncio. Pareceram longas horas em que ninguém disse nada porque não era necessário. Quando você fala com o olhar, palavras são perfeitamente dispensáveis.

– Não há nada que possa fazer por mim, love.

Ele devia ter continuado calado. Tinha que haver qualquer coisa que eu pudesse fazer.

– Me diz onde eu posso encontrá-lo e eu vou tirar as minhas conclusões. – afirmei decidida.

– Você não vai conseguir nada.

– Por favor, Killian. – pousei a minha mão sobre a dele, que agarrava a grade. Os seus olhos viajaram para as nossas mãos.

– Ele mora na porta do lado direito da joalheria.

Apertei a sua mão e sorri agradecida.

– Obrigado!

– Só te disse porque você é terrivelmente sensual quando está sendo teimosa. – humedeceu o lábio superior. Filho da puta. – E eu não posso aguentar tanta sensualidade aqui dentro.

– Meu Deus, cala a boca. – não pude evitar uma risada.

Killian seria sempre Killian.


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Notas finais do capítulo

E pronto! Será que a Emma vai conseguir alguma coisa com o tio de Killian? :)
Outra coisa que eu queria falar com vocês... eu adorava que mais gente perdesse 1 minutinho só para falar se está bom, mau, se estão gostando ou não... Agora é muito mais complicado para mim vir aqui postar mas eu vou sempre vir, nem que só uma pessoa comente e acompanhe. Eu devo tudo a vocês, não postaria nada se não fosse para vocês e por isso eu me sentiria muito melhor se houvesse mais opiniões sobre o que vou escrevendo!
Enfim, é isso! Obrigada e até ao próximo! :)