- Ta doendo alguma coisa, querido? – Disse irônica. – Own, tadinho. – Falei cutucando a cabeça dele. Eu lembrei que quando nós éramos pequenos ele odiava quando alguém fazia isso com ele. Pelo prazer que eu senti ao vê-lo irritado e tão possesso descobri que eu tinha arrumado um novo hobby. Tornar a vida de Edward um inferno. E eu não ia medir esforços para isso.

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    Ele queria me matar, essa era a única explicação para o fato de ele erguer os braços e tentar alcançar o meu pescoço com as mãos. Ele tinha, estampada na face, a expressão mais estranha que eu já havia visto na minha vida. Era um misto de dor e raiva. Parecia estar com prisão de ventre e uma unha encravada, tudo ao mesmo tempo.

    Eu não me agüentei e comecei a ter um ataque, histérico, de risos. Ele queria me matar e eu estava rindo. É, acho que eu pirei de vez. Nesse momento ele me olhou com cara de quem não estava entendendo nada e disse:

- O que você tem garota? Você é doida? Você podia ter me matado sua maluca! – Disse ele quase berrando.

 Ao passo do que eu disse simplesmente:

- Vaso ruim não quebra, meu bem. – Saí andando e no meio do caminho parei, olhei para trás e o vi babando por mim de novo. Não resisti, eu tinha que falar – Nem assim – apontei para o seu estado deplorável no chão – Você para de me secar. Se eu ficar desidratada é você quem vai ter que pagar meu hospital. E como a sua irmã disse: OLHA PRA CIMA EDWARD! – Falei quando o vi voltar o olhar para as minhas coxas novamente, e voltei a andar.

    Eu ia chegar atrasada para minha próxima aula se não fosse por um garoto muito simpático e solícito, diferente “dele”, que veio se apresentar para mim:

- Oi, meu nome é James. Você deve ser Bella, certo? – Disse ele sorrindo de orelha a orelha. Fiquei imaginando se não estava machucando a mandíbula dele.

- Oi. Sim, sou eu mesma. – Disse, simpática.

- Você parece estar perdida. Qual é a sua próxima aula?

- Ãhm. Deixe-me ver... É física. – Disse guardando o maldito papel. Eu preciso decorar o meu horário.

- Ah, vamos. Eu te levo até a sala. – Disse alargando ainda mais o sorriso. Meu Deus. Ele quer que eu conte quantos dentes ele tem ou o que?

- Tudo bem. Vamos lá. – Eu disse sorrindo amarelo.

   Ele me deixou na porta da minha sala. Agradeci com um ‘obrigada’ sem jeito e me sentei onde o professor mandou. Duas cadeiras de distância de Rosalie. Antes de me sentar ela deu um tchauzinho para mim. Sentei e me virei para frente. Depois de uns 5 minutos de aula um papelzinho amassado voou para a minha cadeira. Abri o mesmo e li. Tinha escrito:

Bella,

  A Alice pediu para eu te convidar para uma “noite de garotas” na casa dela.

Ela disse que se você não for vai cortar os pulsos. Eu sei, ela é muito dramática. E aí, você vai?

Rosie.

   O que eu podia fazer? Eu não queria ver a baixinha cortar os pulsos por minha causa. Então logo respondi:

Rosie,

  Não vou deixar ela cortar os pulsos por minha causa. É claro que eu vou para a “noite de garotas” na casa dela.

Bella

   Olhei para trás quando ela terminou de ler o bilhete. Ela estava toda feliz. E estava mandando um sms para alguém, eu acho que era para a Alice. Quando acabou a aula nós fomos andando para o estacionamento e ela me perguntou:

- Bella, você já conhecia o Edward?

- Sim, Rosie. Infelizmente, sim. – E soltei um risinho no final.

   Ela pareceu entender que eu não gostava de tocar no assunto “Edward Cullen, o meu pesadelo” e não perguntou mais nada sobre o mesmo.

   Alice chegou, animada como sempre, e disse:

- Leve toooooda a sua alegria porque nós não vamos dormir hoje. – Eu estava começando a acreditar no que o Emmett disse. Ela era realmente louca.

   Entrei no meu carro e esperei o Tommy. Como esse garoto demora! O vi com uma menina morena que parecia ter uns 14 anos. Jesus! Ele tascou um beijo do estilo “desentupidor de pia” nela e saiu, depois de uns 3 minutos, ofegante e com os lábios inchados e vermelhos. Entrou no carro e soltou essa pérola:

- Ai, como a minha vida é difícil. – Se recostou no banco do carona e fechou os olhos “cansado”.

  Ao chegarmos a casa eu perguntei para os meus pais se eu poderia dormir na casa da Alice hoje e eles, claro, disseram que sim. Subi para o meu quarto e comecei a arrumar minha mala de uma noite. Peguei shorts, camisas, maquiagens, pijamas, produtos de higiene e o Wéllido. Eu não durmo sem ele. Jamais. Desci as escadas, dei um tchau para a família e fui para a casa dos Cullen.

  Chegando ao meu destino fiquei impressionada com o tamanho da casa. Era uma mansão, daquelas de cinema. É, meus amores, né brinquedo não. Bati na porta e fui recebida por uma mulher muito simpática que logo se apresentou como a mãe da Alice, Esme. Ela pediu que eu subisse as escadas e fosse para o quarto com a porta rosa-shocking. Muito Alice. Fiz o que ela mandou. Quando entrei e vi a Alice, ela pulou em mim me dando um abraço. Senhor Cristo, protegei-me. O quarto parecia outra dimensão, uma dimensão onde tudo é rosa. Sem exceções. A cama era rosa, o cobertor era rosa, a escrivaninha era rosa, as paredes eram rosa e a Alice estava usando uma roupa rosa!

- Gostou do meu quarto? – Perguntou ela sorrindo e pulando.

- Ahn... Claro. É... a sua cara! – Disse querendo sair correndo dali. Eu odeio rosa. Nunca gostei. Me lembra a Barbie e eu sempre decapitei todas as minhas Barbies. Eu preferia jogar vídeo-game com o Tommy do que brincar de Barbie com as minhas primas, elas eram muito fúteis.

- Eu sei que você amou o meu quarto e não consegue parar de querer um igual, mas, a festa não vai ser aqui. Não tem o espaço que eu quero. Vamos para o quarto da Rosie. – Dizendo isso ela puxou a mim e ao Wéllido pelo corredor. O Emmett, que estava passando na hora, olhou para o Wéllido e disse:

- Não entendi.

 A Alice parou, analisou o Wéllido, olhou para o Emmett e disse:

- Ela tem um cavalinho que cheira a chulé. O que você não entendeu? – O Emmett estremeceu e saiu andando para o quarto dele. Olhei chocada para a Alice.

- O Wéllido não é um cavalinho e ele não cheira a chulé! – Eu disse

- Ele é o que então? – Perguntou ela.

- Ele é um bode! MEU bode. – Respondi

- Que seja. Mas, a gente vai ou não para o quarto da Rosie?

- Tudo bem. Vamos logo.

    Chegamos na frente da porta do quarto da Rosalie, era uma porta vermelha. A Alice bateu e a porta logo foi aberta. Entramos no quarto e eu o adorei. Ele tinha uma parede vermelha onde havia duas fotos enormes da Rosalie, em preto e branco, nas quais ela estava perfeita, como sempre. As garotas subiram na cama e gritaram:

- FESTAAAA!

(continua...)