Fellypa

Andava tranquila pelo corredor para minha próxima aula, até lembrar qual era a aula, Estudo dos Vampiros, ou seja, ia dar de cara com Harry e sua gangue. E o pior de tudo, sozinha já que Athenodora ficou conversando com a menina controladora de fogo a recebendo.

Decidi esperar por ela ou alguém conhecido para entrar, a beleza dela chamaria mais atenção do que eu entrar sozinha. Assim eu esperava.

Parece que uma eternidade se passou até ela finalmente dobrar o corredor sorrindo pra um grupinho de meninos que estava na sua frente, ela me viu e veio andando do seu jeito confiante.

– Desculpa a demora, a Paula não parava de falar! – Ela revirou os olhos rindo. – Decidi que ela vai andar conosco, algum problema? – Ela me fitou um tempo.

– Nenhum, se ela aguentar o bullyng! – Ri, nem me lembrava mais da minha risada, essa história toda de eu ser a “ doadora “ de toda a equipe vampiresca da escola estava tirando meu bom humor. Assenti com um sorriso e entramos, já da porta notei Harry, ele falava com seus colegas boca abertas e ficava se sentindo o líder, o diferentão, o barroco da escola. Insuportável!

Fiz minha melhor cara de foda-se e me direcionei pro lado contrario dele, seguido por Athen e logo mais, Madson que chegou atrasada. Todos pareciam nunca terem me visto antes, eu virara uma espécie de exemplo, ou melhor, mal exemplo, então teria de me acostumar pra não entrar em conflito. Era menos estressante do que pirar e sair socando todo mundo. Sentamos juntas, e eles retomaram seu assunto, mas vi de relance que Harry me olhava enquanto falava. Se ele falasse algo eu juro que socaria aquela boca imunda dele.

O professor começou a falar sobre a dieta vampírica, eles podiam comer comida humana, mas sua principal fonte de vida era o sangue, humano ou animal, ele ainda ressaltou o fato de que se um vampiro mordesse alguém sem o consentimento da presa era uma espécie de estrupo ou sei lá. Vi com o canto dos olhos que Harry havia levantado a mão. Ninguém merece.

– Professor Stewart? – Ele falou com sua voz de pato Donald. – Mas no caso, se a “ Presa “ – Ele fez aspas no ar com os dedos. – estiver por livre e espontânea vontade nos braços do vampirão aqui, é crime? - ele me olhou quando concluiu e eu me arrependi mais uma vez de estar carente o suficiente para pelo menos sorrir pra ele na noite anterior. O professor também me olhou, pelo jeito todos ali não tinham vida própria e cuidavam da minha.

– Bem, depende da presa, se ela for da espécie de pessoas que tem facilidade em trocar esse tipo de carinho. – Ele desviou os olhos de mim e todos riram. – Tipo as sereias, elas trocam de par com muita facilidade, são pessoas bem desprendidas, como a maré que muda de sentido de repente. Não concorda Fellypa?

Sério que ele havia me introduzido no assunto? Não esperava isso de um professor. Athen e Madson me encararam com olhos assustados e Athen parecia compadecida com minha vergonha, seus olhos se misturavam entre tristeza e constrangimento, e raiva!

– Não tenho opinião formada sobre o que não me diz respeito professor. - Falei calma - Acho que o senhor também não deveria ter, afinal não conhece todas as sereias do mundo para falar de todas como...

Estava me saindo bem em minha resposta irônica, podia sentir a vitória do meu comentário, mas um dos amigos de Harry falou imitando um espirro.

– Prostituta de sangue! - e todos riram, sentia que o sangue em minhas veias queimava, parecia que eu explodiria, mas ao invés de mim foram os canos da tubulação da escola que explodiram molhando todos ali, alguns mais, era inevitável, minha afinidade com a agua fazia com que o elemento demonstrasse meus sentimentos, eu estava agitada, logo a agua também estaria. Uma serie de gritos e correria se sucedeu e a aula fora cancelada.

Saímos todos da aula apressados e nos posicionamos nos corredores, as meninas assim como eu pingavam agua, realmente foi um banho. Harry e sua gangue saíram da sala logo após que saímos e ele veio pra cima de mim.

– Sua, sua... – Ele falava meio que cuspindo em mim, então Madson se meteu na minha frente.

– Espaço fofinho, não precisa chegar tão perto pra berrar, acho que já chegou mais perto do que devia ontem! - Ela era bem menor que ele, mas cresceu de uma maneira muito visível, parecia um duelo de gigantes, me surpreendeu o fato de ela me defender, sendo que eu e ela não éramos amigas.

– Não se meta! - Ele a empurrou e ela caiu no chão meio que deitada, foi o suficiente, ele já havia passado dos limites, ele se achava foda por ser homem? “ Superior “? Sexo forte?, problema dele, eu vivi a maior parte da minha vida sem ter quem me defendesse, sabia como lidar com um machista opressor.

– Você não tem esse direito! – Falei aos berros apontando pra Madson que agora se levantava apoiada por Athen. Ele levantou a mão e eu me retrai, juro que ia levar o maior tapa na cara da historia, a única coisa que me despertou foi um grito da Athen, foi o tempo suficiente de eu me concentrar na agua e a mão dele começar a se deteriorar, um liquido nojento e espumoso saia dela como uma infecção, ele gritou e retraiu a mão, dava para ver seus ossos agora, e o liquido estava mais expeço e vermelho, sangue... liquido... agua... que foda! Eu senti que deveria parar, não queria que ele perdesse o braço, na verdade queria, mas minha fama só pioraria, então relaxei e senti a agua se afastando de mim, naquele momento ele já estava sendo amparado pelo professor e seus amigos, enrolaram uma blusa em sua mão e ele saiu me chamando de aberração.

– Sua louca, psicopata! – Ele berrou.

– Espero que assim como sua mão você apodreça seu porco.. que você morra!

Depois dessa cena meu estomago embrulhou e saímos dali, deveria arrumar minhas coisas pois com certeza seria expulsa.

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Luciel

Cara o que aquela loira gostosa tinha feito era foda, ela fez a mão daquele cara apodrecer, que talento... em vários sentidos. Ela era estonteante. Precisava falar com ela. Sai atrás dela e das amigas que riam muito, muito mesmo. Cheguei perto dela e logo fui falando porque sou desses.

– Aquilo que você fez com o vampiro foi maneiro! - falei pra ela e as outras duas pararam de rir pra me encarar. E que encarada.

– Não perguntei sua opinião, nem sei seu nome... licença, to cansada de todos exporem sua opinião ao meu respeito... - Ela saiu, as outras a seguiram, mas sorriram pra mim antes de irem.

– Meu nome é Luciel. - Falei, mas elas não podiam mais me ouvir!

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Madson

– Por que você o tratou tão mal? – Athenovaca perguntou a Fellypa.

– Porque ela é uma vaca. – falei.

– E por que você está agindo como se fossemos amigas? – nesse momento Jow entrou no quarto sorrindo.

– E chegou a Freeda Callon. – Athenodora falou para ela.

– Não tenho nada a ver com os problemas de vocês, se estão na TPM procurem um absorvente. – Jow respondeu passando reto por nós e fechando seu sorriso.

– Sereias não menstruam! – Gabou-se Fellypa.

– Vou sair daqui, porque não sou obrigada! – Jow sai do quarto.

– Tenho que resolver umas coisas... – Athenodora saiu antes que a porta se fechasse.

– Eu não vou ficar aqui com você, tenho que terminar uma coisa que comecei. – Ela saiu batendo a porta com força, o que me fez pular.

Meu telefone tocou, era a secretaria me avisando que alguém me esperava na recepção. Então sai para ver quem era.

O quarto ficou vazio e eu também, algo me dizia que alguma coisa muito ruim ia acontecer, contanto que fosse resolver meus problemas, que aconteça!

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Diretora K

Estava na sala descansando finalmente depois de um péssimo dia com adolescentes loucos, que me enlouqueciam. Mas agora escutando minha musica, com um chá de jasmin, repousando os pés na mesa. Senti que alguém chegava e gritei para entrar antes de bater.

– Diretora, diretora... – Jeremiah falava quase sem folego.

– O que foi? – perguntei quase cuspindo o chá e sentando ereta.

– Um aluno... ele foi encontrado... – seu corpo tremeu ao falar. – Morto. – senti um frio em meu corpo e perguntei.

– Qual aluno?

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