Mystical High School escrita por Little Kitty, Luna


Capítulo 22
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Notas iniciais do capítulo

Chegou ole ole olaaaaa....
Leiam e se deliciem com as spoiler do futuro!



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Madson
Ja haviam se passado vinte dias desde o meu casamento.
Desde a morte do meu marido.
Desde todas as mortes pelas quais passamos.
Desde que minha vida havia perdido o sentido.
Se eu sabia o que fazer ou como agir? Não...
Se me sentia melhor depois de todos esses dias ? Nem um pouco. Mas não poderia me matar com as angústias, não poderia abrir mão da minha vida. Não era isso que Logan gostaria de ver pra mim.
Eu seria a mulher mais feliz do mundo ao lado dele, o transformaria em vampiro depois da cerimônia, mas os planos do destino não condiziam com os meus.
E o que era pra ser a nossa eternidade agora era somente a minha eternidade, e cada segundo que passava sem o sorriso dele era eterno. Um eterno vazio do qual jamais me livraria.
Se me apaixonaria novamente? Não sabia... Só sabia que mesmo que isso acontecesse não seria com a mesma intensidade com a qual o amei.
Logan foi único, foi meu primeiro e será meu eterno amor. O amarei até depois do fim.
Mas se tem uma coisa que a vida me ensinou foi que tenho que amar a mim mesma, e a chance de ser feliz novamente estava nas minhas mãos e nas de mais ninguém. Dependeria de mim estar disposta a sorrir novamente, amar novamente, sentir novamente... Que dependia de mim acordar todos os dias e olhar pela janela. Ver as flores nascendo na primavera, caindo no outono, crescendo no verão e morrendo no inverno.
Que eu e somente eu podia me permitir querer ser mais, melhor, mais madura... Mais completa...
Nunca se espera perder alguém de quem se gosta, com quem você sorri e chora, com quem você deseja mais do que tudo passar sua eternidade, mesmo que seja uma eternidade pequena, ou uma eternidade eterna.
Depende de você eternizar esses momentos ao lado de quem ama.
E isso, mesmo não sendo imortal e eterno enquanto esteve aqui, isso Logan fez... Fez de cada segundo que passamos juntos algo eterno. Algo que jamais sairá de mim.
Ele foi parte do meu ser, éramos uma só alma... E seremos assim pra sempre... Ainda mais agora que soube o que estava acontecendo.
– Qual o resultado? - Jow estava comigo no quarto, ela estava arrasada com a perda do seu amado e eu infelizmente sabia o que era aquele sentimento.
– Positivo! - respondi e entreguei pra ela o teste de gravidez.
– Meu deus Madd! - Ela me abraçou chorando. Eu retribui do mesmo jeito.
Mesmo tendo partido Logan deixou em mim mais que lembranças, e sua vida estava agora mais presente em mim do que nunca.
Eu esperava um filho dele. Um filho que amaria com todas as minhas forças. Um filho que teria orgulho do pai que o ajudou a ser gerado.
– Quem diria... O coração que arrancarão dele agora bate dentro de você! - Jow beijou minha barriga ainda magra.
– Ele sempre bateu Jow... Sempre ...
Eu fiquei ali com minha amiga vampira... E com meu filho... A razão que eu esperava pra continuar lutando esteve dentro de mim esse tempo todo...
E é por ela que eu seguirei em frente.
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Jow
Saber da gravidez da Madd tinha melhorado meu dia, e ultimamente poucas coisas tinham a capacidade de melhorá-lo.
Quando se ama alguém, a ultima coisa que você quer ver é a pessoa explodindo em chamas, mas eu tive que ver Evan passando por isso.
Não chegamos ao extremo do amor a ponto de casarmos, mas eu realmente gostava dele.
Ele me fazia sorrir, chorar, brincar... Me fazia sentir viva. Coisa que eu não sentia a séculos. Era doloroso demais o fato de andar pelos corredores da Mystical sem nenhuma esperança de vê-lo.
A ultima decisão de Jeremiah havia mexido ainda mais com as estruturas de todos. Ele achava muito melhor uma escola mista.
E mais de cento e cinqüenta humanos haviam se matriculado nesse curto período pós a guerra.
Ia ser duro pra todos nós conviver entre eles, na realidade eles sempre souberam da nossa existência, mas era diferente pois não conviviam conosco.
Agora conforme andávamos as pessoas nos olhavam de maneira acusatória. Como se nós fossemos culpados de sermos como éramos.
Como se dependesse de nós as coisas que o destino prepara. Se isso fosse dessa forma Evan ainda estaria do meu lado.
As pessoas estavam aglomeradas pelos corredores e pareciam chocadas em me olhar.
Não sei porque Jeremiah havia mandado mensagem pra mim me pedindo pra falar com todos.
– Boa tarde! - Falei e o lugar silenciou... Eles me responderam de maneira uníssona. - Sou Jowlly Brucker, uma das representantes do corpo estudantil da Mystical High School. A escola foi fundada no século dezoito por pessoas que idealizavam um futuro melhor pra todos nós, humanos, sobre-humanos, enfim. O propósito dessa instituição é a integração de todos em uma sociedade mais moderna e tolerante. Visando uma futura convivência pacífica entre todas as raças. E...
Um menino levantou a mão prendendo minha atenção.
– Qual sua dúvida? - ele parecia ter mais ou menos dezessete anos e me olhava confuso.
– Você disse que se chama Jowlly? - ele gaguejou as palavras, se vestia estranhamente igual ao modo como Evan, todo dark e misterioso, ele era lindo mas estava começando a parecer meio maluco.
Alguns de seus amigos o olharam meio que o impedindo de continuar, mas eu precisava saber o que ele queria perguntar.
– Sim! Exatamente... - ele arregalou os olhos e depois baixou a cabeça.
– É um bonito nome Jowlly! - ele falou mais baixo e vários murmurinhos se seguiram. Não sei se havia sido um chaveco ou uma maneira estranha de puxar assunto.
Mas deveria continuar e foi isso que fiz. Expliquei a todos as principais regras da escola, todas as lacunas de aprendizado. Aulas, professores, locais públicos,dormitórios...
Enfim, foi uma longa explicação mas finalmente todos se dispersaram e foram aos seus respectivos locais de interesse.
Todos menos o garoto que havia me cantado. Ele ainda estava parado me encarando, atônito, sombrio...
– O que você quer? Ou melhor... Quem você é? - Ele deu passos pra trás conforme eu me aproximava.
– Eu.. É, - Ele pigarreou e vi sua angústia.
– Alec? - um menino chegou o chamando, um menino que estranhamente me lembrava o Henry.
– Blaine! - ele deu a mão ao garoto e ambos saíram correndo em direção aos fundos da escola.
Alec... Era um bonito nome, na verdade um dos meus prediletos.
Estranho ele parecer que me conhece... E pior, estranho eu ter certeza de que o conheço sem nunca o ter visto.
– Preciso beber! - e precisava mesmo. Um pouco de álcool ajuda a recuperar a sanidade.
Ou perdê-la por completo.
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Cassidy
– Você é burro ou retardado? - Jasmine estava gritando com Alec e ele a encarava com um rosto pasmo.
– Fala direito com ele sua imbecil! - Blaine se pôs entre eles, eu podia ver seus olhos raivosos engolindo minha irmã aos montes.
– Não tenho medo de você gayzinho! - Jasmine estava sendo uma vaca como sempre.
– Ei você deveria calar essa boca! - Marie também havia se metido e estava esbravejando com seu sotaque francês. - Você não percebe quando está passando vergonha?
– Ah, cala a boca piranha! - Jasmine se jogou em um sofá e pegou um copo de algo escuro pra beber. - Não sei porque te trouxemos.
– Não sei porque te trouxemos Jasmine. - Stanley falou sentando-se ao lado de Karen e acariciando seus longos cabelos negros.
– Vocês tem que parar de perder o foco e idealizarem o que viemos realmente fazer aqui! - Maxon falou abraçando a cintura de Marie.
– Nem sabemos o que viemos fazer aqui! - Falei, todos me olharam. Eu tinha razão e isso nem Jasmine podia contestar.
As pessoas que viajam no tempo realmente tem que ter estômago forte porque o meu estava demolido desde quando saímos de dois mil e trinta e três.
Eramos alunos da futura geração da Mystical High School, e tínhamos um propósito, ou melhor, cada um de nós tinha o seu propósito.
– Não interessa Cassie! Esse retardado quase fodeu com o plano por ficar la com cara de babaca. - Jasmine não sabia conversar como uma pessoa normal. Ela tinha total necessidade de ofender as pessoas que a rodeavam, desde amigos, pais, até eu... Sua irmã gêmea.
Por sorte não éramos iguais, nem por dentro, nem por fora.
Ao contrario de Blaine e Maxon que só tinham de diferente a cor dos cabelos, sendo Blaine platinado e Maxon castanho.
Eu e Jasmine tínhamos a mesma pele caramelo, os mesmos cabelos negros... A diferença estava nos traços, na altura, na personalidade, na essência.
Ela tinha puxado os traços fortes do nosso pai. E eu os traços mais delicados da minha mãe... Ja ela tinha puxado a personalidade irredutível de nossa mãe e eu a indiferente do nosso pai.
Eramos um mix de tudo de mais diferente que o universo podia conspirar. E isso nos enlouquecia desde sempre.
Quem nos olha de longe pensa que somos de idades diferentes, sendo eu mais baixa e menos corpulenta que a Jasmine... Ela parece muito mais minha tia de idade próxima do que minha irmã gêmea.
E por sorte as pessoas não me associam a ela, não seria bom ser associada a uma vagabunda grosseira e hostil.
– Pelo que vi nos horários temos aula daqui a pouco. - Megan estava lendo uma folha.
– Não amor, ouvi nos corredores que as aulas estão canceladas porque tem uma aluna desaparecida. - April estava ao lado dela e contou pra nós sobre nossa folga.
– Uma aluna? Coitada! - Marie pareceu se arrepiar.
– Isso não é problema nosso. Temos vinte dias, depois disso voltamos pra nossa casa. - Jasmine ainda bebia.
– Estamos em casa Jass! - Falei e ela revirou os olhos.
– Você entendeu, idiota! - Todos me olharam e Marie sorriu fraco como se me dissesse pra ignorá-la.
Foi o que fiz... Tínhamos vinte dias pra mudar o passado. E poucas chances de não acabar com o futuro.
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Athen
– Então Gwen você consegue localizar a Felly? - eu havia chamado uma das bruxas sobreviventes para tentar localizar minha amiga. Felly ainda estava viva. Disso eu tinha completa certeza, só precisava saber onde.
– Talvez Athen, mas não é tão simples. - A menina era jovem, tinha cerca de quatorze anos e parecia acuada. - Não quero falhar, mas as chances são grandes.
– Não estamos a pressionando querida! - Jeremiah alcançou a ela uma caneca de chocolate quente. - Faça o que conseguir. Estamos dispostos a ajudá-la.
A menina bebericou de leve a bebida fervente e então depois de alguns segundos finalmente falou.
– Preciso de alguma coisa que ela gostasse. Um objeto, roupa, qualquer coisa. - Eu sai em busca de algo enquanto ela falava, lembrei de ter guardado uma coisa que Felly amava mais que tudo.
– Aqui! - alcancei pra ela o livro de historias que a Felly ganhou da minha mãe em seu aniversario de oito anos. - Ela adora esse livro.
A menina sorriu. Ela tocou no livro e me olhou.
– Algo mais presente. - ela provavelmente não sentiu a Felly pois a muito tempo ela não lia esse livro.
Peguei então algo mais recente. Não era bem algo estimado, mas era bastante utilizado por ela.
– É tudo que tenho. - Eu havia guardado todas as roupas dela no armário do quarto de hóspedes, mas ele ficava fechado quase sempre. O celular dela era algo inseparável.
– Sim... Consigo sentir... - Ela olhava pro vazio, o celular em suas mãos acendia e apagava. - Ela esta em um lugar escuro... Assustada... Triste...
– Onde? - Falei meio alto a fazendo pular, Jeremiah pousou a mão em meu ombro me fazendo ficar mais contida - Perdão. Não quis assustar você.
– É difícil... Ela parece muito perto. - ela sacudia a cabeça. - Ela esta na escola.
– O que? - O que? Como ela poderia estar aqui o tempo todo. Não fazia sentido. Ela havia sumido na ilha. Quem a teria trazido tão rapidamente. E sem ninguém perceber?
– So se... - Jeremiah correu ate o microfone e chamou os guardas da escola, em menos de uma minuto tinha mais de vinte guardas ao nosso redor.- Quero que verifiquem todos os calabouços, porões, todos os lugares escuros dessa escola. - Jeremiah falou.
– O que você esta fazendo? - perguntei confusa.
– Vamos encontra-la eu prometo. - ele disse, me beijou e abrindo suas asas saltou pela janela.
– Vem Gwen! Preciso encontrar as meninas. - peguei a garota da mão e saímos correndo pelos degraus da escada que levava até a sala da direção. - E muito obrigada. Você é demais.
A garota sorriu pra mim e foi pro seu grupo de amigas, estava cruzando os corredores principais quando pechei em alguém, caindo de costas no chão.
– Me desculpa! - falei levantando depressa.
– Olha por onde anda va... - A menina não terminou, ela estava levantando também, era linda... E familiar...
– Uma das novatas? - Perguntei e não obtive resposta. - Sou Athenodora Van Black! - Estendi a mão e ela revirou os olhos.
– Sem quem você é! - sabe? Pois deveria. - Sou Jasmine e o resto não te interessa! - ela cruzou por mim, me empurrando e saiu.
Eu poderia sentar um tapa na cara embonecada dela mas tinha coisa mais importante pra fazer.
Depois me acertaria com ela... E juro que me seria algo do qual ela se arrependeria.
Voltei a correr procurando por Madson... Felly estava perto, eu sabia disso. E em breve estaria de novo em nosso meio. Sendo a nossa Fellypa.
A amiga que jamais deixaria partir novamente.
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Fellypa
Aquele dia estava sendo o menos pior dos últimos tempos. Eu havia sido alimentada com carne, carne crua... Estava tão faminta que meu pudor me fazia ansiar pelo gosto do sangue em minha boca.
Não sabia ao certo quanto tempo eu estava ali, ja faziam alguns dias talvez. Muitos.
Mas pararam com a coleta a algum tempo. As cicatrizes estavam fechadas. Meu cabelo estava horrível devido aos cortes constantes.
Meu próprio pai estava me ferindo constantemente para poder tomar minha forma. Ele falava sobre uma guerra e sobre matar a todos que se interpusessem em seu caminho e tentassem atrapalhar seus planos.
Ele me ameaçava, me machucava por dentro e por fora. Havia sequestrado muitas pessoas para seu próprio benefício.
Usava do meu sangue, meu cabelo e da minha essência pra criar uma poção absorta com o objetivo de virar uma cópia de mim. E tinha obtido esse sucesso.
Desde muito tempo não o via mais, não sabia onde estava. Me lembro de ter discutido com Luciel, pulado no riacho da ilha e desde esse dia tudo era um borrão.
Fora meu pai a única pessoa com a qual eu tinha tido contato era o encapuzado que me alimentava. Ele não falava comigo. E todas as minhas tentativas de atacá-lo haviam se tornado nulas conforme eu me enfraquecia com o tempo.
Haviam cicatrizes de cortes em toda a extensão das minhas costas, sendo que jamais sairiam de la.
A maior dor não era a dos cortes e sim a dor psicológica de saber que alguém que toda a vida eu quis conhecer estava agora cego pela própria ganância.
Ele tinha em mente que se eliminasse as pessoas "certas" seria a nova opção de governo no mundo mágico.
Isso jamais aconteceria.
Mas ele não aceitava quando eu dizia isso a ele. Na verdade ele não ligava pra nada que fosse dito quando era para discordar de seus ideais.
Agora eu entendia porque ele e minha mãe haviam se dado bem.
Eram exatamente iguais. Mesquinhos, egoístas e imaturos.
Eu conseguia ver que era dia pois uma pequena fresta nas paredes de marfim do meu covil emanava uma fraca luz vinda do lado de fora.
Sol... Como eu amava o sol. E não o presenciava a muito tempo.
Uma grande explosão vinda do lado de fora chamou minha atenção. Seria a guerra da qual o meu pai falava?
Ele estaria conseguindo realizar seus ideais?
Só soube que não era bem isso quando a porta da fria sala explodiu e Jeremiah a cruzou vindo em minha direção.
– Felly? - Suas imensas asas se recolheram para ele passar, um rosto conhecido finalmente.
– Jeremiah! - Mal conseguia ficar em pé com força, meu peso parecia maior que minha força de vontade. Era como ver uma criança de trinta quilos levantando alteres de uma tonelada.
– Vou tirar você daqui! - Ele me pegou no colo e cruzamos a porta. Muito rapidamente suas asas se abriram e nós voamos sobre meu antigo cativeiro.
Fiquei atônita ao saber que eu estive o tempo todo na escola. Sentir o vento e o calor do sol em minha pele era revigorante.
Nada mais seria o mesmo pra mim.
Mas uma coisa em mim não havia mudado. O amor que eu sentia por viver estava maior do que nunca.
E a vontade de estar com quem eu amava dominava meu sofrimento.
Não pude conter as lágrimas ao olhar pro rosto familiar de Jeremiah. Ele havia me salvado do meu pesadelo.
E agora iria viver todos os meus sonhos... Todos.


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Notas finais do capítulo

Eai monamures? Gostaram? Sim? Eu amei... Até mais Mysticos deixo todos com essa bela marimba!