Mystical High School escrita por Little Kitty, Luna


Capítulo 15
Stone Cold Part. 1


Notas iniciais do capítulo

É como eu sempre digo... Vamo fazer o que?



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Henry
Eu estava escolhendo uma roupa pra ir ao baile. Lírio havia me chamado na última hora mas não sou desses que se ofende com convites de última hora, peguei a bolsa com minhas roupas de festa e me dirigi ao quarto de Athen, ela precisava ser maquiada, eram mais ou menos seis horas da noite e o dia estava nublado, eu precisava atravessar o pátio da escola pra chegar a casa onde ela e Jeremiah estavam morando. Estava indo em direção ao castelo, mas meu celular caiu e voltei para buscá-lo e nesse momento Louise passou correndo pelos corredores do castelo, ela olhou para o lado por um segundo e caiu
– Você está bem ? Perguntei ela disse sim e voltou a correr. Suas roupas estavam sujas ... Parecia sangue
– Vai demorar ai? - Louise perguntou atrás de mim
Algo tinha acontecido e não parecia nada bom, o mais estranho é que tinha acabado de encontrá-la meio segundo atrás e ela estava toda suja e correndo, agora estava parada atrás de mim e limpa! Eu precisava dormir um pouco. Me despedi dela e segui meu caminho confuso.
Acendi um cigarro e fumei antes de entrar na casa de Athen, não era educado fumar na casa de gente rica. Só se fosse a minha.
Eu conheci Louise no ensino médio, fizemos amizade quando ela me ofereceu um livro. Ela era de poucos amigos, mas eu era um desses poucos por sorte.
Éramos tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais.
Eu sempre fui popular e me importei com isso. Ela sempre foi nerd e na dela e adorava isso. Mas éramos compatíveis e criávamos ótimas coisas juntos.
Nós ficamos ainda mais próximos quando descobri que ela tinha poderes também. Eu estava no meio de uma prova de física, e estava me ferrando, ela voltou no tempo depois que fez a prova por mim e eu aprovei. Em compensação ela reprovou.
Mas não ligou. De qualquer maneira quando cheguei no primeiro dia de aula ela estava lá, sentada no meu lado, aprovada. Era louco manipular as pessoas e os tempos. Mas era útil enfim.
Eu sabia porém que quando ela mudava o passado mexia conseqüentemente com as coisas do presente real e do futuro. Isso criava uma escala de coisas absurdas.
Ela também tinha efeitos colaterais em si mesma. Tipo quando ela usava o poder freqüentemente ela tinha febre, dores, sangramentos e em casos mais fortes convulsões que eram muito assustadoras. Era tipo o que acontecia comigo quando manipulava o espirito em coisas grandes.
Eu me lembro que quando fiz dezesseis anos minha tia me deu um cachorrinho muito fofo, ele teve uma doença e morreu, eu fiquei tão triste que consegui trazer ele de volta a vida. Em compensação eu vi de relance durante dias fantasmas ao lado das pessoas na rua. Tipo se eu sentasse em uma lanchonete os fantasmas ficavam ao meu redor. Eles sabiam que eu podia vê-los e ficavam me encarando. Era muito horrível pois me olhavam com olhos de adaga. Me culpando, me implorando por uma comunicação.
Quando descobri meu poder estudei muito a respeito, Rowena havia me dado livros e mais livros para ler.
O primeiro manipulador de espirito da historia se chamava Alan Ceverick e se matou quando fez dezenove anos de idade por enforcamento. As pessoas próximas a ele diziam que ele manifestava um comportamento mutável, por horas calmo e doce. Por outras agressivo e descontrolado.
Ele afirmava ver coisas ruins. Demonios e todos o chamavam de louco.
Eu não era tão lunático assim, mas me assustava as vezes. A única vez na vida em que entrei em um cemitério foi quando perdi meu avô. Eu tinha dez anos e vi tantas pessoas la que já estavam mortas que por fim ja não sabia quem estava vivo.
Outro ponto negativo do meu dom era que eu conseguia meio que prever a morte de alguém que eu amava. Era tipo um flash que me vinha a mente, eu via a maneira como a pessoa morreria mas não sabia a data e o local exatos. Era como se eu estivesse a matando, eu via do ponto de vista do assassino, ou de fora. Era muito bizarro.
Eu além de ver as auras e identificá-las adquiri um poder que eu chamava de carisma, eu conseguia fazer com que as pessoas me ouvissem e acreditassem sempre no que eu dizia. Isso era muito útil mas me desgastava, me deixava tonto quando usava demais.
Alem disso conseguia criar um escudo ao redor de mim mesmo ou de alguém, eu não sabia se era imortal, mas não queria morrer para poder descobrir.
Conversaria com Louise mais tarde. Ela precisava me explicar o que havia feito.
Eu estava entrando na casa quando vi Jeremiah passar de toalha na sala. Eu tentei sair e fechar a porta mas parei quando ouvi a risada dele.
– Pode entrar. Não estou pelado.- eu entrei com minha melhor cara de quem não sabia do que ele estava falando.
– Ah, nem havia reparado. E Athen? - Perguntei levantando minha maleta de maquiagens.
– No quarto, segundo piso, primeira porta a direita. - Sorri e passei. Que gente louca, esperava que Athen estivesse vestida.
Athen estava sentada na cama. Melhor... No que sobrava da cama. O resto estava tapado de vestidos, sapatos, utensílios de cabelo... Enfim, ela havia despejado um shopping em cima daquela cama kingsize que agora parecia uma caminha de solteiro.
– Toc toc! - falei entrando no quarto. Ela sorriu pra mim, estava tocando Cool For The Summer da Demi Lovato. E ela estava distraída cantando baixinho.
– Oi querido. Entra e sente-se. Se achar um lugar claro. - Ela riu. Athen parecia madura pros seus apenas dezoito anos, fiquei impressionado quando soube que era um ano mais velho que ela. . Acho que a perda da amiga a havia ajudado a amadurecer.
– Trouxe todas as maquiagens que tinha! Pronta pra ficar linda? - ela riu quando falei cantarolando.
– Sempre pronta. Só vou aguardar as meninas se não se importar, vai ter muitos pares de olhos pra pintar querido.- Ela estava fazendo uma escova nos cabelos. Eles eram tão longos e negros que me davam um pouquinho de raiva, eu tinha o pior cabelo do mundo. Sem brilho e sem graça. Chateado.
– Athen... Sobre o que eu vi no campo mais cedo. Acha que Fellypa pode estar onde?
– Acredito que ela esteja em algum cativeiro, sofreu uma lavagem cerebral e não sabe quem é! Mas tudo vai acabar bem. Saber que ela está viva ja me conforta mais. - Ela terminou de escovar os cabelos e começou a fazer os cachos.
Eu realmente tinha visto Felly com Marion, elas não pareciam estar em um cativeiro não. Estavam bem livres e Felly estava muito bem arrumada pra alguém que está presa. E além do mais a energia que emanava dela me dava arrepios. Nada tão vivo quanto Athen estava pensando. Mas achei melhor não falar o que senti. Essa era uma noite de festa e eu não tinha o direito de estragar a dela.
Hoje no campo Klaus havia falado de uma guerra e do nada um bando de pessoas de preto surgiu o atacando, pessoas essas criadas através de uma ilusão de Bettany. Klaus queria demonstrar pra nós que poderíamos morrer sem preparo. Havia nos assustado mas tinha sido radical, e desde aquela hora devido ao susto, minha mente havia me presenteado com uma imensa dor de cabeça.
– Qual vai ser sua fantasia? - Perguntei mudando de assunto.
– Rainha má! - ela riu e fez cara de má.
– Legal, olho preto e boca vermelha.- Fui pegando as maquiagens e as meninas entraram no quarto cheias de bolsas e sacolas.
– Oi gente! - falei e elas vieram me beijar.
– Então purpurina, vai maquiar a gente? - Merlya perguntou me cumprimentando.
– Qual sua fantasia vagaba? - perguntei.
– Cinderella. - Ela falou mostrando um vestido azul absurdamente pequeno e sapatos translúcidos de salto altíssimo. - E a sua?
– Chapeleiro maluco. - Apontei pra roupa na cama. - Lírio vai de Rei Branco. Adaptação.
– Que coisa mais gay! - Ela fez uma expressão meiga juntando as mãos como uma freira. Eu ri e ela também. Ela e eu nos dávamos absurdamente bem. Ela era chamada de vaca mas eu a conhecia e sabia que era uma pessoa meiga e muito sensível. Ela tinha desenvolvido esse comportamento de vadia de filme americano por causa da família. Se eu fosse filho da Rainha Crystal com certeza seria pior que ela. Aquela mulher era uma vaca.
Nos arrumamos e maquiei todas elas, por fim me maquiei, estava ali a mais de quatro horas e ainda não conseguia tirar da cabeça o que tinha visto mais cedo.
Louise nitidamente havia voltado no tempo, eu a conhecia, ela tinha visto algo e sabia de algo que eu não sabia. Eu precisava falar com ela antes de ir pro salão. As meninas estavam lindas e por sorte haviam combinado qual fantasia cada uma usaria.
Athen iria de Rainha má. Merlya de Cinderela, Paula de Fênix, Jow de vampira caricata com dentes e capa, Madison de Malévola, Bettany de Fiona, Lótus de sininho, Alex de Anjo... E seus respectivos pares iam fantasiados do casal de cada uma.
Estava tudo bonitinho, mas precisava encontrar Lou e rápido. Deixei as meninas na casa de Jerry e caminhei em direção a casa de Sebastian. Bati na porta, mas ninguém abriu, por acaso a porta estava aberta. Eu sabia que a casa não era minha ... Porém algo tinha acontecido e eu precisava saber.
A porta do quarto estava entre aberta e pedi pelos deuses para não estarem transado ou qualquer coisa do tipo.
Por sorte ou não... Ela apenas estava deitada, ao me aproximar vi que ela tremia. Então ela realmente tinha voltado no passado e o pior ela mudou algo... Viagens assim causavam efeitos e esse era um.
– O que você fez? - perguntei ao me sentar so seu lado na cama.
– O que? Não fiz nada... - ela me olhou com o canto dos olhos. Depois de todo esse tempo ela realmente achava que sabia mentir.
– Não importa ... Por enquanto, precisamos achar você no meio de todo esse suor. Eu sei que você usou seus poderes e em grande escala. - Me aproximei dela pra ver sua temperatura e senti o cheiro da sua boca. - Você vomitou. E sua aura está azul escuro e cinza. Vai me contar tudo assim que melhorar.
Tirei ela da cama e a levei pro banheiro, ela tirou as roupas e eu a deixei sozinha no chuveiro.
Assim que ela foi para o banho senti um calafrio, algo ruim iria acontecer, ou melhor... Ela havia evitado algo de muito ruim e eu sabia que ela não me contaria nem sobre tortura.
Eu poderia usar meus poderes e fazer ela me contar a verdade mas não me sentiria bem por isso. Seria como se eu não respeitasse o espaço dela e a confiança que ela tinha em mim.
Eu esperaria. Por hora tudo que eu queria era dançar com Lírio e esquecer a morte.
Por hora, pelo menos...
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Louise
A festa estava igual, e isso me fazia sentir tanto medo. E se tudo se repetisse? Não pense nisso sua idiota!
– Não deveria estar aqui. - Sebastian falou ao colocar a mão em minha testa. - A febre está aumentando.
– Eu não podia perder o grande baile... - eu queria sair dali correndo, mas não podia, porque ja tinha estado em um futuro que não existiria mais, ele seria horrível se eu não o tivesse mudado.
Geralmente nunca usava meus poderes para mudar nada, porque eu pagava por isso com febres, dores e ataques. Mas não podia não fazer nada.
No futuro ao qual mudei Sebastian estava prestes a entregar a coroa pra a rainha do baile, que por acaso tinha sido Merlya... Mas não foi ela que subiu no palco, foi sua irmã, a tal Fellypa. Tudo foi tão rápido, ela simplesmente quebrou o pescoço dele , não pensei muito na hora e simplesmente corri até ele e voltei no tempo. Agora ele estava ao meu lado e no palco tudo era diferente.
Dessa vez Jeremiah estava prestes a colocar a coroa em Merlya, mas Fellypa surgiu arrancando a coroa da mão dele e enfiando em sua garganta.
Athen gritou e eu sabia o que ela estava sentido, pois senti aquilo minutos atrás, fui ainda mais estupida e voltei novamente no tempo. Consegui salvá-lo mas paguei com uma febre e uma dor horrível no corpo todo. E agora aqui estávamos em uma festa com dois futuros apagados e duas mortes desfeitas.
Eu não sabia como seria esse presente, eu não havia voltado no tempo depois de salvar Jeremiah. Eu queria ver como seria o baile e acabei conseguindo evitar duas mortes, isso ja me fazia sentir bem.
Meus poderes me transportavam pra qualquer lugar, eu havia conversado com Leonardo da Vinci em uma viagem, com um cara da NASA no ano de 2198, e acreditem... Eles não usarão roupas prateadas e penteados loucos no futuro.
Agora tudo que eu mais queria era viver o presente. Ao lado do homem da minha vida.
Eu o havia conhecido na Mystical High School da Rússia, ele lecionava lá quando cheguei e nos demos bem de cara.
Sebastian não teve problemas em assumir namoro com uma aluna, e a escola foi super a favor disso. Estávamos juntos desde que eu tinha quinze anos e éramos muito felizes. Não conseguia conceber a idéia de perdê-lo.
Eu só tinha duas certezas naquele momento. A primeira era de que eu teria voltado mil vezes no tempo para salvar sua vida, mesmo que isso significasse abrir mão da minha. E segunda, Fellypa não era do bem.
Eu não sabia se ela estaria lá nesse presente, tudo transcorria bem. As pessoas dançavam, comiam, bebiam e estavam rindo e conversando.
O salão estava lindamente decorado nos tons de branco e prata, a escada que levava ao palco estava decorada com lindas rosas brancas e do teto do salão pendiam enormes lustres de cristal que deveriam custar um órgão cada um. A música variava de pop dançante a romântica e o cheiro do lugar era de flores, corpos e vida.
Tudo diferente do que eu esperava. Por hora, havia percebido que podia relaxar.
Comecei a dançar com Sebastian, olhando pro lado vi um pouco distante Henry e Lírio dando um grande amasso e Merlya mais distante tirando uma foto. Ela estava mordendo a língua e isso me fez rir muito.
Jeremiah e Athen estavam dançando juntinhos e ela estava com a cabeça encostada no peito dele. Eram tão lindos juntos que eu também não me importava de salvá-lo novamente se preciso.
Scorpius e Paula estavam se beijando também. Eles se completavam. Tanto quando Evan e Jow, ou Logan e Madson que estavam sentados e conversavam entretidos.
Tudo era tão fofo e amoroso que eu estava com os olhos marejados de lágrimas. E olha que pra eu chorar era necessário bem mais que um pingo de casais apaixonados.
No salão deveriam haver mais de cinquenta jovens. Muitos desconhecidos pra mim.
Mas ao olhar pra porta vi um rosto que era estranho e ao mesmo tempo muito familiar.
Atravessando uma imensa guirlanda de balões e flores, trajando um lindo vestido vermelho vivo estava a garota pela qual eu havia nutrido profundo ódio mesmo sem nunca ter ouvido sua voz.
O salão todo parou para ver Fellypa passar.
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Notas finais do capítulo

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