The 69th: For What I Believe In escrita por Luísa Carvalho


Capítulo 12
Apesar de Tudo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo curto, mais simbólico do que necessário pro enredo, kk. Esse, por fim, fecha a (mais que) dezena de capítulos que se passam em só um dia, o que não vai mais acontecer em nenhum momento da fic. Espero que tenham entendido a necessidade de uma fase tão longa como começo de história, já que tudo isso foi a transição da June entre duas vidas quase opostas. Eu não conseguiria ter escrito essa mudança de qualquer outra maneira, e esse processo me fez amadurecer a June da minha cabeça também.
Espero que gostem. Boa leitura!



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(POV June)

O escuro tomou o céu já faz algum tempo quando se dá por encerrada a conversa com meus irmãos, e é confuso pensar em tudo o que aconteceu em um só dia. Pela manhã, eu estava com Burton em meu quarto no trem quando tantas coisas ficaram infinitamente mais claras. Beijos, confissões silenciosas e implícitas em meio ao silêncio. Desde o começo, percebi que cabe a mim decidir nosso futuro como um par.

Depois, me despedi de todos que me acompanharam durante essa longa jornada que foram os Jogos Vorazes. Fennie e toda a equipe, Elise...

Elise, que ainda tem tanto a me dizer. Inúmeras foram as dúvidas que ela conseguiu deixar em minha mente sobre seu passado como tributo e Vitoriosa. O jeito como me olhou e as indiretas que teve a intenção de me dar não puderam ser mais claros; ela passou por isso, já tentou trilhar esse caminho um dia.

E todas essas coisas aconteceram sem nem sequer haver-se passado a manhã inteira.

Depois de tantos acontecimentos, finalmente voltei para casa; me vi diante da familiar fachada e girei a previsível maçaneta. Retornei, o que inúmeras vezes cheguei a acreditar que não faria. Abracei minha mãe e tive junto a ela o diálogo mais sincero - mesmo que rude porque, admito, perdi um pouco a cabeça - em anos. Revi meu pai, e senti o quanto nossa relação nunca será a mesma agora que os Jogos terminaram. Ri com os gêmeos e fui dominada por um sentimento infantil, cuja ingenuidade me havia feito falta, muita mesmo.

Vi minha mãe deixar a família. Deixar-nos.

Não me contive e voltei aos braços de Burton. Coloquei para fora cada uma das mágoas que faziam meus ombros pesarem naquele momento. Recusei um uísque e, além da bebida, qualquer manifestação afeto não necessariamente inexistente por ele.

Decidi meu destino junto a meu pai apesar de saber que esse já estava sendo ditado há muito tempo - tanto do meu como do lado dele e de minha mãe -, e com isso foi como se eu tivesse assinado meu nome num documento que comprova mudanças permanentes em minha vida de uma vez por todas.

Uma vez decidido, contei aos gêmeos nosso futuro, e eles pareceram ter amadurecido anos quando o fiz. E agora, sabendo que estão crescidos, talvez não haja problema em manter minhas pálpebras cerradas durante mais algumas horas e dar-me ao luxo de uma longa noite de sono que há tempos não tenho em minha própria cama. Tento não pensar que essa, por mais aconchegante, seria também minha última noite aqui.

Em minha mente estão somente pensamentos que se esforçam para, apesar de tudo, convencer-me de que tenho minha vida resolvida.

Ao menos a curto prazo.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo em que, finalmente, um novo dia nascerá em Panem.



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