Red Eyes escrita por Lamartine


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos!
Sinto muito pela demora neste capítulo que deveria ter sido postado ontem.
Eu escrevi tudo, revisei, estava lindo, copiei, mas quando fui colar vi que não tinha sido copiado e que eu havia perdido o capítulo.
Me senti muito idiota? Sim! Mas são águas passadas e o que importa é que o capítulo FINALMENTE saiu.
Obrigada pela paciência.
Boa leitura e por favor, deixe-me seu comentário.



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Os corredores estavam solitários e silenciosos. Os únicos sons que poderiam ser ouvidos eram os emitidos por meus passos, isso e meus pensamentos.
Desde que abandonara a confortável biblioteca deixando para trás meu irmão e alguns outros membros da guarda que entraram esperando algumas instruções por parte de Aro sobre horários e diversos outras coisas, os meus pensamentos não me deixavam em paz.
O que estaria reservado a mim quando adentrasse a ala real no penúltimo andar do castelo e consequentemente o quarto de mestre Marcus? Ele me diria de boa vontade os laços? Omitiria algo? Não, Marcus nunca omitiria nada desta forma, não para mim pelo menos, mas caso me dissesse aquilo que não queria ouvir, eu aceitaria obedientemente ou continuaria a insistir em algo sem fundamento?
Todos esses pensamentos rondaram minha mente até chegar ao meu destino.
A ala real era silenciosa e emanava uma beleza e calmaria que me faziam querer apenas sentar em uma das cadeiras de veludo daquele local e apreciar. Era uma vasta ala com alguns quadros originais e –Pensava eu– muito caros. Detinham seis portas feitas do que identifiquei como mogno e possuíam detalhes talhados na madeira em ouro, o chão como de todo o castelo era de um mármore creme com alguns detalhes. Era realmente linda.
O quarto de mestre Marcus ficava a direita, o de Caius era de frente ao de Marcus e o de Aro ficava no fim do corredor, todos que subissem aqui e entrassem neste corredor encarariam seu quarto. O cheiro de cada dono dominava meus sentidos, mas apenas me interessava um particularmente mais marcante. Aro.
Parei em frente ao quarto de mestre Marcus e olhei para aquela imponente porta de mogno que me encarava como se zombasse do terror que se instalava em meus olhos com o conhecimento de que em poucos minutos eu teria uma reposta e baseada nela definiria meu futuro.
Tomei outra respiração profunda e desnecessária antes de atrever-me a bater na porta.
“Você pode entrar Jane” – A voz monótona de Marcus veio por detrás da porta e sem hesitação abri entrando em seu quarto e trancando a porta atrás de mim.
“Mestre Marcus, posso falar com o senhor por alguns minutos?” – Perguntei. Ele apenas confirmou com um movimento de sua cabeça e fez um gesto com a mão para uma cadeira de couro a sua frente. Não importa quanto tempo se passasse ou quanto às coisas mudassem ao redor, o fantasma de Dydime sempre estaria lá para assombrar Marcus. Quando a mulher morreu, levou consigo toda felicidade de mestre Marcus deixando para trás a concha de um homem, tão vazio quanto seus olhos sem vida.
“Mestre, eu preciso que o senhor leia meus laços e me diga o que eles dizem” – Fui diretamente ao ponto.
“Tem certeza que é apenas isto que está me pedindo querida?” – Perguntou enquanto me analisava. Tive que suprimir a súbita vontade de trocar de posição na cadeira, totalmente desconfortável por seu olhar.
“Na verdade, eu queria que o senhor olhasse... algo sobre os laços de outra pessoa” – Falei a verdade hesitantemente. É claro que mentir para Marcus iria ser uma ideia genial. Parabéns Jane!
“Os laços de Aro” – Falou ele.
“Sim, senhor” – Admiti.
“Jane, sabe que esta informação eu não possuo o poder de divulgar, certo?” – Falou ele como se eu fosse uma criança que foi pega fazendo algo errado.
“Mas eu não iria utilizá-la contra mestre Aro, senhor” – Falei ofendida. Eu nunca usaria nada contra Aro independentemente do que os laços me diriam.
“Este não é o ponto querida. Existem vários motivos pelos quais esta informação nunca poderá sair dentre Aro e eu. As ligações de Aro são perigosas, não só para si próprio quanto para outros com quem ele... pode vim ou já se importa” – Disse enigmaticamente.
“Mas eu só precisava...” – Tentei, mas ele me interrompeu.
“Por que não me explica tudo Jane? Não poderei revelar os laços, mas poderei ajudá-la” – Persuadiu ele e eu cedi.
Contei-lhe sobre tudo. Desde o início.
“Você iniciou um relacionamento com Demetri logo após confessar amar Aro?” – Marcus me encarou incrédulo – “Não me admira que ele tenha vindo a mim com tanto ódio” – Disse ele mais para si próprio que para mim. A informação que acabei de receber sobre Aro foi perdida por minha mente.
“É falso, senhor” – Expliquei-lhe tudo.
“É claro, agora tudo se encaixa” – Ele me olhou quase em admiração – “Este relacionamento falso com Demetri... Aro já sabe que é falso querida” – Ele disse quase divertido.
“O que? Como?” – Perguntei atordoada.
“Aro pode ser muitas coisas querida, mas tolo não é uma delas” – Ele quase sorriu – “Ele sabe que o que revelou a ele naquela noite não foi mentira. Ele sondou sua mente, ele sabe que tudo que você fornecia era a mais pura e cristalina verdade. Ele sabe que aquilo não poderia ser ignorado por você em apenas alguns minutos enquanto sua mente o forneceu a verdade. Sua mente o mostrou o quanto e por quanto tempo você lutou contra isso e então em um passe de mágica você esquece tudo? Isto não faz sentindo nem mesmo para você, Jane” – Ele terminou e eu quase me bati. É claro que Aro não acreditaria. Jane estúpida.
“O que farei? Mestre eu não sei o que fazer. Pensei que vindo aqui me traria respostas, mas estou mais confusa do que quando entrei” – Disse quase desesperada.
“Jane, o que posso dizer-lhe é que o meio que está tentando para fazer Aro... admitir algo não está surtindo efeito. Uma ação direta terá muito mais resultado do que apenas insinuações. Aro pode estar confuso querida, em um momento você era sua guarda e agora é uma mulher que declarou amor a ele. A Aro Volturi. As coisas são muito mais complicadas do que imagina Jane. Estamos lidando com prática. Chega de teorias” – Ele terminou.
A conversa com mestre Marcus foi no mínimo intrigante. O que ele disse ainda martelava constantemente em minha cabeça enquanto eu fazia meu caminho para a biblioteca.
Então eu deveria parar de tentar fazer Aro perceber algo por meio das insinuações. Chegou a hora de enfrentá-lo. De mostra-lo que aquilo que eu disse era realmente válido.
Cheguei à biblioteca apenas para encontrar o objeto dos meus pensamentos parado de frente aos outros. Alec me deu um olhar de desaprovação e Demetri estava nervoso demais para notar-me.
“Jane, finalmente dando-nos o ar de sua graça. Onde estava querida?” – Perguntou impassível, com um tom gélido.
“Desculpe senhor. Eu estava no quarto de mestre Marcus, ele queria falar sobre os detalhes de como eu faria sua segurança” – Disse normalmente como mestre Marcus me instruiu.
“Vejo que os velhos hábitos de Marcus não morrem” – Murmurou – “Mesmo assim deveria ter-me esperado para ser liberada Jane” – Repreendeu.
“Sim senhor, não irá acontecer novamente, mestre” – falei submissamente e ele assentiu. Fui para o lado de Demetri e agarrei sua mão apertando suavemente em um gesto de conforto. Deus sabe que aquele homem precisava disso. Ele me deu um aperto de volta e um meio sorriso tímido. Virei-me novamente a tempo de pegar os olhos raivosos e escuros de Aro pousar em nossas mãos juntas. A soltei antes que ele fizesse algo que colocasse Demetri em um estado de morte.
“Todos já sabem como serão feitas as seguranças do castelo. Portanto esta mensagem vai especialmente para aqueles que irão cuidar da segurança dos meus irmãos e da minha” – Falou me encarando – “Renata, Alec e Jane agora vocês passarão a habitar permanentemente os quartos na ala real juntamente a Marcus, Caius e eu. Portanto mudem-se já” – Disse e eu quase tive outra morte. Se eu já possuía uma grande dificuldade em conviver com Aro com vários corredores e andares de distância, quem dirá vivendo na mesma ala que ele. A poucos passos dele. Socorro. Era o que meu olhar pedia quando olhei para Alec que tentava a todo custo segurar uma risada. Aro também percebeu isto e por alguns instantes seus lábios viraram-se em um meio sorriso. Com isso todo o pensamento contrário a sua decisão desvaneceu-se da minha mente.
“Todos vocês estão dispensados” – Disse com voz de finalidade e eu mais do que satisfeita me agarrei ao braço de Alec indo para fora da sala, mas antes que pudesse alcançar a porta e ser livre, uma voz profunda me parou – “Todos exceto você querida Jane”. Virei para Alec com um olhar de socorro e ele apenas sorriu e saiu da sala junto com os outros a fechando em seguida. Desgraçado!
Me aproximei de Aro ainda hesitante. Ele sentara em uma das poltronas vermelhas do local e apontava para a de frente a sua enquanto passava o dedo indicador da outra mão que estava apoiada no braço da poltrona pelo queixo.
“Sim, mestre?” – Perguntei no meu melhor tom desinteressado.
“Sente-se querida. Temos muito o que conversar... e esclarecer” – Sorriu maldoso e eu engoli em seco enquanto sentava.
E que a tortura se inicie.


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Notas finais do capítulo

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