Red Eyes escrita por Lamartine


Capítulo 8
Capítulo Oito


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos (as). Lamento pelo longo tempo que passei sem postar, eu estava com alguns problemas de tempo e surgiu um ou dois imprevistos, portanto dei esta atrasada terrível. Espero que não tenham desanimado com a estória.
Espero que gostem do capítulo e quero dar um obrigada extra a quem comentou o capítulo anterior e minha melhor amiga que sem o entusiasmo este capítulo não teria saído tão cedo...
OBRIGADA E BOA LEITURA!



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A sala permaneceu em silêncio por vários minutos após sentar-me. As cortinas agora abertas emanavam um brilho forte e ao mesmo tempo suave que fazia com que a pele de Aro brilhasse quando por alguns segundos a janela permitiria que a luz o tocasse. Nestes momentos – ouso profanar –, sua beleza duplicava tirando-me o ar que eu não precisava, porém mantinha.

Sua pele era pálida, sem nenhum defeito sequer, suas vestes e postura régia despertavam inveja e admiração em qualquer outro ser que o observasse, seus cabelos eram quase negros e pareciam suaves... Limitava-me a olhá-lo quando tudo o que mais queria era tocar-lhe o rosto e beijar-lhe.

“Você ouviu querida?” – Disse Aro suavemente, mas dentro de suas esferas vermelhas podia-se ver a irritação contida. Baixei os olhos momentaneamente na vergonha que me atingiu por ter sido pega observando.

“Não senhor” – Admiti baixinho, porém detive a certeza de que ele havia escutado quando ouvi seu suspiro.

“Jane, eu espero que os eventos anteriores não venham a afetar seu desempenho com os Volturi” – Ele repreendeu suavemente e firme.

Eu fiquei totalmente chocada e desconfortável. Como ele conseguia tratar aquilo de uma forma tão trivial?

“Senhor nada daquilo que revelei será motivo de falta de atenção ou desmotivação para com os meus deveres” – Falei em meu melhor tom, mas ele pareceu notar a decepção e raiva mal contida por trás daquelas referidas palavras.

“Jane, eu agradeço pelo que sente por mim, mas...” – Não o deixei concluir.

“Agradece? É apenas isto que me oferece após ter me feito contar tudo o mantive escondido durante séculos?” – Quase rosnei.

“O que mais poderia eu oferecer, Jane? Já deixei claro que este tipo de comportamento é inadequado” – Falou com tom de finalidade e eu desisti. Desisti de tentar fazê-lo admitir algo que ele era mais do que relutante em aceitar.

“Desculpe senhor, sei que não deveria esperar mais do senhor” – Disse orgulhosamente e me levantei para ir sabendo que feri seu orgulho já que de sentimentos ele estava vazio.

“Eu ainda não terminei Jane” – Sua voz estava próxima. Próxima até demais. Virei para vê-lo a apenas um ou três passos de distância. Uau – Pensava eu – Ele fica ainda mais incrivelmente lindo de perto.

“Sim?” – Respondi tentando com cada pedaço do meu corpo não vacilar.

“Eu não gosto de sua atitude petulante Jane” – Ele disse olhando nos meus olhos – “Antes eu havia perguntando o que você havia falado com Marcus e vice-versa, eu ainda quero saber” – Disse se aproximando mais.

“N... Não conversamos nada demais senhor, apenas o que eu já havia dito” – Engoli em seco.

“Você está completamente certa de sua resposta, querida?” – Ele parou a apenas alguns centímetros de mim. Seu perfume foi ao meu encontro me fazendo esquecer tudo ao meu redor. Até de viver.

“Sim” – Sussurrei.

“Agora... Quanto ao seu pequeno” – Ele fez uma pausa me avaliando – “Relacionamento com Demetri” – Parei de respirar enquanto ele entrava em minha zona pessoal – “Eu não acredito muito em sua veracidade” – Ele comunicou e eu agradeci aos céus por Marcus já ter me dito que ele desconfiava, tenho certeza que se ele não tivesse dito com antecedência eu estaria em pânico neste momento, não que eu não estivesse, mas era menos.

“O fato de não acreditar não tona menos verdadeiro” – Soltei.

“É real para você, Jane?” – Ele perguntou tocando meu rosto me fazendo inclinar para seu toque sutilmente. Eu quase perdi minha mente. Quase.

“É real o suficiente, além do mais eu achava que o senhor havia estipulado limites, limites que o senhor não está respeitando” – Falei saindo de perto dele e indo para o outro lado mantendo certa distância.

“Não? Mas Jane, eu não fiz nada, apenas a toquei” – Ele disse arrogante e eu quase o estrangulei. Era verdade, ele não havia feito nada anormal. Não era novidade ou algo anormal o fato de Aro tocar-me e beijar meu rosto, era uma forma de mostrar sua apreciação por mim. ‘Pelo seu trabalho’ – minha mente retrucou e eu fechei a cara.

A vontade de estrangulá-lo foi tão intensa que tive que fechar as mãos em punhos fortes para impedir-me de avançar nele.

“Eu acho melhor ir agora” – Eu disse entre dentes.

“Não ainda querida” – Ele sorriu. Vampiro idiota. – “Temos que discutir sobre algumas... regras que você deverá seguir” – Ele sorriu mais largamente e eu fechei os olhos para me impedir de torturá-lo com meu poder. Sentei novamente e esperei.

“Como você bem sabe, seu irmão, Renata e você deverão se mudar para a ala que meus irmãos e eu ficamos” – Ele andou até mim e sentou-se em minha frente. Assenti e esperei que ele continuasse. – “Athenodora e minha esposa Sulpicia estarão nas torres e tanto ela quanto Athenodora possuem o direito de adentrar os quartos dos meus irmãos e o meu assim como o escritório, porém precisam de permissão minha para deixarem a torre e chegarem até a nossa ala, portanto, eu irei avisar-lhe quando isto acontecer” – Suas palavras eram suaves, calmas e seus olhos duros, com a menção de sua esposa e de que ela tinha todo o direito de chegar até ele quando bem entendesse desde que falasse com ele me doeu mais do que eu poderia imaginar. Meus olhos estavam começando a encher de veneno e eu baixei o olhar.

“Sim senhor” – Eu estava com tanta dor que achei que até ele poderia sentir. – “Eu entendo e irei fazer meu melhor para garantir que sua esposa esteja sempre segura ao ir a seu encontro senhor” – Sussurrei derrotada e com raiva.

“Jane, não é dess...” – O interrompi.

“Eu não estou pedindo sua pena e muito menos quero que me console ou faça qualquer coisa não profissional para mim” – Rosnei e momentaneamente Aro se encolheu na intensidade da minha fúria. Como ele ousa falar dela para mim? – “Eu sei meus deveres e eu os irei cumprir” – Levantei e ele fez o mesmo. – “Posso ir?” – Perguntei o olhando seca. Ele notou o quão distante meu tom era e tentou se aproximar com um olhar de dor em seus próprios olhos vermelhos. Eu me afastei dele. Ele parou e assentiu.

“Você pode” – Sua voz saiu tensa como se fisicamente sentisse algo. Ri em minha mente. Como se ele pudesse sentir algo.

Me afastei a passos largos e sai da biblioteca deixando mais do que apenas dor.

***

“Ele é impossível, ridículo o quanto ele é frustrante, eu poderia simplesmente matá-lo novamente com minhas próprias mãos, eu queria usar meu poder nele tão forte que ele não andaria em linha reta durante anos, eu queria muito fazer isso e além do mais sabe o que eu queria?” – Rosnei olhando para os olhos dos vampiros sentados na minha cama que balançaram a cabeça com olhares de puro terror – “Eu queria beijá-lo” – Eu suspirei e sentei/me joguei no sofá suspirando fortemente.

“Cara, eu sinceramente desejo não ter tido ouvidos neste momento” – Demetri sussurrou para Alec e ambos deram um aceno de confirmação.

Apenas olhei para os dois.

Demetri após três incansáveis tentativas arrancou de mim o meu segredo após me ver saindo da biblioteca quase sem vida. Ele riu, balançou a cabeça negativamente, disse que 1- já sabia e 2- eu estava muito ferrada. Que novidade!

“Vocês dois, façam algo de útil, como vou sair dessa situação? O que eu vou fazer?” – Perguntei e eles se entreolharam. O quarto era enorme, Aro certamente tinha bom gosto e seria solitário se apenas eu vivesse aqui, por isso chamei Demetri e Alec para ficarem comigo por alguns momentos. Alec estava sentando na beira da grande e desnecessária cama e Demetri estava deitado preguiçosamente nela. Eu estava sentada em uma poltrona em frente a eles.

“Eu adoraria ficar aqui e dizer-lhe sobre o que penso, mas já está na hora de ir, tenho que encontrar mestre Caius e perguntar-lhe sobre a missão com os vampiros americanos” – Suspirou falsamente. Ele só queria ir ver Renata. – “Com licença” – E antes que eu pudesse pensar em objetar, ele já tinha ido embora.

“Venha cá meu amor” – Demetri brincou me pedindo para sentar ao seu lado. Fui preguiçosamente e me atirei no canto ao seu lado. – “Eu não acho que você deva fazer algo” – Balancei a cabeça confusa. – “Digo, você tem que esperar alguns dias Jane, tudo foi muito rápido, Mestre Aro está confuso, como ele poderia lidar com esta tonelada de coisas de uma só vez? Sem falar nos inúmeros problemas que isto implica, imagine-se em seu lugar, eu não sei você, mas eu estaria apavorado” – Ele suspirou.

Demetri poderia não ser o ser mais inteligente do universo, mas com certeza era o melhor em me ajudar, Felix também, mas Demetri sempre foi um belo amigo para se ter ao lado.

“Obrigada Dem.” – Sorri sinceramente e ele levantou me abraçando.

Só então eu ouvi uma batida na porta. Levantei-me relutante e fui até ela a abrindo. Que erro tão maravilhosamente terrível.

Aro estava do outro lado da porta, aparentava leve nervosismo, nada muito chamativo, nada que alguém iria ter notado, mas eu o observei por anos, eu sei quando ele aparenta emoções.

“Mestre Aro” – Saudei nervosa, chocada e triste, tudo ao mesmo tempo. Ele deu um sorriso suave.

“Jane, eu queria falar com você por alguns minutos. Posso entrar?” – Perguntou ele suavemente. Antes que eu pudesse concordar Demetri saiu por trás de mim e passou um dos braços sobre meus ombros antes de olhar para mestre Aro.

“Senhor” – Ele reconheceu e retirou o braço fingindo não tê-lo visto antes.

“O que ele está fazendo aqui em seu quarto pessoal Jane?” – Aro rosnou. Realmente e verdadeiramente rosnou. Deus, eu quase morri.

“Ele... eu...” – Gaguejei.

“Estávamos conversando senhor, não sei se sabe, mas pessoas quando estão em um relacionamento gostam de ficar juntas” – Demetri disse. Oh droga! Aro olhou-o com tanto ódio e intensidade que eu me admirei por Demetri não ter se tornado cinza aos seus pés.

“Você ousa falar-me de uma maneira tão desrespeitosa? Devo lembrar qual é o seu lugar Demetri?” – Perguntou Aro superior e Demetri se encolheu.

“Não estava tentando ser desrespeitoso, sinto muito senhor” – Ele se desculpou. Sábia escolha Demetri.

“Eu não sabia que eu havia liberado outras pessoas nesta ala, Jane” – Ele se virou para mim e seus olhos eram chamas queimando através de mim.

“Eu achava que...” – Ele me cortou.

“Pois achou totalmente errado” – Ele praticamente rosnou.

“Senhor, não acho que deveria falar com Jane desta forma” – Demetri tentou.

“Agora me diga Demetri, o quanto acha que me importo com o que acha?” – Ele sorriu.

“Nada senhor” – Demetri suspirou. – “Mas a culpa não é de Jane, eu estava apenas conversando com ela. Irei sair, por favor, não faça nada com ela” – Ele pediu e eu o olhei quase sorrindo em sua tentativa de me ajudar. – “Com licença. Vejo-te mais tarde Janie” – Eu assenti e Aro fez um som ameaçador. Quando Demetri estava fora de visão, Aro se voltou para mim.

“Este é o seu tipo de conduta, querida?” – Ele perguntou.

“Eu não estava fazendo nada de errado, senhor. Eu estava apenas conversando” – Expliquei o que Demetri já havia dito.

“Espero que isto não venha a acontecer novamente” – Ele disse – “É inapropriado”.

“Você diz muito esta palavra” – Eu disse distraída e logo me repreendi, mas já era tarde, ele havia ouvido.

“E irei dizer quantas vezes for necessário até que você entenda seu significado” – Ele disse decepcionado. Senti uma dor no peito e foi quando tudo me bateu como um soco.

“O senhor está com ciúmes” – Saiu mais uma declaração do que uma pergunta. Seu rosto se contorceu em choque, raiva, surpresa e vergonha. Ora, eu peguei você!

“Agora Jane, não seja ridícula querida, eu só reagi de tal forma porque prezo a educação e a moralidade” – Ele inventou a desculpa e se afastou, mas eu segurei seu braço coberto pelo terno tomando cuidado para não tocar sua pele e transferir-lhe meus pensamentos.

“Eu sei o que está fazendo Aro” – Disse seu nome e ele me olhou tão intensamente que eu quase chorei no sentimento. – “Eu sei que está tentando me afastar, mas eu não vou desistir, não agora que eu sei que você esconde algo de mim” – Eu sorri e ele me olhou apavorado, mas seu exterior estava calmo e confiante como sempre – “O jogo se inverteu e agora eu não vou parar até descobrir o que é” – Eu me aproximei, mas ele se afastou.

“Não ouse me desafiar Jane” – Ele disse.

“Eu não estou. Eu estou apenas alertando-o, que eu vou descobrir” – Eu sorri e ele apenas levantou as sobrancelhas.
 
"Não há nada para ser descoberto Jane, aceite que eu não sinto nada por você, será mais fácil viver assim" - Ele rosnou, mas seus olhos diziam o contrário. Sorri vencedora, mesmo quando senti uma pequena centelha de dor.
Lá estava a confirmação, em seus olhos vermelhos e em seu modo de agir. Era tudo o que eu precisava. Observei enquanto ele entrava em seu quarto.

Sim Aro, eu irei descobrir.


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Notas finais do capítulo

Por favor, deixem-me suas opiniões! :)
Até o próximo capítulo!



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