Red Eyes escrita por Lamartine


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olá! Sinto muito pela demora neste capítulo e sinto ainda mais por notar que ele é relativamente pequeno, mas o próximo com certeza sairá mais rápido e será mais extenso.
Boa leitura!



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Faziam-se mais anos do que sou capaz de lembrar-me desde que os sentimentos que ultrapassavam a relação mestre-aprendiz com mestre Aro tiveram seu inicio. Dentre esses indeterminados anos esse momento ocorreu, inúmeras vezes, através de “sonhos” e infinitos pensamentos, fossem eles enquanto estava só ou em alguma sala em que aqueles olhos vermelhos pudessem ser observados pelos meus próprios, mas nenhum destes, nem os mais sofisticados pensamentos que possui poderia se comparar a realidade.
Seus lábios eram macios – este fato por si só poderia fazer-me surpresa. Quem poderia dizer que alguém tão austero poderia possuir tal suavidade? –, eram hesitantes e assim que tocaram os meus eles tornaram-se rígidos, mas apenas após alguns segundos relaxaram, quase imperceptivelmente, mas ainda assim relaxaram.
As mãos de Aro permaneceram imóveis ao seu lado. Meus lábios moviam-se lentamente, mas firme a procura de alguma reação, meu coração morto quase voltava a bater com tanta emoção e meus olhos mesmo que fechados sentiam-se enchendo de veneno na medida em que não obtive reação de Aro. Eu sabia que ele estava tentando reprimir suas vontades, eu já havia visto isso antes, em vários momentos durante julgamentos ou punições em que Aro fazia algo completamente oposto ao que realmente queria apenas para manter-se no controle, para não perder e embora a “visão” não me fosse desconhecida, a sensação de perceber que estava sendo utilizada em mim me fazia querer ao mesmo tempo correr e gritar até que algum sentido fosse colocado no mármore em forma de vampiro.
Eu senti seus lábios aplicarem ligeira pressão aos meus mesmo quando suas mãos permaneciam paradas, era como se tivesse travando uma batalha entre o querer e o agir. Deixei-me desfrutar por alguns momentos do sentimento de tê-lo tão perto antes de separar nossos lábios e olhar em seus olhos que se abriam lentamente. Seus olhos eram suaves e havia uma felicidade reprimida neles, eu sabia que isso seria o mais perto que estaria do verdadeiro sentimento que ele tinha no momento que embora tivesse parecido horas não passou de segundos, talvez minutos.
“Eu disse” – Ele sussurrou enquanto tentava espremer seus sentimentos dentro de si mesmo como se fossem algum tipo de veneno poderoso prestes a ser expelido em mim.
“Do que tem tanto medo, Aro?” – A raiva estava tendo seu melhor de mim. Como ele se atrevia a ser tão cruel comigo e consigo? – “Eu sou o problema? É por isso que tenta não fazer o que deseja, porque sou eu quem desperta em você tudo isso? A ideia de estar comigo é tão repulsiva que tenta impedir-se de sentir?” – Meu coração parecia estar no estomago com cada pergunta que fazia. O que o impedia de ser feliz?
“ O que?”– Ele perguntou se confuso ou incrédulo eu não saberia dizer. Estava cega de raiva.
“Não tente se fazer de desentendido, mestre” – Zombei – “Eu sei o que faz, eu sei que tenta reprimir, o que o faz reprimir?” – Eu rosnei.
“Eu não...” – Ele tentou.
“Não! Esqueça tudo, não importa” – Eu olhei em seus olhos. Como eu amava aqueles olhos idiotas que navegavam em incredulidade liquida. – “Eu tentei, eu tentei achar um pequeno resquício, uma pequena esperança para continuar tentando, mas você instigue cada pequena brecha de possíveis brechas, você esmaga as esperanças e tenta me fazer viver com elas, mesmo sabendo que não posso. Eu não sei do que tem tanto medo, mas espero que vala a pena para jogar fora felicidade” – Eu terminei.
“Jane...” – Ele começou aproximando-se de mim e erguendo sua mão de encontro ao meu rosto. Por alguns segundos cheguei a imaginar que ele me tocaria, mas logo a realidade provou meu equivoco quando ele baixou sua mão antes de tocar-me.
“Você realmente deseja que eu me afaste?” – Eu perguntei. A raiva ainda estava presente em mim, mas tentei ser suave. O rosto de Aro contorceu-se em uma careta e seus olhos tornaram-se pesados.
“Eu desejo que você viva sua imortalidade da melhor forma possível” – Ele disse em troca enquanto olhava-me nos olhos. – “Eu desejo que seja feliz, Jane” – Ele confessou e eu poderia jurar que meu coração iria bater novamente.
“Então por que me afasta de si?” – Eu perguntei tentando entender.
“Eu não posso dar-lhe a felicidade que almeja” – Ele começou – “Jane...eu...” - O mais pequeno dos sorrisos apareceu em seu belo rosto e quando pronunciava meu nome eu esperei pelo termino de sua frase, mas quando sua mão tocou meu rosto e seus olhos traçaram-se aos meus a porta da sala abriu-se apressadamente e Aro afastou-se de mim como se eu estivesse em chamas.
“O que significa isso?” – Perguntou claramente com raiva quando virava seu olhar de encontro a entrada da sala apenas para encontrar Demetri parado. Droga Demetri!
“Mestre, eu sei que acha que Jane deteve alguma culpa dos eventos passados, mas eu posso garantir-lhe que ela nunca teria levantado o tópico se eu não tivesse insinuado nada, eu sei que pensa que ela fez algo errado, mas não fez, não a puna” – Demetri soltou tudo tão rápido que eu me senti um pouco tonta ao tentar compreender.
“Como ousa entrar em minha sala sem permissão e ainda dizer-me o que devo fazer com minha própria guarda? Não basta invadir a ala das esposas, ainda tem a audácia de olhar-me nos olhos” – Aro estava fervendo e eu me coloquei em frente a Demetri olhando nos olhos do vampiro raivoso.
“Mestre, por favor, tenho certeza de que Demetri não quis comandar-lhe nada, ele apenas não expressou corretamente seu pedido, por favor” – Eu implorei realmente preocupada com Demetri, achei que era o correto a se fazer, mas novamente me provei errada quando os olhos de Aro se estreitaram perigosamente e ele olhou entre mim e Demetri antes de praticamente rosnar para Demetri.
“Saia da minha sala” – Ele sussurrou.
“Mestre, por favor...” – Demetri tentou, mas eu apenas balancei a cabeça negativamente e Demetri caminhou para fora da sala fechando a porta com uma expressão derrotada.
“Mestre...” – Eu comecei, mas fui abruptamente interrompida.
“Não, Jane” – Ele falou balançando a cabeça levemente – “Seu castigo irá resumir-se em manter distância de Demetri até segunda ordem e certifique-se de ter interação mínima com Heidi, na próxima vez não serei tão compreensivo, não me dê motivos para arrepender-me” – Ele disse olhando-me.
“O que você iria dizer antes de Demetri...” – Tentei.
“Isso é tudo Jane. Quando sair, vá até a guarda e procure os três melhores combatentes que encontrar e envie-os até Caius, haverá uma missão em breve ao redor do território de Vladimir e não desejo nenhum problema para nós” – Ele disse antes de sair da sala deixando-me.
“Não pense que esta conversa terminou aqui” – Eu sorri. Aro sentia algo por mim, a certeza me embriagava, era apenas uma questão de nova tática. Sai da sala indo direto ao escritório de quem saberia exatamente o que fazer. Marcus.
Afinal, dentre os campos da revolução a esperança sempre foi uma arma.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por chegarem até aqui e lembrem-se: comentários sempre foram apreciados por mim.
Até o próximo capítulo :D



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