A Traidora escrita por Daughter Of Phobos


Capítulo 12
Arremesso de Machados


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, leitores! Provavelmente querem arrancar minha cabeça, mas não façam isso hauhua. Fiquei sem postar por causa das provas (que não me saí tão bem quanto esperava :( felizmente, nenhuma recuperação.). Bom, os professores resolveram passar mil e um trabalhos, já estão marcado provas mensais e olha, tem muita matéria. Resumindo: me perdoem por não postar por um "tempinho".



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Soluço me puxava pela mão delicadamente. Antes de adentrar a floresta, vi Valquíria treinando em cima de Mystery, com cambalhotas e espacates no ar, as jovens da população de Drago costumam treinar muito para ter flexibilidade, já que é mais uma das coisas que ajuda em batalhas e evasivas.

Após alguns poucos minutos dentro da floresta, se eu estivesse sozinha provavelmente não conseguiria voltar. Eu tenho uma ótima memória e sei me localizar bem em lugar, mas a floresta é extensa e tudo ao meu redor parecia igual.

O moreno me puxou até um lugar, com menos luminosidade, já que devia ser por volta do meio dia. Era um cantinho, pequeno mesmo, entre alguns arbustos espinhosos e árvores altas.

–Esse lugar parece-me tão familiar... – comentei e então sorri – Foi onde nos beijamos pela primeira vez.

–Finalmente, Milady, pensei que tivesse esquecido.

–Como poderia esquecer de algo que me fez tão bem? – entrelacei minhas mãos atrás de seu pescoço e ele pousou as suas em minha cintura. – Sabe, depois de dezenove anos vim me apaixonar pela primeira vez. – ele me encarou com um traço de ciúmes em seus olhos. – Por você, idiota! – soquei-lhe amigavelmente no ombro.

–Ah – ele riu não tão animado. – Pensei que fosse o Ian.

–Não! Eca, jamais. – um arrepio passou por minha espinha.

Minha vontade era de entregá-lo, desmascará-lo. Eu podia, mas tinha medo. Ele poderia me matar; Drago poderia saber disso em segundos; ou talvez me entregassem, mesmo com Valquíria me ajudando. Eu tinha medo de todas as possibilidades negativas que qualquer tentativa poderia me trazer.

–Não vamos falar disso, ok? Aqui é nosso lugar. – segurei seu rosto.

–Ok. – ele me beijou, delicadamente, e depois me abraçou. Ficamos assim, por alguns poucos minutos. – Sinto muito interromper nosso momento no nosso lugar, que deveria ter durado um pouco mais, mas está na hora do almoço e estou com fome. Aliás, temos que dar alguns pontos nesse ferimento. – Assenti de leve.

Apostamos uma corrida até sua casa. Valka estava cozinhando algo, que estava com um aroma maravilhoso. Provavelmente era carneiro. Olhar para aquela mulher me dava um aperto no peito. Tão esbelta, delicada, amorosa e que provavelmente guardava consigo memórias terríveis. E por causa de Drago Sangue-Bravo, triste hoje em dizer que é meu tio. Como ele pudera ser tão cruel? Como eu pude notar apenas agora a maldade de Drago?

–Ah, olá filho, olá Astrid. – ela cumprimentou me tirando de transe. Tomei um banho, logo depois Soluço.

Enfim, o moreno pediu para sentar-me em uma cadeira para cuidar do corte. Ele foi paciente, limpando o ferimento devagar e com cuidado.

–Posso? – ele me mostrou a agulha e a linha. Assenti, não era a primeira vez que tinha que costurar um machucado.

–Posso fazer isso, filho? – Valka se voluntariou, limpando as mãos. – Acho que tenho mais habilidade que você.

–Claro, mãe. – ele sorriu.

–Tudo bem para você, Astrid?

–Sem problema. – respondi.

Enquanto ela costurava, pude observar seus olhos, que eram verdes como os de Soluço,

–Prontinho – ela anunciou contente com seu trabalho. Valka me entregou um espelho. Os pontos estavam definitivamente mil vezes melhor do que os ferimentos que eu tentava costurar sozinha.

–Obrigada, Valka. – sorriu agradecida.

–Por nada, querida, agora vamos almoçar!

Ela serviu a mim e a Soluço antes que pudéssemos reagir. Em vez de se sentar, foi até a janela alimentar Pula-Nuvem.

–Não vai comer, mãe? – Soluço indagou.

–Ainda não, meu filho. Vou esperar seu pai. – ela parecia encantada por pronunciar tais palavras. Soluço saiu repentinamente da Academia então teria que voltar, mas eu decidi ficar, digamos que matando aula mesmo.

***

No meio da tarde, mesmo com o sol brilhando acima de mim, estava frio. Afinal, aqui é Berk.

Corri para a floresta – o mais perto possível da casa de Stoico para não me perder – e fui arremessar machados. Eu não treinava com machados há um bom tempo.

Tempestade me olhava, balançando a cabeça para acompanhar o machado girando no ar, como se aquilo fosse um jogo. Aos olhos do dragão-fêmea quase tudo é um jogo divertido.

–Nós brincamos depois, garota, não se preocupe. – disse gentilmente. Ela fez um movimento, como se estivesse assentindo e se deitou na grama ali perto, caso eu precisasse de sua ajuda.

Virei e arremessei novamente o machado, que zuniu e rodopiou até fincar em uma árvore, levando consigo um pouco de cabelo negro.

–Calma, lindinha. Mais alguns centímetros para baixo e minha cabeça sairia rolando. – Ian comentou enquanto tirava o machado do tronco e vinha até mim, tentando arrumar o cabelo.

–Por que eu não joguei um pouco mais para baixo? – praguejei.

–E depois ficaria sem marido? Tsc, tsc. – jogou o machado para mim.

–Como pode estar tão confiante disto?

–Como você pode não estar? A guerra já está quase ganha...

Quase... – o interrompi, quase que rosnando a palavra. Ele me ignorou.

–Drago é mais forte, assim como seu exército. Consigo achar a carta novamente se me desafiar, sabe que tenho meus dons furtivos.

–Infelizmente, tenho que concordar. – rolei os olhos, mesmo que fosse verdade.

–E por que não se casaria comigo, lindinha? Sou forte, bonito, inteligente. Estarei salvando-lhe da ira de Drago se ele descobrisse que tentou traí-lo. Ou então da ira de Berk. Ah, e falando em Drago ele com certeza nos aprovaria, não é? Ele me acha o melhor viking da ilha toda, claro depois dele e de você. – ele dizia enquanto andava calmamente em círculos.

–Drago pode até vencer... Mas o que te faz pensar que vou aceitar me casar com você? Ele jamais quis que eu me apaixonasse ou nada do tipo.

–Digamos que conversei com ele e ele aceitou. – meu coração se acelerou. – Acha que vou te fazer bem. Mesmo que recuse ele vai obrigá-la, espero. E você sabe como Drago é.

–Saiba então que estarei com você, mas infeliz! Isso se Berk perder!- estava me controlando para não arremessar o machado nele de novo.

–Que seja. – ele fez menção de se virar, mas em vez disso me roubou um beijo, na verdade um selinho.

Ian riu e montou em Labareda – que eu nem percebi que estava ali. Mesmo que foi apenas um selinho, limpei meus lábios com as costas das mãos, com nojo.

Tempestade estava me observando quieta.

–Está tudo bem, Tempestade. Vou treinar até o fim da tarde e depois vamos, tá bom? – ela inclinou a cabeça. – Quer saber, vamos nos divertir com algo. – ela correu até mim, batendo as asas agitadamente.

Um pouco antes de agarra as rédeas para subir na cela, ouvi um “Shh” atrás de uma árvore. Fui até a mesma, surpreendendo as duas crianças que estavam ali. A garota tropeçou nos próprios pés e caiu sentada.

–Ruan? Ágda? – arqueei uma sobrancelha e então me toquei: o que será que eles tinham ouvido? – Há quanto tempo estão aqui?

–A-Aquilo era verdade? Sobre Drago e tudo mais. – Ágda falou baixinho. Sentei-me do seu lado e de Ruan, que por sorte não se afastaram, apenas me encararam com os olhinhos, violetas e azuis, tristes.

–É. – suspirei triste. – Mas não contem para ninguém! Mas vou mudar isso, não vou deixar nada acontecer com vocês nem ninguém de Berk.

–Você promete, Astrid? – Ruan perguntou. Eles confiavam em mim e mesmo depois do que ouviram ainda colocam fé em mim.

–Prometo. – vou tentar. – Só não contem para ninguém, nem mesmo a mãe de vocês, por favor.

–Prometemos. – a pequena mão de Ágda pegou a minha. – Certo, Ruan? – ela encarou o irmão, que assentiu e repetiu o gesto da morena. Então me abraçaram. – Nós te adoramos. – E vocês não fazem ideia de como adoro vocês.

–Que tal irmos brincar com a Tempestade? - tentei aliviar a tensão que se instalou junto com alguns segundos silenciosos. Mesmo pequenos, os irmãos pareceram entender que era para aliviar o clima e confirmaram, correndo até Tempestade.


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Notas finais do capítulo

Tan-ta-ran, ai o capitulo, achei meio sem sentido. E não achei um nome melhor pro capitulo. Help? Aliás, acham que existe alguma música no mundo que combine com a fic, ou com algum capitulo?
Qualquer erro me avisem. Vou começar a tentar deixar dois capítulos prontos para a postagem ser mais rápida.
Beijos :3