No quarto de Felicity, Sarah a ajudava a se despir e entrar na banheira.
Ela tinha o olhar sonhador e feliz.
Sarah não agüentou mais e pigarreando disse:
– Então...
Felicity retrucou:
– Então?
– Ah! Felicity! Não tenta me enganar!! Eu vi o jeito como vocês se olharam lá em baixo e tirando o fato de que ele te beijou na frente de todos nós!!
Rindo ela corou:
– Ah! Sarah! Eu nem sei explicar...num momento ele estava brigando com o Slade a na outra estava do meu lado...e sua preocupação o aproximou de mim e...
– E?
– E eu perguntei se ele me amava...
– E? Pelo amor de Deus, prima....me conta tudo de uma vez....
As duas riram juntas e Felicity contou tudo a prima, omitindo um detalhe ou outro.
– Mas a partir de agora eu não sei como ele vai reagir. Ali estávamos em perigo, foi uma reação a isso talvez....
– Oliver Queen não é um homem que reagem ao perigo beijando e se declarando para as mulheres....
– Eu sei, mas vou manter meus pés no chão e meu coração protegido. Da ultima vez ele sumiu por semanas! Apesar de eu estar nas nuvens, pretendo deixar que ele tome o próximo passo.
– Bom, não tiro sua razão. Mas acho que agora o cenário mudou.
– Espero que sim, porque vai ser difícil me manter longe dele – as duas riram.
– Eu penso que ele vai tomar a decisão acertada em relação a vocês. Apesar de ter se excedido um pouco na juventude, ele sempre respeitou muito as mulheres e não é daquele tipo de homem que engana mulheres indefesas a depois as abandona.
– Meio dramático isso...até porque eu não me considero indefesa....se você lembrar o indefeso era ele!!!
Como era bom estar de volta, sã e salva a ainda por cima se sentindo muito feliz!
Quando Felicity já estava recomposta desceu com Sarah para almoçar.
Logo depois do almoço Felicity subiu para seu quarto, estava um pouco cansada.
Foi até a janela e ficou um tempo ali, observando o dia ensolarado.
Sentiu a presença dele antes mesmo de ouvir qualquer ruído. Permaneceu onde estava, ele a abraçou e ela apoiou seu corpo no dele.
Depois de algum tempo ele fala:
– Vamos embora amanhã pela manhã – suspirou fundo – Queria poder te manter segura de alguma maneira...
– Eu sei, mas Oliver...não me vejo mais segura do que quando estou do teu lado.
– Você tem muita confiança em mim.
Ela quis dizer que quando se ama, confia. Mas desconfiou que não era o momento certo para dize-lo. Será que havia momento certo?
– Claro, você já me salvou uma vez...veio por mim até aqui, mesmo quando eu não queria mais te ver.
Ele riu:
– Só espero que eu possa te salvar sempre...
Ela virou-se nos seus braços e olhando nos seus olhos disse:
– Não sofra por antecipação, já tens muito peso no teu coração. Você não pode ter o controle de tudo, tem algumas coisas na vida que temos que deixar acontecer...
Ela acariciou seu rosto, ele fechou os olhos absorvendo o calor da mão dela. Abriu os olhos e encontrou os dela fixos nele. A abraçou forte e percebeu a paz que sentia quando a tinha nos braços.
– Acho que devíamos aproveitar essa tranquilidade... – a afastou, dando um sorriso maroto e a beijou com ardor.
O beijo se transformou em desejo e o desejo em paixão...
Suas mãos acariciavam, exploravam...
Felicity suspirava nos braços dele e sentia todo seu corpo ansiar por mais. Oliver precisava dela, ela era sua luz...seu farol...sempre foi...
As batidas insistentes na porta os trouxeram para a realidade.
Oliver se manteve de costas para a porta, Felicity arrumou o vestido e foi abrir a porta. Era Sarah. E pelo sorriso dela, ela sabia exatamente o que os dois estavam fazendo.
– Vim convidar os pombinhos para um piquenique lá no rio...o dia está propicio.
Felicity sorriu animada.
– Eu aceito!! Vamos Oliver?
Ele já havia se aproximado e respondeu afirmativamente.
– Vou me arrumar, já volto.
Sarah aproveitou a saída da prima para questionar o amigo:
– Está tudo resolvido entre vocês?
– Por hora sim. Mas ainda há muita coisa para ser dita. Só quero esperar para fazer isso sem pressão, com calma e do jeito que ela merece.
– Certo, concordo. Mas não deixe de falar, de mostrar o que sente. Apesar de tudo ela precisa disso.
– Anotado...
– Estou pronta!! – Seu sorriso era lindo e o contagiou. Ela havia colocado um vestido azul que realçava a cor dos seus olhos.
Oliver só conseguiu sorrir, lhe ofereceu o braço e forma aproveitar o dia.

A beira do rio era um lugar afastado, com grama e arvores por todo lado. Eles haviam levado lanches e refrescos dentro de duas cestas que estavam agora em cima da grande toalha xadrez no chão.
Ray e Sarah estavam caminhando com Diggle lhe mostrando o lugar. A casa dos pais dela era próxima e ali era o lugar preferido das primas.
Oliver estava deitando em cima da toalha com a cabeça no colo de Felicity. Ela lhe acariciava o cabelo, ele tinha os olhos fechados.
Pensava que a realidade era mil vezes melhor que seus melhores sonhos.
– Quando tudo isso acabar, voltaremos aqui...só você e eu – ele levantou para olhá-la nos olhos – há coisas que eu preciso te contar, que você precisa e tem o direito de saber.
– Assim você me deixa preocupada, é sobre a guerra?
– Digamos que sim, mas principalmente sobre nós dois. Só te peço paciência e que espere por mim.
Ela pegou seu rosto entre suas mãos e o beijou, sussurrando nos seus lábios:
– Eu espero.
Oliver sorriu e inverteu as posições, ela agora estava com a cabeça no seu colo e ele lhe acariciava o rosto e os cabelos.

O dia passou voando, os cinco se divertiram como crianças. Já estava anoitecendo quando retornaram.
No jantar combinaram os últimos detalhes da viagem para Londres. Depois foram deitar.
Felcity estava agitada, não conseguia dormir. Pensava no futuro, no que seria do relacionamento deles em Londres.
Será que esse pesadelo terminaria logo? Onde Slade estaria? O que planejava para vingar-se de Oliver. Naquele dia, quando ele a sequestrou, ela pode sentir o quanto ele o odiava. E o quanto insano ele poderia ser.
Tinha medo, por Oliver.
Sentiu um arrepio, deveria parar com esses pensamentos sombrios.
Percebeu que não conseguiria dormir de jeito nenhum....faltava algo....alguém...
Levantou da cama, vestiu um hobbie, pegou uma vela e foi até o quarto de Oliver.
A porta não estava trancada. Ele estava dormindo, tinha o sono um pouco agitado.
Ela tirou o hobbie e devagar se deitou ao seu lado. Ele resmungou algo, passou o braço ao redor de sua cintura a puxando inconscientemente para si encaixando o corpo dela no seu. Ele relaxou e continuou dormindo, agora placidamente.
Imediatamente ela também relaxou e dormiu, com um sorriso nos lábios.