Certo, ela não era de meias palavras. Mas ele lhe devia uma explicação. Por cima da mesa ele segurou a mão dela e começou:

— Felicity, em primeiro lugar eu queria te dizer que meus sentimentos por você são os mais profundos e verdadeiros e que eu nunca senti isso por mulher nenhuma.

Ela sustentou seu olhar, já sabia o que ele diria a seguir...

— Mas há anos atrás eu percebi que o meu modo de vida pode trazer muitos perigos para quem eu amo. Por isso me afastei de minha família e só mantenho contatos esporádicos com eles... – ele suspirou – nunca mantive nenhum tipo de relacionamento duradouro com alguém com quem eu pudesse me importar. Trabalhar para o governo, durante a guerra me trouxe alguns privilégios, mas muita dor e solidão.

Quando ele falava em dor ela sabia que ele estava se referindo ao Thommy e aos outros amigos que ele perdeu no caminho.

Ela permaneceu quieta, ele levantou...

— Não posso e não quero te colocar em perigo, por mais que isso me doa, por mais que meu coração sangre por não estar do teu lado.

Ele ficou de costas para ela....e ela já estava farta dessa história....levantou, se colocou na frente dele e o olhou séria:

— Você gosta de mim, Oliver? Você... – ela corou um pouco - ...me ama?

Ele deu uma risada amarga e respondeu:

— Com todo o meu coração, mas... – ela não o deixou continuar, ergueu-se nas pontas dos pés e lhe beijou....um beijo leve, um beijo com todo o coração...

Ele ficou parado, sentindo o coração saltar em seu peito. Com uma coragem que vinha do amor, Felicity acariciou seu rosto, sentindo a barba por fazer...ele fechou os olhos e suspirou fundo...

— Oliver – ele abriu os olhos e a encarou – eu quero que você entenda uma coisa sobre mim: ninguém toma decisões por mim, nunca pedi isso e não é agora que vou fazer. Sei que você se sente responsável por algumas coisas que acabaram por acontecer, apesar de eu achar que às vezes você é um grande tolo por isso...

Ele deu um pequeno sorriso, ela estava lhe dando um sermão, e estava mais linda do que nunca...

Gesticulando ela continuou:

— Bom, o que eu quero dizer é que é a minha vida, minhas decisões e se eu decidir te perdoar, vai ser por escolha minha e a partir desse momento eu assumirei os riscos de estar do teu lado... – ele quis argumentar, mas ela o calou com um dedo em seus lábios – agora, se você quiser pedir perdão por ter me abandonado logo depois de me beijar daquele jeito no jardim da Sarah e por ter aparecido bêbado gritando por mim debaixo da minha janela vá em frente – ela cruzou os braços e com um meio sorriso no rosto aguardou...

Ele a olhou. Meu Deus! Estava completamente perdido. Ela o tinha nas mãos...ele era todo dela...seus pensamentos, seu corpo e seu coração.

Ela já o tinha perdoado....mas mesmo assim ele pediria perdão.

— Felicity, por favor me perdoe por ser um tolo e te manter afastada de mim e por me comportado como um jovenzinho apaixonado... – ele beijou as mãos dela e ela o puxou para si e o beijou.

Ela se sentia impetuosa do lado dele!

Ele correspondeu ao beijo...ela acariciou seu peito e pode sentir os músculos firmes e quis mais.

Era errado, se algo acontecesse ou se alguém os flagrasse estaria perdida. Seria mal falada e isolada da sociedade. Mas ela não se importava muito com isso, sempre teve suas próprias opiniões. Além disso o amava e estava cansada das imposições da sociedade e dos medos dele.

Timidamente ela começou a abrir os botões de sua camisa. Ele a beijava no pescoço e no rosto, voltando para a boca. Quando deu por si ela já tinha aberto todos os botões e suas mãos hesitantes percorreram seu peito em carícias deliciosas. Ele segurou as mãos dela e entre suspiros e beijos sussurrou:

— Se você continuar com isso eu não vou conseguir manter minhas mãos longe de você...

— E quem falou que você tem que mantê-las longe de mim...eu as prefiro bem perto...

Os dois se beijaram novamente, ele a puxou para a cama e sentou em seu colo.

Ela retirou a camisa dele completamente e saciou o desejo de sentir sua pele sob suas mãos. Ele sentia todo seu corpo reagir. Se ela continuasse com aquilo ele perderia o controle!

Precisava respirar...se afastou de seus lábios e disse sério:

— Se continuares a me provocar desse jeito, não vou conseguir parar...e não é certo...

Novamente ela o calou com um dedo:

— Oliver, minhas decisões lembra?

Ele assentiu com a cabeça e ainda sem coragem de abrir seu coração completamente ele a beijou com todo amor que guardava nele.

Devagar ele iniciou um lento e provocante ato de livrá-la do vestido...começou com os botões e depois foi puxando-o para baixo...distribuindo pequenos beijos por seu busto até a beirada do corpete leve que ela usava por baixo. Ele a levantou e tirou completamente o vestido...a virou de costas para si e com delicadeza desamarrou o complemento de sua roupa...

Ao se livrar de toda a roupa ele a olhou...ela corou e tentou se cobrir, mas ele segurou suas mãos, as beijou na palma e declarou:

— Divina!

A deitou com carinho na cama, sabia que deveria ir com calma...seria doloroso para ela no inicio, mas logo ele lhe daria prazer e amor, com seu corpo mostraria a ela o lado físico do amor, mas colocaria ali o seu coração.

Ela não conseguia raciocinar direito, os sentidos estavam aguçados....ela sentia seu corpo todo arrepiar a cada toque das mãos dele...instintivamente ela correspondia as carícias arqueando os quadris em sua direção....

Com as mãos nada hesitantes dessa vez ela buscou o cós da calça dele e começou a abri-la....ele a ajudou e se afastou somente o tempo necessário para se livrar de suas próprias roupas...

Ela o observou e viu a evidencia de seu desejo por ela...e sentiu uma felicidade tola por saber que era capaz de fazê-lo.

Ele parou por um momento, mesmo com dificuldade e lhe deu mais uma oportunidade de desistir:

— Amor...você tem certeza?

Ela só conseguiu balançar a cabeça numa afirmação muda e cheia de seu próprio desejo.

Ele respirou fundo e com o olhar completamente no dela a beijou e a iniciou num mundo de desejos, suspiros, carícias e amor...

A partir daquele momento, ele seria dela e ela seria dele....para sempre.