5 maneiras de aprender escrita por Makino07


Capítulo 4
Maneira #4


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, um tempo sem atualizar né?!
como eu havia dito, faltava tempo e inspiração. Ou então um vinha sem o outro rs isso é horrível!!
Vou postar mais uma maneira e devo dizer que este capítulo surgiu de forma relâmpago na minha cabeça, mas achei tão sincero, resolvi trabalhar mais um pouco e postar ( não está lá aquelas coisas no que diz respeito à riqueza de palavras, entre coisas coisas, mas pra quem gosta do casal, o capítulo vai dar uma guinada na relação dos dois). Espero que gostem e comentem!!! estou sentindo falta dos meus (reparem na possessão kkk) leitores maravilhosos com aqueles comentários que mudam (pra melhor) o dia de qualquer autor.
Abraços pessoal.
enjoy!!



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Flashes da noite anterior pareciam cair como bombas na cabeça de Dick, como se cada imagem fosse um soco forte em sua têmpora. Bebidas, brigas, descontrole... ciúme. A cabeça doía ainda mais só de pensar nessa palavra... ciúme... tão assustadora, tão pouco familiar. A juventude vinha com tantas surpresas e responsabilidades, e embora fosse algo completamente normal, não se poderia dizer que Dick esperava que sentimentos afetuosos por alguém do sexo oposto mexeriam com ele a ponto de fazê-lo entrar numa briga. Lembrou-se dos conselhos de Bruce e pensou no olhar reprovador do mesmo se soubesse o que tinha acontecido na boate... "Tanto faz agora"... Estavam brigados. Ser o ajudante, abaixar a cabeça sempre, e ser tratado como uma criança que não tem conhecimento de nada eram coisas que tinham feito Richard atingir sua cota de paciência, e ela já havia acabado.

Ele ouve alguém bater à porta

– Robin! Venha tomar seu café, depois você deita de novo - era a voz de Cyborg e de certa forma parecia uma ordem... "por que raios todos querem me mandar?", Dick pensou.

– Mais tarde eu vou. - Tentou dizer.

– Okay, eu vou dar uma saída e comprar umas peças novas pro carro... Proíba o Mutano de entrar na sala de jogos! Ele "tá" viciado, nem deve mais saber o próprio nome. O sistema da casa ainda está carregando, mas do mecânico mesmo e posso acioná-lo e trancar a sala e somente abrir quando eu chegar. Não peço a Ravena porque hoje ela estará em Azacrat... Azimat... Sei lá! - O ciborgue disse por trás da porta meio confuso e aguardou em silêncio por um momento enquanto parecia esperar uma resposta.

– Ok. - Robin respondeu.

Na cozinha.

– Escuta aqui, verde - Victor chegou à cozinha falando e arrancando revirar de olhos por parte de Mutano - Já falei pro Robin não deixar você entrar, então não pense que só porque eu vou sair, que você vai ficar entorpecido de bytes...

– Que saco! O que eu vou fazer então? - Mutano perguntou como se não houvesse mais nada naquele mundo a ser feito.

– Você pode cultivar algumas plantas comigo, e retirar alguns arbutos ali da frente... - Kory sugeriu com um sorriso no rosto, ela se sentiu vitoriosa por ter "achado a solução perfeita" para o amigo que o encarou por longos segundos dando a entender que com certeza recusava o convite. A menina murchou.

– Eu estou indo! Ocupe-se Mutano... e mais uma coisa... vocês dois... Não incomodem a empata, ela está hiper concentrada no quarto dela - ele fez um movimento com suas mãos e arregalando os olhos num tom debochado - lá nos confins de sua mente em - ele coçou a cabeça olhando para o teto - Azicrat... Azimat... Sei lá!!! Ela não gosta de ser interrompida quando faz isso. Então, não!!! - e saiu em disparada.

Kory se levantou da cadeira e embora desapontada por fazer as atividades sozinha, ela não deixaria de fazer. O cultivo de plantas era algo que a fazia sentir-se bem. A idéia de ver as plantas crescerem, e ver o sugimento daquelas flores coloridas e perfumadas, a prendiam por horas, numa admiração que parecia nunca ter fim. Ela cortava os arbustos. Por vezes os arrancavam com as próprias mãos. Gostava de sentir a terra, parecia ganhar mais vida ao por as mãos nela. Adubou o pequeno canteiro, pegou algumas mudas e ali, num pequeno buraco que cavou, as colocou. Dick a ensinara... Dick... Onde ele estava? Por que não havia se levantado? Ela se sentia culpada por tudo na noite anterior. Sentia como se tivesse provocado tudo, e mal podia esperar para vê-lo e pedir desculpas. Na verdade ela só mal podia esperar para vê-lo, independente das circuntâncias. Passar algumas horas do dia com ele, todos os dias, havia virado algo crucial, algo que fazia falta quando não acontecia. Ele estava certo quando disse que ela estava em casa... Ela se sentia em casa, principalmente com ele por perto.

Era isso, ela iria falar com ele. Pedir desculpas agora seria uma desculpa, uma desculpa para vê-lo, para falar com ele. Lavara as mãos cantarolando e saía correndo pela Torre à procura do amigo. Ele já havia saído de seu quarto, pois a porta estava aberta e os lençóis bagunçados na cama não cobriam ninguém. Revigorou-se ao ver a figura do rapaz sonolento em frente a sala de jogos. Ele ainda estava com sua famigerada camiseta branca e calça de moletom azul marinho. Os cabelos negros completamente bagunçados, e uma rala barba por fazer.

– Oi Robin! - a voz da moça de avental, chamou a atenção do rapaz.

– Hey Estelar, bom dia - ele disse um pouco menos animado, por causa do sono.

– Não vai tomar café?

– Ainda não estou com muita fome... além disso tenho que vigiar a sala de jogos por um tempinho, até que o sistema carregue e o Ciborg consiga fechar.

–Ah é bom mesmo - ela comentou olhando para dentro da sala verde - ele parecia estar inconformado - riu.

– Ah que saco - ele disse entrando na sala e sendo seguido por Estelar - alguém esqueceu aquele ali ligado.

Dick se abaixou para desligar o flipper pela tomada e se surpreendeu quando a porta automaticamente se fechou.

– Dick! - Eselar disse meio exaltada.

– Droga!! Estamos trancados - ele mexia na porta, tentando, sem sucesso abri-la. - eu só escovei os dentes e vim pra cá, estou sem o cinto e o comuicador... está com o seu?

– Não. Eu estava mexendo com as plantas, não peguei o comunicador.

– O Ciborg ainda está desenvolvendo um meio de comunicação pra essa sala, com isso não podemos falar com ele e nem o Mutano - Richard parecia frustrado.

– E Ravena está em Azarath ... - Kory comentou.

– Nossa- Dick riu surpreso - Você sabe o nome!

– Já meditei algumas vezes com ela... Só o Ciborg pode abrir?

– Sim... Mas ele não deve demorar...

Dick se sentou no chão apoiando as costas em um dos flippers, Kory ainda passeava pela sala. E Dick a acompanhava com os olhos. Mesmo com uma blusa preta e larga e aquele avental esquisito, ela continuava linda. Agora ele concentrava sua atenção no pouco de terra que havia ao longo das longas pernas. Ela era perfeita.

– Bem, deve ter algo que a gente possa fazer aqui - ela ainda caminhava com as mãos na cintura - quem sabe você não me ensina as palavras com a letra " P ". Foi nela que paramos, não foi?

– É - ele sorriu. Aquele sorriso já havia virado rotina quando ele estava com ela.

Ficaram uma boa parte da manhã falando das boas e más coisas que começavam com a letra P. Kory descobriu um monte de lugares e guloseimas que queria conhecer e também repugnou algumas das quais ela queria ficar longe. Era claro que Richard possuía influência sobre algumas das coisas que falava. Ele fez seu culto ao "pudim", e evitou o quanto pôde falar do "picadeiro".

– E temos o parque!! Desse você gosta né?! - Richard perguntou divertido.

– Claro!! Mal posso esperar para ir de novo! Podíamos ir amanhã?! O que acha?

– Bem, amanhã acho que o parque vai estar caótico...

– Por quê?

– É que amanhã é uma data muito comemorada aqui no país, e as pessoas gostam de passear... E o parque é um bom lugar para a data...

– O que se comemora amanhã?

–Amanha é dia dos namorados...

–O que? O que é isso?

Ele riu, lá ia ele mais uma vez explicar algo completamente estranho para a alienígena, ele tinha medo daquele assunto, medo de onde ele iria levá-lo, afinal Dick já tinha percebido que a moça tinha o incrível dom de "pegá-lo na saia justa".

– Bem... quando duas pessoas se gostam, elas namoram e se tornam namoradas... Se o namoro der certo, as duas pessoas se casam e decidem ficar juntas para sempre - Dick tentou por um tom um tanto "conto de fadas", ele mesmo já tinha vivido vários relacionamentos e nenhum deles dera certo de verdade. Nem mesmo ele acreditava naquele "para sempre".

– No meu planeta as pessoas não namoram para casar... Apenas casam - ela tentou explicar de forma com que Dick entendesse que se casar sem haver o namoro era bem mais simples - As vezes os noivos nem se conhecem, mas casam... pelo bem no planeta... Tudo em prol de Tamaram...

– Tudo em prol de Tamaram... - Dick repetiu para si mesmo, embora ainda mantivesse os olhos na ruiva.

– E você? Já teve uma namorada? - A alien se sentou no chão frio em frente ao moreno, com olhos curiosos e animados.

– Algumas. - era como se um flash de toda sua vida estivesse passando bem na frente dele.

– E o que vocês faziam?

– Bem... - ele deu um sorriso parecendo distante - Íamos ao cinema, ao parque, ao museu... lembra do cachorro quente? - ele perguntou à ruiva, antes de vê-la afirmando com a cabeça animadamente - Ás vezes parávamos numa esquina para comer um daqueles cachorros quentes de barraquinha... - ele se divertia contando.

Houve um Silêncio enquanto Dcik viajava em seus próprios pensamentos.

– Coisas que a gente faz? - ela perguntava curiosa. Dick acordou do transe e respondeu um pouco sem jeito, como se estivesse sendo pego de surpresa por si mesmo.

– Eer... bem... É... Coisas que a gente faz...

– Então... - ela disse olhando fixamente para Dick e sua máscara, sentiu um leve incômodo por não poder ver os olhos dele - Nós somos namorados?

Ele sentiu como se o sangue estivesse gelado.

– Hum, não... é que para sermos namorados, um teria que pedir o outro em namoro e... eu teria que que gostar de você, e você... de mim - ele a observava e parecia que ela tentava pegar cada palavra solta no ar.

– Quer dizer que nós não nos gostamos? Eu gosto de você, você não gosta de mim? - uma onda de tristeza a invadia. Como depois de tantos dias juntos e sendo tão gentil com ela, por que ele não gostava? Seria ela tao odiosa?

–É... diferente - pausou - eu não sei como te explicar, é impossível explicar... na verdade. - ele a fitou - Ainda mais porque... Você nunca conheceu o amor de um homem...

O silêncio reinou por um longo tempo enquanto os dois se encaravam. Dick daria tudo para saber o Kory estava pensando naqueles segundos. Ela não fazia cara de quem estranhava tudo aquilo, ou de que estava confusa... Muito pelo contrário, ela parecia ter entendido exatamente aquilo que ele queria dizer, mas sua expressão séria hipinotizava o rapaz.

– O amor de um homem? - ela disse num tom baixo, quase num sussurro.

– Eu posso te mostrar... - ele disse no mesmo tom, quando percebeu que seus rostos estavam próximos, os lábios rosados dela estavam bem ali na sua frente, e nunca em sua vida ele quis tanto sentir o gosto dos lábios de alguém.

Kory sentiu o rosto em chamas, o rosto de Dick tão próximo parecia fazê-la sentir isso. Ela já havia beijado Dick quando se conheceram, para a transmissão de linguagem, mas sentia que aquilo era diferente. Ela não sabia o que era, mas sabia que era diferente. Os segundos passavam lentamente e com eles os dois se aproximavam, e na iminência de um beijo, o som da porta ecoou pela sala.

– Caramba gente!!! Foi mau, seu eu soubesse que vocês tinham ficado presos eu não teria demorado! - Cirborg gritou da porta pegando os dois de surpresa, que rapidamente se afastaram - É melhor a gente sair logo, antes que o Mutano se transforme em mosca e entre aqui antes de eu fechar, vamos, vamos, vamos!!!

Kory e Dick se levantavam meio desnorteados, e permaneceram em silêncio ainda tentando entender o que havia acontecido. Ciborgue estava tão preocupado com a invasão de Mutano que nem percebera o clima estranho de silêncio. Ainda olhando para Kory, que também o encarava, Dick foi praticamente puxado por Mutano que apareceu subitamente no corredor.

– Robin, nós precisamos conversar... Isso não é justo! Por quanto tempo mais vou ficar de castigo? Dá uma "prensa" no Ciborg!

O robô fingia que nao ouvia e pegou Kory pelos ombros.

– Vamos Star, deixa esses dois se entendendo!

Andando na direção oposta a de Dick, Kory olhou para trás e ele ainda a olhava completamente alheio ao discurso do verdinho.

NA madrugada daquele dia eles passariam acordados. Richard encarava o teto como se este fosse lhe dar uma resposta. O que ele sentia pela extraterrestre? E se estivesse apaixonado, o que faria? Ele nunca iria saber a parte dela. Nem ela mesmo saberia. Mal sabia distiguir o gostar de amar. Ela nem sabia o que era aquele tipo de amor, e isso era algo que ele não podia ensinar. Ela teria que aprender por si só. Ela teria que sentir. Mas e se sentisse, como iria explicar? A solução de tudo seria a chegada do sono, ele faria o inquieto humano pregar os olhos e esquecer tudo aquilo, mas estava difícil. A cada fechada de olhos, a imagem dela estava bem à sua frente.

A noite também estava repleta de perguntas para Kory, mas ela não tinha como tirar suas dúvidas, afinal elas eram sobre o seu próprio "professor"e agora havia uma hesitação recém-nascida em ir falar com ele, embora ela estivesse louca para fazer isso. O que era aquilo? Aquela vontade de estar com alguém, e ao mesmo um receio em fazer isso? Ela estava com medo do que sentia, estava com medo das coisas que estava prestes a aprender. Estava com medo do amor, mas não sabia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, estou aberta à criticas ^^ beijos!!!



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