Refúgio escrita por abishop


Capítulo 1
Capítulo 1




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Sempre que podia ia ao alto da colina East Valley para colocar meus pensamentos no lugar, isso quando eu estava com algum problema. Sentava em um banco que tinha a vista para o resto da cidade e ficava observando aquela paisagem. Morava na cidade há um ano e cursava a faculdade de musica. Tinha um pequeno apartamento e era nele que eu vivia. Olhava para o nada que ficava bem distante.  O que eu mais gostava era de admirar as coisas simples da vida. Ficava sentado nesse banco por horas perdendo a noção do tempo.

            Naquele dia foi diferente. Quando me dei conta percebi que tinha alguém sentado ao meu lado. Olhei de relance e vi o quanto ele era bonito. Tinha a pele clara, os cabelos escuros e uma boca que eu considerei perfeita. Nunca o tinha visto na cidade, talvez devesse ser novo na cidade, ou talvez não. De repente o silencio que havia entre nos foi interrompido.

– Ola, como se chama?

– O que? – olhei para ele meio atordoado já que eu estava com meus pensamentos distantes.

– Qual seu nome? – ele tornou a repetir.

– Ah sim, me chamo Alec. Alec Ross. E você?

– Joshua Urie. Então Alec, você sempre vem aqui?

– Somente quando posso e você?

– Descobri esse lugar esses dias. Achei magnífico.

– Realmente é. E onde você mora?

– Na rua Lisagayle e você?

– Não brinca. Serio? Moro nessa rua também.

Fiquei um bom tempo conversando com o garoto que acabara de conhecer e descobrimos que tínhamos muitas coisas em comum. Descobri que ele também iria começar faculdade de musica. Quando percebemos já tinha anoitecido e olhei para o relógio. Estava na hora de ir e o cansaço daquele dia começava a tomar conta do meu corpo.

Levantamos-nos e encaminhamo-nos ate nossas casas. Durante o trajeto eu me divertia cada vez mais com o senso de humor que Joshua tinha e algumas vezes eu ficava admirando-o e ia conhecendo-o pouco a pouco. Chegamos à nossa e rua e paramos em frente ao pequeno apartamento que tinha naquela rua rodeada por casa.

– Bem, eu moro aqui. – disse para ele apontando para o imóvel. – Joshua, você quer entrar?

– Claro.

Coloquei as chaves na fechadura e empurrei a porta para que pudéssemos entrar. Dei passagem para ele, que logo entrou. Deixei minhas coisas no sofá e falei qualquer coisa que pudesse interromper o silencio que havia entre nos.

– Joshua, fica a vontade. É simples, mas esta pago.

– Que isso Alec, nem precisa se incomodar. Sua casa é muito bonita assim como o dono.

Confesso que me surpreendi quando ele me chamou de Alec e disse que eu era bonito. Por isso eu não esperava mesmo. Ofereci comida e bebida a ele, que acabou aceitando apenas um copo de água. Quando estava encaminhando para o meu quarto vi que ele reparava em algumas fotografias na parede. Fotografias de paisagens para ser exato.

– Não quer conhecer o resto da casa?

– Ah sim, claro e antes que eu me esqueça, gostei das fotografias.

Apenas o agradeci e já que iríamos fazer a mesma faculdades decidi perguntar qualquer coisa relacionada a musica.

– Sabe tocar algum instrumento, Joshua?

– Sei, mais prefiro os vocais. Alec, agora eu tenho que ir.

– Okay Joshua. Esqueci completamente do horário.

– Abre a porta para mim?

– Claro, mais antes de ir quero te entregar uma coisa. – Peguei um pedaço de papel e uma caneta e anotei o numero do meu telefone e entreguei a ele. – Qualquer coisa que precisar é só ligar e não pense em hesitar.

– E quem disse que vou? Foi bom mesmo te conhecer Alec e ver que temos tantas coisas em comum.

Guiei-nos ate a porta e nos despedimos pela ultima vez. Abri a porta e ele se foi. Não queria que ele estivesse ido. Mesmo o conhecendo tão pouco queria ficar com ele o tempo todo. Incrível como em questão de horas eu tinha conhecido alguém e que estava gostando desse alguém de uma forma louca.

Fui para o meu quarto, troquei de roupa e deitei. Vi que meu celular tinha uma mensagem não lida. “Alec, mesmo que em tão pouco tempo, adorei ter te conhecido. Você é uma pessoa maravilhosa. Boa noite. Joshua.”  Reli a mensagem diversas vezes ate pegar no sono.

Na manha seguinte era sábado, tinha acabado de acordar e estava preparando panquecas para o meu café da manha quando ouço a campainha tocar. Olhei pelo olho mágico e vi quem era. Abri e logo ele entrou.

– Bom dia Alec?

– Bom dia Josh, já tomou café?

– Não.

– Então me faça companhia, sente-se. Estou fazendo panquecas.

Ele puxou uma cadeira e sentou. Terminei de fazer as panquecas e fiz dois pratos. O servi e sentei-me junto a ele.

– Alec, sabe quando sai à lista da turma na faculdade?

– Acho que terça-feira, por quê?

– Só pra saber mesmo. E o que vai fazer o resto do dia?

– Eu tenho um monte de coisas pra fazer em casa hoje Joshua, mas se quiser a gente pode sair à noite. O que acha?

– Eu acho uma ótima idéia. Que horas posso estar vindo te pegar?

– Às 20h30min, pode ser?

– Pode, agora vou deixar você fazer suas coisas e ir embora. Só passei pra desejar um bom dia e ver se você esta bem. E obrigado pelas panquecas, estavam ótimas.

– Depois a gente se vê. Ate Alec.

– Ate mais tarde Joshua.

Mais tarde, conforme o combinado ele apareceu. Abri a porta e ele entrou. Não tinha terminado de me arrumar. Na verdade não tinha nem começado. Sugeri que ficássemos no meu apartamento e que pedíssemos alguma coisa para comer. Ele pegou o telefone e discou para uma pizzaria e pediu duas pizzas: uma de mussarela e outra de calabresa. Desci as escadas e ele estava sentado me esperando. Quando me viu, só faltou babar e nem disfarçou.

– Limpa a baba, Josh. – Brinquei com ele.

– Hã, o que?

– A baba ta escorrendo, limpa.

Enquanto esperávamos por nossa pizza que não chegava decidi começar a tocar alguma coisa em meu violão, ele me fez companhia e começou a cantar. Ele tinha uma voz perfeita. Perfeita ate demais. Meia hora depois a nossa pizza chegou.

– Deixa que eu atendo. Continue tocando. – Sussurrou.

Ele foi ate a porta, pegou nossas pizzas e deu uma pequena gorjeta ao entregador. Fechou a porta e colocou as pizzas na cozinha. Terminou de me acompanhar na musica e me ajudou a levantar. Fui arrumar a mesa junto com a sua ajuda. Servimos-nos e ficamos admirados por termos conseguidos comer duas pizzas, mas foi bom porque só conseguimos comer as duas em meio as nossas conversas e risadas. De fato, era muito bom ter a companhia dele, já que eu tive momentos solitários demais em minha vida.

Estar com a presença dele era algo bom demais para ser verdade. Ele me fazia rir de uma maneira do qual eu não fazia há muito tempo. Depois de termos terminado de comer, ele gentilmente me ajudou a lavar a louça suja e voltamos a ver qualquer coisa que passava na TV, foi quando começou um filme. O filme era bom, então resolvi fazer pipocas. Ele ficou lá enquanto eu fui para a cozinha. Não demorou muito e ele foi me ajudar.

– Joshua, não precisa ajudar.

– Claro que precisa. Eu dou muito trabalho e não custa nada eu ajudar.

– Ok então.

A pipoca estava pronta e cada um de nos foi com uma tigela gigante para o sofá. Sentei e ele sentou-se do meu lado. Durante o filme fazíamos algum comentário ou outro mais nada de importante, outras vezes riamos com algumas cenas em que ele fazia um comentário engraçado. Quando a pipoca acabou, levei as tigelas na cozinha e voltei rapidamente para não perder nenhum detalhe do filme. Meia hora depois o filme acabou. Ele se levantou e pediu para que eu abrisse a porta. Mesmo querendo que ele ficasse por mais tempo, eu estava absolutamente cansado. Despedi-me e ele apenas disse:

– Tomara que a gente caia na mesma sala na faculdade, o que será muito bom e foi bom passar o meu tempo ao seu lado.

Sorri timidamente como forma de retribuição e o vi partir. Arrumei o que faltava e fui me deitar. Coloquei meu pijama e finalmente deitei para ficar com meus pensamentos em torno do Joshua. Ele simplesmente me encantava era impossível não gostar dele. Antes de pegar no sono, enviei uma mensagem de texto para ele agradecendo os bons momentos que me proporcionara.



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