Umfarfalhar de penas, um roçar de pernas, encostada na janela Nani viajava enquanto ouvia esses sons, magrinha e baixinha, era facilmente confundida com uma criança. Tinha grandes olhos castanhos e um cabelo negro não tão longo e havia dia que estava liso, e dia que estava com umas ondas, isso ainda era um fato curioso para a menina. Ela media 1,57m e tinha as curvas do corpo bem definida, e era dona de lábios um tanto finos e com curvinhas, como uma bonequinha e sua cor ninguém sabia pois ela sempre estava com um batom vermelho ou um simples brilho rosa que causava um certo contraste com sua pele que tinha um tom branco forte.

Atravessando a rua, no prédio a frente, encontrava-se um menino que também observava a janela, mesmo daquela distancia conseguia ver muito bem o batom vermelho chamativo de Nani, Vitor estava tentando, sem sucesso, chamar a atenção da Baixinha. O garoto tinha uma aparência muito diferente dela, tinha 1,84m, cabelos ruivos, olhos verdes e pele branca, mas não tanto quanto a de Nani. Seu rosto era marcado em algumas áreas por pequenas sardas, ele não ligava, ate gostava delas, eram bem uteis para atrair algumas meninas.

Ele cansou de tentar chamar a menina e pegou sua caneta laser, focou-a bem no rosto da menina, que piscou e sorriu. Vitor se perdeu um pouco depois daquele sorriso, afinal não e todo dia que uma garota daquelas sorria para ele, quando digo uma garota, era uma não vadia, pois essas choviam para o garoto. Em seus delírios, ele não havia percebido que a baixinha estava tentando dizer algo, ainda sorrindo abobado, ele saiu da janela e se deitou.

Nani mordeu o lábio, sentindo o gosto do batom, decidiu fazer uma visita ao amigo. “Bestão” pensava a menina já no elevador retocando o batom no espelho. Chegando lá, conseguiu entrar facilmente, pois todos os porteiros do prédio de Vitor já conheciam a menina, e liberavam sua entrada sem nem se dar ao trabalho de avisar ao garoto. Vitor estava deitado com os braços cruzados por trás da cabeça quando ouviu a porta se abrindo, ele nem ligou, pois todos os seus amigos já tinham liberdade o suficiente para entrar em sua casa sem ter que avisar. Ele piscou os olhos e quando voltou a abri-los lá estava a menina parada em sua porta, com uma das mãos na cintura.

Vitor:Ah!- exclamou após alguns segundos que gastara observando a menina, estava com uma blusa regata vermelha, um short jeans preto e sapatos abertos – você sempre tem que aparecer assim do nada?

Nani:Aham! - Disse, também reparando nas roupas do amigo, ele estava com uma Bermuda típica e uma blusa folgada preta, ela mordeu os lábios de novo e sentou-se no pé da sua cama.

O menino sentou do seu lado sem saber o que dizer, Nani frequentava muito a casa dele e vice-versa, apesar deles se conhecerem ha menos de um ano. Ele começou a lembrar do dia que conheceu ela. Perdida, novata no bairro, ela entrou no prédio dele, que era muito parecido com o dela, e por sorte ou azar, eles moravam no mesmo andar, então a baixinha foi entrando em seu apartamento pensando que era o dela, mas logo recuou, pois deu de cara com um menino de cueca com uma lata de refrigerante na mão, depois de explicada a situação, eles descobriram que estudavam no mesmo colégio e viraram amigos. Vitor sorriu ao lembrar da expressão aterrorizada da baixinha.

Nani levantou-se acordando o amigo de seus devaneios e , como sempre, ela começou a mexer nas coisas do menino.

Vitor:Nani, não! Não mexe nisso não! – ele se levantantou- NANI NÃO!- Gritou puxando ela pela cintura, e os dois caíram no chão, mas ainda sim era tarde demais, Nani segurava algo e com um meio sorriso perguntou

Nani:Era isso que você não queria que eu visse? - disse entregando a camisinha para o garoto. Agora sentados no chão, os dois começaram a rir.

Nani:Hummmmmmmm Vitorrrrrrrr…. O que você pretendia com isso?- disse ainda entre os risos.

Vitor:Sou homem vei, nunca viu isso? Te ensino a usar - falou piscando e pegando a camisinha da mão dela e jogando longe da vista dos dois. Nani:Safado… você vai ficar ai?- perguntou se levantando.

Vitor:Vou- respondeu passando os pés pelos delas, derrubando assim a baixinha - e você também – completou sorrindo. Nani sabia que ele ia fazer isso, mas mesmo assim não conseguira impedi-lo. Ela se virou e deu de cara com o guri.

Os dois se olharam por alguns segundos como se o tempo tivesse congelado ali, então Vitor baixou os olhos e começou a encarar a boca da menina, ela hesitou um pouco, mas aproximou a cabeça da dele. Nani sentiu Vitor começar a passar a mão pela sua coxa esquerda, subindo ela ate por baixo de sua blusa, na barriga sentindo assim a mão dele em sua pele e se aproximou mais. Vitor sentiu o umbigo da menina e deixou que ela passasse a mão pela sua barriga também, subindo pelo seu peitoral até o pescoço, puxando-o para si. A maioria de vocês vai ficar frustrado, outros nem tanto, alguns ate vão achar meio clichê, mas quando seus lábios estavam tão próximos a ponto de um poder sentir a mínima respiração do outro, ouviram a porta da frente ser aberta.

“agora não” pensou Vitor “tão perto”, já estivera em outras situações assim com a baixinha, e sempre que isso acontecia, alguém atrapalhava e os dois não voltavam a entrar nesse clima nem tão cedo.

Vitor:Ignore – disse , agora tentando subir a mão alem da barriga da menina chegando a sentir o sutiã dela com a ponta dos dedos, porem a garota assustada afastou sua mão e se levantou no exato momento que a maçaneta do quarto do menino começou a ser girada

Igor:Fala, véi!- disse já entrando no quarto, ele estudava na mesma sala que Nani, apesar de nunca ter falado com a garota.Era amigo de infância de Vitor, mas no colégio deles era impossível mudar de sala depois dos professores escolherem elas, então eles ficaram separados. Igor era mais alto que Vitor, tinha olhos azuis e cabelo baguncado, coisa que ele usava para atrair garotas, funcionava bastante, se me permite dizer, a maioria das garotas da cidade eram afim dele, ele ja havia ficado com varias, mas elas queriam repetir a experiência. Igor olhou a baixinha de cima a baixo duas vezes, e com um sorriso de lado perguntou:

Igor:Tua mina?

Vitor:Não – respondeu relutante.

Igor:Ta comendo?

Vitor:Não. – disse, mas com uma vontade de dizer: “se você não tivesse entrado agora, talvez.”

Nani se divertia com aquele dialogo, não era a primeira vez que encontrava um amigo de Vitor, e sempre faziam essas perguntas, chegava a ser ridículo, mas como ainda era um pouco novata no bairro, nenhum deles a conhecia, então a situação se tornava engraçada.

Igor sorriu com a resposta do amigo e se virou para Nani.

Igor:Oi Gatinha – disse ele sorrindo daquele jeito que só ele conseguia.

Nani:Cara… “ Gatinha” quanta intimidade,hein?- disse sorrindo.

Igor:Opa, já quer pular para “amor da minha vida”? vai com calma benzinho, me leva para jantar primeiro que depois eu posso te chamar até de outras coisas…. – disse arqueando a sobrancelha, como ele sempre fazia para atrair meninas, que derretiam na hora.

“ele não perde a oportunidade” pensou Vitor revirando os olhos.

A verdade e que, por ser muito bonito e charmoso,era raro uma menina rejeitar igor , e ele estava acostumado com isso.

Vitor:Nani, ta ficando meio tarde, vamos, eu te levo pra casa- ele decidiu dizer isso quando Igor soltou a cantada do “ xadrezinho” (“ gata, se preto fosse amor, e branco fosse o carinho, o que sinto por ti seria xadrezinho.”)

Nani:Aaaaah que pena- disse ironicamente, arqueando a sombrancelha exatamente como Igor fizera.

Igor:Eu também vou. É sempre bom saber o endereço de certas pessoas sabe como e, né?- e deu uma piscadinha para a menina

Vitor:Comprei uma nova versão daquele jogo- disse apontando para o Xbox.

Igor:Opa, vão vocês – falou e acabou fazendo Nani dar um risinho- eu fico por aqui….

“ mina boa” pensou ele, apesar de um pouco desapontado por ela não ter a mesma reação que a maioria das garotas, ele sorriu, e sempre bom ter desafios.

Vitor e Nani atravessaram a rua calados.

Nani:Nossa, acho que eu vou sobreviver no elevador-falou para zoar com o cuidado exagerado que ele tinha com ela. – Obrigada- completou, dando um beijinho no rosto do amigo.

Vitor:“ Ta comendo?” qual teu problema vei? – disse rindo quando entrou em casa.

Igor:tenho que saber se o sinal ta verde, para atacar… ta comendo ou não?

Vitor:se você não tivesse chegado aquela hora… talvez…- falou se sentindo feliz por ter usado a resposta que pensou, e viu Igor fazer exatamente a cara que ele imaginou.

Igor:Eu percebi.

Vitor:você? Que mentira! Cadê o Igor que não perde a oportunidade de constranger alguém?

Igor:Vacilo vei, tu é meu brother… - disse o garoto fitando o chão. Vitor se surpreendeu com isso, mas só ate o amigo completar o que dissera – e sabe como e ne? Queria causar uma boa primeira impressão…

Vitor:Cara… mesmo se a primeira fosse boa não ia durar muito tempo , as outras anulariam…

Igor:a primeira e a que fica…

Vitor:nem sempre…

Igor:sempre

Vitor:Vei, a primeira mina que tu comeu, ficou?- pergunto agora quase rindo.

Igor:E… tem razão… nem sempre hahahaha.

Os dois riram.

Igor:Ei nerdão! – disse quando pararam de rir.

Vitor:Que?

Igor:Encara? – disse apontando para o armário de bebidas dos pais do Vitor, eles quase nunca param em casa mesmo, e quando param, e só para ver se Vitor esta mantendo a casa bem arrumada, bom, isso só acontece um dia antes dos pais aparecerem, é claro.

Vitor sorriu quando Igor pegou logo a Jack Daniels do armário.

Do outro lado da rua, Nani estava se arrumando, enquanto sua amiga, Ester estava sentada em sua cama. Ester tinha 1,65 era magrinha, dona de um olhar único, tinha um olho muito negro, hipnotizante, lábios grossos e tinha cabelo preto que ia até um pouco além dos ombros, ondulado e que quando chegavam nas pontas, os fios tinham uma tonalidade mais clara, apesar da menina nunca ter pintado nem nada.

As duas iam para uma festa do outro lado da cidade. A baixinha usava um vestido preto com uma cinta roxa na cintura de modo que ele ficava bem folgado embaixo, meia calca arrastão e sapatilha preta, tinha soltado o cabelo e feito uma maquiagem que chamava atenção para os seus lábios, hoje mais vermelhos que nunca, Ester estava com um vestido azul escuro colado com as costas nuas, de forma que suas curvas ficavam destacadas, tinha o cabelo solto de um modo meio agressivo e passara a maquiagem de modo a destacar seus olhos, que afinal eram seus maiores “poderes de sedução” como Nani gostava de dizer , pouco depois as duas saíram.