Scream For Me escrita por Camila


Capítulo 3
Parto Suicida


Notas iniciais do capítulo

Bonjour les gens!
Aqui estou eu com mais um capítulo para vocês ;)
Mas antes, eu queria agradecer a Rosie Santana por ter favoritado a história! Muito obrigada amor!
Sem mais delongas, bora lá?



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– Mas que porra é essa? - digo mais alto do que pretendia.

– Que porra você acha que é? - o cara militar me pergunta no mesmo tom.

– Meu Deus... - digo pondo a mão na boca enquanto a mulher dá mais um grito de agonia. Não. Não é possivel. Ela não poderia estar em trabalho de parto logo agora. - Por que ela está sangrando? Isso é normal?

– Ana? É agora? Tá vindo? - um homem com cara de assustado pergunta, ignorando totalmente o que eu havia dito. Pelo que entendi, a Ana de que os dois estavam falando pouco antes, é a mulher grávida. Então deve ser por isso que o cara militar disse ao Craig que eu poderia ajudar a Ana, que eles precisavam de ajuda, e principalmente ela. Mas o que eu tenho a ver com isso?

– Ela está muito quente, a febre está muito alta. Temos que fazer o parto agora mesmo, senão não vai dar tempo de salvar o bebê. - disse a mulher que está ao lado de Ana, ela agora está com uma das mãos na testa da outra medindo sua temperatura. Não estou entendendo nada. Ana grita mais uma vez levando as duas mãos a barriga, noto que um de seus braços está enfachado com gase. Olho em volta, todos estão tão assustados quanto eu. Cinco homens estão afastados da picape, vigiando a estrada, todos armados. Olhos em volta mais uma vez. Ana grita mais uma vez.

– Levem ela para a carroceria da picape! Rápido! - grito para alguém, enquanto corro até a carroceria e abaixo a tampa de trás, deixando livre para eles colocarem ela. Ali tem muito mais espaço para fazer o parto do que lá dentro naquela minúscula cabine. Dois homens vem carregando Ana, um deles é o cara militar. Eles rapidamente a colocam ali e eu subo na carroceria. A mulher que segurava a mão da grávida, aparece ao meu lado de repente.

– Precisamos tirar o bebê, agora! Você me ajuda? - ela arregalha os olhos. Sem pensar duas vezes, eu concordo com a cabeça. A mulher se dirigi a Ana.

– Ana, Ana, você tem que fazer força entendeu? Muita força mesmo quando eu disser. Tem que empurrar o seu bebê para fora, okay?

– Okay. - Ana diz com os dentes cerrados. Ela sua muito e geme bastante de dor. Meu Deus, que doideira!

– Amber, traga as toalhas que estão no carro. Gabe, pegue uma bacia de água. Zac, me arrume uma tesoura. O resto de vocês, se afastem! - a mulher dita as tarefas e logo eles já saem correndo para pegar as coisas que ela pediu. Só quando todos já trouxeram tudo as pressas, a mulher me olha nos olhos seriamente.

– Quero que fique ao lado dela e a segure tá? Vou ver se já dá para ela começar a empurrar. - concordo com a cabeça. A mulher fica entre as pernas de Ana e levantar o seu vestido. Ana grita mais uma vez. A mulher levanta o olhar para diz para Ana empurrar com toda a força que tiver. E é o que ela faz. Faz força. Grita. E se depate de dor. Eu seguro seus ombros o máximo que posso, sua pele está tão quente. Ana grita e grita, empurra e empurra seu bebê para fora, mas nada acontece. Começo a me assustar ainda mais.

– Pare de fazer força! Pare! Não vai dar! - A mulher grita ficando ao lado de Ana. - Ana, querida, não podemos salvar seu bebê. O cordão umbilical está no pescoço dele, se você empurrar mais, vai sufocá-lo. Me desculpe.

– Não, não, não, não! Façam qualquer coisa Nora, qualquer coisa! Salvem ele, por favor. - Ana diz chorando. - Por favor. Não se preocupe comigo. Corta a minha barriga, mas arranquem o meu bebê daqui! Agora! Não sei por quanto tempo mais eu aguento.

– Não posso fazer isso. Vai matá-la!

– Eu já estou morta! Faça! Agora! Não se preocupe comigo. Por favor. - Ana grita para Nora. E então ela se vira para mim, com os olhos marejados - Vocês tem que salvá-lo. Meu bebê. Por favor. Faça!

Olho para Nora e a mesma olha para mim. Ela concorda com a cabeça enquanto lágrimas escorrem por seu rosto. Olho para Ana, passo a mão em sua face, e sorrio de leve.

– Nós vamos salvá-lo. - ela assente e descansa a cabeça no chão da carroceria. Ela diz algumas coisas estranhas enquanto Nora grita para Craig lhe trazer uma faca bem afiada. Deve estar alucinando pela dor, coitada. Seguro a sua mão até o momento em que Craig volta correndo com a faca e a entrega para Nora, os dois se olham e por esse olhar ela parece contar a ele o que vai acontecer.

– Venha cá. - Nora me chama. - Eu vou cortar e tirar o bebê de dentro da barriga dela okay? Preciso que você o pegue nos braços e desenrole o cordão do seu pescoço. Consegue fazer isso?

– Sim, eu consigo. - espero que sim, adicionei em minha cabeça.

Nora chama por Ana, que levanta a sua cabeça e assente em um único movimento. Lágrimas escorrem por seu rosto e posso perceber que algumas pessoas estão paradas assistindo ao que vai acontecer. Nora passa a faca super afiada na barriga de Ana e ela grita de dor, um grito tão alto que me ardem até os ouvidos. Ai. Meu. Deus. Há meia hora atrás eu completamente sozinha e tranquila dentro do meu carro, dirigindo para Staunton a procura de nada, e agora eu estou no meio da estrada, na carroceria de uma picape, ajudando em um parto suicida. Ai. Meu. Deus. De. Novo. Nora enfia suas mãos dentro da barriga de Ana e a mesma já nem grita mais. Morta. Pego uma toalha rapidamente e a estendo nos braços, enquanto Nora tira um bebê de dentro da barriga. Seguro aquele ser pequenino nos braços e com uma mão desenrolo o cordão de seu pescoço. Nora o corta fora, separando o bebê da mãe. A criança chora. Olho para Nora e ela sorri, ajeito o bebê em meus braços e olho para ele, é tão pequeno, tão inocensivo, tão puro. Sorrio e uma lágrima escorre pelo meu rosto, rapidamente a limpo. O cara militar aparece ao meu lado, e põe uma mão em minhas costas me afastando da carroceria da picape, Nora vem conosco. O cara olha para mim e sorri, logo depois olha para o bebê em meus braços e passa um dedo em seu rosto.

– Nada como um pouco de esperança. - ele diz.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Esse capítulo um pouquinho maior do que os dois primeiros, e confesso que a partir daqui, vai ser assim mesmo, capítulos desse tamanho pra cima :)
Bom, espero que tenham gostado e se quiserem favoritar, comentar, sei lá, quem sabe recomendar... Fiquem a vontade galera haha'
Beijos e até o próximo capítulo na segunda!