Here Comes Trouble escrita por Troublemaker


Capítulo 1
1 - Começo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem... Quero comentários hahaha



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Não sabíamos o porque de estarmos ali. De salas diferentes. 6 meninos e...eu. Uma garota.
Fomos tirados de sala pelo inspetor de pátio, levados a sala do diretor e ficamos ali. Parados. Sem ninguém nos explicar nada, ou se quer falar conosco. Reconheço os meninos, Leandro, Matheus, Arthur, Lorenzo, Luan e Vinícius.
De repente ouvimos passos no corredor, e Matheus olha pela porta e volta logo em seguida.
-- São...são nossos pais.
Um murmúrio envolve a pequena sala, e quando os pais chegam, os murmúrios se tornam altos, e logo é difícil de se ouvir.
Encontro minha mãe rapidamente, ela me olha com lágrimas nos olhos e eu mordo a parte interna da minha bochecha.
-- Ai, Gabriela... -- Ela diz, passando a mão pelos meus cabelos ondulados.
-- Mãe, o que tá acontecendo? Ninguém nos fala nada.
-- Filha, infelizmente eu também não posso te contar. Mas, você terá que morar com esses meninos por um tempo... um tempo equivalente a mais ou menos, o resto do ano.
-- O quê?! -- Eu digo perplexa.
-- Acredite em mim Gab, é melhor pra vocês. Pra você. Só... só confie em mim. E confie nos meninos também. Vocês vão precisar um do outro. -- Ela olha para os outros, olha novamente pra mim, toma fôlego e continua -- Vão levar vocês pra casa agora, pra arrumar as coisas, e as 18:30 vão leva-los para A Casa.
-- Mãe, você...você concordou em me deixar ir?
-- Não tive escolha filha. Olhe, não posso mais falar. Mas você estará mais protegida com eles, do que... do que comigo.
Imagino o quanto deve ter sido difícil pra ela dizer isso. Mães tem um instinto protetor com seus filhos que nem Deus se atreve a maltrata-los.
Eles saíram, e novamente fiquei sozinha com os meninos. Eles formaram uma rodinha dentro da sala e conversavam em voz baixa, uma vez ou outra olhavam pra mim. Até que Arthur me chama.
-- Gabriela, vem cá.
Eu forço minhas pernas a andarem e me aproximar deles. Olhando de perto, eles estão tão assustados quanto eu.
-- Como você sabe, não gosto de você -- Disse Leandro.
-- O sentimento é recíproco. -- Eu respondo cruzando os braços.
-- Posso terminar ? -- Ele diz, e eu bufo. -- Não gosto de você, mas terei que te aguentar, vamos combinar aqui e agora, mesmo não gostando de uns, sempre contaremos um com o outro, nós somos as vítimas aqui. E se temos que nos proteger de algo, trabalho em equipe é o certo a se fazer.
Os meninos se olham e acenam com a cabeça, e isso me faz pensar se eles sabem algo mais que eu. Eu vou descobrir.
Eu aceno também.
Volto para o meu lugar e não sei quantos minutos eu fiquei fora do ar, mas quando percebi, os meninos estavam conversando com um policial do BOPE. Ele acena com a cabeça para os meninos e se dirige em minha direção.
-- Gabriela certo?
-- Sim senhor.
-- Bom Gabriela, sou o Sargento Sampaio, mas pode me chamar de Jorge.
-- Hum, pode me chamar de Gab se quiser senhor.
-- Ok Gab, então, não podemos falar muita coisa. O básico é que você e os rapazinhos ali, terão que morar juntos por alguns meses, vão vir para a escola de van, a van... - Ele mexe nos papeis que carrega - A van 183. Sempre terá policiais do BOPE rondando a casa e você terá que usar isso. - Ele tira do bolso uma pulseira, como aquela do equilíbrio, e coloca em meu pulso esquerdo, aperta um botão na parte interna da pulseira e ela acende uma pequena luz vermelha em direção a minha pele. - Você nunca poderá tirá-la ok? Ela é a prova de água e tudo mais.
-- Ok, mas o quê ela faz exatamente?
-- Ela mostra se você esta viva ou não.
Ele se levanta e faz um movimento pra que eu o acompanhe. Ele se junta aos meninos e diz :
-- Vamos levar vocês pra casa agora. Para arrumar suas coisas. Saibam que, se algum de vocês não obedecerem as regras, nós saberemos. A Casa tem dois andares sendo o primeiro a cozinha, a sala e um lavabo, o segundo andar tem três quartos, um é apenas para a senhorita Gabriela. O quarto A é do senhor Arthur, Leandro e Matheus, o B é dos senhores Luan, Vinícius e Lorenzo. Na parte superior existem dois banheiros, um apenas para a senhorita. Na parte de trás da casa há uma piscina, e ela pode ser usada. Todas os cursos e/ou esportes que fazem foram cancelados. Suas vidas se baseiam em escola-casa e casa-escola. Alguma pergunta?
Todos fazem que não com a cabeça.
-- E ah, mais uma coisa, se perguntarem o porque das pulseiras, ou porque vocês estão na mesma van, digam que a escola fez vocês participarem de um projeto de sociologia. Os professores sabem. Todos os trabalhos terão que ser feitos entre vocês. -- Disse Jorge. -- Agora subam, peguem seus materiais e desçam novamente. Vocês vão para casa, e depois para A Casa.
Ele riu da própria piada, e saiu da sala. Olhei para os meninos e sai. Não sei o que me espera lá na A Casa, mas prefiro ficar lá do que aqui fora, correndo perigo. Mesmo não sabendo qual é.
Subo as escadas correndo, perdi os meninos de vista já na primeira curva, eles andavam devagar. Cheguei na minha sala, pedi licença e saí com meu material já em mãos, ignorando todas as perguntas. Andei pelo corredor devagar, entrei no banheiro e enchi minhas mãos de água. Fiquei vendo a água transbordar das minhas mãos, uma sensação de pânico me invade, aquela água escorrendo pelo ralo é a minha vida! Uma mensagem chega no meu celular e eu seco minhas mãos na calça. É uma mensagem da Sarah.
"Amg oq aconteceu?"
Eu suspiro e guardo o celular novamente no bolso.
Saio do banheiro e desço as escadas, encontro os meninos na sala do diretor.
-- Onde você tava? O Sampaio tá louco te procurando... -- Pergunta Leandro
-- Não é da sua conta. -- Eu respondo.
Ele cruza os braços, fazendo com que seus tríceps e bíceps fiquem a mostra pela camisa branca do uniforme.
Eu reviro os olhos e ando em direção a parede oposta. Pego e celular e tento responder a Sarah.
"Sah, qndo eu puder eu falo. Agr n posso mais falar nda. Desculpa. Amanha a gnt se fala."
Fiquei com receio de apertar o "enviar", o que ela pensaria?
Jorge chega 30 minutos depois de todos nós. Ele olhou, fez um sinal para que o seguíssemos. Andamos até o estacionamento e ele parou na frente da van, que a partir de agora, seria nosso meio de transporte, Jorge se sentou no banco do motorista e nós nos sentamos nos outros bancos. Sentei ao lado de Lorenzo. Ninguém falou nada até chegarmos ao meu condomínio. Jorge parou e se virou pra mim.
-- Gabriela, vamos vir te buscar as 18:30, vocês não irão pra escola essa semana, vão apenas arrumar suas coisas na A Casa. E eu quero disciplina e respeito, ok? Pode sair Gab.
Eu desci da van, passei pelo porteiro e comecei a correr. Cheguei em casa, e me fechei no meu quarto. Depois de uma hora chorando, decido arrumar minhas coisas. Depois de 2 horas arrumando minhas coisas, parei olhando para meu guarda roupa vazio. O que eu farei agora?
Peguei outra mochila e coloquei todos os meus livros dentro, não aguentaria ficar sem eles. Olhei o relógio, 15:00. Ótimo! Tenho tempo de sobre pra não fazer nada! Sentei em minha cama, depois deitei, não sabia mais o que fazer. Acho que adormeci, pois acordei sobressaltada com o barulho do despertador. Tinha programado para as 17:30 assim poderia descer minhas coisas, e não atrasar. Pior que não ajudar, é atrapalhar.
As 17:50 já tinha descido tudo, e estava esperando na parte de frente do meu condomínio quando vejo uma caminhonete preta com o símbolo do BOPE estacionando. O motorista abre a janela e eu vejo que é Jorge. Ele desce e me ajuda com minhas coisas. Entramos novamente no carro e ele diz:
-- Vamos?
-- Pode ser. -- Eu respondo no banco de trás. -- Onde estão os meninos?
-- Já estão indo. -- Ele pega um celular aperta uns botões e o celular apita. -- Atenção todas as unidades! Iniciar a missão A Casa! -- Ele diz para o aparelho. Logo em seguida há uma seção de bipes e respostas logo em seguida:
-- B2 compreendeu a resposta senhor. Estamos levando o Leandro.
-- B3 também compreendeu senhor. Levando Matheus.
-- B4 captou a resposta Sargento. Levando Luan.
-- B5 está pronto senhor. Levando Vinícius.
-- B6 está preparado. Levamos Arthur.
-- B7 está pronto. Estamos levando o Lorenzo.
-- Vamos nessa senhores. Nos encontramos na A Casa. -- Respondeu Jorge. Andamos por 15 minutos sem problemas, até que o celular de Jorge apita.
-- B4 na linha senhor! Abortar missão.
-- Como assim Soldado? Qual código?
-- Código B senhor.
-- Atenção todas as viaturas! Abortar missão. Repito, ABORTAR missão! Código B... Iniciar operação C2.
Todos os Soldados concordaram, e Jorge deu uma virada brusca para a esquerda e todo o caminho que tínhamos feito, estava atras de nós.
-- Hum... Jorge?!
-- Fale.
-- O que é código B?
-- É... todos os nossos oficiais, os responsáveis pela proteção da A Casa, estão mortos.
Engoli em seco. Pessoas estavam morrendo, por culpa nossa. E nós nem sabíamos o porquê.
Jorge dirigia rápido. Tão rápido que eu quase não conseguia ver a paisagem. Não sabia aonde ele me levava, e somada a velocidade do carro, eu estava entrando em pânico.
Finalmente ele para o carro em um portão, desce e fala com o homem na guarita, volta para o carro e diz:
-- Seja bem vinda! Essa é a A Casa.
Eu não respondo porque não sei o que responder.


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Notas finais do capítulo

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