Heróis do Olimpo - Rebelião escrita por Laurah Winchester


Capítulo 9
Hazel nos dá um susto


Notas iniciais do capítulo

Gente, mil perdões pela demora, sério, desculpa.
Pra começar, fiquei três semanas e meia sem internet por conta de um problema na linha e técnicos da vivo que não são técnicos (vá entender).
Minha internet oscilou um pouco e então finalmente voltou.
Eu escrevi apenas dois capítulos durante todo esse tempo.
Tive provas e trabalhos e ainda tive que fazer uma prova que eu não havia feito por atestado.
Estou gerenciando um blog, o que acaba me distraíndo bastante.
Eu escrevi os capítulos já há um tempo, para ser sincera, mas este eu achei que ficou uma merda, mas decidi não editar, porque só iria piorar.
Ás vezes tenho esses circuitos de criatividade, então paro de escrever um pouco (e decido voltar durante a aula de matemática, haha).
Vou tentar não fazer pausas tão longas, mas juro que nenhuma outra vai ser tão longa assim.

Espero que gostem, beijinhos!



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Percy estava no pavilhão na hora do café da manhã. Comeu uma uva do cacho, mas a verdade era que ele mal tocara em comida nos últimos dias, o que era uma grande novidade para ele.

Viu Nico e Hazel chegarem à mesa de Hades com sorrisos estampados no rosto, os dois pareciam revigorados, como se tivessem recebido uma bênção da própria Nike.

Percy jogou boa parte de sua comida no fogo e pensou um pouco. Para Poseidon, pensou ele Nos ajude a encontrar Proteu.

Caminhou até a mesa de Hades.

— O que houve aqui, hein? Viram a fada do dente? — perguntou. Os dois olharam para ele.

— A fada do dente pode não ser tão agradável assim — comentou Nico.

— Então o que deu em vocês? — perguntou Percy.

— Falo disso com você depois... Eu ainda estou tentando entender. — disse Nico.

Percy franziu a testa, mas assentiu. Será que aqueles dois estavam usando drogas? Não, que pensamento ridículo, aquela era a Hazel. Hazel tinha uma mochila preta nas costas, sua espada de cavalaria estava presa ao seu cinto. E havia um capacete sobre a mesa.

— Onde deixou Árion? — perguntou Percy.

— Ele está correndo pela margem do litoral pra ver se descobre algo sobre Proteu.

— Estão prontos? — perguntou Frank, aproximando-se da mesa de Hades. Ele tinha uma aljava pendurada nas costas e segurava um arco. Vestia um casaco de moletom azul marinho e calça de conjunto.

Percy e Hazel assentiram.

Despediram-se de Nico, depois do restante dos amigos. Annabeth deu um abraço sufocante em Percy.

Quando saíram, Frank transformou-se num cavalo branco, Percy subiu nele enquanto Hazel montou em Árion. Correram na margem do rio, Árion estava bem mais avançado, tanto que Frank comia poeira, mas conseguia ver Hazel à uns vinte metros de distância.

Hazel parou já na saída de Long Island, Frank parou ao seu lado alguns segundos depois.

— Não acha melhor verificar? — perguntou ela à Percy.

Percy assentiu e desmontou de Frank. Alguns segundos depois Frank voltou à sua forma original, parecia um pouco exausto, mas estável.

— Você fica aqui cuidando de Hazel, podem aproveitar pra ver se encontram a gruta, e eu vou dar uma olhada lá em baixo. — disse ele, com a água já nos tornozelos. Frank e Hazel assentiram. Hazel olhou em volta.

— Vamos olhar à leste primeiro. — disse ela.

— Tudo bem, qualquer coisa, entrem em contato, vou tentar ser rápido — disse Percy. Ele adentrou nas ondas e mergulhou quando a água já passava de sua cabeça. Só o que via era a água verde-esmeralda movimentando-se suavemente, nadou até uma boa distância da margem. Quando já estava no recife, nadou até o fundo do mar.

Olhou em volta, mas tudo o que tinha era uma boa quantidade de animais marinhos, como tartarugas, estrela-do-mar, golfinhos, cardumes de peixes de várias espécies e anêmonas, era lindo, excitantemente lindo na visão de um filho de Poseidon.

Decidiu que um dia levaria Annabeth para ver o Recife dos Corais, na Austrália, ele sempre sonhou com aquele lugar, era um paraíso aquático.

Percy concentrou-se em canalizar os pensamentos no fundo do mar.

Havia desde cardumes de peixes até tubarões famintos, nada de útil. Percy nadou vários metros à leste, os animais ali presentes não pareciam se incomodar nem se assustar, agiam como se Percy fosse só mais um peixe ali. Estavam certos, tecnicamente.

Percy assustou-se ao ouvir uma voz em sua mente.

Ele está distraído. Já!

Era uma voz que aos ouvidos de Percy não era familiar.

Mal teve tempo de raciocinar o que ouvira, quando se encontrou emaranhado em uma rede de pesca.

— Droga — resmungou, olhou em volta, procurando algum vestígio de quem fizera aquilo. Logo foi arrastado para fora d'água, até uma gruta onde os sons ecoavam. Estava deitado num chão frio de pedra, depois foi jogado, por algo que não pôde ver, dentro de uma grande jaula. A gruta era feita de uma pedra azulada, tinha esmeraldas por todos os lados, até incrustadas nas paredes, no teto e no piso, com ouro, safiras e pérolas.

— Olhe o que temos aqui... — a mesma voz de antes soou, mas desta vez era próxima e animada. Então Percy viu o dono da voz. Era um bonito jovem, parecia ter uns vinte anos, tinha cabelos escuros e sedosos, com uma modesta franja caindo sobre o olho esquerdo. Seus olhos eram verdes bem claros, e seu físico parecia do tipo de príncipe dos contos de fadas, o que só deixava Percy mais enjoado. Usava armaduras medievais, com uma espada de ouro enganchada em um cinto. O jovem andou até estar próximo de Percy e pegou o pulso do menino, que tentava, inutilmente, fugir.

— Veja se não é o filho de Netuno. — disse ele franzindo o nariz ao pronunciar o nome do deus. Girou o pulso de Percy com força, o garoto gritou de dor, o homem empurrou o pulso de Percy para dentro da prisão, fazendo com que ele caísse.

— É Poseidon — resmungou ele, mas se o homem ouviu, ignorou completamente. — Quem é você?

— Sou Leandro. — Percy tentou lembrar-se de alguma história que mencionasse o nome, mas não chegou à nenhuma conclusão. — Morri no estreito de Sestos em Ábidos — Percy permaneceu impassível, o que deixou Leandro um tanto irritado. — Aquele que morreu ao atravessar o estreito a fim de encontrar sua amada... — ele colocou a mão sobre o peito e suspirou pesadamente, como se o coração pesasse no peito — Pobre Hero...

Percy continuou com a expressão sem entender, Leandro bufou irritado.

— Você tem certeza que foi você quem salvou o Olimpo duas vezes? — ele não parecia querer ofender nem nada do tipo, perguntou educadamente — Sabe, você deve ter tido uma baita sorte.

Percy sentiu-se imensamente ofendido, ele não tivera sorte, ele tivera amigos e coragem, ele sabia que não vencera por sorte.

— Não foi sorte! Pensando bem... eu nem acredito em sorte. Ás vezes é diferente quando você merece e tem capacidade de fazer algo, sorte não existe! Não existe! — ele estava sentado no chão, abraçando os joelhos, abaixou a cabeça quando percebeu que estava berrando como uma criança mimada, mas Percy já não podia suportar as pessoas lhe dizendo que tinha sorte, ele era um cara merecedor, não precisava de sorte.

Leandro permaneceu em silêncio, andando de um lado para o outro, surpreso com o comportamento do filho de Poseidon.

— S-se você morreu... C-como...? — gaguejou Percy, erguendo a cabeça.

— Tive uma ajuda, garoto. Diferente daquela noite em que me afoguei... Parece até que isso foi ontem. Depois fiquei sabendo que minha amada, Hero, morreu ao e atirar no mar, também morreu à ausência do único deus que poderia ajudá-la... eu não pude trazê-la de volta à vida.

Percy piscou, prestando atenção na história de Leandro. O rapaz parecia imensamente triste, o que dava pena em Percy, mesmo sabendo da possibilidade de morrer nas mãos dele.

— Devo atingi-lo da mesma forma que Netuno me atingiu ao me matar e depois deixar que Hero morresse. Sei que Netuno tem muita consideração por você, e tem razão, mas duvido muito que ele o ajudaria se eu tentasse matá-lo agora.

Percy sentiu um pesar, ele não queria que precisasse ser salvo por Poseidon, mas sabia que não perdoaria facilmente se Poseidon o deixasse a mercê da morte.

— Erisíchton, amarre o garoto. — murmurou Leandro, surpreendo à Percy.

Um homem surgiu da escuridão no fundo da gruta, parou ao lado de Leandro.
Este era incrivelmente horrendo. Era tão magro que os ossos eram saltados, a pele era fina e não tinha coloração, de forma que os ossos ficassem bem expostos, ele tinha grandes olheiras roxas debaixo de seus olhos fundos, negros e opacos. A face era pálida e os lábios descorados. Tinha a barba por fazer e grisalha assim como o cabelo.
Usava uma camiseta de linho tingido de marrom com as mangas rasgadas e uma calça do mesmo tecido, os pés que eram muito magros e sujos estavam descalços e cheios de cortes e machucados.

— Claro — disse ele com um sorriso vitorioso, seus dentes eram amarelados e alguns deles eram quebrados, seu sorriso parecia uma careta de dor. A voz dele soava mais como um guincho sufocado, como se ele tentasse falar e inspirar ao mesmo tempo.

Erisíchton aproximou-se da lateral da gigante gaiola e destrancou uma porta, que até então, Percy não havia notado. Ele se aproximava calmamente do garoto, que pensava em uma forma de escapar, e que já havia se levantado num salto.

— Ora, Leandro, se tem tanto medo de Poseidon, o que faz tão próximo de seus domínios? — perguntou Percy, com sarcasmo.

Leandro bufou, irritado.

— Ande logo com isso Erisíchton! — berrou ele.

Erisíchton aproximou-se de Percy e deu-o uma rasteira, fazendo-o cair de costas no chão. Percy apressou-se em pegar contracorrente no bolso, com a mão esquerda, já que seu pulso direito não estava em condições de movimentar, mas já era tarde, Erisíchton dobrou a mão de Percy, desviando a lâmina, e amarrou os pulsos do garoto, fazendo com que a espada caísse no chão com um baque. Percy sabia que a teria de volta em seu bolso, mas não poderia pegá-la, de qualquer forma. Apesar de hiper magro, Erisíchton tinha uma força sobrenatural, e um punhal, apesar dos esforços de Percy em chutar e desviar, ele conseguiu prender os tornozelos do garoto, deixando-o fora de condições e arrastando-se freneticamente, como uma serpente eletrocutada.

— Vamos tirá-lo daqui — disse Leandro — Deixe-o inconsciente.

Antes que Percy pudesse fazer qualquer coisa, Erisíchton o ergueu do chão e o deu uma forte cabeçada, fazendo-o desmaiar. Depois o pegou e jogou-o sobre o ombro, como se o garoto fosse um grande saco de farinha.

[...]

— Árion, devagar. — murmurou Hazel, Árion pareceu descontente, mas diminuiu a velocidade, cavalgando suavemente.

Hazel via uma gruta por entre as árvores, era próxima do litoral e parecia ser feita de pedra vulcânica, e também parecia ter muita, muita riqueza mesmo.

Árion parou na entrada da gruta, já sabendo o que Hazel faria. Hazel se desvencilhou dos braços de Frank e desmontou do cavalo, Frank também desceu logo depois.

— Aqui tem bastante riqueza... Ouro, bronze, talvez safiras também, mas principalmente esmeraldas. — disse ela.

— Será que tem alguma chance de aqui ser a gruta de Proteu? Sabe... não recebemos nenhum sinal de Percy ainda. E se ele estiver em perigo? — Frank perguntou, nervosamente.

— Acho que se estivesse em perigo teríamos recebido algum sinal. Logo teremos notícias dele, se não o procuraremos, está bem? Depois você pode fazer tipo uma conexão telepática com ele na água. — disse Hazel, tranquilizando o namorado.

Frank assentiu ainda nervoso. Hazel beijou sua bochecha.

— Vai ficar tudo bem — disse ela, Frank ergueu a cabeça e forçou um pequeno sorriso. Hazel virou-se para Árion e acariciou sua crina. — Árion, espere aqui, se tiver alguma notícia de Percy, nos avise. — ela disse, o cavalo assentiu, parecendo entender tudo o que a dona dizia.

Frank e Hazel entraram na gruta, dando suaves passos, como se um passo em falso pudesse fazer com que o teto desabasse sobre suas cabeças, eles não duvidavam muito disto.

Reviraram a gruta, à procura de qualquer sinal de vida, mas logo se deram por vencidos pelo cansaço. A gruta estava majestosamente vazia, sem contar Hazel e Frank, aas joias e os poucos insetos que ali estavam. Hazel encostou as costas na parede e deslizou, sentando-se no chão frio e úmido da gruta, pousou a cabeça nos joelhos e colocou uma mão sobre os cachos, sua respiração estava ofegante. Frank sentou-se ao lado dela logo depois, estava no mesmo estado. Por um tempo, tudo o que se podia ouvir era a respiração ofegante dos dois.

— Espere! — gritou Hazel, assustando Frank — Ouviu isso? — berrou ela.

Frank não fazia ideia do que a garota falava, mas Hazel ficou em silêncio, para que Frank pudesse compreender do que ela falava. Ele ouviu sons de passos e um assovio, estava se distanciando. Hazel se levantou num único salto, os olhos dourados estavam em alerta, os de Frank logo estavam no mesmo estado. Os dois correram em direção à entrada da gruta, que parecia ser de onde vinha o som, mas nada tinha ali, quem quer que estivesse ali, já tinha ido embora. Hazel estava prestes a se virar, quando Frank fez ela se virar na direção do mar.

— Ali! — exclamou ele, apontando na direção onde um barco de canoagem se afastava. Havia duas pessoas ali... três pessoas, na verdade. Um era um homem que de longe parecia ser muito feio, o outro parecia um príncipe de contos de fadas, a terceira pessoa não estava bem visível, mas parecia em um péssimo estado, estava deitado no barco, de costas para eles, e tinha cabelos escuros bem sujos de algo que parecia ser calcário.

— Ei, esperem! — gritou Hazel, mas nenhum dos homens olhou em sua direção, o barco já se afastava tanto deles, que tornava muito difícil localizá-lo. Hazel sentia que devia segui-los, só não sabia o porquê. — Vamos até lá! — afirmou Hazel, Frank concordou.

Hazel passava a mão pelos cabelos castanho-canela, nervosa. Quando olhou novamente para Frank, ele era um crocodilo, ela franziu a testa.

— Sério? — disse ela, pôde perceber que se Frank estivesse em sua forma humana daria de ombros. Entendeu que o crocodilo era um animal que poderia tanto estar fora d’água quanto dentro, de qualquer forma, era melhor do que se ele se transformasse numa rã.

O crocodilo era grande e tinha pernas longas, o que facilitou para que Hazel subisse nele. Ela dobrou as barras da calça e tirou os tênis e a meia, carregando-os na mão, Frank entrou na água e disparou. Hazel não sabia que crocodilos poderiam ser tão rápidos, mas o Crocodilo Frank era. Quando estava próxima ao barco de canoagem, Hazel conteve um grito ao perceber o amigo inconsciente, atirado no barco, com um enorme galo na testa e o pulso, que estava sobre a barriga, bem inchado, e seus pulsos e tornozelos estavam presos por cordas. Ela percebeu que os homens já estavam prestes a notá-la, então submergiu, prendendo a respiração.

Os homens franziram a testa, em desconfiança, mas logo notaram o crocodilo.

— Erisíchton — o bonitinho gesticulou com a cabeça na direção do crocodilo. — Acho que vamos precisar de algum alimento, sabe, estou morrendo de fome.

Erisíchton pegou um machado e uma vara de pesca, e aproximou-se da borda do barco.

Hazel desesperou-se debaixo d’água, as paredes de seus pulmões ardiam por conta da falta de ar, e ela havia percebido a intenção do homem ao aproximar-se de Frank. Ela esperou que a mão dele estivesse à poucos centímetros de Frank e emergiu, erguendo a espada de cavalaria e atravessando o pulso do homem, ela gritou, por conta do desespero e inspirou pesadamente.

Hazel percebeu que a lâmina de bronze celestial não tivera efeito sobre o homem. Ele era mortal. Só serviu para chamar a atenção para ela. Ele a puxou pelos cabelos enquanto ela gritava e se debatia desesperadamente, manejava sua espada, descontrolada, e notou que vários metais preciosos giravam em torno do barco, como se estivessem sendo conduzidos por um furioso furacão. Ela conduziu uma enorme pedra de safira, fazendo que a pedra afundasse na barriga de Erisíchton, ele urrou de dor, mas continuou prendendo Hazel com cordas. Frank voltou à sua forma humana e começou a disparar flechas contra Erisíchton, felizmente, conseguira deixá-lo inconsciente, mas Hazel já estava presa, gritando tanto que Percy acordou.

Frank pulou no navio e se lançou sobre o outro homem, os dois ficaram se espancando por um tempo. Leandro era forte demais, e parecia não se ferir facilmente, conseguiu prender Frank, com um pouco mais de dificuldade com que Erisíchton conseguira prender Hazel. A menina gritava tanto que Leandro decidiu amordaçá-la.

Percy teve uma ideia, notou a amiga desesperada ao seu lado, e o amigo inconsciente do outro lado no barco, viu Erisíchton acordando e disse:

— Ai! Ai! Parece que tem alguma coisa no meu olho, será que você não pode dar uma olhada? Sabe, talvez assim eu pare de gritar! — Percy continuou berrando até que Erisíchton se levantasse, irritado, e descesse o rosto até estar de frente para Percy, que arregalou os olhos, para que Erisíchton pudesse verificar seu olho.

— Qual olho? — perguntou ele, fazendo com que seu bafo, que parecia que o homem tinha comido carne crua e passasse três milênios sem escovar os dentes, desnorteasse Percy.

— O esquerdo — disse Percy, ainda desnorteado. Ele se recuperou e cuspiu na cara de Erisíchton, que franziu a testa e emburrou a cara.

— Ei! Por que você não escova seus dentes? Sabe, aposto que conseguiu dominar Hazel utilizando apenas esse seu bafo! Por sorte ela não morreu! Até parece que comeu cocô de manticore, cara! Você devia lavar sua boca com álcool, sabão em pó, detergente, água benta e depois bochechar com água sanitária! Parece que algo morreu dentro de você! — Percy berrava insultos, fazendo com que até Leandro tentasse conter o riso, Hazel parecia prestes a sufocar enquanto ria ainda amordaçada.

Erisíchton ficou ainda mais feio com sua expressão emburrada. Percy continuou gritando insultos, até que Leandro também se levantou. Percy continuou berrando, sacudindo-se de um lado para o outro, Hazel percebeu o que ele fazia e o acompanhou.
Os dois se sacudiam, com toda a força, quando Leandro percebeu que o barco se balançava junto com os meninos, já era tarde, o barco virou, fazendo com que os cinco caíssem na água.

Percy apavorou-se ao lembrar-se da amiga amordaçada, Hazel não podia respirar debaixo d’água, e não ajudaria muito com uma fita na boca. Ele se impulsionou, desesperadamente, com os pulsos e os tornozelos amarrados, até que finalmente, com dificuldade, conseguiu chegar a Hazel, que afundava, mas ele não tinha como pegá-la, seus pulsos estavam amarrados. Ele fez muita força, para que conseguisse puxar a menina utilizando apenas a mão que estava presa.

Começou a gritar o nome de Frank, que despertou, embaixo da água, ele estava amarrado, tentou desesperadamente se impulsionar na direção de Hazel e Percy.
Logo se transformou em um imenso tubarão, o que surpreendeu Percy, as cordas de Frank se partiram, por conta do tamanho do tubarão, ele nadou desesperadamente até Percy e Hazel, os impulsionou para cima, fazendo com que alcançassem a superfície e nadou até lá também.
Ele mordeu cortou as cordas de Percy, utilizando os dentes, o que apavorou um pouco o amigo, e depois as de Hazel, que estava inconsciente.

Percy arrastou Hazel até a costa, enquanto Frank afugentava Leandro e Erisíchton.

— Vamos, Hazel, acorde! — exclamou Percy.

Percy tirou a fita de pano da boca da menina. Posicionou as mãos sobre a brecha entre as costelas de Hazel e começou a bombear seus pulmões e, utilizando seus poderes, secou seu corpo. A pele de Hazel estava pálida, e os lábios tinham um tom arroxeado. Percy percebeu que Frank estava fora de vista, continuou apertando as mãos contra o peito de Hazel, esperando que ela reagisse. Depois de um tempo, Hazel cuspiu água, fazendo com que os olhos de Percy se arregalassem e brilhassem de alegria ao ver a amiga viva.
Hazel tossia, engasgada, mas logo se acalmou e sentou-se na areia, com a ajuda de Percy.
Percy notou que Frank se aproximava com bolsas de pano encharcadas em mãos, ele corria desesperadamente, ajoelhou-se ao lado de Hazel, e tocou os cabelos dela.

— Tudo bem? — perguntou, ela voltou os olhos, melancolicamente, para Percy, depois para Frank. Engasgou-se novamente, cuspindo o que restara de água em seus pulmões na areia. Frank remexeu a bolsa de pano e estendeu um cantil para Hazel — Tome, é néctar.

Ela pegou o cantil na mão de Frank, que não o soltou, mas seguiu os movimentos de Hazel, já que sua mão estava muito trêmula. Ela tomou um longo gole de néctar, depois devolveu o cantil à Frank.

— Se sente melhor? — perguntou Percy, Hazel assentiu, limpando a areia dos braços.

— Sim, mas parece que vou ficar sem sapatos — disse ela, e riu histericamente.

— Acho que não — disse Frank, e estendeu a sacola para Hazel, lá estavam seus sapatos, encharcados, mas era melhor que nada.

— Obrigada — disse ela, tirando os sapatos da sacola e a estendendo para Percy.

— Onde encontrou tudo isso? — perguntou Percy, olhando a sacola.

— São as coisas que estavam na canoa. — disse Frank. Percy assentiu.

Depois de descansarem por algum tempo, os três se levantaram, limparam a areia das roupas e olharam em volta.

— Olhem! — disse Percy, apontando na direção onde um velho se arrastava para fora da água, cansado, para a gruta, com um rebanho de focas atrás dele.

— Aquele só pode ser Proteu! — disse Frank. Os três esperaram que o velho entrasse na gruta, e correram atrás dele.


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Notas finais do capítulo

É, ficou uma porcaria. O próximo vai ser no ponto de vista da Annie (reparei que ela estava meio excluída nisso tudo, rs) no Acampamento Meio-Sangue.



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